julho 07, 2025

EM FUNÇÃO DO TEMPO - Newton Agrella



São tantas reflexões, provérbios e adágios a respeito do tempo, que até a própria literatura se perde em incontáveis obras, onde este dispositivo é invariavelmente o protagonista da história.

E ele não dá paz. 

Está presente em tudo o que nos circunda e especialmente dentro de nós.

Instigante como o tempo se recicla por sí só. 

Torna-se passado, presente e futuro, sejam quais forem as circunstâncias.

Ele não está nem aí.

O tempo é atrevido.

Ele se mete onde não é chamado, fica de espreita e sai de fininho quando menos se espera.

O tempo é pleno e furtivo, é leve, solto e pesado conforme o andar da carruagem.

É capaz de renovar nossa alma e nos encher o coração de felicidade, do mesmo modo que nos faz sofrer e despertar a tristeza dentro de nós.

O tempo não é fácil não. 

Ele é praticamente inegociável, indecifrável e imprevisível.

Quando muito, vende-nos uma ilusória sensação de efêmera propriedade, onde quem redige e toma conta do contrato é somente ele.

O tempo é isso, um dispositivo incontido que nasce, vive e morre sem dar satisfação.

As explicações nós buscamos, as justificativas nós inventamos, pois nada é capaz de detê-lo ou pará-lo, mesmo que seja por um átimo de segundo.

O tempo é herói ou vilão seja qual for o script, pois quer queira, quer não, é em função dele que a história se desenrola e a vida se registra.



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