São tantas reflexões, provérbios e adágios a respeito do tempo, que até a própria literatura se perde em incontáveis obras, onde este dispositivo é invariavelmente o protagonista da história.
E ele não dá paz.
Está presente em tudo o que nos circunda e especialmente dentro de nós.
Instigante como o tempo se recicla por sí só.
Torna-se passado, presente e futuro, sejam quais forem as circunstâncias.
Ele não está nem aí.
O tempo é atrevido.
Ele se mete onde não é chamado, fica de espreita e sai de fininho quando menos se espera.
O tempo é pleno e furtivo, é leve, solto e pesado conforme o andar da carruagem.
É capaz de renovar nossa alma e nos encher o coração de felicidade, do mesmo modo que nos faz sofrer e despertar a tristeza dentro de nós.
O tempo não é fácil não.
Ele é praticamente inegociável, indecifrável e imprevisível.
Quando muito, vende-nos uma ilusória sensação de efêmera propriedade, onde quem redige e toma conta do contrato é somente ele.
O tempo é isso, um dispositivo incontido que nasce, vive e morre sem dar satisfação.
As explicações nós buscamos, as justificativas nós inventamos, pois nada é capaz de detê-lo ou pará-lo, mesmo que seja por um átimo de segundo.
O tempo é herói ou vilão seja qual for o script, pois quer queira, quer não, é em função dele que a história se desenrola e a vida se registra.
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