Fundamentos da maçonaria - 3


             Modernidade

          Vale destacar que a simples transição, geralmente divulgada, da chamada Maçonaria Operativa, via "pedreiros-livres", para a Maçonaria Especulativa, nunca conseguiu explicar de forma justa e perfeita o porquê da Ordem Maçônica ser linguagem universal, regular, prazerosa, emblemática, planetariamente bem resolvida e assimilada, repositório imemorial dos mistérios e da Tradição.

        As Lojas dos séculos XVII e XVIII participaram da gênese de uma "esfera pública burguesa" como contrapartida da perda gradual de posição dominante, tanto das Cortes quanto da Igreja. Poucos, muito poucos documentos existentes sobre a Inglaterra do século XVII não permitem representar precisamente a organização da profissão do maçom; havia, sim, certa heterogeneidade de práticas diferentes.

        Em 1717/1720, situado caracteristicamente na Inglaterra, surge um grupo de pertença maçônica, de sociabilidade, com quatro elementos típicos principais, a saber:reivindicação da religião natural como base espiritual;inserção do grupo em contexto tradicional, vinculado ao trabalho do artesão e construtor civil;prática de Rito elaborado; e cooptação dos membros via obrigação de sigilo, principalmente quanto às reuniões.

     Entre 1670 e 1730, nos clubes, cafés, salões, academias científicas, sociedades de intelectuais e, nas Lojas, aristocratas e burgueses encontravam-se para "construir juntos" um uso público do seu entendimento convergente. Esses espaços propiciavam a realização da aspiração "do debate permanente entre pessoas privadas".

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