VOCE ACREDITA EM EGREGORA?

 


                Antes de entrar no assunto deste artigo eu gostaria de compartilhar algumas experiências pessoais. Quando eu morava em Sorocaba, no interior de São Paulo, um tio de minha ex-esposa, Tio Chico, vivia dos pagamentos que lhe faziam os fazendeiros para quem, com uma varinha de marmelo em forma de forquilha localizava água subterrânea. Acompanhei alguns de seus trabalhos e ainda me lembro da excitação e alegria quando a varinha se inclinava e ao cavar, a água era encontrada.

            Também conheci benzedeiras e garrafeiros, que misturavam ervas e faziam beberagens com supostos efeitos curativos. Bem, testemunho pessoal. Durante a infância sofri horrivelmente de bronquite asmática, que algumas vezes obrigou meus pais a me levarem com urgência para um pronto socorro. Um horrível xarope que tomei durante alguns meses, produzido por um garrafeiro de Osasco, levou embora minha bronquite para sempre e durante alguns anos de juventude eu fui atleta. Também vi resultados positivos no tratamento feito por benzedeiras usando os mais estranhos métodos, mas que efetivamente curaram problemas de saúde em muitos conhecidos, inclusive em uma de minhas filhas.

                    Muitos anos depois, em Coxim, no Mato Grosso do Sul, conheci Zé Raimundo, um peão que era chamado pelos pecuaristas da região para espantar as cobras dos pastos, que traziam prejuízos ao matar algumas reses. Todos aqueles com os quais conversei garantiam que efetivamente funcionava e que depois do trabalho dele as cobras deixavam os pastos livres das serpentes.

                    Tem muito mais, mas apresentei essas histórias para corroborar uma frase do gênio William Shakespeare expressa pelo personagem Horácio em Hamlet, “há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”.

                 Uma boa parte dos maçons acredita na formação da egrégora em Loja. Alguns outros dizem se tratar de pura fantasia. Bem o que seria EGREGORA?

                    A palavra tem origem no grego Egregorein, que significa velar ou vigiar e uma de suas muitas definições diz que é a soma das energias congruentes, conectadas, de pessoas reunidas em um local ou evento que forma um campo ou cúpula energética, resultado dos seus padrões vibratórios. Pode ser boa ou ruim, depende do padrão vibracional dos participantes. Assim, quando se está reunido em oração para a cura de um doente é boa. Quando uma torcida de futebol está prestes a um conflito é ruim.

                O fato é que todos vivemos em um campo de fortes energias produzido pelos movimentos de rotação e translação do planeta e pelo sol. Tudo no universo vibra, átomos, moléculas, células. E toda vibração é energia. Isso não é uma questão mística, é pura ciência, a tão falada e pouco compreendida física quântica, apresentada em 1900 pelo cientista alemão e Prêmio Nobel de Física Max Planck.

                O interessante é que a energia criada é residual, permanece no local onde foi criada. Ciências antiquíssimas como a chinesa Feng Shui, amplamente utilizadas no Oriente, usam essas forças energéticas para harmonizar os ambientes e as pessoas que os frequentes. Pseudo ciência, dirão alguns. Pois bem, algumas das maiores corporações do mundo, redes internacionais de hotéis e diversos outros empreendimentos, na China continental, em Hong Kong e em outros países da Asia e da Europa contratam consultores de Feng Shui ao projetar as suas sedes ou edifícios. Considerando o avanço científico destes países o que sobra é a certeza de que muitos julgam e criticam aquilo que não conhecem.

                Eu fiz a experiência diversas vezes. Sou hipertenso e diabético e frequento Lojas há quase 40 anos. Muitas vezes, com um esfigmomanômetro de pulso medi minha pressão e a de alguns outros irmãos antes de entrar na Loja, enquanto se discutia política na sala dos passos perdidos. Ao sair da sessão os números de sístole e diástole haviam reduzido. Alguém me diz que os aparelhos de pulso não são precisos. Verdade. O fato é que, precisos ou não, a pressão baixou, A mesma coisa com a diabetes. Sem insulina, sem nada, houve pequenas reduções na glicemia. Embora pequenas apontam um caminho, o da busca da normalidade. Qualquer irmão pode repetir a experiência.

                O fato é que ao longo destas quatro décadas de maçonaria vi muitas provas de que a Loja proporciona boas energias e experiências espirituais. Se não existe energia qual é a razão de fazermos uma Cadeia de União em benefício de um irmão acamado? Qual é o motivo de deixar de ver um bom programa ou a final de um campeonato para passar duas horas na Loja em dia de semana. Seria a ágape? Tenho certeza de que a imensa maioria das cunhadas faz jantares melhores.

                Frequentamos as sessões porque nos sentimos melhores e mais energizados ao sair. Porque a egrégora nos fortalece e traz também uma sensação de pertencimento. Por mais tensos ou cansados que possamos estar ao chegar à Loja, saímos muito melhor do que entramos.

            Mas não desejo ser a voz solitária que clama no deserto como o nosso Padroeiro. Trago em apoio às ideias aqui expostas mais alguns “loucos”, que desafiando os padrões acreditam na formação de egrégoras.

            Fritjof Capra, austríaco, físico, autor do livro ‘Tao da Física’ e outros, que apresenta relações entre a Física Quântica e o pensamento filosófico; Deepak Chopra, indiano, médico e escritor, autor de dezenas de livros sobre medicina alternativa e espiritualidade; Amit Goswani, indiano, físico, professor e ativista quântico, escreve e ensina sobre o misticismo quântico;    

         Se não for suficiente, eis o Prêmio Nobel John Von Neumann, húngaro-americano, matemático e físico, que apresenta uma teoria metafenomênica chamada superposição ou emaranhamento quântico que supera tudo aquilo que místicos e religiosos afirmam sobre a realidade espiritual; essa teoria diz que a realidade e constituída por duas dimensões – a dimensão física e visível chamada de realidade corpuscular e a dimensão não física e invisível chamada de realidade ondulatória ou quântica

    Outras civilizações têm utilizado comumente a transferência de energia pela imposição das mãos como o Reiki e o Johrei japonês, os passes espíritas, os pajés indigenas, os yogues hindus, o “impositum manuum” da Igreja Católica e, como já dissemos,  até as benzedeiras do interior do Brasil, entre muitos outros.

Finalmente, não é necessário estar fisicamente presente para formar a egrégora. Esta se forma se os participantes, estejam onde estiverem, se mantiverem vibrando juntos como acontece nestas novas reuniões virtuais que em diversas ocasiões reuniram centenas de irmãos para o aprendizado maçônico e ao final todos se sentiram fortemente energizados e recompensados pela participação. Quando a família, reunida em casa, está em oração pela pessoa que está no leito do hospital, a egrégora formada auxilia fortemente na cura.

Então meus irmãos, quer vocês acreditem ou não, desfrutem e aproveitem a egrégora.

 

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