A CAVERNA, O CANDIDATO E O APRENDIZ - Luiz Marcelo Viegas

Autor: Luiz Marcelo Viegas - Fonte: Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas

No Mito da Caverna, Platão nos faz imaginar gerações de homens, mulheres e crianças, acorrentadas pelos pés, mãos e pescoços, no interior de uma caverna, onde nasceriam, viveriam e morreriam sem nunca vislumbrar sua entrada.

O mundo dessas pessoas é um campo distorcido, formado por sombras dantescas projetadas nas paredes pela forte luz proveniente da entrada, sendo essa a única visão daqueles que lá vivem, e por sons guturais, criados por obra do eco em sua estrutura.

Até que então, um dos membros do grupo desperta da inércia generalizada que acomete seus pares, rompe os grilhões e foge para conhecer o terreno exterior.

Quando retorna percebe que não mais consegue se comunicar com os que lá permaneceram, sendo até mesmo agredido por pensarem que suas histórias sobre como é a vida do lado de fora de fato, nada mais são que mentiras descabidas.

Ele decide então se manter calado quando lá estiver, uma vez que não estão preparados intelectualmente para assimilarem sua descoberta, já que foram condicionados durante gerações a uma determinada “verdade”.

O candidato, que deseja conhecer os Augustos Mistérios da Maçonaria, também se encontra em uma caverna. Acorrentado, desconhece a verdade sobre o globo terrestre, sobre seu corpo e sobre o SEU EU.

Preso ao mundo profano as imagens que lhe chegam por sombras na parede da vida lhe enganam, e os sons distorcidos que vão até seus ouvidos ajudam na criação do engodo promovido pelo Establishment, privando-o do conhecimento do EU Verdadeiro.

Na Câmara de Reflexões, com a tênue luz que lhe é oferecida, ele começa a romper as correntes que teimam em lhe negar o advento da Verdade. Decidido a morrer e nascer para uma nova vida, após meditar sobre seus atos, redige seu testamento.

Durante a cerimônia, o ainda candidato, privado da visão é instado a se utilizar de seus outros sentidos, como preparação da jornada que está prestes a iniciar rumo à liberdade.

Já como Aprendiz, mas na escuridão do Norte, ele inicia todo o processo de conhecimento do Verdadeiro EU, começando os trabalhos de cavar masmorras ao vício e levantar templos à virtude.

Livre dos grilhões, das sombras e dos ecos, ele pode agora mergulhar na viagem do autoconhecimento, preparando seu espírito para o caminho que o levará à Verdadeira Luz.


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