O Respeitável Irmão Carlos Resende, Mestre Maçom da Loja Cavaleiros do Sol, 3.195, GOB, Oriente de Campo Grande, Oriente de Mato Grosso do Sul, apresenta a seguinte questão:
Recentemente nossa Loja recebeu a palestra de um valoroso irmão de outro Oriente. E dali surgiram algumas dúvidas que, a meu ver, precisam ser esclarecidas, pois acabaram criando uma situação de divergências dentro da Loja.
Eu sou a favor, sempre, de nos atermos aos nossos Rituais. Palestras e livros nos ajudam a tirar nossas dúvidas, mas nem sempre devemos mudar porque alguém "acha" que o que fazemos está errado. O nosso Templo trabalha com velas (e não as lâmpadas), o que obriga ao Mestre de Cerimônias acender a todas elas. O Mestre de Cerimônias pega uma vela acesa (que fica na balaustrada), faz o seu giro normal pelo Ocidente com a vela acesa, entra no Oriente e acende a vela do Venerável Mestre. Depois desce e faz o acendimento como de costume (1º Vigilante e 2º Vigilante).
Após a palestra desse valoroso Irmão, o Mestre de Cerimônias vai ao Oriente com uma vela apagada à mão e ali é que acende a vela do Venerável e a sua própria (fósforo ou isqueiro), descendo com ela para acender no Ocidente na forma de costume.
Como tudo é simbolismo, a Loja está passando por uma pequena polêmica, já que alguns Irmãos acham correto a orientação do palestrante (acender a vela no Altar do Venerável). Outros acham que devemos manter como vínhamos fazendo, ou seja, já sair da balaustrada com a sua vela acesa e fazer o giro normal até chegar ao Altar do Venerável.
Assim, se o Eminente Irmão puder nos dar uma "Luz", ficaria grato, até porque no nosso Ritual não cita onde a vela deve ser acesa (para os altares com velas).
CONSIDERAÇÕES:
No Rito Escocês Antigo e Aceito não existe cerimônia de acendimento de velas. As luzes litúrgicas somente são aquelas colocadas sobre o Altar ocupado pelo Venerável Mestre e mesas dos vigilantes, acesas estas de acordo com o grau de trabalho da Loja.
Assim o Ritual do Grande Oriente do Brasil não prevê esse procedimento. O que pode causar confusão nesse sentido é que algumas Lojas ainda não adotaram a iluminação elétrica relacionada a essas Luzes. Assim é permitido, porém sem qualquer cunho místico, o uso de velas nessa representação.
No caso do acendimento destas para a sessão, o Mestre de Cerimônias cumpre essa missão simplesmente para acendê-las e nada mais.
Esse procedimento é para evitar que o Venerável e os Vigilantes não careçam de preocupação na busca de artifícios para esse mister.
Cerimônia de acendimento de luzes não é procedimento do Rito Escocês, porém próprio de outro Rito.
Em sendo as luzes velas, o Mestre de Cerimônias na abertura acende primeiro a Luz correspondente ao Venerável, em seguida a do Primeiro Vigilantes e conclui no Segundo Vigilante. No encerramento o procedimento é inverso somente para distinguir daquele da abertura.
Nesse ato o Mestre de Cerimônias não deve fazer reverências, inclinação de corpo, maneios de cabeça etc. Nesse ofício ele apenas e tão somente acende a Luz, já que elas não são no caso elétricas.
Se houvesse qualquer cerimônia, então como seria nas Lojas que adotam pequenas lâmpadas elétricas?
É de muito bom alvitre que o Mestre de Cerimônias já tenha uma vela acesa próxima a ele (sobre a balaustrada, por exemplo) para auxiliar no acendimento e o bom desenvolvimento da ritualística.
Assim no momento evita-se a procura de fósforos ou isqueiros. Em havendo opção da presença dessa vela auxiliar, após ser a mesma usada no cumprimento da missão deve ser imediatamente apagada.
No Rito Escocês também não existe a tal “chama votiva”. Por assim ser o nobre palestrante conforme vossa descrição está “inventando” procedimento inexistente no ritual.
Alerto que o ritual deve ser cumprido no rigor daquilo que ele exara, reforçando a tese de que não existe qualquer preceito de que a Luz tenha que sair do Oriente e percorrer as Colunas.
Finalizando, deixo aqui o alerta para que as Lojas distingam opiniões de Irmãos de outras Obediências coirmãs que porventura possam emitir opiniões sobre os procedimentos adotados no Grande Oriente do Brasil.
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