PEDREIROS LIVRES? TRANSPARÊNCIA É FUNDAMENTAL - Roberto Bertelli M.'.M.'


Quando realizamos os primeiros contatos com a Maçonaria, deparamo-nos com o termo "livre e de bons costumes".

Uma sentença genérica, cuja interpretação torna-se profunda e extensa, pois:

1) somos todos livres, já que não há mais sistemas escravocratas;

2) precisamos saber o que são costumes, quais os costumes de determinado grupo social e identificar quais seriam os costumes tidos como "bons" por aquele mesmo grupo.

Como a segunda tarefa requer um esforço a ser realizado pelos próprios maçons pertencentes aos diversos grupos, cada um com seus costumes particulares, cada um com o seu ideal de "bom costume",  resta-nos "filosofar" acerca do sentido de "ser livre", sem qualquer pretensão de esgotá-lo.

Entendemos que ser um homem livre, é não se encontrar atado aos *grilhões da ignorância*.

Ora, um homem que não pensa por si só, que não investiga a verdade, que não busca o conhecimento, mantém-se enclausurado em sua ignorância, desenvolvendo, dentro de si, a intolerância e o preconceito.

Consequentemente não dispõe esse homem das ferramentas necessárias para combater os erros e, assim, jamais eliminará de si a ignorância.

Restará escravizado, agrilhoado.

Nesse aspecto o homem deixa de ser livre.

Por outro lado, em nossa primeira jornada maçônica, aprendemos que os homens são livres e iguais em direitos.

Aprendemos, ainda, que a Maçonaria defende a plena liberdade de expressão do pensamento.

Não obstante tais decretos de “liberdade”, aprendemos mais adiante sobre os deveres dos Maçons.

Na dicotomia “direitos/deveres”, apesar de serem conceitos contrários, complementam-se, assim como na dialética platônica, não havendo falar-se em antinomia.

Os nossos direitos são complementados pelos nossos deveres, como no velho ditado de que "nossos direitos terminam onde iniciam nossos deveres".

Assim o é com a liberdade, que tem seu término quando transgride uma norma, ou invade a liberdade de outrem.

Nesse aspecto visualizamos sim a antinomia de conceitos iguais. 

Contudo, basta atentarmo-nos aos ensinamentos dos Mestres provectos para notarmos que a liberdade tratada é a de pensamento, pois tal liberdade é ilimitada.

O maior ensinamento que recebemos é a de que a liberdade maçônica reside no pensamento.

São pelas atividades cognitivas que os Maçons se tornam absolutamente livres.

Desse modo, estar agrilhoado pela ignorância é ter a atividade cognitiva escravizada.

Nesse aspecto, podemos visualizar a ignorância como grades que prendem o pensamento.

*O Maçom deve ter a liberdade de pensar e de se expressar*, mas sempre se baseando pelos seus direitos e deveres, pois é somente pelo pensamento e pela expressão de ideias que a Maçonaria libertará o homem para sua função de edificador social.

 



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