AO MORRER - Joab Nascimento

 

Ao morrer:

Tudo aqui é emprestado, 

Da vida não temos nada,

Em toda essa empreitada,

Em um corpo, encarnado,

Para trás, tudo é deixado,

Não levamos pro além,

Pra favorecer alguém,

Deixamos, feito um mané,

Você só leva o que é,

E deixa tudo que têm.


É besteira ter ganância,

Pra viver só de riqueza,

Idolatrando a beleza,

Demonstrando arrogância,

Sem decoro em constância,

Ter orgulho e desdém,

Sem valorizar ninguém,

Dando fora e pontapé,

Você só leva o que é,

E deixa tudo que têm.


Preferir a vaidade,

Idolatrar a matéria,

Revivendo na miséria,

Toda sua prioridade,

Mostrar pra sociedade,

Exuberância também,

A soberba o mantém,

Abaixo do rodapé,

Você só leva o que é,

E deixa tudo que têm.


No mundo material,

Tudo que for construído,

Aqui será destruído,

É renovação geral,

No mundo espiritual,

Que é chamado de além,

Não levamos um vintém,

Lá precisamos de fé,

Você só leva o que é,

E deixa tudo que têm.


Não adianta ter orgulho,

Achar que é bem melhor,

De riqueza ser maior,

Provocando mais barulho,

Vai se acabar no entulho,

Feito carniça também,

O mal que você contém,

Te servirá de tripé,

Você só leva o que é,

E deixa tudo que têm.



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