CONSTANTE VIGILÂNCIA - Roberto Ribeiro Reis


As colunas da Força e Beleza são capitaneadas por dois Obreiros atentos, os irmãos vigilantes, de cujas mãos ecoam o som pujante e disciplinador do malhete, essencial para a ordem e beleza de nossos trabalhos.

Inicialmente, há de se ater à etimologia da palavra vigilante. “Vigilância”: em Latim, significa VIGILANTIA, de VIGILARE, “tomar conta, estar acordado”. Por sua vez, esta palavra se originou de uma raiz Indo-europeia WEG-, “vigor”.

Logo, é preciso que os irmãos vigilantes tomem   conta das colunas, e que  estejam acordados durante os trabalhos, com o vigor   necessário, a fim de que os  trabalhos sejam, posteriormente, reputados como justos e perfeitos. 

Via de regra, isso é o que deve ocorrer em uma Oficina da Arte Real. Contudo, é preciso fazer uma análise esotérica acerca do tema vigilância. Nos profundos recônditos   de nossa alma, temos sido   constantes vigilantes?   

Estamos acordados, tomando conta de nosso patrimônio íntimo, com o zelo e dedicação necessários para o florescimento do jardim de nossa consciência?

O maior líder do qual a   humanidade tem   conhecimento vaticinava,   com ênfase: “conhece-te   a   ti mesmo”. Será que   temos observado esse   imperativo existencial, colocando-nos, diária e   exaustivamente, em   estado de contemplação   de nós mesmos?

Não raro, buscamos a resolução de nossos problemas em algum ambiente externo e material, menoscabando a importância que há de sermos construtores de nosso edifício mental e  espiritual.

Muitas das vezes, nossa vida parece desmoronar, especialmente quando as dificuldades se nos aproximam, e não temos equilíbrio emocional para lidar com elas.

Parecemos fazer ouvidos moucos à determinação e força que nos são ensinadas pelo simbolismo do malho; consequentemente, não temos tido êxito em cinzelar (aparar, mitigar, atenuar) as arestas (problemas e contendas do cotidiano). 

Tem-nos faltado a vigília e a oração, ferramentas indispensáveis ao nosso equilíbrio emocional e racional. 

Tudo o que fizermos em nossa vida deve ser dirigido à Glória do Grande Arquiteto do Universo. Não   olvidemos o fato de que o   Reino de Deus foi   estabelecido com estabilidade e força,  representando as duas  colunas pelas quais são  responsáveis os irmãos vigilantes. 

Logo, a cada cataclismo   que nos for  apresentado   em nossa marcha   evolutiva, que tenhamos a estabilidade e a força, primeiramente para enfrentarmos nossos fantasmas interiores,  para -somente depois- lutarmos   contra nossos inimigos   projetados pelo mundo material.

Roguemos Sabedoria ao Supremo Artífice dos Mundos! 




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