O ENTUSIASTA - Roberto Ribeiro Reis


Não raro, temos percebido que as pessoas têm andado mais apáticas, sonolentas, como que num profundo estado de letargia. O mundo à sua volta não parece ser mais atrativo, a não ser nas excepcionalíssimas situações nas quais o seu ego é agraciado com alguma premiação.

Ao homem tem sobrado reclamações, diariamente, enquanto o estado de gratidão é algo cada vez mais em desuso. Parece que o universo é obra de nosso personalismo e não de um Criador Benevolente, cuja misericórdia e amor são inexcedíveis.

Em nossa loja, encontramos a exceção das exceções: o valoroso Irmão Michael. Imaginem uma pessoa de um entusiasmo dantes visto. Da hora em que acorda –junto aos galináceos- até à meia-noite só observamos o bom ânimo e a disposição em servir, seja no trabalho, em nossa Oficina, nos ambientes sociais e, de maneira singular, em sua própria casa.

A nós, tem-nos parecido, cada vez mais, que a luz que foi apresentada a Michael exsurgiu plena e intensamente forte, pois jamais nos deparamos com um ser tão iluminado e abençoado! É aquele obreiro que chega aos lugares (discretamente), mas cuja ausência é sentida todas as vezes em que ele sai à francesa, com a discrição que lhe é peculiar.

A espiritualidade do irmão salta aos olhos, seja daqueles que têm o prazer de estarem ao seu derredor, família, amigos e irmãos, seja também daqueles que o conhecem pela primeira vez. Sua fala serena e ponderada é algo que chama atenção desde o mais erudito acadêmico ao mais simples analfabeto. 

O seu verbo é a personificação mais bela e esplendorosa, dado que se atém ao que lhe foi ensinado - sabiamente e desde cedo- pelos seus pais, e que ganhou força e vigor em nossa Sublime Agremiação.

Se todos nós nos espelhássemos na simplicidade e no espírito maçônico do Irmão, a vaidade, esse algoz implacável e impiedoso em nossas vidas, já estaria (senão morta) agonizando num leito de um Centro de Terapia Intensivo. 

Lado outro, se nós nos embebedássemos na rica fonte de seu conhecimento e sabedoria, teríamos grandes chances de sermos (de fato) obreiros úteis e dedicados, e não mais insistiríamos em sermos meros colecionadores de aventais, botons e comendas, adquiridas muitas das vezes pelo decurso do tempo, do que pelo mérito e busca pelo conhecimento.

Michael nunca foi dado às pompas e a todo ambiente blasonador, que geralmente permeiam e maculam o seio da Maçonaria; pelo contrário, ele prefere que se economize com tamanhas frivolidades, e que se invista em ações sociais, que podem mudar a realidade de tantos irmãos não abastados. 

Ele sonha -e como sonha- com a criação de um fundo destinado à realização de cursos profissionalizantes e que também possa servir de apoio quando das catástrofes naturais, que amiúde têm assolado nosso país. Para isso, ele reputa dispensável o celeiro das suntuosidades, e conclama a Maçonaria a uma participação efetiva junto à sociedade civil.

Haveria no mundo um horizonte de oportunidades, se todos tivessem a mentalidade do nobilíssimo irmão. 

Esse marasmo social – que se constitui um inexorável flagelo para o homem – daria lugar ao Templo da Esperança, da Paz, da União de todos os povos e, especialmente, da Luz.

Elevemos nosso pensamento ao Arquiteto Supremo, na ânsia incontida de que sejam iniciados outros mansos de coração e puros de espírito feito Michael...

Obs. : 

Homenagem a um valoroso Irmão, Michael Winetzki, que se destaca pela humildade, e que nos ensina pelo seu reto exemplo. 




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ARBLS Esperança e União, 2358

Or. '. Rio Casca-MG

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