outubro 28, 2023

DONA DE MIM - Roberto Ribeiro Reis


Curvo-me a teus pés. Não o faço por medo ou subserviência. Venero-te de modo incalculável, tal qual o filho que se rende às determinações do Pai Maior, certo de que os regramentos dEste são os melhores para sua vida.

Guardo-te no recôndito de minh’alma e, simultaneamente, tu estás bem dentro de meu coração. Ocupas tanto a minha cabeça, que pareço um jovem apaixonado pela primeira vez, e que não tem outro pensamento senão o de te encontrar, dia após dia.

Amo-te imensamente, pois me permites a liberdade do pensamento, concede-me a manifestação autêntica da expressão, e buscas me ajudar a percorrer pelo indevassável caminho da luz.

És dona de mim! A tua destra me conforta nos momentos de desespero ou desequilíbrio; o teu abraço é tão pujante, que nele encontro um porto seguro capaz de mitigar o torvelinho de pensamentos negativos, que tentam me vencer, a todo custo.

O teu colo oferece aconchego, e no teu seio encontro os nutrientes de que preciso para me desenvolver; é verdade que ainda engatinho pela estrada ampla das facilidades e das desilusões, mas a tua disciplina faz-me voltar para o centro de mim mesmo, ocasião em que restabeleço meu equilíbrio.

Tens a mestria e a desenvoltura que tudo me ensina, buscando moldar minha conduta; todavia, não me obriga a tomar determinada escolha, deixando a cargo de meu livre-arbítrio a decisão eleita.

Continuas a tolerar o rosário de imperfeições de que sou feito, e jamais fizestes acepção de pessoas, discriminando-as ou segregando-as. Ao contrário, teu magistério é balizado na inclusão e na equidade, e tua divisa maior sempre será o amor (incondicional) ao próximo.

Soberana Maçonaria! Tua opulência não se traduz nas coisas afetas à efemeridade da matéria, mas tem vínculo indelével com a imortalidade da alma, e com o mundo das sutilezas. Tu vens de uma dimensão esplendorosa e singular, que se encontra sob os auspícios de um Ser Inefável e Incognoscível, mas cuja luz, amor e graça são sentidos por todos nós, misericordiosamente, em nosso mísero e pecaminoso templo interior.


 


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