OS TRES ULTIMOS DESEJOS DE ALEXANDRE "O GRANDE" - Joab Nascimento

I

Nessas humildes palavras,

Eu só quero bem frisar,

Quem vive pra ter ganância,

E só pensa em enricar,

Não é dono da riqueza,

Nada daqui vai levar.

II

Nem sequer seu ataúde,

Tem direito a escolher,

O que vai cobrir seu corpo,

Não tem como ele saber,

Tudo na terra é deixado,

Riqueza, força e poder.

III

Quem na vida é apegado, 

Aos seus bens materiais,

Quem não gasta um tostão,

Com avareza demais,

É escravo da riqueza,

Nas camadas sociais.

IV

Na terra aqui existiu,

Um Rei muito poderoso,

Conquistou vários impérios,

Estrategista, astucioso,

Nos deixou como legado,

Um exemplo valoroso.

V

O Rei Alexandre, "O Grande",

Já ferido mortalmente,

Tinha tudo planejado,

E gravado em sua mente,

Mostrou sua honestidade, 

E honradez pra sua gente.

VI

Quando à beira da morte,

Pouco antes de morrer,

Alexandre convocou,

Seus generais pra dizer,

Os 3 últimos desejos,

Teriam que obedecer.

VII

O primeiro dos desejos,

Que ele exigiu então,

Que os médicos do império,

Conduzissem seu caixão.

Os generais anotaram,

Sua reinvidicação.

VIII

O segundo dos pedidos,

Ele falou com franqueza,

Tudo que foi conquistado,

Seus tesouros de riqueza,

Deixassem pelo caminho,

Sem pena, sem avareza.

IX

Até a chegada ao túmulo,

Sua fortuna espalhada,

Ouro e pedras preciosas,

Toda prata conquistada,

Que tudo fosse mostrado,

E não escondessem nada.

X

O seu terceiro pedido,

É de admirar agora,

As suas mãos limpas fossem,

Colocadas para fora,

Balançando com o vento,

Na hora que fosse embora.

XI

Ele também partiu nu,

Só um pano a lhe cobrir,

Todos nascemos despidos,

Despidos vamos partir,

Toda sua vestimenta,

Outro corpo irá vestir.

XII

Quando um dos generais,

Perguntou admirado,

Os desejos anormais,

Que ele tinha ordenado,

Quais razões desses pedidos?

Tudo era algo inusitado!

XIII

Alexandre muito sábio,

Olhou-lhe discretamente,

Usando de inteligência,

Respondeu-lhe francamente,

O que por mim foi pedido,

Vou lhe explicar calmamente.

XIV

Os médicos desse império,

Vão poder me transportar,

Até minha sepultura,

Para o povo irão mostrar,

Contra a morte não há cura,

E ninguém pode salvar.

XV

Mesmo que a medicina,

Seja um ato de candura,

Com toda sua sapiência,

Pesquisa e estrutura,

Por mais que o médico tente,

Não tem o poder de cura.

XVI

Quero que minha fortuna,

Espalhadas pelo chão,

Mostre pra todas pessoas,

Que nada se leva então,

Todos bens materiais,

Aqui permanecerão.

XVII

As minhas mãos para fora,

Sob o vento a balançar,

Mostram para o meu povo,

Que nada vamos levar,

Sem nada, aqui chegamos,

Com nada vamos voltar.

XVIII

Chegamos de mãos vazias,

Quando na terra nascemos,

Construímos um Império,

Pelo Império nós morremos,

Tudo pertence a terra,

Nada daqui levaremos.

XIX

Alexandre faleceu,

Com muita jovialidade,

Nos autos, está escrito,

32 anos de idade,

Todos seus ensinamentos,

Ficará pra eternidade.

XX

A causa da sua morte,

Não existe conclusão,

Há diversas teorias,

Todas com explicação,

Muitas teses levantadas,

Mas não há comprovação.

XXI

O certo é que sua partida,

Deixou um mar de tristeza,

Causou grande comoção,

Pra toda sua fortaleza,

Ele era muito querido,

Homem rico de franqueza.

XXII

Os seus pedidos comprovam,

Qu'ele tinha desapego,

Às riquezas materiais,

Não tiravam-lhe o sossego,

Hoje inda serve de alerta,

Pra quem tem demais apego.

XXIII

Isso serve de exemplo,

Pra quem só pensa em ganhar,

Aquele que tem ganância,

Que só deseja enricar,

Toda matéria aqui fica,

Nada vai poder levar.

XXIV

Espero que esse cordel,

Sirva de exemplo e alerta,

E do sono que dormimos,

Chegue a aurora que desperta,

Nada é certo aqui na terra,

Só a morte que é certa.



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