O RIO DO ESQUECIMENTO - Roberto Ribeiro Reis


Sábio é o homem que consegue selecionar as lembranças e recordações que ficarão abrigadas nas prateleiras de sua memória. Ao bem fazê-lo, ele estará cuidando de sua saúde mental, consolidando o império de suas emoções e mitigando todo e qualquer sentimento inferior.

Não raro, temos percebido o quão rancorosas, odiosas e magoadas têm estado as pessoas. Seja por uma simplória discussão envolvendo futebol, política ou religião, seja ainda por uma triste palavra mal empregada numa conversa, logo se de deflagra uma guerra sem precedentes. O caos se instala no coração do homem que, incontinenti, vomita suas desilusões e amarguras em cima do próximo.

Felizmente, essa beligerância quase gratuita não ocorre no seio de nossas lojas maçônicas. O maçom carrega consigo a chama ardente e indelével da tolerância e da indulgência, razão pela qual é considerado um homem distinto e de nobres sentimentos. Sua mente só é alcançada por pensamentos positivos, e a cada instrução recebida em oficina ele torna-se enlevado, ante a riqueza de tantos ensinamentos.

O Obreiro Real não se rende às armadilhas dos sentimentos inferiores; desde sua iniciação, ele continua a se banhar no rio do esquecimento, onde ele se depura, renovando sua alma e enriquecendo-se de serenidade.

As águas sujas do rancor ou do ódio jamais chegam ao seu encontro. Ele está imune a qualquer tipo de contaminação, e sua alma é de uma translucidez inconfundível, dantes vista. Ele tem a consciência de que, agindo com a fé raciocinada e um bom coração, seu próximo destino será um oceano de inexaurível paz, graça e amor.

Amados Irmãos! Purifiquemo-nos, dia após dia, nas correntezas inefáveis que nos são oferecidas pela Excelsa Ordem. Alimentemos nossa mente de boas vibrações, busquemos propagar o verbo de amor, experenciemos a prática das boas ações.

Tudo o que se encontra ao nosso derredor nos foi dado com fartura e extrema abundância. Seria desarrazoado de nossa parte não devolver algo ao Criador – compartilhando o que de melhor temos com os Irmãos, Iniciados ou profanos – as infindáveis bênçãos que temos recebido, desde o dia em que nascemos.

Não será através da imersão nos mares da ignorância, do ódio, do desamor e da intolerância que conseguiremos refletir a Luz emanada pelo Supremo Arquiteto. Precisamos ascender à superfície, a fim de que o sol da esperança nos traga o calor da certeza de que o esquecimento do mal só abre espaço para o recebimento do bem.


Todas as vezes em que formos confrontados pela visita dos maus sentimentos, cujo objetivo exclusivo é o de solapar a nossa paz de espírito, busquemos o refrigério nas águas transluzentes do rio do esquecimento. 

Experimentaremos uma serenidade inexcedível, digna de quem aspira viver À.’. G.’. D.’. G.’. A.’. D.’. U.’.





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