JOÃO RAMALHO - O PATRIARCA DOS PAULISTAS



João Ramalho Maldonado foi um aventureiro e explorador português. Viveu boa parte de sua vida entre índios tupiniquins, após chegar no Brasil em 1515. Foi, inclusive, chefe de uma aldeia, após se tornar amigo próximo do cacique Tibiriçá, importante líder indígena tupiniquim na época dos primeiros anos da colonização portuguesa no Brasil. Teve um papel importante na aproximação pacífica entre índios e portugueses, principalmente na chegada de Martim Afonso de Sousa no Brasil, com quem se encontrou no território de São Vicente, e criou grande amizade. Vivia no povoado de Santo André da Borda do Campo, que em 1553 foi transformado em uma vila pelo governador-geral do país na época, Tomé de Sousa. Ramalho foi vereador e alcaide (prefeito) da vila. 


Em 1562, João Ramalho foi designado a capitão-mor da Praça ou de São Paulo (uma espécie de protetor da região) por decisão popular, e lhe teve atribuída a tarefa de comandar a resistência da vila.  Ao lado de Tibiriçá, Ramalho e o povo de São Paulo conseguiram repelir os índios que cercaram a região. Teve relações com várias mulheres indígenas, mas sob influência do Padre Manuel da Nobrega casou-se com Bartira, filha de Tibiriçá, maior chefe guerreiro da região, batizada de Isabel Dias, tiveram nove filhos juntos, e dessa união descendem inúmeras das mais tradicionais famílias paulistas atuais.


João Ramalho deixou como descendentes a chamada dinastia de mamelucos, filhos de portugueses com indígenas, e teria recebido apelidos como o pai dos paulistas e o fundador da paulistanidade. Entre as famílias tradicionais fundadoras de São Paulo de Piratininga (em 1554) que se misturaram com os descendentes de João Ramalho, destacam-se, entre outras: os Leme, Prado, Almeida, Castro, Monteiro de Castro, Almeida Prado, Silva Prado, Castro Prado, Cardoso de Almeida, Pinheiro Guimarães, Bueno da Silva, Furquim, Castanho, Almeida Castanho, Freitas, Cunha Gago, Cunha Bueno, Dias, Botelho, Arruda, Arruda Botelho, Afonso Gaia, Rendon, Moraes Antas, Fernandes Reis, Fernandes Gonçalves Reis, Fernandes , Gama, Nogueira da Gama, etc


Fonte: A Capital da Solidão: Uma História de São Paulo das origens a 1900.

Ref Terra de Santa Cruz

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