MISANCENE DA ARTE REAL - Roberto Ribeiro Reis

Meus amados Irmãos! Felizmente, a Maçonaria ainda figura como uma instituição discreta – nem tão secreta – cujo desiderato maior é o de promover o aperfeiçoamento constante de seus membros e, via de consequência, tornar esse mundo um pouco menos indócil.

As pessoas que ali se congregam visam fazer com que a paz, a harmonia e a concórdia sejam as bases sólidas que sustentem não somente a loja, mas o coração de todos os obreiros.

Lado outro, a Maçonaria tem sofrido com pecha de ser gananciosa e eminentemente financista, haja vista os últimos episódios, que têm deflagrado uma disputa desmesurada pelo poder econômico, em detrimento de todas as leis e preceitos dos quais temos nítido conhecimento.

Nas grandes capitais, é claro que com as devidas exceções, vive-se a Maçonaria ostentação, cujo escopo precípuo não é o de estudar, instruir, e progredir intelectualmente, mas sim o de levantar templos nababescos à (des)virtude.  Os valores morais, espirituais e filosóficos têm soçobrado ante a ambição descontrolada de verdadeiros mercenários.

O corolário lógico dessa triste realidade é que a Maçonaria de hoje parece não ter a força da qual era detentora, há algum tempo. Em alguns “orientes” do Brasil (como se o Oriente não fosse único) tem acontecido o que se convenciona chamar de “misancene da Arte Real” ou, trocando em miúdos, a pseudo maçonaria, um jogo de cena, uma triste farsa, uma impressão que se quer passar somente para uma plateia de leigos, ou de não tão leigos que desejam ser enganados. Fujamos desses cruéis desenganos, defenestremos de nossos Templos (físicos e interiores) tudo que vá de encontro à Verdadeira (e nada dissimulada) Arte Real.

Com efeito, profanos travestidos de Maçons têm menoscabado a Sublime Ordem, agindo em total contrariedade ao que lhes foi passado, mesmo após terem sido apresentados à luz, pela qual nutrem profunda aversão. Fato é que insistem em ter asilo nos engenhos das sombras, e delas não mais desejam sair. 

A Maçonaria, enquanto Arte Real, jamais será essa instituição nefasta e de ideário teratológico, como alguns “profanos de avental” pretendem torná-la. Ela é essencialmente filosófica, iniciática e progressista, rechaçando qualquer conduta ou pensamento que contrarie seus princípios éticos e morais!

O metal que nós desejamos é aquele suficiente para a nossa subsistência, e que também nos proporcione o auxílio ao próximo; tudo o que extrapole esse sentimento vai de encontro ao que preceituam nossas leis e códigos espiritualistas de vida.

Em nosso altar dos juramentos, qual seja, no imo de nossa alma, encontra-se ávido e pulsante o desejo de sermos pessoas um pouco mais evoluídas, predispostas ao enfrentamento das mazelas que nos afligem, e que também consigamos ser mais misericordiosos conosco mesmos e para com o próximo.

Desta feita, não buscamos edificar nossa casa sobre o areal da ganância e do egoísmo, pois somos sabedores de que certamente ela desabará; na verdadeira Maçonaria – a que preza o sagrado em desfavor da matéria - edificamos nossa casa espiritual sobre a rocha, pois temos a fé e a convicção de que ela restará inabalável, assim como inabalável é a Arquitetura do Senhor do Universo.

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