junho 04, 2024

CORPUS CHRISTI EM FACE DO CAINISMO - Ivan Froldi Marzollo




 O signo velado do Cavaleiro Rosa Cruz sob a Luz dos elementos_ 

A relação entre Corpus Christi e a maçonaria é uma questão complexa e varia de acordo com as crenças e opiniões individuais. 

Transubstanciação é a mudança da substância do pão e do vinho na substância do Corpo e Sangue de  Cristo no ato da consagração. A doutrina — adotada pela Igreja Católica — defende e acredita na Presença Real de Cristo na Eucaristia. As Igrejas Luteranas e Calvinistas creem na Presença Real, mas não na Transubstanciação. A crença da Transubstanciação se opõe à da Consubstanciação, que prega que o pão e o vinho se mantêm inalterados, ou seja, continuam sendo pão e vinho.

O termo é a conjunção das palavras latinas trans (além) e substantia (substância),  sob outro viés o cainismo ou caimismo foi uma seita gnóstica cristã do século II, considerada herética, que venerava Caim como filho de um espírito superior àquele que teria engendrado seu irmão Abel. Para os cainitas, Caim foi a primeira vítima do Demiurgo, uma divindade intermediária criadora do mundo material, inferior a Deus. Segundo eles, o Deus do Antigo Testamento não poderia ser o mesmo proclamado por Jesus, pois enquanto este último seria piedoso, benevolente, amoroso, aquele seria vingativo e cruel.

Recentemente, foi concluída a tradução de um texto atribuído aos cainitas do Evangelho de Judas, no qual existe um relato conciso do relacionamento entre o Messias e Judas, a quem teria sido confiada a mais dura de todas as missões: liberar o Cristo de sua envoltura humana.

Se a base desta seita tivesse sido adotada a doutrina Cristã deixaria de ter sua fundamentação no pecado e a tradição da traição de Judas teriam lentes de um herói que cumpriu uma missão. 

A Maçonaria em respeito a todas as religiões tem o devido cuidado para não deixar penetrar nos umbrais de suas portas e adentrar nos Templos a moral cristã,  pois esta trabalha com a Árvore do bem e do mal e a Maçonaria diverso disso trabalha com a Árvore da Vida ; ao passo que aquela se baseia no maniqueismo onde o bem está de um lado e o execrável mal está em outro nós Peregrinos da Arte Real trabalhamos com o dualismo.  É uma pena que as vezes observemos córneas débeis confundindo este sublime ensino,  assim como vemos pessoas  erguendo a bandeira Rosa Cruz fazendo parte de um sincretismo chamado Antiga Mística Ordem Rosa Cruz por desconhecerem que isso não é rosacrusismo e os adeptos do conceito de que Lúcifer  o portador de luz ...

Os quatro elementos conhecidos na Antiguidade eram: o ar, o fogo, a água e a terra.

Em todas as teorias cosmogônicas do mundo antigo, existe a ideia de um elemento primordial, do qual derivariam todos os demais elementos.

O mais antigo conceito relativo a essa idéia é aquele associado aos trabalhos do sábio grego Thales, de Mileto, que considerava a água como elemento fundamental.

Na Grécia mesmo, todavia, muitos filósofos defenderam ideias diferentes.

Anaxímenes afirmava que o elemento primordial era o ar, já que ele podia ser condensado, formando nuvens e chuvas, cujas águas, evaporando, formavam, novamente, o ar, deixando um resíduo sólido de terra.

Heráclito, com base no mitraismo persa, que via a manifestação do poder divino no fogo, defendia a teoria desse elemento, afirmando que tudo, no mundo, está em constante transformação e que o elemento que pode provocar as mais intensas transformações é o fogo.

Feresides escolheu, como fundamental, o elemento terra, pois, afirmava ele, ao se queimar um corpo sólido, obtém-se água e ar.

Aristóteles, finalmente, defendendo uma concepção de Empédocles, afirmava que esses quatro elementos eram fundamentais e que todos os corpos eram formados por combinações deles.

Todavia, assim como os antigos discípulos de Zoroastro, ou Zaratustra, na antiga Pérsia, os hermetistas, os alquimistas e os Rosacruzes consideravam o fogo como o símbolo da divindade, já que, esotericamente, ele é o único elemento cósmico, daí as denominações de fogo fluídico (o ar), fogo líquido (a água), fogo sólido (a terra), e fogo sideral (o próprio fogo), dadas aos quatro elementos.

A Cabala hebraica aplica a expressão fogo branco ao Infinito Incognoscível de Deus (o Ein Soph) e a expressão fogo negro à sabedoria e à luz absoluta (a cor negra é o resultado da absorção detoda a luz).

Os antigos rosacruzes possuíam uma cerimônia chamada fogo novo, que era celebrada no sábado de aleluia, em homenagem à ressurreição de Jesus.

Tudo o que existe é filho do fogo e é através dele que tudo se renova; daí a máxima hermética Igne Natura Renovatur Integra (o fogo renova toda a Natureza), cujas iniciais, *I.N.R.I.*, já foram usadas com diferentes sentidos, inclusive pelo cristianismo.

As idéias de Aristóteles, básicas para a alquimia e úteis na astrologia, eram ensinadas nas escolas de pensadores de Alexandria, no Egito.

Nela, se deu a fusão entre as práticas egípcias e as teorias gregas, mais tarde desenvolvidas pelos Árabes.

Estes, ao conquistar, em 642 a.C., o Egito, trouxeram, para o Ocidente, a nova contribuição à cultura da época.

O Cavaleiro buscando a iluminação e a observância dos significados dos elementos  chegará a Mestria e a compreensão de seu próprio templo e assumirá assim seu lugar junto à construção do Edifício Social sob a égide  "Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome" em Honra e Glória ao Grande Arquiteto do Universo .

Um aspecto genérico da criação é a sua mortalidade, pois nos três reinos a vida é passageira, até no reino mineral; o período da vida poderá ser curto ou prolongado, mas jamais eterno.

As crenças religiosas aceitam a imoralidade no seu tríplice aspecto: da matéria, do espírito e da alma.

Exemplificado pelo arrebatamento do profeta Elias e de Jesus, de Buda a Maomé, muitos aceitam que a matéria pode “subir” a outros planos, ou no reino dos céus, sem destruir-se.

São conceitos muito íntimos que possui fé suficiente para aceitar a profecia evangélica de que os justos, ao final dos tempos, serão “arrebatados”, deixando, assim, de passar pela morte, que constitui um “castigo”.

A Maçonaria não combate a imortalidade material, porém fixa a sua posição na imortalidade do espírito e da alma.

Todo homem repele a morte e, inconscientemente, convence-se de que é imortal.

O maçom deve viver essa esperança, uma vez que na “passagem” de um estado de consciência para outro, muito do misterioso será esclarecido.

Viver corretamente sempre indica uma posição privilegiada como um “passaporte” para a vida futura, do além, do Oriente Eterno.

A imortalidade é um prêmio; logo, todo esforço na luta de uma conquista é válido; a Maçonaria ensina a imortalidade através das Artes liberais pois são as formas do homem se perpetuar na memória 

O Grande Mestre Jesus está presente diuturnamente quando exercemos a plenitude da consciência desenvolvendo nossa mestria .


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