maio 22, 2025

A SEMÂNTICA DA "FÉ" NA LÍNGUA PORTUGUESA - Newton Agrella


Observe como pulsa de maneira tão intensa a vida das palavras.

Senão vejamos, como exemplo legítimo disto a  palavra FÉ.

Antes de qualquer coisa, cabe registrar que este substantivo abstrato, não precisa estar necessariamente vinculado a uma religião.

O referido vocábulo tem sua raíz etimológica a partir de "FIDES" em Latim,  que quer dizer "confiança" (cum fides).

Em outros contextos FÉ possui os significado de crença, promessa, juramento, sempre de acordo com as circunstâncias temáticas.

É inegável que esta palavra tão curta na nossa língua portuguesa, composta de duas letras, dois fonemas e uma única sílaba detém um expressivo significado na vida de cada pessoa.

O vínculo divinal que ela produz é tão intenso que na sua essência anímica e espiritual ela é traduzida como uma "crença inabalável", que denota uma relação que não exige provas concretas, materiais ou documentais entre o Homem e Deus.

A FÉ estabelece um vínculo irrefutável, dogmático e incontestável.

Trata-se do conceito de "verdade absoluta", interpretada e obedecida sob ritos e formas que cada religião apregoa.

Contudo, se por um lado a FÉ se revela sob a luz de um Princípio Criador e Incriado do Universo, fazendo com que o Ser Humano a cultive e faça dela um porto seguro e um amortecedor para o alívio de todas as suas dores e sofrimentos, por outro lado, ela de algum modo, tem o poder de constranger a muitos, a liberdade de buscar no legítimo exercício do pensamento, da especulação e do raciocínio a busca do conhecimento sob a égide filosófica ontológica e antropocêntrica, como é o caso da Maçonaria.

Parece claro que os caminhos para a evolução humana permitem que sejam percorridos através de duas paralelas que congregam identidades distintas:

Pela FÉ, como instrumento religioso de caráter divinal.

e

Pela RAZÃO, como ferramenta para o aprimoramento da consciência.

Ser livre significa ter a primazia de poder acreditar no transcendental que a alma oferece, bem como na própria condição hominal que o cérebro nos faculta.



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