Viver é uma arte. Conviver é uma filosofia.
Hoje em dia, com o acirramento das discussões políticas, o que mais se vê são posições antagônicas que acabam gerando distanciamento e até o rompimento de relações quando a discussão toma rumos muito agressivos.
E o que observo é que as discussões políticas são sobre pessoas que nem sabem que existimos e que, muitas vezes, mudam de opinião, deixando-nos pendurados pela brocha.
O que mais se vê nas redes sociais são discussões, principalmente sobre política, que terminam com agressões e xingamentos.
Saber discutir de forma respeitosa é uma atitude importante em diferentes momentos de nosso dia a dia: seja na escola, com professores e colegas ou em casa com a família.
Vivendo em sociedade, estamos sempre em meio a debates que exigem nossa opinião. Concordar é uma atitude mais fácil de ser compreendida do que discordar, mas nem sempre partilhamos do mesmo ponto de vista do outro. Sem contar que as opiniões contrárias também são essenciais para que haja transformação. Basta que sejam formuladas de maneira responsável e construtiva.
O respeito é fundamental, e para isso não devemos levar nada para o lado pessoal, mantendo o bom nível, falando em primeira pessoa – hoje o que mais se verifica é a expressão “a gente”, levando tudo para o impessoal. Devemos escutar, exercitando a escutatória, como bem ensinou o professor Rubem Alves – além de ter paciência e manter a calma.
Para que isso aconteça, segundo um estudo publicado na revista Cognitive Science, em vez de tentar “vencer” uma discussão, o ideal é discutir para aprender — isso torna as outras pessoas mais receptivas e evita que se sintam atacadas. Ou seja, quando desafiamos alguém diretamente, é pouco provável que essa pessoa mude de opinião. Em contrapartida, se mostramos que queremos aprender, ela também tende a estar mais aberta ao diálogo e à mudança. Os pesquisadores também explicam que “as pessoas ajustam sua avaliação da verdade para que ela seja coerente com os objetivos de sua mentalidade argumentativa específica”.
A palavra comportamento tem origem na locução latina “cum me porto”, que pode ser traduzida por “como me porto”. Comportare é composto por cum = junto e portare = carregar, de onde tolerar, resistir, manter, consentir. É a forma como uma pessoa age ou reage em resposta a estímulos internos ou externos. É um conceito que envolve a relação entre o sujeito e o ambiente.
Como o ser humano é complexo por natureza – e o nosso comportamento varia no tempo e no espaço, às vezes, sem nenhuma lógica –, o estudo do comportamento acabou merecendo uma visão científica, envolvendo áreas de estudo multidisciplinares, coo a psicologia, sociologia, antropologia e outras ciências sociais. Um dos principais aspectos do comportamento é a capacidade de aprender e de mudar.
São vários os fatores que influenciam o comportamento: fatores internos, como a biologia, a personalidade, os valores e as crenças da pessoa, e fatores externos, como o ambiente, a cultura, a educação e as experiências da vida.
As ciências comportamentais são um campo interdisciplinar que busca entender e explicar o comportamento humano. Elas combinam conhecimentos de diversas áreas para oferecer uma compreensão holística dos fatores que moldam as ações e decisões humanas. Ao examinar padrões de comportamento, motivações e influências do contexto e dos grupos aos quais as pessoas pertencem, as ciências comportamentais dão respostas sobre o que impulsiona nossas escolhas cotidianas.
Quer dizer, o assunto evoluiu a ponto de merecer atenção das ciências, então o que falta é o entendimento adequado e o comportamento próprio para que tudo se faça de forma respeitosa e até carinhosa – o que seria o ideal.
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