julho 01, 2025

A AGUIA É SIMBOLO DO ZÊNITE - Bruno Bezerra de Macedo


A águia simboliza força, coragem, sabedoria e visão, além de representar a conexão com a essência divina e a capacidade de superar desafios. É frequentemente associada à proteção espiritual, vitória e à elevação espiritual. Sua visão aguçada e capacidade de voar alto a tornam um símbolo de sabedoria e discernimento, com a habilidade de enxergar além do óbvio. 

O Totem da Águia representa a conexão com a nossa essência divina. Sua presença evoca força de vontade, lucidez mental e a clara luz da Sabedoria. Ela nos ensina a adentrar a dimensão do Vazio, para que a inteligência suprema possa nos preencher e inspirar. A águia voa livremente, representando a liberdade, a elevação espiritual e a busca por propósitos maiores. 

A águia simboliza nobreza, majestade, liberdade, agilidade e outras virtudes. É vista como um mensageiro divino, conectando o mundo terreno com o espiritual.  As Águias são a personificação do espírito do sol. Em muitas culturas, a águia é vista como um símbolo de proteção espiritual e vitória, trazendo segurança e força. Na cultura celta é símbolo do renascimento e renovação.

Considerada um animal Psicopompo, (do grego "psychopompós", união das palavras “psyché” que significa ‘alma’ e “pompós”, guia), ou seja, figura cuja função é guiar nas ocasiões de iniciação e transição, a águia é uma ave mediadora entre os reinos divino e o espiritual, e tal como a Fênix (renasce das próprias cinzas), pode ser considerada um símbolo de regeneração espiritual.

Para os antigos egípcios, era o símbolo da vida eterna. A capacidade da águia de renovar suas penas a torna símbolo a renovação espiritual e a transformação pessoal. A águia também é um arquétipo poderoso, representando características como liderança, determinação e visão estratégica.  Quem usa o símbolo da águia consegue encarar o medo do desconhecido e “voar além de seus limites”.

Na mitologia grega, a águia é o símbolo de Zeus, o mais poderoso dos deuses. Para o Xamanismo a águia é a guardiã do Leste (do Oriente), direção dos visionários, onde mora o fogo e local onde tudo se inicia. É onde buscamos a Visão.  Do Oriente, vem o conhecimento que enriquece corações e mentes por ele tocado, adornando de majestosa beleza e harmonia; fazendo reinar nos dias a plenitude do Amor.

A Águia é um dos símbolos do Cristianismo, ao lado do homem, leão e do touro. Esses quatro animais constituem o que a arte sacra chama de Tetramorfos, isto é, que representa os quatro pontos cardeais, que nos levam ao caminhar evolutivo, sob a égide das quatro virtudes cardeais, a saber: Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça. Lembra-nos que em tudo devemos buscar o quaternário.

Por ser símbolo do intelecto claro e da contemplação, já que o olhar da águia fixa a luz do sol, esse pássaro foi escolhido como símbolo de São João e de seu Evangelho. também conhecido como o "discípulo amado". João, filho de Zebedeu, da Tribo de Levi; e de Salomé, da Tribo de Benjamim, nasceu em Betsaida (Casa de Pesca) no dia 27 de Dezembro e teve uma vida plena e significativa.

João, que curiosamente nasceu bem no lapso temporal de ocorrência do solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), passando pela porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses, fidedignamente recebeu a Luz e a dimana com sabedoria, identificando-a com o Verbo e com o Amor.

O Evangelho João, vividamente espiritual, usa termos difíceis de compreensão numa linguagem que vai aos céus, por exemplo, vida eterna, verdade, amor, Espírito, nascer pelo Espírito, água viva etc. Voa para o alto, porque nele o Espírito Santo fala de forma vigorosa e contundente, porque ele paira nas regiões sublimes e elevadas da consciência assim como a águia que vive nas alturas.

A águia é símbolo do Zênite, uma ótima lembrança de sua própria capacidade de alcançar grandes patamares. Cabe lembrar que o Escorpião é único signo do zodíaco representado por três figuras distintas, uma para cada decanato. Ou seja, desde o próprio Escorpião, passando pela águia e indo até a fênix. Presentes nas mais antigas etnias e culturas humanas donde seu simbolismo chega até hoje.

Um paradoxo de Escorpião são as influências da água e do fogo exercidas através deste signo de elementos opostos, pois Escorpião, um signo aquoso, é governado pelo ígneo planeta Marte. Esta é mais uma indicação das propriedades místicas de Escorpião e do papel dele na regeneração que precede a iluminação, que somente ocorre quando os princípios água e fogo alcançarem união harmoniosa.

Neste toar, o Mestre-Amor ensina esta verdade a Nicodemos: a menos que o homem nasça da água e do espírito, não poderá entrar no reino de Deus (João 3:5), sendo o espírito o princípio do fogo. O fogo e o sol são frequentemente associados e compreendidos de forma semelhante devido à sua capacidade de emitir luz e calor. O Sol representar o "eu" interior, nossa essência e potencialidade.

Na filosofia, o Sol é frequentemente associado à consciência, à verdade e à busca pelo conhecimento. O sol do meio-dia é associado à sabedoria, pois, é o momento de clímax, força e clareza, tanto no sentido literal da luz máxima quanto em contextos culturais e espirituais. A metáfora do sol, presente na filosofia de Platão, relaciona o sol à ideia de verdade e ao conhecimento que ilumina a nossa compreensão.

A águia simboliza a transmutação do metal vil em ouro, ou seja, a transformação da substância impura em substância pura. Assim, essa ave mítica, associada aos elementos ar e mercúrio, simboliza a renovação, o (re) nascimento. É emblema do deus romano do Sol, Sol Invictus, Mitra (que em persa antigo significa luz, sol, misericórdia, amizade, amor.)  A águia, para Carl Gustave Jung, é o símbolo do pai.

A "águia" e o "zênite" são termos que se relacionam de diversas formas, tanto no sentido literal quanto simbólico. A águia, como ave de rapina, é frequentemente associada a atributos como força, visão, liberdade e poder. O zênite, por sua vez, representa o ponto mais alto no céu, o ápice de algo. Ao atingir o zênite, a águia demonstra a capacidade de superar desafios e alcançar o ápice de sua jornada.

Em suma: curiosamente, a Nebulosa da Águia, conhecida por seus "Pilares da Criação", regiões de intensa formação estelar, é um exemplo de objeto astronômico que se relaciona com a ideia de zênite, pois foi observada pelo Telescópio Espacial Hubble, alcançando o ponto mais alto em termos de observação espacial, o que reforça a conexão com a ideia de ápice e renovação. 

 


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