
PREFÁCIO PARA ADILSON ZOTOVICI
O soneto é
uma forma poéticas clássica e amada da literatura. Foi criado pelo poeta
italiano Giacomo da Lentini, no século XIII, caiu nas graças do grande poeta e
humanista Francesco Petrarca e ganhou popularidade entre como uma forma
literária elegante e profunda. O nome vem do italiano sonetto, que
significa "pequeno som" ao referir-se ao ritmo e à sonoridade
produzida pelos versos rimados.
Soneto é um poema de forma
fixa composto por catorze versos, sendo dois quartetos, um conjunto de quatro
versos e finalizado com dois tercetos, conjunto de três versos, com diversas
possibilidades de métrica, oferecendo uma harmonia agradável. Ele se
caracteriza por sua estrutura rígida e sua capacidade de explorar temas
complexos, como o amor, a morte e a natureza, em uma forma breve e
rítmica. Os sonetos clássicos apresentam versos decassílabos (10 sílabas
poéticas) ou alexandrinos (12 sílabas poéticas). Mas a criatividade dos poetas permite
compor sonetos com outro tipo de metrificação.
O maior expoente e divulgador
do soneto na Itália, foi poeta e humanista Francesco Petrarca que viveu no
século 14, e que deu a essa forma poética a estrutura rígida que conhecemos
hoje. Petrarca escreveu centenas de sonetos dedicados ao seu amor platônico,
Laura, explorando temas de amor idealizado e inatingível. Outras grandes expressões
foram o vate português Luiz Vaz de Camões e o inglês William Shakespeare. Embora
pareça simples é uma composição bastante complexa, que foi utilizada pelos
maiores poetas do mundo. Olavo Bilac e Vinicius de Moraes são grandes expoentes
deste tipo de poema no Brasil.
O irmão e confrade Adilson
Zotovici inovou neste tipo de poema enquadrando temas maçônicos em sonetos, com
um extraordinário domínio de vocabulário e métrica, o que o coloca, sem dúvida,
entre os maiores, senão o maior poeta da maçonaria em nossas plagas. Imaginação
fertilíssima, publica pelo menos dois sonetos todas as quartas-feiras, que são
lidos nos grupos de maçonaria de todo o país.
Este é o seu sexto livro, o
que configura uma obra de grande expressão e qualidade que enriquece a
maçonaria, a literatura brasileira e as academias às quais pertence, com todos
os méritos. Mais do que comentar é fundamental ler, e saborear o ritmo, as
rimas, a construção vocabular e linguística que define um poeta, assim como
canta Florbela Espanca e se aplica perfeitamente a Zotovici.
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
…
Michael Winetzki
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