setembro 03, 2025

SER SÁBIO É SER EXEMPLAR - Bruno Bezerra de Macedo



Ser sábio é conhecer-se a si mesmo. É compreender como você mesmo funciona, seja seu corpo físico, seus pensamentos, emoções e/ou sentimentos, pois desta clareza para entenderá seus limites e ampliará suas capacidades com a exatidão propiciada pelo inteligente emprego dos conhecimentos galgados ao longo de sua vida: o seu legado.  Legado graciosamente destinado às gerações vindouras na forma de exemplo.

Do latim sapere (que tem sabor) e do grego sofia (habilidade manual, ciência e sabedoria), percebemos que viver com sabedoria viver com sabedoria é conviver pacificamente com o semelhante, respeitando à enorme diversidade de evoluções, sem imposições ou julgamentos, pois, a sabedoria viceja a busca do que é essencial e não deixar que o urgente se sobreponha ao importante. É cultivar amizades.

Ser exemplar é uma qualidade que atrai e cativa amizades, pois pessoas inspiradas por bons comportamentos, princípios e caráter tendem a construir relações mais sólidas e significativas. Uma pessoa que age com honestidade e segue bons valores se torna um modelo positivo, atraindo companheiros de jornada que compartilham os mesmos ideais, pois, como o ferro afia o ferro, assim um amigo afio o outro. (1)

Pessoas com um comportamento exemplar inspiram os outros a serem melhores, criando um círculo de crescimento e desenvolvimento mútuo, como se fosse um jardim que floresce com o cuidado. O cuidado com o outro, como o de Pequeno Príncipe com a sua rosa (2), é fundamental para construir amizades verdadeiras. Atitudes de empatia e dedicação mostram que você se importa e se responsabiliza por aquilo que cativa.

Neste influxo, indaga Alexandre Fortes (3), a quem cabe a responsabilidade das nossas posturas? Segundo ele, o diferencial de qualidade se concretiza com o AMOR, com o respeito, com a humildade, com a tolerância, com a prudência, mas, principalmente, se robustece com a com continuada das manifestações virtuosas, que são a mais augusta identidade daqueles que se propõem a construir, pelo exemplo de si, um mundo melhor.

Somos responsáveis pelo que influenciamos, pois, nossas ações têm um impacto direto na formação de outras pessoas, especialmente crianças, influenciando suas crenças, autoestima e formas de se relacionar. Como aclara a neurociência, as emoções positivas não só melhoram as relações sociais, como também estimulam a confiança e a conexão, que são pilares da ocitocina e do bem-estar em grupo. 

Se possuímos a capacidade de sentir prazer, é porque esta emoção existe para um propósito. A felicidade diz respeito ao nível de satisfação com a vida e é levando uma vida virtuosa que alcançamos a felicidade, afirma Aristóteles (4). A virtude sempre está no meio-termo entre dois extremos viciosos e condenáveis (faltas e excessos). Quer dizer, fazer o melhor que você puder dentro do possível. 

Aterradoramente, hoje em dia as pessoas estão em busca de prazer, acreditando que o prazer e a felicidade são sinônimos ou que é apenas pelo prazer que alcançamos a felicidade. No entanto, apesar de apresentar um certo grau de prazer, a felicidade consiste em viver todos os aspectos da vida humana, dos agradáveis até os desagradáveis, entendendo que a felicidade repousa na como lidamos com estas emoções.

Por oportuno, indago: a inteligência é suficiente para discernir o Bem do Mal?  A inteligência emocional, ao desenvolver habilidades como autoconhecimento, autogestão, empatia e sociabilidade, dota os indivíduos da capacidade de construir pontes de entendimento em vez de muros, contribuindo para uma sociedade mais harmoniosa, onde as pessoas com e sem neurodesenvolvimento atípico prosperem num ambiente acolhedor e de apoio mútuo.

A inteligência emocional estimula a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, motivar as pessoas, praticar a gratidão e, este fazer, promove melhorarias na empatia, na comunicação e no relacionamento interpessoal, que são as bases da inteligência social que é habilidade de compreender as emoções dos outros e de interagir eficazmente com eles, imprescindíveis à inclusão social almejada.

Cumpre observar que a inclusão social requer um envolvimento e uma participação ativa de todos os setores da sociedade, um processo que pode ser entendido como "imersividade social", onde as pessoas se sentem acolhidas, respeitadas e parte do ambiente. Uma sociedade onde todos se sentem imersos e parte integrante do coletivo é uma sociedade mais justa, solidária e resiliente, que cava masmorras aos vícios. 

Uma sociedade ótima tem no respeito a sua base fundamental, pois, o respeito permite a construção de equidade, inclusão, cooperação, empatia e a garantia de direitos e oportunidades para todos os indivíduos, elementos essenciais para um convívio social harmonioso e forte diante das adversidades. O respeito é algo que se conquista através de atitudes e comportamentos consistentes e dignos de admiração, a que chamamos exemplo.

O exemplo vetoriza a transmissão de conhecimento e experiências, tanto pessoais quanto de terceiros, permite o aprendizado contínuo, a criação de novas ideias, a consolidação do conhecimento e o desenvolvimento de uma compreensão mais profunda e abrangente dos assuntos, tornando-se assim um processo construção de caráter, tanto para quem dá o exemplo quanto para quem o recebe, impulsionando crescimento da sabedoria individual e coletiva. 

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REFERÊNCIAS INSPIRADORAS

(2) Salomão (o amado), Provérbios 27:17 (século X a.C.)

(3) Antoine de Saint-Exupery, O Pequeno Principe (1943 d.C.)

(4) Alexandre L. Fortes, A quem cabe a responsabilidade das nossas posturas e ações maçônicas, Freemason.pt (2025 d.C.)

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