dezembro 31, 2025

UMA SOMBRA À LUZ DE IA - Aldo Vecchini



No início bastavam as ideias, papel, lápis ou caneta, um contexto e algum requinte, para compor. Depois vieram os recursos tecnológicos, algum filtro, outros softwares, e a possibilidade de autocorreção. Agora, as ferramentas com Inteligência Artificial (IA), destronaram o que já não serve mais…

É fantástico elaborar um prompt bem estruturado e observar o resultado solicitado, gerado por uma ferramenta com IA. Sabemos que a responsabilidade e a autoria é de quem inseriu a fonte, bem como a verificação do que foi produzido.

Obviamente que para esse assunto pode haver muita rejeição... E há! Porém, o tolerável é que haja critério, responsabilidade e ética no uso da IA, pois é assustador e contagiante os resultados apurados, e que ainda podem ser refinados, dependendo da proposta.

Iniciamos essa reflexão com uma lamparina na mão, em busca de clareza, pois se a IA está cada vez mais presente, como usá-la e manter a discrição nos comandos, resumos, arquivos e compartilhamento dos trabalhos?

Talvez as alegorias, as metáforas, o simbolismo tenham ganhado ressignificação, culminando em requinte e sofisticação nas composições autorais. Além dos bons costumes, somam-se a eles, criticidade e ética.

E por que o título traz os substantivos sombra e luz? Porque desde o início foi assim. A sombra ou escuridão deu lugar à luz… Fiat Lux!

E por analogia a IA, ilumina o cotidiano afugentando o que não serve mais. Em outras palavras, a cultura digital, num mundo digital ganha, velozmente, um lugar cada vez mais proeminente.

Solicitei, então, ao ChatGPT, que fizesse um resumo coerente e culto com o trecho até aqui. Vejam o resultado: *“O texto reflete sobre a evolução dos processos de criação, que passaram do uso exclusivo de ideias e instrumentos simples para a incorporação de recursos tecnológicos cada vez mais sofisticados, culminando nas ferramentas de Inteligência Artificial. Destaca-se o potencial da IA na produção de conteúdos, desde que seu uso seja pautado por responsabilidade, autoria consciente, verificação das informações e princípios éticos. Embora haja resistência à sua adoção, a IA revela-se um recurso poderoso, capaz de refinar resultados e ampliar possibilidades criativas. Por meio de metáforas como a oposição entre sombra e luz, o texto associa a IA ao progresso e à iluminação do cotidiano, enfatizando que, no contexto da cultura digital, ela ocupa um papel cada vez mais central e transformador”.* 

O que fazer agora? Além de alinhar à inovação, ressignificar os valores, ressaltar a ética nas produções autorais e encetar ações críticas, com filtros adequados para manter o alto padrão.

Não bastaria censurar? Queremos crer que seria uma placa de contramão para a liberdade de pensar e compor. Então, se aprendemos amiúde que, cada ser em si, deve pautar a discrição e a sensatez naquilo que produzir.

A essa altura, parece que a lamparina inicial já clareou de Alfa a Ômega… Não é nada disso! Apenas a ventilação de possibilidades e alternativas num cenário pra lá de conservador.

Mas a Maçonaria é progressista. Sim! No sentido de que seus membros façam da Arte Real, a edificação de pontes que aproximam distâncias, em lugar de muros que isolam e aprisionam.

Nem que para esses trabalhos os obreiros utilizem das ferramentas com IA. Se com pedra, madeira e arte; com mão de obra, ferramentas e sabedoria; com propósito, zelo e persistência, edificaram o Templo de Salomão, num passado distante, a bola da vez é a Educação Digital.

Prosseguimos nosso enredo pedindo: Luz! Permanecemos no modelo antigo como o viajante apoia-se no seu mestre e guia, dando provas de resignação e coragem, pois acredita que sairá vitorioso e iluminado.

Num contexto bastante complexo, recheado de vida e esplendor, é preciso serenidade e sapiência ao ceder lugar à inovação. Que nossa Secretaria de Educação Maçônica disponibilize meios e diretrizes para uso e compartilhamento de produtos gerados por IA.

Não pensamos, em hipótese alguma, em cerceamento da atividade de compor, antes, trata-se de disciplinar as escolhas e conteúdos que serão gerados por IA. Cada autor já é responsável, nato, pela ação criadora, porém, para preservar o sigilo e a discrição, essa arte pede um verdadeiro artesão.

Também não afirmamos que tudo o que for produzido será gerado por IA. Gostaríamos sim, de ver a inovação florescer, com critérios, justiça e equilíbrio, haja vista, a sua força transformadora, velocidade estonteante e resultado avassalador.

E na qualidade de formadores de opinião, com o compromisso de tornar feliz a humanidade, como passar indiferente diante de tanta inovação? Como esquivar-se da Educação Digital? Como atuar sem saber das potencialidades tecnológicas?

As ferramentas de trabalho são as mesmas, bem sabemos. Porém, na dimensão especulativa, de intenso labor intelectual, com o advento das tecnologias e recursos digitais, a Educação Digital é uma necessidade premente.

Isso porque, nalgum lugar, a qualquer tempo, por motivo sóbrio ou zoeira, alguém está distribuindo conteúdos gerados por IA, e compete a nós identificar as fake news, o bullying ou ainda a assertiva do produto veiculado.

Permanecemos vigilantes, com a mesma lamparina acesa, procurando e esperando mais clareza. Que outras contribuições corroborem ou sepultem essas ideias que nada tem de geniais, mas que conspiram com a inovação.

Será uma tendência? Pode ser! Asseveramos que anterior a qualquer antagonismo, que haja melhores ponderações e mais luz para essas reflexões. Desejamos que num ambiente cultural a censura seja a consciência do autor e que suas produções, sejam bem acabadas. Quiçá, revestidas de modernidade.



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