Ademar de Barros - médico e político ( Governador de Estado de SP)
Altino Arantes - político ( Presidente de Estado )
Afonso Celso ( Visconde de Ouro Preto ) - estadistaAlbuquerque Lins - político (presidente de Estado)Alcindo Guanabara - político e jornalistaAlvarenga - cantor popular (em dupla com Ranchinho)Amadeu Amaral - escritorAmérico Brasiliense - republicano histórico (Presidente de Estado)Américo de Campos - diplomata e jornalistaAntonio Bento - abolicionistaAntonio Carlos Ribeiro de Andrada - diplomata e jornalistaAntonio Carlos Ribeiro de Andrada III - político (Presidente de Estado)Aristides Lobo - republicano históricoArrelia - artista circenseArruda Câmara - naturalista e frade carmelitaAzeredo Coutinho - bispo, precursor da independênciaBarão do Rio Branco - historiador e diplomataBarão de Itamaracá - médico, poeta e diplomataBarão de Jaceguai - almirante, escritor e diplomataBarão de Ramalho - abolicionista e republicanoBarão do Triunfo - militarBasílio da Gama - políticoBenedito Tolosa - médico e professorBenjamin Constant - militar, professor e político ( "o pai da República" )Benjamin Sodré - almirante e políticoBento Gonçalves - líder da revolução farroupilhaBernardino de Campos - republicano histórico ( Presidente de Estado )Bob Nelson - cantor popular
abril 17, 2021
MAÇONS ILUSTRES COM AS LETRA A e B
abril 16, 2021
O RITUAL DA VELAS E A CROMOTERAPIA
Quase todas as tradições religiosas e rituais maçônicos utilizam-se de velas em determinados momentos, especialmente na abertura e encerramento. Embora muitos ritos tenham adotado lâmpadas elétricas que emulam velas, estas continuam a ser utilizadas como catalizadores de luz, ativados pela intenção, desejo e oração para criar iluminação espiritual. Devoção e mistério estão presentes no acendimento de velas, que simbolicamente fazem recair luz sobre os cantos “escuros da nossa vida” - “Pois o preceito é uma lâmpada, e a instrução é uma luz”, (Prov. 6, 23).
, A luz é um dos mais expressivos símbolos na maçonaria, pois representa (para os maçons de linha inglesa) o espírito divino, a liberdade religiosa, designando (para os maçons de linha francesa) a ilustração, o esclarecimento, o que esclarece o espírito, a claridade intelectual. A Luz, para o maçom, não é a material, mas a do intelecto, da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o Sol. Castellani diz que graças a essa busca da Verdade, do Conhecimento e da Razão, é que os maçons autodenominam-se Filhos da Luz; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos Aceitos, nasceu no “Século das Luzes”, o século XVIII.
No passado as velas eram feitas com madeiras resinosas ou cascas e galhos de árvores embebidos
em gordura animal e desprendiam um odor desagradável. Atualmente sua fabricação
evoluiu ganhando novas formas, cores e fragrâncias agradáveis..
Ao enfocarmos o lado místico e esotérico das velas, penetramos num
universo de símbolos e arquétipos, onde aparecem os quatro elementos básicos da
natureza: a parafina e os elementos
sólidos representam a terra; o pavio, ao entrar em combustão, evidencia o
elemento fogo que se manifesta também pela ação do ar; ao tornar-se líquida, a
vela então é água que se manifesta com sua fluidez e maleabilidade.
Podemos,
também relacionar as velas ao próprio homem, com a parte sólida relacionando-se
ao corpo físico; a parafina líquida ao sangue e aos elementos líquidos do
corpo; e o fogo caracterizando o espírito, com a função específica de manter a
união dos corpos físico, mental e astral.
, CROMOTERAPIA
A cromoterapia – energia curativa através
das cores – utiliza-se da vela como recurso
adicional de vibração, energia e luz:
Vermelho – a cor mais densa do espectro,
relaciona-se com a energia física,
traduzindo-se em sexualidade.
Laranja – emite vibrações de criatividade,
alegria e força mental.
Amarelo – energia espiritual, otimismo e
vitalidade. Na matéria, ativa o poder e
a luz pessoal e social.
Verde – energia de equilíbrio, saúde
física e estabilidade.
Rosa – energia angélica, amor
incondicional e calma.
Azul – energia da comunicação interna e
externa, intuição, sensibilidade,
identificação de oportunidades e expressão de talentos.
Marrom – energia da terra e dos bens materiais.
Branca – vibrações de paz, harmonia, purificação e unificação.
As formas
Atualmente, além da função original de
iluminar, as velas andaram ganhando novas formas e associando-se à radiônica.
Assim, podemos utilizar da energia
sutil emanada pelas figuras geométricas para a harmonização de ambientes e para a mudança ou manutenção de
condições físicas, emocionais ou
espirituais:
Quadradas
– representam a terra, a estabilidade da matéria, a intimidade, o lado oculto.
Seus quatro lados associam-se aos elementos básicos: terra, fogo, água e ar.
Utilizadas para afastar a timidez.
Redondas – representam as emoções, a
totalidade. Devem ser utilizadas para fortalecimento espiritual e emocional.
Liberam sentimentos.
Cilíndricas – concretizam situações. Deve-se
utilizá-las para obter sucesso em pedidos difíceis.
Triangulares e cônicas – simbolizam o
equilíbrio, a Santíssima Trindade, os aspectos físicos, espirituais e
emocionais do homem. O cone voltado para
cima está ligado ao desejo da transcendência. Usar em rituais de proteção
Estrela de cinco pontas – a manifestação
do homem enquanto matéria, o seu carma. Seu uso traz coragem para enfrentar
desafios.
Piramidais – recomposição geral do
equilíbrio físico e ambiental, através da revitalização da mente e das funções
cerebrais. Utilizar para proteção e captação de energias.
Espirais – de atuação constante, possuem
as mesmas propriedades das velas piramidais, triangulares, cônicas e estrela,
com a função adicional de dissolver ou precipitar situações.
Curtas – ajudam a energizar o ambiente,
eliminando lembranças negativas do
passado.
Longas – busca da sabedoria e bênçãos
divinas.
Os aromas
Na utilização das velas para efeitos
terapêuticos e de harmonização podemos
recorrer à prática dos conceitos da aromaterapia, através do uso de óleos
essenciais:
Felicidade
no amor – almíscar, cravo, rosa, jasmim, sândalo, canela.
Sexualidade em alta – patchuli, ópium,
dama da noite, maçã, canela.
Meditação
– rosa, violeta.
Limpeza do ambiente – eucalipto, arruda,
cravo, canela.
Fortalecer
a espiritualidade – rosa, violeta, alfazema, cedro.
Ajudar
nos estudos e no trabalho – jasmim, mirra, lavanda, sândalo.
Relaxar
o corpo – alfazema, flor de maçã
abril 15, 2021
MARY’S CHAPEL – A LOJA MAÇÔNICA MAIS ANTIGA DO MUNDO
Quem passa em Hill Street junto à porta nº 19, não deixa de reparar no invulgar do seu aspecto, desde as colunas jônicas laterais até um misterioso emblema gravado por cima da entrada, que tem sido motivo das mais desencontradas leituras por aqueles que desconhecem estar diante da Mary’s Chapel nº 1 de Edimburgo, a mais antiga Loja Maçônica ativa do Mundo.
Este emblema esculpido em pedra sobre a entrada principal portando a data 1893, nasceu de um projeto apresentado pelo Venerável Mestre Dr. Dickson no Lyric Club em 6 de Outubro desse ano e que se destinava a ser colocada aqui. Consiste num hexalfa dentro de um círculo tendo ao centro a letra G resplandecente.
O hexalfa ou estrela de seis pontas com dois triângulos opostos entrelaçados circunscrito pelo círculo designa a Harmonia Universal, a Alma Universal alentada pelo G raiado indicativo de Geômetra, o Grande Arquiteto do Universo, portanto, God ou Deus, que como Espírito (triângulo vertido) elabora a Matéria (triângulo vertido), ambos os princípios não prescindido um do outro (triângulos entrelaçados) para que a Grande Obra do Universo (a sua evolução e expansão incluindo todos os seres viventes dele) seja justa e perfeita, o que se assinala no círculo.
Em linguagem Maçônica, isso quer dizer que os trabalhos de Loja possuem retidão e ordem. Em linguagem hermética ou segundo os princípios de Hermes, o Trismegisto, significa “o que está em cima é como o que está em baixo, e vice-versa, para a realização da Grande Obra”.
Neste emblema aparecem também muitas marcas em forma de runas pictas (isto é, a dos primitivos habitantes da Escócia, os pictos, que estabeleceram o seu próprio reino) e símbolos de graus maçônicos que vêm a designar em cifra, correspondendo à marca Maçônica pessoal, os nomes dos Oficiais da Grande Loja da Escócia e da Loja de Edimburgo nesse ano de 1893 da qual esta Loja de Mary´s Chapel faz parte como número 1.
Com efeito, entre os triângulos e o círculo aparece a sigla LEMC nº1, “Loja (de) Edimburgo Mary´s Chapel nº 1”, e dentro dos triângulos 12 símbolos correspondentes aos 12 Oficiais desta Loja, enquanto os 4 símbolos fora do círculo designam os 4 Oficiais da Grande Loja presentes quando se aprovou esta peça artística. Como exemplo único evitando indiscrições, repara-se no H com o Sol Levante por cima: é a marca pessoal de George Dickson, Venerável Mestre desta Loja de Edimburgo em 1893.
Leva a designação atual de Loja de Edimburgo porque Mary´s Chapel (Capela de Maria), onde a Loja funcionou originalmente, não existe mais.
Ela foi fundada e consagrada à Virgem Maria, no centro de Niddry´s Wynd, por Elizabeth, condessa de Ross (Escócia), em 31 de Dezembro de 1504, sendo confirmada por Carta do rei James IV em 1 de Janeiro de 1505. A capela foi demolida em 1787 para a construção de uma ponte no sul da cidade.
Esta Loja é a número 1 na lista da Grande Loja da Escócia (estabelecida em 30 de Novembro de 1736) por lhe ser muito anterior possuindo a ata de uma sessão Maçônica datada de 31 de Julho de 1599, constituindo o documento maçônico mais antigo do mundo e num tempo de transição entre a Maçonaria Operativa e a Maçonaria Especulativa, posto a existência de esta Ordem poder repartir-se por três períodos distintos:
Maçonaria Primitiva (terminada com os colégios de artífices romanos, os Collegia Fabrorum);
Maçonaria Operativa (terminada em 1523);
Maçonaria Especulativa (iniciada em 1717).
Por este motivo, foi nesta Loja de Mary´s Chapel que William Shaw (c. 1550-1602), Mestre de Obra do James VI da Escócia e Vigilante Geral do Ofício de Construtor, apresentou os seus famosos Estatutos Shaw datados de 28 de Dezembro de 1598, apercebendo-se pelo texto que ele além de pretender regular sob sanções a Arte Real dos artífices, procurava estabelecer uma separação entre os maçons operativos e os cowan, isto é, profanos.
O fato de aqui se redigir uma ata Maçônica em 1599, pressupõe que a Loja é anterior a esse ano e estaria organizada e ativa desde data desconhecida.
Seja como for, esta também foi a primeira Loja Maçônica antes de 1717 a admitir membros que não fossem construtores: Sir Thomas Boswell, Escudeiro de Auschinleck, Escócia, foi nomeado Inspetor de Loja em 1600, o que constitui a primeira informação relativa a um elemento não profissional recebido em Loja de Construtores Livres.
Outros autores dão o nome como John Boswell, Lord de Auschinleck, admitido como Maçom aceito nesta Loja. Este John Boswell é antecessor de James Boswell, que foi Delegado do Grão-Mestre da Escócia entre 1776 e 1778.
As atas de 1641 desta Loja Mary´s Chapel igualmente indicam que maçons especulativos foram iniciados nela. Nesse ano foram iniciados Robert Moray (1609-1673), general do Exército Escocês e filósofo naturalista, Henry Mainwaring (1587-1653), coronel do Exército Escocês, e Elias Ashmole (1617-1692), sábio astrólogo e alquimista.
Reconheceu-se aos três novos membros o título de maçons, mas como não gozavam dos privilégios dos autênticos obreiros, pois o cargo era somente honorário, foram denominados como accepted masons.
Ainda sobre Robert Moray, Roger Dache, do Institut Maçonnique de France, informa que quando da sua iniciação Moray recebeu como marca Maçônica pessoal o pentagrama ou estrela de cinco pontas, muito comum na tradição dos antigos construtores, com a qual se identificou bastante e a utilizou nas assinaturas de diversos documentos.
Ainda sobre Elias Ashmole, G. Findel, na sua História da Maçonaria, diz que há uma confusão nas datas sobre a sua iniciação Maçônica: Ashmole terá sido iniciado em 16 de Outubro de 1646 numa Loja de Warrington, Inglaterra, mas o fato é que o próprio escreve no seu Diário ter sido iniciado em Edimburgo em oito de Junho de 1641.
Em 1720, o artista italiano Giovanni Francesco Barbieri apresentou na Loja Mary´s Chapel um trabalho lavrado, reproduzindo com muita fidelidade a Lenda de Hiram, ou seja, o fenício Hiram Abiff que era o chefe dos construtores do primitivo Templo de Salomão, em Jerusalém. Sabendo-se que esta Lenda foi incorporada ao ritualismo maçônico, cerca de 1725, conjectura-se que Giovanni possa ter sido um dos maçons aceites da época e que a Lenda já era parte da ritualística Maçônica em Mary´s Chapel desde muito antes.
Há ainda o registro da visita de Jean-Theophile Désaguliers (1683-1744) à Loja Mary´s Chapel em 1721, visita estranha do filósofo francês Vice-Grão-Mestre (em 1723 e 1725) da recém-formada Grande Loja de Inglaterra.
Os maçons escoceses duvidaram do seu estatuto e sujeitaram-no a rigoroso inquérito em 24 de Agosto de 1721, até finalmente acreditarem nele e aceitarem-no com as regalias do cargo. Seja como for, não parece que as pretensões de Désaguliers tenham obtido o êxito que procurava, talvez por motivos de recusa de sujeição dos maçons escoceses aos maçons ingleses, o que recambia para a antiga questão independentista.
Foram ainda iniciados nesta Loja de Edimburgo o príncipe de Gales, depois rei Eduardo VII (1841-1910), e o rei Eduardo VIII (1894-1972), que abdicaria do trono britânico para poder casar com a americana Bessie Wallis Warfield.
A caneta com que assinaram o documento da sua iniciação é conservada no museu desta Loja, que o visitante pode ver entre outros objetos relacionados com a longa história dos maçons de Mary´s Chapel.
Aqui fica, em síntese simplificada para o leitor não familiarizado com estes assuntos, a história da Lodge of Edinburgh nº 1 (Mary´s Chapel), aliás, desconhecida de muitos maçons apesar de ser a mais antiga da Escócia e do Mundo.
,
abril 14, 2021
A TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS
Há alguns anos, a Universidade de Stanford (EUA), realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas idênticas, da mesma marca, modelo e até cor, abandonadas na via pública. Uma no Bronx, zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.
Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta.
Mas a experiência em questão não terminou aí. Quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os pesquisadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto. O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. Por quê o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso ? Evidentemente, não é devido à pobreza, é algo que tem a ver com a psicologia humana e com as relações sociais.
Um vidro partido/quebrado numa viatura abandonada transmite uma idéia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação. Faz quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras. Induz ao “vale-tudo”. Cada novo ataque que a viatura sofre, reafirma e multiplica essa idéia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.
Baseados nessa experiência, foi desenvolvida a *‘Teoria das Janelas Partidas’*, que conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores. Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.
Se se cometem ‘pequenas faltas’ (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar com o sinal vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e delitos cada vez mais graves. Se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.
Se os parques e outros espaços públicos são deteriorados e progressivamente abandonados pela maioria das pessoas, estes espaços são progressivamente ocupados pelos delinquentes.
*A Teoria das Janelas Partidas* foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: lixo jogado no chão das estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro. *Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de ‘Tolerância Zero’. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.* A expressão ‘Tolerância Zero’ soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinqüente, pois também aos abusos de autoridade da polícia deve-se aplicar a tolerância zero. Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana. Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nosso bairro, na rua onde vivemos. A tolerância zero colocou Nova York na lista das cidades seguras.
*Esta teoria pode também explicar o que acontece aqui no Brasil com corrupção, impunidade, imoralidade, criminalidade, vandalismo, etc.*
Mais informações em https://en.wikipedia.org/wiki/Broken_windows_theory
D. PEDRO II E OS JUDEUS
Com a chegada da
Corte portuguesa ao Brasil, país hospitaleiro por excelência, processaram-se
diversas e rápidas mudanças e uma grande modernização na cultura estabelecida
da época. Desde o início do século XIX, tais mudanças já vinham sendo
observadas e viriam a favorecer os imigrantes de diferentes religiões,
proibidas ou mal recebidas até então.
Em 1810, foi
assinado o Tratado de Aliança e Amizade com o Reino Unido, o maior parceiro
comercial de Portugal, para favorecer os súditos ingleses que professavam a
religião protestante. No artigo XII do decreto rezava que:
-A religião
católica apostólica romana continuará a ser a religião do Império.
-Os vassalos
de sua Majestade Britânica não serão molestados por causa de sua religião.
-Todas as
religiões serão permitidas, em casas para isso destinadas, sem forma alguma
exterior de Templo e semelhantes a casas de habitação.
-Ninguém pode ser perseguido por motivo de religião, uma vez que respeite o Estado, e não ofenda a moral pública.
Se desde 1808, judeus marroquinos, fugindo de humilhações e até de confisco de
bens, já haviam começado a se estabelecer na Amazônia. O novo decreto veio
incentivar a vinda de mais e mais imigrantes judeus de várias nacionalidades,
principalmente ingleses e franceses. Além de Samuel & Philips, firma
inglesa cujos proprietários judeus faziam parte de um grupo de elite, composto
por industriais, profissionais liberais e comerciantes, Bernard Wallerstein, o mais
famoso deles, fundou na Rua do Ouvidor, Rio de Janeiro, uma elegante casa de
moda feminina que vendia desde calçados a jóias de grande valor, tornando-se o
maior fornecedor da Casa Imperial, por isso mesmo festejado e admirado.
Pouco a
pouco os judeus foram ocupando o seu lugar na sociedade, sendo que em 1824, com
a independência do Império do Brasil, e com a nova Constituição, que garantia
total liberdade religiosa, abriram-se as possibilidades aos imigrantes de se
estabelecerem definitivamente na nova pátria.
No segundo Império, D. Pedro
de Alcântara Imperador do Brasil, estudioso de línguas e grande admirador da
cultura judaica, cultivava várias amizades entre os judeus. Poliglota que era,
além do hebraico (que dizia ser sua língua preferida), falava francês, inglês, italiano,
grego, árabe e conhecia
o sânscrito e a língua tupi.
Consta que o seu interesse pelo hebraico, veio por acaso, quando encontrou em um banco do Jardim do Palácio São Cristóvão, uma gramática hebraica esquecida por um missionário sueco, que sendo convocado ao Palácio, aceitou iniciá-lo na língua. Porém o seu primeiro professor de hebraico foi o judeu sueco Aker Blom, por volta de 1860. Fazendo progressos extraordinários, costumava dizer que, dedicava-se ao estudo do hebraico para melhor conhecer a história, a literatura judaica e os livros dos Profetas.
Em 15 de
novembro de 1873, foi agraciado com o Grande Diploma de Honra por seus
trabalhos, por intermédio do Grão-rabino Benjamim Mossé, Oficial da Instituição
Pública Francêsa de Avignon, que o considerava um filósofo e um sábio.
Mosséh e
o Barão do Rio Branco, mais tarde, foram autores de uma de suas biografias.
Em 1887,
recebeu no Palácio, com uma bela recepção, uma delegação de judeus da Alsácia e
Lorena. Na ocasião o imperador surpreendeu a comitiva, falando-lhes em hebraico
clássico, que nem todos conheciam.
Visitou a Palestina, esteve em Jerusalém três vezes e escrevendo a amigos,
assim a descreveu:
- Jerusalém, Jerusalém, pela
sua posição elevada, domina quase toda a Terra Santa e produz o efeito mais
surpreendente, qualquer que seja o lado pelo qual se lhe aproxima.
Anotando
também em seu diário:
-Vou ao Monte das Oliveiras, ver os judeus orando junto à Muralha do Templo.
D. Pedro foi o precursor dos
estudos hebraicos no Brasil e mesmo depois de abdicar, continuou suas
pesquisas. Fez versões de Camões para o hebraico e traduziu parte do Velho
Testamento para o latim, dentre elas o Cântico dos Cânticos, Isaías,
Lamentações e Jó.
Em 1891
publicou um livro com versões de poesias judaicas. No Museu Imperial de
Petrópolis, existe um excelente acervo de documentos, trabalhos manuscritos com
versões do Hebraico para o grego, inglês, português e outras tantas línguas, e
registros em seu diário, contando das grandes amizades que cultivava nos meios
judaicos.
O imperador
viajava sempre que possível e em todos os lugares por onde passava procurava
conhecer e visitar as sinagogas, fazendo anotações e assistindo ao Shabat.
Conta-se que, em uma dessas sinagogas, na América do Norte, quando abriram a
Torá, ele não só a leu com desenvoltura, como traduziu o texto do livro de
Moisés, e com tanto desembaraço que surpreendeu a todos.
A morte de D.
Pedro em 05 de dezembro de 1891 provocou um momento de tristeza para muitos
judeus de todo o mundo, com os quais se correspondia e tinha como amigos.
Dele falou o rabino Mosséh:
- D. Pedro foi uma das mais admiráveis figuras de nossa época moderna... Ele
não somente amava nossa língua, mas nos amava, elogiava as virtudes do nosso
povo e indignava-se com o antissemitismo.
E assim a história de D. Pedro II é mesclada à história dos judeus no Brasil do
século XIX e, como muitos deles, teve que morrer longe de sua terra natal.
SABE DE ONDE VEM O SEU SOBRENOME ?
Você com certeza já ouviu falar do famoso cientista judeu Alberto Pedroso ou do pai da psicanálise, Sigismundo Alegria. Se for brasileiro, certamente já ouviu falar do famoso Rabino Henrique Oliveira. Em tempos mais antigos os nomes e sobrenomes normalmente eram traduzidos quando você mudava de pais, embora hoje, já não tenhamos mais tal costume.
Alberto Pedroso é a tradução do nome Albert Einstein, Sigismundo Alegria é a tradução de Sigmund Freud, e Henrique Oliveira é a tradução do nome do famoso Rabino Henry Sobel. Como você pode ver, em suas línguas originais, estes nomes e sobrenomes não são tão cheios de pompa como parece para nós, à primeira impressão. Em seus países de origem estes nomes soam exatamente como nesta tradução para o português.
É engraçado que quando um judeu (Ben Anussim) com sobrenome Oliveira, Machado, Moraes ou Guimarães aparece, as pessoas duvidam de sua judaicidade e chegam a pensar, de primeira impressão que são católicos. Entretanto é fato histórico, que muitos, pra não dizer a maioria, dos brasileiros e portugueses com estes sobrenomes tem tanto ou até mesmo mais sangue judeu que os famosos Hoffman (Lavrador), Mayer (Fazendeiro), Goldstein (Minerador de ouro), Zimmermann (Carpinteiro), Silverstein (Pedra de prata), Roth (Vermelho), Krantz (Coroa), Baumann (Agricultor) ou Handel (Comerciante).
Assim como muitos Oliveira ou Pereira não tem uma só gota de sangue judeu, também incontáveis Hoffman ou Goldstein a não tem. Muitos dos sobrenomes germânicos e de outras origens ashkenazi tem equivalentes a sobrenomes muito comuns em descendentes de judeus portugueses. Exemplos muito interessantes são nomes como Pedroso (Einstein), Rocha (Stein) ou mesmo Oliveira (Zait, Zaiten, Zeiti, Zveibel, Zeituni, Zvibel, Svibel, Sobel). Nenhum destes se encontra no Tanach (Bíblia Hebraica) e nem mesmo entre os sobrenomes dos judeus na Antiguidade (até porque os judeus não usavam necessariamente algo que se possa chamar de sobrenome). Todos estes são nomes adaptados com o tempo (ou forçados com as circunstâncias, em especial com a Inquisição), que não tem nada de essencialmente "judaico". O que muda destes sobrenomes tidos por judaicos e os portugueses? Apenas o idioma.
De acordo com a tradição da família Oliveira (Olivarez, Oliva, Benveniste, Bienveniste, Benvenist, Del Medico, Epstein, Horowitz e Segall), pouco antes da destruição de Jerusalém em 70 E.C., uma família de Levitas descendentes de Corá, filho de Yitzhar (Izar), filho de Qehat (Coate), filho de Levi, descendente do profeta Samuel, fugiu de Arimatéia (antiga Ramatayim Tzofim, hoje Rantis, Cisjordânia) e se dirigiu para a península ibérica (Hispania Romana ou Sefarad, para os judeus), fixando-se no que viria a ser conhecido como Gerona, atualmente na Catalunha. Com o passar de vários séculos, e com o irrompimento da Inquisição na Idade Média, essa família, que na ocasião tinha o sobrenome BENVENISTE, mudou-se para Cávia (Oliva-Cávia) e posteriormente para o norte de Portugal, região do Minho, e, para marcar o local de origem e o clã levítico ao qual pertencia a família, idealizaram um sobrenome parecido a um criptograma: oLiVeYra, ou Oliveira, por tem as consoantes de LEVY. Por serem descendentes de Yitzhar (Izar) ou Izaritas (Yitzhar, em hebraico, que está relacionado ao óleo de oliva), e pelo fato de que a oliveira produz o fruto do qual de extrai o azeite antigamente utilizado na unção sacerdotal, tal sobrenome OLIVEIRA era bastante apropriado.
A seguir, vejamos a árvore genealógica da família de Levitas descendentes de Yitzhar, de Ramatayim Tzofim, região de Efrayim, da qual provém a família OLIVEIRA, contada de Shmuel (Samuel) para trás:
"Shmuel (profeta Samuel), filho de Elqanah (Elcana) e sua esposa Hanna (Ana), filho de Yerohham, filho de Eli'el, filho de Toahh, filho de Tzif, filho de Elqanah, filho de Mahhat, filho de Amasai, filho de Elqanah, filho de Yo'el, filho de Azariah, filho de Tzefanyah, filho de Tahhat, filho de Assir, filho de Aviasaf, filho de Qórahh (ou Corá) Ha-Levy, filho de Yitzhar (Izar), filho de Qehat, filho de Levy, filho de Ya'aqov (Yisra'el), filho de Yitzhhaq (Isaac), filho de Avraham, filho de Térahh, filho de Nahhor, filho de Serug, filho de Re'u, filho de Péleg, filho de Éver, filho de Shélahh, filho de Qeinan, filho de Arpakhshad, filho de Shem (Sem), filho de Noahh (Noé), filho de Lámekh, filho de Metushélahh (Metusalém), filho de Hanokh (Enoque), filho de Yéred, filho de Mahalal'el, filho de Qeinan, filho de Enosh (Enos), filho de Shet (Sete), filho de Adam (Adão), filho de Deus."