agosto 18, 2025

O CONTEÚDO ESOTÉRICO MAÇÔNICO (suscinta abordagem) - Newton Agrella


Inobstante o fato da Maçonaria se constituir precípuamente numa instituição filosófica, ela também dispõe de um caráter espiritual que estimula a pesquisa e a expressão da espiritualidade, sem no entanto, impor aos seus adeptos qualquer credo, doutrina, ou o exercício específico de uma religião. 

O esoterismo em sí, começa a se manifestar já a partir do processo de Iniciação,  quando o Iniciando se submete a um conjunto de cerimônias, cuja dinâmica se notabiliza por uma serie de gestos, movimentos e articulações, cuja transmissão de uma energia espiritual é proporcionada ao mesmo, por intermédio de uma corrente de Obreiros, em que o propósito é o de revelar a Luz Oculta, àqueles que vivem no mundo profano.

Esse processo iniciático é esotérico, porque flui de dentro do ser humano e tem como objetivo introduzir o princípio do equilíbrio entre o exterior e o interior, de forma que o Iniciando esteja apto para atender aos seus compromissos materiais e concomitantemente, se preparar para assumir suas responsabilidades espirituais, intelectuais especulativas e culturais.

Trata-se pois, da inequívoca intenção de se tornar um ser humano melhor e cada vez mais ciente de seu papel no mundo, e deste modo, assumir o compromisso de um construtor social, dedicando seu próprio aprimoramento para o fomento e melhoria ao bem-estar da humanidade.

Na trilha deste âmbito esotérico, cabe registrar, que ao adentrarmos o templo maçônico,  estamos sutilmente, visitando o nosso próprio Templo Interior, na busca da essência de nossa alma, que se oculta em nós mesmos.

Eis aí, um processo "simbólico" que incita-nos a percorrer a nossa mortalidade física em detrimento de nossa elevação espiritual.

A percepção deste simbolismo porém, demanda tempo, experiência e comunhão entre matéria e espírito e só  se consubstancia quando a mente passa a entender a ordem e a relação da transição da Escuridão da Ignorância para a Luz da Sabedoria e da Consciência.

Sob o ponto de vista "Esotérico"  o  "Templo Maçônico"  é o corpo humano, onde reside o Ser e a Essência Infinita.  

Outrossim, sob a égide filosófica é chamado de Templo,  porque não é outra coisa, senão o recinto que se traduz como o próprio Homem dotado dos atributos oferecidos pelo Princípio Criador e Incriado do Universo, em sua manifestação física.

Relevante destacar  que etimologicamente o substantivo "esoterismo"  e o adjetivo "esotérico" advêm da palavra  grega "esóteros"  que significa "mais íntimo" ou seja:

*ésos*     = dentro

*terios*   = mais

Assim, tudo aquilo que se reveste de um conjunto de tradições e interpretações filosóficas  de doutrinas ou de fraternidades iniciáticas, que se ocupam de transmitir conceitos de temas associados aos aspectos da natureza da vida que se acham sutilmente ocultos, recebem a denominação de Esoterismo.

agosto 17, 2025

SILVIO SANTOS



No dia 17 de agosto de 2024, o Brasil se despediu de Silvio Santos, aos 93 anos, em São Paulo. De origem humilde e talento único, ele transformou a própria vida em uma história inspiradora — de camelô nas ruas do Rio de Janeiro a um dos maiores comunicadores e empresários da TV brasileira.​

​Fundador do SBT e criador de programas que marcaram gerações, Silvio Santos cativou o público com carisma, criatividade e uma presença inconfundível. Seu bordão, seu riso e seu jeito de lidar com as pessoas se tornaram parte da memória afetiva do país.​

Mais do que um apresentador, Silvio foi um visionário que reinventou o entretenimento e construiu um legado que seguirá vivo nas telas e nos corações.​

Fonte: #HojeNaHistória 

ARLS XI DE AGOSTO DE ITANHAÉM





A ARLS XI de Agosto de Itanhaém realizou neste domingo mais uma edição do seu  tradicional e delicioso porco no rolete, que aliás não é só porco não, tem frango, linguiça, grande variedade de saladas e acompanhamentos, arroz e feijão gordo, além de sobremesas e bebidas.

O número é limitado a cem convites e participam os irmãos do quadro, suas famílias e amigos e alguns convidados de outras Lojas como eu e minha família.

A renda obtida atende as necessidades da Loja e de sua beneficência. Um domingo memorável.

A CABALAH E O REAA - SOBRE A QUINTA INSTRUÇÃO - Mardônio Junior Matos Duarte

 


O QUE NOS ATRITA... NOS LAPIDA! - Roberto Crema


Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros.

Simples, mas profundo, preciso.

É nos relacionamentos que nos transformamos.

Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela ideia e sentimento do outro.

Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz?

As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas.

À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos.

Sem eles, a vida seria monótona, árida.

A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.

Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.

É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa. 

Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de irmãos extremamente importantes. 

Irmãos que, no contato com eles, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.

Outros, sem dúvida, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas.

Faz parte...

*Reveses momentâneos servem para o crescimento.*

A isso chamamos experiência.

Penso que existe algo mais profundo, ainda nessa análise.

Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheias de excessos.

Os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas, se aproximando cada vez mais de sua essência, e ficando cada vez menores, menores, menores...

Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza do GADU, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado?

Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago.

É lá que está o verdadeiro valor...

Pois, DEUS fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de AMOR.

DEUS deu a cada um de nós essa capacidade, a de AMAR...

Mas temos que aprender como.

Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar.

Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins.

Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor.

Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e... os superando.

Ora, esses sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento...

E envolvimento gera atrito.

Minha palavra final: *ATRITE-SE!*

Não existe outra forma de descobrir o AMOR.

E sem ele a VIDA não tem significado.






ERUDIÇÃO - Adilson Zotovici




Erudição é um compasso...

Que se abre ao infinito

À cultura no espaço

“Por leitura” adstrito


Não aceita forte maço

Bater no cinzel bendito

No grito mostra fracasso 

Um alvenel imperito


Faz na mente, passo a passo

A gnose um erudito

Silente seu próprio traço


Na Arte Real descrito

Estudar, ler ao cansaço

Ao intelecto restrito !


agosto 16, 2025

ORDEM DE MOLAY - 45 ANOS



Desde 16 de agosto de 1980, a Ordem DeMolay estabeleceu no Brasil um marco de vanguarda na formação de líderes, unindo tradição, valores e transformação social.

Ao longo dos últimos 45 anos, nosso legado tem inspirado gerações a servir com integridade, liderar com sabedoria e transformar realidades nas comunidades em que vivem.

Celebramos não apenas o tempo que passou, mas o impacto duradouro de uma Instituição que permanece firme em sua missão de formar líderes e servir à sociedade.

A todos que fazem parte dessa trajetória, o nosso mais sincero agradecimento. Mais do que uma história para contar, a Ordem DeMolay do Brasil é um legado vivo, que continua transformando vidas e inspirando o futuro graças à dedicação e ao compromisso de cada membro.

Seguimos juntos, honrando o passado, vivendo o presente e construindo, com coragem e esperança, um futuro ainda mais grandioso — para cumprir, desde 1980 e para sempre, a nossa missão de formar líderes e transformar vidas.

O QUE VINDES FAZER AQUI? - José Stamato


O que vindes aqui fazer?

Aonde queremos chegar?


O propósito da jornada maçônica é despertar a mente, corrigir distrações e desapegos, e manter o equilíbrio. Apesar da formação pessoal, é necessária uma prática consciente, pois muitas vezes buscamos soluções fora de nós quando elas estão no nosso interior.

A Ordem oferece ferramentas — regras, disciplina, ritual, simbologia e funções — que estimulam o aprimoramento do caráter e o domínio do ego, sem submissão passiva, mas com equilíbrio e responsabilidade.

A verdadeira liberdade é interior: conhecer a si mesmo e assumir a própria verdade. É preciso fugir da inércia mental, buscar valores próprios e conduzir a vida com consciência, em vez de seguir cegamente regras do passado.

A mente, constantemente bombardeada por estímulos, precisa ultrapassar impressões superficiais e despertar potencialidades latentes. Essa transformação exige reflexão e assimilação da simbologia, indo além da simples memorização.

O objetivo final é deixar de ser apenas teórico e tornar-se construtor ativo, ajudando a edificar uma humanidade mais esclarecida.



"A EMOÇÃO E SUA CONSISTÊNCIA" - Newton Agrella




A busca pela origem das palavras é uma das formas mais legítimas para entendermos porque elas norteiam o nosso universo, caminham junto conosco ao longo da vida e servem como instrumento para exprimirmos os nossos sentimentos e especialmente as nossas emoções.

Pegando uma carona nessa breve jornada, cabe uma consideração a respeito da palavra "emoção". 

Afinal de contas, ela é o combustível que faz a vida girar, é o ingrediente que dá gosto às nossas experiências. Positivas ou Negativas.

O substantivo Emoção, advém do verbo EMOVERE, que em Latim significa, literalmente :

"mover de dentro para fora, exteriorizar, extravasar."

Trata-se da maneira como expressamos e transmitimos os nossos mais importantes estados e necessidades interiores.

Do ponto de vista filosófico, a Maçonaria, ao entender que o Ser Relativo tem origem no Ser Absoluto, que é um "principio criador e incriado de todas as coisas", a que o maçom se refere como Grande Arquiteto do Universo, (Deus), a Sublime Ordem reconhece que o Ser Relativo possui origem divina e em razão disso, estabelece uma distinção entre ser humano e personalidade humana. 

A Filosofia Maçônica entende que a personalidade humana representa a Consciência que se consubstancia a partir da experiência de vida e se traduz na equação do tempo e do espaço que refletem valores e significados, determinados pelo processo especulativo e circunstâncias dessa experiência.

É também de entendimento maçônico que a consciência e o templo interior - não estando sujeitos às limitações do tempo e do espaço - sejam capazes de conferir ao homem um olhar e um discernimento efetivamente universal.

Se de um lado a Emoção é uma resposta a um estímulo natural e cognitivo, capaz de gerar tantas experiências, uma vez aliada à Condição Investigativa e Intelectual do homem, isto acaba conferindo à Maçonaria um caráter especialmente antropocêntrico, inobstante os reconhecidos aspectos espirituais, esotéricos, lendários e até de influências religiosas herdadas de seu período Operativo, embasados por uma solene ritualística que confere-lhe uma aura de Mistérios e de Emoções, que apenas um verdadeiro Iniciado é capaz de sentir.

Ao maçom, talvez a mais árdua missão a ser executada, seja a de encontrar o equilíbrio entre Razão e a Emoção, pois é aí que reside o Discernimento, eloquente dispositivo da alma humana indicador entre o Conhecimento e a Sabedoria.



agosto 15, 2025

ARLS TRÍPLICE ALIANÇA 341 - Mongaguá

 



Tradicional Happy hour beneficente de quinta feira dos irmãos da ARLS Tríplice Aliança 341 no icônico Restaurante Telhado do irmão José Ricardo Alcantara Ramos.

O valor que seria o lucro das refeições (maravilhosas) é incorporado à Bolsa de Beneficência e aplicado junto a entidades locais para atender a população carente.

Na noite de hoje, devido ao frio e a viagem de alguns irmãos a frequência foi menor mas a alegria e a confraternização foram maiúsculas.

SÃO JOÃO, NOSSO PADROEIRO - José Castellani

 


Além de girar em torno de seu eixo, a Terra desloca-se no espaço, com um movimento de translação em torno do Sol, quando descreve uma elipse, de acordo com as leis de Kepler. Para o observador situado na Terra, todavia, é como se esta fosse fixa e o Sol se movesse em torno dela, seguindo um caminho, que, como já foi visto, é chamado de eclíptica. 

Em sua marcha em torno do Sol, a Terra, descrevendo uma elipse, ficará mais próxima, ou mais afastada do astro da luz. O ponto mais próximo — 147 milhões de quilômetros — é o periélio; o mais afastado — 152 milhões de quilômetros — é o afélio. Se a Terra, no movimento de translação, girasse sobre um eixo vertical em relação ao plano da órbita, as suas diferentes regiões receberiam iluminação sempre sob o mesmo ângulo e a temperatura seria sempre constante, em cada uma delas. Mas, como o eixo é inclinado, em relação à órbita, essa inclinação faz com que os raios solares incidam sobre a Terra segundo um ângulo diferente, a cada dia que passa. E, assim, vão se sucedendo as estações: verão, outono, inverno e primavera. 

Como os planos do equador terrestre e da eclíptica não coincidem, tendo uma inclinação, um em relação ao outro, de 23 graus e 27 minutos, eles se cortam ao longo de uma linha, que toca a eclíptica em dois pontos: são os equinócios. O Sol, em sua órbita aparente, cruza esses pontos, ao passar de um hemisfério celeste para outro; a passagem de Sul a Norte, marca o início da primavera no hemisfério Norte e do outono no hemisfério Sul; a passagem do Norte para o Sul, marca o início do outono no hemisfério Norte e da primavera no hemisfério Sul. Esses são os equinócios de primavera e de outono. 

Por outro lado, nos momentos em que o Sol atinge sua maior distância angular do equador terrestre, ou seja, quando é máximo o valor de sua declinação, ocorrem os solstícios. Os dois solstícios ocorrem a 21 de junho e a 21 de dezembro; a primeira data marca a passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Câncer, enquanto que a segunda é a passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Capricórnio. No primeiro caso, o Sol está em afélio e é solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul; no segundo, o Sol está em periélio e é solstício de inverno no hemisfério Norte e de verão no hemisfério Sul. Portanto, o solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul, ocorre quando o Sol está em sua posição mais boreal (Norte), enquanto que o solstício de verão no hemisfério Sul e de inverno no hemisfério Norte, ocorre quando o Sol está em sua posição mais austral (Sul). 

Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que, tradicionalmente, costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja sobre as corporações operativas. Como as datas dos solstícios são 21 de junho e 21 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João Batista — 24 de junho — e de São João Evangelista — 27 de dezembro — elas acabaram por se confundir com estas, entre os operativos, chegando à atualidade. Hoje, a posse dos Grão-Mestres das Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho, ou em data bem próxima; e não se pode esquecer que a primeira Obediência maçônica do mundo, como já foi visto, foi fundada em 1717, no dia de São João Batista. 

Graças a isso, muitas corporações, embora houvesse um santo protetor para cada um desses grupos profissionais, acabaram adotando os dois São João como padroeiros, fazendo chegar esse hábito à moderna Maçonaria, onde existem, segundo a maioria dos ritos, as Lojas de São João, que abrem os seus trabalhos “à glória do Grande Arquiteto do Universo (Deus) e em honra a S. João, nosso padroeiro”, englobando, aí, os dois santos. 

No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois S. João. 

Tradicionalmente, por meio da noção de porta estreita, como dificuldade de ingresso, o maçom evoca as portas solsticiais, estreitos meios de acesso ao conhecimento, simbolizados no círculo cósmico, no círculo da vida, no zodíaco, pelo eixo Capricórnio-Câncer, já que Capricórnio corresponde, ao solstício de inverno e Câncer ao de verão (no hemisfério Norte, com inversão para o Sul). A porta corresponde ao início, ou ao ponto ideal de partida, na elíptica do nosso planeta, nos calendários gregorianos e também em alguns pré-colombianos, dentro do itinerário sideral. 

O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e uma de calor, conceito que, inicialmente, lhe serviu de base para organizar o trabalho agrícola. Graças a isso é que surgiram os cultos solares, com o Sol sendo proclamado — como fonte de calor e de luz — o rei dos céus e o soberano do mundo, com influência marcante sobre todas as religiões e crenças posteriores da humanidade. E, desde a época das antigas civilizações, o homem imaginou os solstícios como aberturas opostas do céu, como portas, por onde o Sol entrava e saía, ao terminar o seu curso, em cada círculo tropical. 

A personificação de tal conceito, no panteão romano, foi o deus Janus, representado como divindade bifásica, graças à sua marcha pendular entre os trópicos; o seu próprio nome mostra essa implicação, já que deriva de janua, palavra latina que significa porta. Por isso, ele era, também, conhecido como Janitur, ou seja, porteiro, sendo representado com um molho de chaves na mão, como guardião das portas do céu. Posteriormente, essa alegoria passaria, através da tradição popular cristã, para São Pedro, mas sem qualquer relação com o solstício. 

Janus era um deus bicéfalo, com duas faces simetricamente opostas, cujo significado simbolizava a tradição de olhar, uma das faces, constantemente, para o passado, e a outra, para o futuro. Os Césares da Roma imperial, em suas celebrações e para dar ingresso ao Sol nos dois hemisférios celestes, antepunham o deus Janus, para presidir todos os começos de iniciação, por atribuir-lhe a guarda das chaves. 

Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas mortais e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses. Para os antigos egípcios, o solstício de Câncer (Porta dos Homens) era consagrado ao deus Anúbis; os antigos gregos o consagravam ao deus Hermes. Anúbis e Hermes eram, na mitologia desses povos, os encarregados de conduzir as almas ao mundo extraterreno . 

A importância dessa representação das portas solsticiais pode ser encontrada com o auxílio do simbolismo cristão, pois, para o maçom, as festas dos solstícios são, em última análise, as festas de São João Batista e de São João Evangelista. São dois São João e há, aí, uma evidente relação com o deus romano Janus e suas duas faces: o futuro e o passado, o futuro que deve ser construído à luz do passado. Sob uma visão simbólica, os dois encontram-se num momento de transição, com o fim de um grande ano cósmico e o começo de um novo, que marca o nascimento de Jesus: um anuncia a sua vinda e o outro propaga a sua palavra. Foi a semelhança entre as palavras Janus e Joannes (João, que, em hebraico é Ieho-hannam = graça de Deus) que facilitou a troca do Janus pagão pelo João cristão, com a finalidade de extirpar uma tradição “pagã”, que se chocava com o cristianismo. E foi desta maneira que os dois São João foram associados aos solstícios e presidem às festas solsticiais. 

Continua, aí, a dualidade, princípio da vida: diante de Câncer, Capricórnio; diante dos dias mais longos, do verão, os dias mais curtos, do inverno; diante de São João “do inverno”, com as trevas, Capricórnio e a Porta de Deus, o São João “do verão”, com a luz, Câncer e a Porta dos Homens (vale recordar que, para os maçons, simbolicamente, as condições geográficas são, sempre, as do hemisférios Norte).

Dentro dessa mesma visão simbólica, podemos considerar a configuração da constelação de Câncer. Suas duas estrelas principais tomam o nome de Aselos (do latim Asellus, i = diminutivo de Asinus, ou seja: jumento, burrico). Na tradição hebraica, as duas estrelas são chamadas de Haiot Nakodish, ou seja, animais de santidade, designados pelas duas primeiras letras do alfabeto hebraico, Aleph e Beth, correspondentes ao asno e ao boi. Diante delas, há um pequeno conglomerado de estrelas, denominado, em latim, Praesepe, que significa presépio, estrebaria, curral, manjedoura, e que, em francês, é crèche, também com o significado de presépio, manjedoura, berço. Essa palavra créche já foi, inclusive, incorporada a idiomas latinos, com o significado de local onde crianças novas são acolhidas, temporariamente. 

Esse simbolismo dá sentido à observação material: Jesus nasceu a 25 de dezembro, sob o signo de Capricórnio, durante o solstício de inverno, sendo colocado em uma manjedoura, entre um asno e um boi. Essa data de nascimento, todavia, é puramente simbólica. Para os primeiros cristãos, Jesus nascera em julho, sob o signo de Câncer, quando os dias são mais longos no hemisfério Norte. O sentido cristão, no plano simbólico, abordaria, então, apenas a Porta dos Homens e, assim, só haveria a compreensão de Jesus, como ser, como homem. Mas Jesus é o ungido, o messias, o Cristo — segundo a teologia cristã — e o outro polo, obrigatoriamente complementar, é a Porta de Deus, sob o signo de Capricórnio, tornando a dualidade compreensível. 

Dois elementos, entretanto, um material e um religioso, viriam a influir na determinação da data de 25 de dezembro. O material refere-se aos hábitos dos antigos cristãos e o religioso, ao mitraismo da antiga Pérsia, adotado por Roma: 

Os primeiros cristãos do Império Romano, para escapar às perseguições, criaram o hábito de festejar o nascimento de Jesus durante as festas dedicadas ao deus Baco, quando os romanos, ocupados com os folguedos e orgias, os deixavam em paz. 

Mas a origem mitraica é a que é mais plausível para explicar essa data totalmente fictícia: os adeptos do mitraismo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, numa festividade chamada — no mitraismo romano — de Natalis Invicti Solis (nascimento do Sol triunfante). Durante toda a fria noite, ficavam fazendo oferendas e preces propiciatórias, pela volta da luz e do calor do Sol, assimilado ao deus Mitra. O cristianismo, ao fixar essa data para o nascimento de Jesus, identificou-o com a luz do mundo, a luz que surge depois das prolongadas trevas.



EXTRATO BANCÁRIO HUMANO e FILOSÓFICO - Newton Agrella



Se o tempo é a única moeda que você gasta sem nunca saber o saldo, talvez esta seja uma rica e consistente alegoria ao chamado comprometimento cognitivo, cujos resutados registram inalienáveis problemas de memória e atenção, bem como de alterações comportamentais e cujo saldo desconhecemos.

Esta linha conceitual, acrescida da insistência desmedida, sem lastro de sensatez e juízo de valor fundamentado, é capaz de conduzir-nos a uma espécie de disrupção intelectual e a uma quebra de paradigmas, que a muito custo e trabalho a civiização humana conseguiu conquistar.

Na qualidade de uma engrenagem inteligente, compete ao maçom, empreender toda sua energia intelectual na busca pelo aprimoramento da consciência

Este sim, um processo longo e individual que reside numa jornada contínua e infindável de desenvolvimento moral, intelectual e espiritual, empreendida por meio da prática de virtudes, do estudo e da reflexão.

É dado e sabido que isso implica em cultivar a liberdade responsável, a igualdade compartilhada e a fraternidade humana.

A Maçonaria estimula o estudo, a reflexão e a busca pelo conhecimento.

No âmbito do comprometimento cognitivo, a espiritualidade maçônica não se prende e nem se limita a dogmas religiosos, a discussões político-partidárias ou a todo e qualquer proselitismo doutrinário, mas sim, à busca por um sentido mais profundo da existência humana, em densa conexão com o universo. 

É este o tal "ponto de inflexão" em que a sensatez e a boa vontade possam contribuir conjuntamente em favor da pavimentação segura na construção de novas pontes.




agosto 14, 2025

ARLS XI DE AGOSTO DE ITANHAÉM n. 656


Uma sessão pública com a presença de familiares e um lauto jantar com direito a um bolo delicioso feito pela cunhada Marta, marcaram na noite de ontem o aniversário de 19 anos da ARLS XI de Agosto de Itanhaém, a comemoração do Dia dos Pais e dos aniversariantes do quadro.

As meninas do Arco Íris fizeram um jogral em homenagem aos pais e distribuíram lembranças a todos os presentes. Alguns irmãos e 
convidadas fizeram uso da palavra destacando as efemérides. A Loja também presenteou os presentes com chocolates.

O Venerável Mestre Anderson Moreira de Mattos me concedeu a honra de ocupar um cargo na sessão e conduziu os trabalhos com segurança e leveza e ao final todos os presentes compartilharam o delicioso jantar.