Entre as mais fascinantes estórias dos antigos dias da Arte Real, poucas mantém mais mistério ou tem sido mais ansiosamente investigada do que aquelas que agrupam dados sobre o começo da Maçonaria do Real Arco (Royal Arch).
Onde ela teve início? Quem deu origem a essa Maçonaria? Se ela foi outrora parte da Maçonaria Simbólica, por que ele se separou e se tornou uma outra Maçonaria?
Tem havido muitas teorias sobre isso. Alguns, como R.F.Gould, dizem ter nascido na França, juntamente com os graus “Escoceses” quando a causa dos Stuart predominava em muitas cabeças. Outros tem tentado estabelecer que Laurence Dermott, o irascível secretário dos “Antigos”, foi o idealizador desse Rito. Obviamente, isso não faz sentido, pois Dermott em 1740 foi Iniciado e se tornou um Maçom do Real Arco em 1746, e há menção do Real Arco antes de 1743.
Entretanto, a maioria dos historiadores Maçônicos mais bem informada, acredita que o Real Arco foi originalmente uma parte da Maçonaria Simbólica como uma das mais antigas “cerimônias adicionais”.
A primeira menção sobre o Real Arco que nós temos, foi num relato da Loja Nº21, Youghal, Ireland, em 1743. Membros andando numa procissão foi dito: “O Royal Arch carregado por dois excelentes Maçons”.
O que era o Real Arco o qual era “carregado”? Uma representação de um arco? Uma faixa com uma pintura? Ninguém sabe. O que se sabe, e é consenso da maioria, é que é ridícula a afirmação que o Real Arco é o mesmo que um “Arco Iris” como já foi dito diversas vezes, por exemplo: “...o Arco Íris da esperança, fixado nos céus, com um extremo sobre o Éden e o outro nas despedaçadas ruínas do mundo”.
O primeiro livro mencionando o Real Arco, até onde os historiadores conhecem, foi um volume publicado em Dublin, Ireland em 1744. Ele é chamado “Uma Séria e Imparcial Pesquisa na Causa do Declínio da Francomaçonaria na Irlanda” escrito pelo Dr. Fifield Dassigny. Existem, até onde se sabe, somente duas cópias desse livro. Esse antigo livro sumiu da vista até 1867, quando Hughan descobriu uma cópia; uma outra cópia foi subseqüentemente achada.
Esse livro nos declara que em York, Inglaterra, “é mantida uma Assembléia de Mestres Maçons sob o título de Maçons do Real Arco, os quais, como suas qualificações e títulos eram superiores aos demais, recebiam um maior pagamento do que os trabalhadores Maçons”.
Um fato interessante na Pesquisa Maçônica é o fato que uma nota antiga conhecida do Real Arco, não é nem da Irlanda e nem da Inglaterra, mas dos Estados unidos da América. Nas minutas da Loja Fredericksburg, nº 04 do Registro de Virgínia, aparece o que segue: “na noite de vinte e dois de dezembro, 5753, a Loja foi montada com a presença do V.:M.:Simon Frazier, do 1ºVig.: Judge Hudson e do 2º Vig.: Robert Armistead da Loja do Real Arco. Ocorrências da noite: Daniel Campbell, Robert Kohlerston, Alex Woodrow, elevados ao grau Maçons do Real Arco”.
Conforme nos esclarece IrNicola Aslan, devemos deixar claro, até agora, que esse Rito, era praticado na Inglaterra, Irlanda, talvez Escócia, pelos Antigos, no século XVIII, e que os Modernos não aceitavam, por não quererem ouvir falar em Altos Graus. Desse modo, quando ocorreu a fusão dos dois, gerando a Grande Loja Unida da Inglaterra, o Royal Arch foi mencionado no “Ato da União” com a seguinte disposição:
“É declarado, em seguida, e instituído, que a pura e antiga Maçonaria consiste em três Graus e não mais, a saber, os de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre Maçom, nele compreendido a Ordem Suprema do Santo Real Arco”.
Deve ser repetido aqui que o fundamental da Francomaçonaria é encontrado nos três graus da “Loja Azul” ou “Graus Simbólicos”. Isso é verdade, pois devemos levar em consideração que a Maçonaria do Real Arco, já foi parte do Terceiro Grau da Maçonaria Simbólica.
O Terceiro Grau das Lojas Simbólicas, conhecidas como Maçonaria Azul, como é praticada hoje, é conhecido como Grau de Mestre. Este Grau era originariamente tido como o mais alto ponto da Antiga Ordem Maçônica. Em torno de 1741 de nossa era, e não sabemos ainda o motivo para isso ter ocorrido, aparentemente, na cidade de York, na Inglaterra, houve uma cisão no Terceiro Grau, resultando na Maçonaria do Real Arco.
O Simbolismo do Real Arco é, na realidade, parte do Simbolismo do Terceiro Grau. Assim, no Rito de York, nós temos hoje em dia, o Grau de Mestre Maçom diminuído nas suas informações, necessitando de um complemento, o qual é fornecido pela Maçonaria do Real Arco.
O Simbolismo do Grau de Mestre, como temos hoje, é necessariamente restrito à construção do primeiro Templo, ou Templo de Salomão, e a vida presente, apesar de alcançar um clímax na garantia de uma vida futura.
Para o Simbolismo relativo a destruição desse primeiro Templo, a conquista do povo judeu pelos Caldeus, o cativeiro na Babilônia, a libertação por Ciro, o retorno dos judeus para Jerusalém e a construção do Segundo Templo, Zorobabel, nós dependemos da Maçonaria do Real Arco.
Sem este complemento, o Simbolismo do Terceiro Grau das Lojas Simbólicas, está incompleto.
Somente como informativo, podemos dizer que a Ordem Maçônica possui um sistema direcionado em apresentar a idéia simbólica da passagem do Homem na Terra. O Primeiro grau é freqüentemente referido como a representação da juventude, do período de aprendizagem, do tempo de purificação dos sentimentos, como período de preparação para a conquista de altas esferas aqui na Terra.
O Segundo Grau é freqüentemente referido como a representação do período da vida adulta, das qualidades, do tempo de crescimento e alargamento do conhecimento e do trabalho.
O Terceiro Grau é freqüentemente referido como o simbolismo da vida madura, das grandes experiências, do tempo de atividades contínuas, com decréscimo das atividades árduas, mas alargamento do pensamento, do conhecimento e muita sabedoria nos julgamentos. Portanto, é um período de grandes responsabilidades em muitos aspectos das decisões tomadas, da tolerância e, do inevitável termino com a morte.
Como foi dito, a complementação dos três graus das Lojas Simbólicas, é dado pela Maçonaria do Real Arco. É impossível dizer, o por que e com data precisa, quando os trabalhos do Real Arco foram separados do Terceiro Grau, ou quando o Real Arco se tornou uma ramificação da Ordem Maçônica. Aparentemente, o Real Arco, apareceu separado do Terceiro Grau na cidade de York, na Inglaterra e que Assembléias Maçônicas, sob essa designação foram mantidas em diferentes partes da Inglaterra, Irlanda e Escócia, no começo do século XVIII e que, nesse mesmo período foi introduzido na América.
Segundo o livro “Holy Bible”, editado pelo Heirloom Bible Publishers, Wichita, Kansas, EEUU, o Real Arco é conhecido como “Capítulo” (Chapter) e consiste de quatro graus. São eles: Maçom Mestre da Marca, Past Master, Mui Excelente Mestre e o Real Arco.
As lendas e símbolos desses graus relatam a destruição do Templo de Salomão pelos Caldeus, o cativeiro dos judeus e, principalmente, a construção do segundo Templo, o de Zorobabel.
A distinta conexão com o Terceiro Grau das Lojas Simbólicas é a “recuperação de certos segredos” os quais foram perdidos quando Hiram Abiff foi violentamente assassinado.
O Primeiro Grau, Mark Master Degree, da Maçonaria do Real Arco é baseado na tradição e organização dos Maçons Operativos, os quais foram empregados no Templo de Jerusalém e, com isso, pelas suas qualidades evitaram discórdias e confusões. Em significado simbólico, é dirigido aos Irmãos Companheiros, para estimular ordem, regularidade e disciplina; ele nos ensina que a liberação de todas nossas obrigações morais, em vários estágios de nossa vida, devem ser feitas com precisão e pontualidade; que o trabalho de nossas mãos, os pensamentos de nossa mente e os sentimentos de nossos corações devem ser bons e verdadeiros para que possam ser aprovados pelo Grande Arquiteto do Universo. Igualmente, esse grau é dirigido no sentido do aprendizado, tanto que este grau instrui como o aprendizado pode ser mais justo e freqüentemente empregado para nossa honra e benefícios de outros. Tendo sido ensinado a obrigação moral de praticar todas as moralidades da vida, nós agora estamos instruídos da importância da performance deles, com uma regularidade sistemática. O objetivo de cada verdade do Mestre de Marca é de viver e trabalhar de tal modo, que possa receber o reconhecimento de seus serviços e ser aplaudido devido a eles.
O Segundo Grau, Past Master Degree, da Maçonaria do Real Arco foi originariamente um Grau de Honra, conferido ao Mestre da Loja na sua Instalação por mais de três Past Máster. No Real Arco, ele não tem conexão direta ou histórica com os Graus precedente ou posterior. O breve Ritual não é especialmente significante no avanço dos Iniciados na Maçonaria do Real Arco, mas tido como necessário. Para aqueles que não foram Veneráveis nas Lojas Simbólicas, uma cerimônia de investidura é dada.
O Terceiro Grau, Most Excellente Master da Maçonaria do Real Arco, é baseado em certos fatos históricos e lendas com referencia à dedicação ao templo pelo rei Salomão. O oficial que o preside, representa o Rei Salomão com o título de “o mais Excelente”. Os oficiais são os mesmos que na Loja Simbólica, apesar que, em alguns rituais, o Segundo Vigilante é omitido. Os símbolos, as lições derivadas deles, e as leituras, combinam uma significativa seqüência para importantes partes das Lojas Simbólicas. Eles implementam e complementam muitas da instruções recebidas, e reforçam algumas das mais sublimes lições dadas.
O Quarto Grau, Royal Arch Degree, é onde o clímax da Maçonaria do Real Arco é obtido. É a pedra de cobertura, a cumieira, o fechamento do Terceiro Grau das Lojas Azuis. É um ramo da Maçonaria, que complementa e ilumina profundamente, tudo o que foi dado anteriormente. O trabalho deste Grau tem fechadas conexões com o Primeiro e Terceiro Graus do Capítulo da Maçonaria, e reforça as lições dadas. Muito é aqui fornecido como guia prático para seguir os princípios básicos, as doutrinas da Maçonaria na vida diária.
Bibliografia : GRANDE DICIONARIO ENCICLOPEDICO DE MAÇONARIA E SIMBOLOGIA – NICOLA ASLAN
MASONIC SERVICE ASSOCIATION OF EEUU.











