setembro 26, 2025

XXX JORNADA MACONICA DO BRASIL - Santos


📣 Caros Irmãos!

Estamos na reta final da XXX Jornada Maçônica do Brasil, a 1ª itinerante, com sede em Santos/SP!

🗓 Data: Dom, 28/09

🕘 Horário: 09h

📍 Local: Auditório da UNISANTA – Rua Cesário Mota, 8 – Boqueirão – Santos/SP

✨ Destaques:

 • Abertura Oficial com o Ir. Michael Winetzki e autoridades.

• Palestra especial com o Ir. Márcio França: “Empreendedorismo”.

• Conferência de Abertura: “O Impacto da Inteligência Artificial na Sociedade” com Alexandre Winetzki.

• Painel final: “Maçonaria e o Progresso Humano” (IA, Medicina 4.0, VR, energia renovável etc.).

🔗 *Transmissão on-line: pelo site ou App ACAOL → www.acaol.com.br*

🎁 Prêmios e sorteios para participantes presenciais e on-line.

🏆 Mérito “Amigo da Cultura” para Mestres que levarem 3 Aprendizes + 2 Companheiros (enviar dados para contato@acaol.org ou WhatsApp 11 99604-9171).

🏨 Hotéis conveniados com desconto 

(Bourbon, Comfort, Novotel, Ibis Budget).

🍽 Almoço Fraternal gratuito para participantes presenciais.

👩‍🦰 Programação especial para Cunhadas – confirmar presença pelo e-mail/WhatsApp.

🅿 Estacionamento conveniado: R$ 50/12h.

📲 Acompanhe tudo nos canais oficiais:

 • Site/Aplicativo ACAOL

 • Instagram: @jornadamaconicabrasil

 • Facebook: Jornada Maçônica

 • Grupos de WhatsApp

🤝 Contamos com sua presença (on-line ou presencial) para celebrar este grande evento maçônico!

A.R. LOJA DE PESQUISA MAÇÔNICA QUATUOR CORONATI 333 - São Paulo

 


Numa noite de primavera absolutamente gelada, em torno de 10C, poucos irmãos se dispuseram a sair de casa e enfrentar o clima para assistir a uma palestra na Augusta e Respeitável Loja de Pesquisa Maçônica Quatuor Coronati n. 333 que funciona no Templo Nobre da GLESP.

Não sabem o que perderam.

A espetacular palestra do irmão Roberto González, da ARLS Monteiro Lobato de Santos, que brindou a todos com a história e a obra de José Bonifácio de Andrada, o Patriarca da Independência, o único brasileiro que tem um monumento em Nova York como reconhecimento a enorme contribuição que deu a política e a ciência.

A sessão foi presidida pelo Venerável Mestre Sérgio Jerez culminou com interessantes e cultos debates entre os participantes.

O ESOTERISMO DO GALO NA MAÇONARIA - Ivan Froldi Marzollo


*Ignis - Aqua - Origo* 

O galo é um animal com vários significados esotéricos:

Ciclo de transformação

O galo simboliza o ciclo eterno de renovação e transformação. O seu canto ao amanhecer e ao anoitecer representa a oportunidade de recomeçar e a contínua mudança. A figura galiforme, é admirada tanto pela beleza e imponência, quanto pela imagem mística.

A figura do Galo, em diversas culturas, está simbolicamente ligada ao renascimento (principalmente para os cristãos), à nobreza, ao caráter, a altivez, o destemor e a coragem.

No Ocidente, a França se destaca como região em que a figura do galo, em momentos distintos de desprezo (por Napoleão III) e valorização (na Terceira República de 1889)a figura do galo simboliza o brio e o caráter junto àquele povo, desde a idade Média

Comum também entre os romanos, a palavra "galo" deriva da forma como se denominavam as tribos celtas (gallus), popularizando o termo "povo galo" também entre os romanos...já no Séc XII, escritores ingleses e germânicos, em seus textos, ainda comparavam o povo francês ao "orgulhoso animal de curral", mas de forma jocosa, em contraponto à águia germânica, orgulho dos germânicos. Mesmo assim, o símbolo do galo "forte e furioso" sobreviveu; a partir da Revolução Francesa a figura de perseverança e valentia do galo teria sido recuperada...Sendo a cultura francesa de grande influência na Europa, nos Séc XVIII e XIX (Terceira República), deduz-se o porquê da disseminação dessa figura em outros países, até no Oriente...Em Portugal o "galo de Barcelos", ao norte do país, se apresenta por uma lenda ocorrida naquela região, onde um homem fora inocentado e salvo da forca, e graças ao "canto" de um galo, que jazia morto e assado, antes de uma refeição de um juiz que o sentenciou. 

      O cantar do galo cada manhã representa o triunfo do bem sobre o mal e da luz sobre as trevas. 

Signo do Sol na tradição chinesa

O galo está associado ao conceito de Yang, ou seja, à vida, à luz e ao calor do universo. Na cultura popular chinesa, o Galo demonstra um altivo ser, detentor de cinco virtudes: a virtude civil, pela crista; a militar, pelo esporão; a coragem, pelo comportamento em combate, a bondade, por compartilhar de comida com as galinhas e a confiança por anunciar a aurora, diariamente. O galo, na crença popular chinesa, também se mostra um espantador de demônios, motivo pelo qual figura nas portas de residências.

Na tradição chinesa o galo está associado ao conceito de Yang, ou seja, ao calor, luz e vida no universo – daí o Yang ser também representado por um Galo" .

A sigla I. A. O., era representativo de Ignis (fogo); Aqua (líquido ou mercúrio) e Origo (a verdadeira origem); este último era o mediador da filosofia secreta entre o enxofre e o mercúrio.

O mercúrio é representado pela figura do galo.

“Visita o Interior da Terra e Nele, Retificado, Encontrarás a Pedra Oculta”.

A Câmara de reflexão assemelha-se a um “túmulo” onde será o candidato simbolicamente “enterrado”.

A percepção interior resulta da diminuição das atividades de nosso sistema nervoso gradativamente, até sua paralisia completa, até encontrar um estado maravilhoso de silêncio. A atividade mental é reduzida ao descanso total, ao "ponto de agulha". Esse ponto se situa na fonte do pensamento, que é cósmica e pura...

Água e pão simbolizam o alimento para o corpo e espírito. O enxofre é o símbolo do espírito. O sal e o símbolo da sabedoria e da ciência. Apresentados em taças separadas indicam que o candidato, deve estar sempre cheio de entusiasmo, mas moderado, à fim de que o ardor não o leve a cometer excessos. A ampulheta sugere a necessidade de rápidas decisões. Os instantes perdidos são irrecuperáveis e o tempo de permanência na Câmara é limitado. Silenciosa, a ampulheta concita-o a decidir.O galo sugere audácia e vigilância. Induz à meditação, lembrando de que um novo dia se aproxima trazendo ao candidato uma nova aurora. Ele deve vigiar os seus defeitos, corrigindo-os e procurando tornar-se puro para se tornar digno da aurora que se aproxima. A ceifadeira traz a ideia do trabalho. Serve também para cortar as ervas daninhas e assim sugere ao candidato que todos os seus vícios e todas as suas imperfeições serão eliminados à mercê de seu trabalho e de sua dedicação. O esquife, o crânio e os ossos indicam simbolicamente, o fim da vida quando tudo o que é motivo de preocupação e cuidados do homem se reduz à uns poucos ossos. Riqueza, glórias, miséria, fome, tristeza, tudo terá um dia o seu fim. Por isso, a Maçonaria apresenta esses símbolos mortuários para lembrar aos Maçons que todos seremos um dia apenas ossos. 

Na Maçonaria com objetivos muito mais nobres e mais fraternais "livres e de bons costumes" é condição sine qua non para quem se propõe a receber nobres ensinamentos, onde a partir daí o homem bom buscará ser um homem melhor para a humanidade.

João 3;3-8 nos lembra acerca do nascimento da água e do espírito. Da "masmorra" para a "luz", o renascimento do neófito para saberes sublimes.

"De onde viemos"? "Onde estamos"? "Aonde queremos chegar"? O que não podemos é nos furtar em buscarmos, intimamente, por respostas. Na figura do Galo, simbolicamente busquemos nos assentar na crença de que, com o "Renascimento", todas as respostas nos serão reveladas, de acordo com nossa vontade em adquiri-las pelo profundo estudo. É a vitória pelo mérito advindo do esforço e pela Perseverança.

A introjeção simbólica permite a ascensão na consciência dos princípios básicos do peregrino da Arte Real .

O galo é também um símbolo do grau 18 do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Cavaleiro Rosa-Cruz. Neste grau, o galo é um dos quatro animais que representam os quatro evangelistas: o leão representa Marcos; o touro representa Lucas; o homem alado representa Mateus; e o galo representa João. O galo simboliza a sabedoria, a palavra e a iniciação de João, que foi o discípulo amado de Jesus e o autor do Apocalipse.

Símbolo maçônico

O galo representa a vigilância e o alvorecer. A figura do galo é usada no topo das torres de igrejas, representando a vontade de agir logo cedo e o anuncio do nascer do Sol. Animal que representa o alvorecer e a vigilância. 

Jesus respondeu: “Eu lhe digo a verdade: esta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes”.

Aquele ser que anuncia a boa nova, um novo dia, uma nova oportunidade em recomeçarmos. 

Perante as questões elencadas anteriormente, após o "nascer de novo", a vigilância e perseverança devem estar constantemente sendo lembradas e "praticadas" em todos os momentos da vida, na busca do saber filosófico e resoluções em cotidiano de trabalhos/estudos, principalmente em situações de dificuldades decorrentes das vicissitudes, quando a resiliência também deve se fazer presente.

O galo símbolo do renascimento, esperança e ressurreição, a exemplo da águia e do cordeiro. Há lendas ancestrais que creem num galo que cantou à meia noite, anunciando o nascimento de Jesus, daí um dos motivos para "Missa do galo" ser à meia noite do dia 24 de dezembro. Teria sido a única vez que um galo teria cantado à meia noite. A origem remonta ao Séc. IV, que sob forte influência do Constantino, passou-se a admitir a fusão de alguns cultos pagãos aos cultos cristãos, já que Constantino era sincretista. O culto ao "Deus Sol" teria, então, se fundido ao culto ao nascimento de Jesus; tem lugar cativo no imaginário popular como um animal destemido, que nunca recua, com coragem e demonstração dissuasória, como quando "alfa" em plantel galináceo, contra quem ou o que lhe ameaçar invadir o território sob seu domínio, demonstrando um ser atento, vigilante, que nunca cessa o controle sob seu o terreiro, estando sempre pronto a agir para manter o equilíbrio em seu habitat. A imagem do guerreiro "defensivo e justo" se faz presente no imaginário popular. 

Da mesma maneira como o canto do Galo anuncia a chegada do Sol para um novo despertar, simbolicamente, ele também anuncia a chegada de uma era de nova consciência, a consciência da vigilância permanente denominada "Vigilância Cuidadosa" e "Vigilância Espiritual" constante, se sustenta na perseverança.  .

A busca do simbolismo acerca da figura do Galo, aqui não se esgota, não se conclui, mas sim permanece amplo o "terreno fértil" de pesquisa sobre seu simbolismo. A natureza tem muito a nos ensinar. O Divino Pai não cria nada em vão, desde a necessidade de harmonizar a cadeia vital na natureza, até a exposição de virtudes naturais, explanados de forma sutil, pelo comportamento animal, em nossa rica fauna e flora terrestre. A nós, resta-nos observar, elaborar conceitos, propagar ensinamentos e enriquecer a alma em Honra e Glória ao Grande Arquiteto do Universo.


 

O CORAÇÃO DO MAÇOM - Angelo Tasso


Na nossa iniciação o "coração" do recipiendário fica em evidência várias vezes.

É uma costume antigo e esse simbolismo pode ser encontrado na Escola Pitagórica.

Na escola de Crotona, o candidato passaria por 3 provas iniciáticas.

Algumas dessas provas não tinham um caráter eliminatório.

Existiam:

-  A prova da coragem, onde o candidato passaria a noite em uma caverna, onde "teoricamente", seria visitado por animais selvagens.

- A prova do conhecimento, onde se verificava o nível de conhecimento e as possíveis dificuldades do candidato para entender o que seria ensinado.

Porém havia uma prova não divulgada, e essa *ELIMINAVA* .

Era a prova da solidariedade, que consistia em um desconhecido (um Pitagórico) disfarçado como um pedinte, pedir pão e água, e caso fosse negado esse candidato *jamais* seria aceito na escola Pitagórica, pois não tinha *um coração sensível ao bem.* 

Foi assim que Cilon (um rico negociante da época, (escravo da avareza, arrogância e da ira) uma vez reprovado nessa prova incitou a população contra a escola Pitagórica.

 *O coração está em evidência na nossa iniciação.* 

Logo na entrada do Templo uma espada aponta para o nosso coração.

O coração simbolicamente representa a sede dos desejos, paixões, emoções, sentimentos... etc.

Nesse momento a espada guarda para que esses sentimentos fiquem fora do Templo.

Em um outro momento o Chanceler marca o peito do recipiendário com a chancela da maçonaria para que fique marcado em seu coração os valores defendidos na Maçonaria.

Finalmente, na hora do juramento, o recipiendário está com a sua mão direita sobre o livro da lei e na mão esquerda com um *COMPASSO* de hastes *FECHADAS* apontando para o *coração* .

Nesse momento, simbolicamente, o compasso demonstra que o conhecimento MISTAGÓGICO vem de outros planos de existência, e não é  adquirido como nas outras ciências agógicas desenvolvidas no processo do ensinamento maçônico (andragogia e heutagogia).

O compasso que define o perímetro, a totalidade ou os *limites* , estando com as hastes fechadas demonstra que ainda não há nesse recipiendário nenhuma grama de conhecimento intuitivo ou saber iniciático.

Em tese, com o desenvolvimento nos graus simbólicos, esse compasso abrirá suas hastes em razão do saber iniciático (MISTAGÓGICO) adquirido.

Desde cedo percebemos que a sede dos sentimentos, desejos, emoções, vícios e paixões partem dali.

Por isso, o proponente que se dispõe entrar para a Maçonaria (ainda que não saiba) passará por uma das provas mais importantes.

Existe sim, uma  prova que ELIMINA. 

Essa prova não acontece no dia da nossa iniciação...

Ela aconteceu muito antes.

Ela acontece no momento exato em que o amigo que um dia nos reconhecerá como irmão, reconhece em nós UM CORAÇÃO SENSÍVEL AO BEM.

Condição sem a qual a indicação não acontece.

(Ou pelo menos deveria ser assim).

Nossos antepassados operativos sabiam qual a pedra  escolher para a construção.

Basicamente existem 3 tipos:

- Ígneas 

- Metamórficas 

- Sedimentares.

Nossos antepassados sabiam qual a pedra seria SENSIVEL AO TRABALHO DO MAÇO E CINZEL . Tal qual os Mestres Maçons da atualidade.

Fazendo uma analogia, a pedra hoje somos nós e obviamente um CORAÇÃO SENSÍVEL AO BEM, se refere a uma "pedra" que seria SENSIVEL AO TRABALHO (simbólico) DO MAÇO E do CINZEL.

As asperezas da pedra (arestas, picos) devem ser trabalhadas, lapidadas, para que as reentrancias (vales) das virtudes fiquem em evidência.

É essencial que essa "pedra" aceite o trabalho do maço e do cinzel.

Fazendo uma analogia, as Ígneas e Metamórficas por serem muito duras não são fáceis de se desbastar, muitas se quebram e se perdem nesse trabalho.

Assim, na Maçonaria atual, essas "pedras" precisam ter as características próprias, e que aceitem facilmente a ação  do maço e cinzel.

 Um coração sensível ao bem.

Assim, aquele que ainda é escravo dos vícios e paixões e não tem um coração sensível ao bem provavelmente não fará parte da nossa Ordem.

(Ou pelo menos deveria ser assim).


Fontes:*Instrucional* - Tito Alves 

Pitágoras - Ciência e magia na antiga Grécia* ... Carlos Brasílio Conte

setembro 25, 2025

700.000 VISUALIZAÇÕES


 700.000


No dia de hoje ultrapassamos as 700.000 visualizações neste blog.

Para um blog de nome tão complicado como o meu, e de um tema tão específico como a maçonaria, de interesse restrito apenas aos seus membros, é um número que deve nos orgulhar.

Agradeço aos 200 fiéis seguidores e aos outros milhares de irmãos que eventualmente buscam o excelente aprendizado que procuramos proporcionar, postando trabalhos dos maçons mais cultos e inteligentes do país.

Muito obrigado.

Michael Winetzki 



O DIA DE TRABALHO DE OITO HORAS

 


Em 25 de setembro de 1926, Henry Ford tomou uma decisão que transformaria para sempre a rotina de milhões de trabalhadores ao redor do mundo. O empresário, já famoso por ter revolucionado a produção industrial com a linha de montagem, anunciou que seus funcionários passariam a trabalhar 8 horas por dia, 5 dias por semana, sem qualquer redução de salário.

Naquele período, jornadas exaustivas eram a regra. Não era incomum que pessoas passassem 10 a 12 horas por dia nas fábricas, seis ou até sete dias por semana, acumulando mais de 100 horas de trabalho em apenas sete dias. Essa realidade desgastava os operários, comprometia sua saúde e limitava qualquer possibilidade de lazer ou convívio familiar.

A decisão de Ford parecia ousada, mas tinha fundamentos práticos. Ele acreditava que funcionários mais descansados seriam também mais produtivos e cometeriam menos erros. Além disso, via no tempo livre uma oportunidade para que seus próprios empregados se tornassem consumidores de carros, já que teriam energia, renda e dias livres para aproveitar o fruto de seu trabalho. O raciocínio era simples e inovador: se as pessoas passassem a ter finais de semana, poderiam viajar, visitar parentes e, consequentemente, usar automóveis.

Essa mudança ajudou a consolidar o conceito de final de semana como conhecemos hoje. Aos poucos, outras empresas passaram a adotar a mesma medida, pressionadas pela competitividade e pelos movimentos trabalhistas que viam no exemplo de Ford um caminho para melhores condições de vida. Décadas mais tarde, esse modelo seria incorporado às legislações de vários países, transformando-se em padrão internacional.

O gesto de Henry Ford mostrou que reduzir horas de trabalho não significava necessariamente reduzir produtividade. Pelo contrário, podia representar um ganho para empregados e empregadores. A medida mudou não apenas a forma de trabalhar, mas também a forma de viver, abrindo espaço para lazer, convivência social e desenvolvimento cultural.

O 25 de setembro de 1926, portanto, não foi apenas uma data de mudança dentro de uma fábrica. Foi o início de uma nova lógica de organização social e econômica, um marco que ajudou a definir a vida moderna e a relação que temos hoje com tempo, trabalho e descanso.

ARLS ESQUADRO E COMPASSO 217 - São Paulo

 


Na noite de ontem, a convite do irmão Julio Cesar Cadamuro, que é o meu adjunto como Grande Bibliotecário da GLESP, tive a honra de visitar a sua Loja, a ARLS Esquadro e Compasso n. 217.

O prédio é lindo, na verdade, se não fosse o símbolo maçônico identificando o local, passaria por uma tradicional igreja no estilo anglicano.

Fui muito cordialmente recebido pelos irmãos e pelo Venerável Mestre Pedro Donizete Paulucci, que me concedeu a palavra na Ordem do Dia para uma pequena palestra sobre a atuação da Ordem em beneficência.

O motivo foi eu ter tomado conhecimento das inúmeras ações beneficentes empreendidas pela Loja através dos irmãos, para atender diversas instituições. Um belo exemplo.

Ao final estendi o convite para que todos participassem da XXX Jornada Maçônica do Brasil em Santos no próximo domingo, de modo presencial ou virtualmente.

A PRIMEIRA IMPRESSÃO - Newton Agrella


O mundo parece que não  reconhece mais limites para o que se diz, se ouve, se faz ou se sente.

Talvez, até seja por isso, que a famigerada frase "a primeira impressão é a que fica", de algum modo, ainda consiga produzir aquela sensação de poder influenciar ou de ser influenciado, a partir das primeiras experiências das relações interpessoais, bem como com tudo o que nos cerca, mas nos é desconhecido.

O interessante neste contexto é que o efeito desta "primeira impressão" - positiva ou negativamente forte e consistente -  pode moldar de maneira significativa, eventuais interações futuras.

A propósito, seja qual for o campo de atividade das relações humanas, uma "primeira impressão forte" pode fazer com que o cérebro processe informações e elabore conclusões sobre pessoas ou eventos de forma muito rápida. 

Às vezes, em questão de segundos, só de bater os olhos.

Esse fenômeno inclusive é frequentemente perceptível no ambiente maçônico. 

Cabe destacar que uma "primeira impressão forte" pode tanto abrir ou fechar portas ao longo do tempo.

A Maçonaria espera que seus membros sejam pessoas com o coração sensível ao bem.

E para tanto, confia que seus membros, sejam pessoas que transmitam Confiança, Comprometimento diante do Juramento ou Compromisso prestado à Ordem, Pontualidade, Respeito para com seus pares, utilização de uma Linguagem compatível à Ordem, Cordialidade, dentre tantos outros atributos

Registre-se que a primeira impressão envolve a interpretação do que vemos, tomando-se por base as nossas percepções sociais e culturais.

Este espelho da alma e do intelecto, reflete-se igualmente, quando o Iniciado começa a desenvolver seus primeiros contatos com os símbolos e alegorias.

Lembrando que  "a primeira impressão que fica" diz respeito à Imagem, pois é exatamente no imaginário que residem formas, sons, cores, movimentos e as abstrações humanas mais íntimas que podem ser projetadas e concebidas.

É bem verdade que a "primeira impressão" sobre uma pessoa, uma situação, um acontecimento.ou algum lugar se apoia em julgamentos inconscientes e interpretações cognitivas. 

Contudo, é relevante assinalar que essa  percepção inicial, mesmo que baseada em poucas informações, tende a ser persistente e pode exercer um grande impacto ao longo de nossa jornada.

Diante dessas circunstâncias e mesmo dotados da razão, há um instinto natural dentro de cada um de nós, que nos impõe proceder um passo adiante, que responde pelo nome de "discernimento", do qual jamais podemos nos afastar.

ARCO REAL -Alferio Di Giaimo Neto


Entre as mais fascinantes estórias dos antigos dias da Arte Real, poucas mantém mais mistério ou tem sido mais ansiosamente investigada do que aquelas que agrupam dados sobre o começo da Maçonaria do Real Arco (Royal Arch).

Onde ela teve início? Quem deu origem a essa Maçonaria? Se ela foi outrora parte da Maçonaria Simbólica, por que ele se separou e se tornou uma outra Maçonaria?

Tem havido muitas teorias sobre isso. Alguns, como R.F.Gould, dizem ter nascido na França, juntamente com os graus “Escoceses” quando a causa dos Stuart predominava em muitas cabeças. Outros tem tentado estabelecer que Laurence Dermott, o irascível secretário dos “Antigos”, foi o  idealizador desse Rito. Obviamente, isso não faz sentido, pois Dermott em 1740 foi Iniciado e se tornou um Maçom do Real Arco em 1746, e há menção do Real Arco antes de 1743.

Entretanto, a maioria dos historiadores Maçônicos mais bem informada, acredita que o Real Arco foi originalmente uma parte da Maçonaria Simbólica como uma das mais antigas “cerimônias adicionais”.

A primeira menção sobre o Real Arco que nós temos, foi num relato da Loja Nº21, Youghal, Ireland, em 1743. Membros andando numa procissão foi dito: “O Royal Arch carregado por dois excelentes Maçons”.

O que era o Real Arco o qual era “carregado”? Uma representação de um arco? Uma faixa com uma pintura? Ninguém sabe. O que se sabe, e é consenso da maioria, é que é ridícula a afirmação que o Real Arco é o mesmo que um “Arco Iris” como já foi dito diversas vezes, por exemplo: “...o Arco Íris da esperança, fixado nos céus, com um extremo sobre o Éden e o outro nas despedaçadas ruínas do mundo”.

O primeiro livro mencionando o Real Arco, até onde os historiadores conhecem, foi um volume publicado em Dublin, Ireland em 1744. Ele é chamado “Uma Séria e Imparcial Pesquisa na Causa do Declínio da Francomaçonaria na Irlanda” escrito pelo Dr. Fifield Dassigny. Existem, até onde se sabe, somente duas cópias desse livro. Esse antigo livro sumiu da vista até 1867, quando Hughan descobriu uma cópia; uma outra cópia foi subseqüentemente achada. 

Esse livro nos declara que em York, Inglaterra, “é mantida uma Assembléia de Mestres Maçons sob o título de Maçons do Real Arco, os quais, como suas qualificações e títulos eram superiores aos demais, recebiam um maior pagamento do que os trabalhadores Maçons”.

Um fato interessante na Pesquisa Maçônica é o fato que uma nota antiga conhecida do Real Arco, não é nem da Irlanda e nem da Inglaterra, mas dos Estados unidos da América. Nas minutas da Loja Fredericksburg, nº 04 do Registro de Virgínia, aparece o que segue: “na noite de vinte e dois de dezembro, 5753, a Loja foi montada com a presença do V.:M.:Simon Frazier, do 1ºVig.: Judge Hudson e do 2º Vig.: Robert Armistead  da Loja do Real Arco. Ocorrências da noite: Daniel Campbell, Robert Kohlerston, Alex Woodrow, elevados ao grau Maçons do Real Arco”.

Conforme nos esclarece IrNicola Aslan, devemos deixar claro, até agora,  que esse Rito, era praticado na Inglaterra, Irlanda, talvez Escócia, pelos Antigos, no século XVIII, e que os Modernos não aceitavam, por não quererem ouvir falar em Altos Graus. Desse modo, quando ocorreu a fusão dos dois, gerando a Grande Loja Unida da Inglaterra, o Royal Arch foi mencionado no “Ato da União” com a seguinte disposição:

“É declarado, em seguida, e instituído, que a pura e antiga Maçonaria consiste em três Graus e não mais, a saber, os de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre Maçom, nele compreendido a Ordem Suprema do Santo Real Arco”.

Deve ser repetido aqui que o fundamental da Francomaçonaria é encontrado nos três graus da “Loja Azul” ou “Graus Simbólicos”. Isso é verdade, pois devemos levar em consideração que a Maçonaria do Real Arco, já foi parte do Terceiro Grau da Maçonaria Simbólica.

O Terceiro Grau das Lojas Simbólicas, conhecidas como Maçonaria Azul, como é praticada hoje, é conhecido como Grau de Mestre. Este Grau era originariamente tido como o mais alto ponto da Antiga Ordem Maçônica. Em torno de 1741 de nossa era, e não sabemos ainda o motivo para isso ter ocorrido, aparentemente, na cidade de York, na Inglaterra, houve uma cisão no Terceiro Grau, resultando na Maçonaria do Real Arco. 

O Simbolismo do Real Arco é, na realidade, parte do Simbolismo do Terceiro Grau. Assim, no Rito de York, nós temos hoje em dia, o Grau de Mestre Maçom diminuído nas suas informações, necessitando de um complemento, o qual é fornecido pela Maçonaria do Real Arco.

O Simbolismo do Grau de Mestre, como temos hoje, é necessariamente restrito à construção do primeiro Templo, ou Templo de Salomão, e a vida presente, apesar de alcançar um clímax na garantia de uma vida futura.

Para o Simbolismo relativo a destruição desse primeiro Templo, a conquista do povo judeu pelos Caldeus, o cativeiro na Babilônia, a libertação por Ciro, o retorno dos judeus para Jerusalém e a construção do Segundo Templo, Zorobabel, nós dependemos da Maçonaria do Real Arco.

Sem este complemento, o Simbolismo do Terceiro Grau das Lojas Simbólicas, está incompleto.

Somente como informativo, podemos dizer que a Ordem Maçônica possui um sistema direcionado em apresentar a idéia simbólica da passagem do Homem na Terra. O Primeiro grau é freqüentemente referido como a representação da juventude, do período de aprendizagem, do tempo de purificação dos sentimentos, como período de preparação para a conquista de altas esferas aqui na Terra.

O Segundo Grau é freqüentemente referido como a representação do período da vida adulta, das qualidades, do tempo de crescimento e alargamento do conhecimento e do trabalho.

O Terceiro Grau é freqüentemente referido como o simbolismo da vida madura, das grandes experiências, do tempo de atividades contínuas, com decréscimo das atividades árduas, mas alargamento do pensamento, do conhecimento e muita sabedoria nos julgamentos. Portanto, é um período de grandes responsabilidades em muitos aspectos das decisões tomadas, da tolerância e, do inevitável termino com a morte.

Como foi dito, a complementação dos três graus das Lojas Simbólicas, é dado pela Maçonaria do Real Arco. É impossível dizer, o por que e com data precisa, quando os trabalhos do Real Arco foram separados do Terceiro Grau, ou quando o Real Arco se tornou uma ramificação da Ordem Maçônica. Aparentemente, o Real Arco, apareceu separado do Terceiro Grau na cidade de York, na Inglaterra e que Assembléias Maçônicas, sob essa designação foram mantidas em diferentes partes da Inglaterra, Irlanda e Escócia, no começo do século XVIII e que, nesse mesmo período foi introduzido na América.

Segundo o livro “Holy Bible”, editado pelo Heirloom Bible Publishers, Wichita, Kansas, EEUU, o Real Arco é conhecido como “Capítulo” (Chapter) e consiste de quatro graus. São eles: Maçom Mestre da Marca, Past Master, Mui Excelente Mestre e o Real Arco.

As lendas e símbolos desses graus relatam a destruição do Templo de Salomão pelos Caldeus, o cativeiro dos judeus e, principalmente, a construção do segundo Templo, o de Zorobabel.

A distinta conexão com o Terceiro Grau das Lojas Simbólicas é a “recuperação de certos segredos” os quais foram perdidos quando Hiram Abiff foi violentamente assassinado.

O Primeiro Grau, Mark Master Degree, da Maçonaria do Real Arco é baseado na tradição e organização dos Maçons Operativos, os quais foram empregados no Templo de Jerusalém e, com isso, pelas suas qualidades evitaram discórdias e confusões. Em significado simbólico, é dirigido aos Irmãos Companheiros, para estimular ordem, regularidade e disciplina; ele nos ensina que a liberação de todas nossas obrigações morais, em vários estágios de nossa vida, devem ser feitas com precisão e pontualidade; que o trabalho de nossas mãos, os pensamentos de nossa mente e os sentimentos de nossos corações devem ser bons e verdadeiros para que possam ser aprovados pelo Grande Arquiteto do Universo. Igualmente, esse grau é dirigido no sentido do aprendizado, tanto que este grau instrui como o aprendizado pode ser mais justo e freqüentemente empregado para nossa honra e benefícios de outros. Tendo sido ensinado a obrigação moral de praticar todas as moralidades da vida, nós agora estamos instruídos da importância da performance deles, com uma regularidade sistemática. O objetivo de cada verdade do Mestre de Marca é de viver e trabalhar de tal modo, que possa receber o reconhecimento de seus serviços e ser aplaudido devido a eles.

O Segundo Grau, Past Master Degree, da Maçonaria do Real Arco foi originariamente um Grau de Honra, conferido ao Mestre da Loja na sua Instalação por mais de três Past Máster. No Real Arco, ele não tem conexão direta ou histórica com os Graus precedente ou posterior. O breve Ritual não é especialmente significante no avanço dos Iniciados na Maçonaria do Real Arco, mas tido como necessário. Para aqueles que não foram Veneráveis nas Lojas Simbólicas, uma cerimônia de investidura é dada.

O Terceiro Grau, Most Excellente Master da Maçonaria do Real Arco, é baseado em certos fatos históricos e lendas com referencia à dedicação ao templo pelo rei Salomão. O oficial que o preside, representa o Rei Salomão com o título de “o mais Excelente”. Os oficiais são os mesmos que na Loja Simbólica, apesar que, em alguns rituais, o Segundo Vigilante é omitido. Os símbolos, as lições derivadas deles, e as leituras, combinam uma significativa seqüência para importantes partes das Lojas Simbólicas. Eles implementam e complementam muitas da instruções recebidas, e reforçam algumas das mais sublimes lições dadas.

O Quarto Grau, Royal Arch Degree, é onde o clímax da Maçonaria do Real Arco é obtido. É a pedra de cobertura, a cumieira, o fechamento do Terceiro Grau das Lojas Azuis. É um ramo da Maçonaria, que complementa e ilumina profundamente, tudo o que foi dado anteriormente. O trabalho deste Grau tem fechadas conexões com o Primeiro e Terceiro Graus do Capítulo da Maçonaria, e reforça as lições dadas. Muito é aqui fornecido como guia prático para seguir os princípios básicos, as doutrinas da Maçonaria na vida diária.


Bibliografia : GRANDE DICIONARIO ENCICLOPEDICO DE MAÇONARIA E  SIMBOLOGIA – NICOLA ASLAN

MASONIC SERVICE ASSOCIATION OF EEUU.



ARLS ORIENTE ETERNO 194 - São Paulo



Visito pela segunda vez a ARLS Oriente Eterno 194 que se reúne as duas da tarde nas quartas feiras na GLESP, em um templo exclusivo do grau de Mestre Maçom.

Já comentei neste blog, quando postei a minha visita anterior, que esta Loja foi criada para atender irmãos idosos, como eu mesmo, que encontram problemas para sair de casa em horário noturno, com riscos de segurança e grande dificuldade de estacionamento nas proximidades da Grande Loja devido ao hospital, teatro e faculdades próximas.

Mas com o passar do tempo, uma  geração de maçons mais jovens, com atividades que podem proporcionar este happy hour no meio da semana, vieram fazer parte do quadro e, mesclados com os mais vividos, formaram um quadro muito inteligente, cujas sessões são encerradas com rodadas de chopp.

Sob o comando da poderosa voz do Venerável Mestre Chung Chih Hau assisti a uma belíssima apresentação sobre a segunda instrução de Mestre Maçom, a cargo do irmão Márcio Martins Moreira, que a todos  encantou, 

setembro 24, 2025

ARLS ORAÇÃO E TRABALHO 128 - São Paulo

 


Ao chegar a ARLS Oração e Trabalho 128 no Palácio Maçônico da GLESP, na noite de ontem, fui presenteado com um alentado volume contando os 50 anos de história da Loja. Porém durante a leitura da ata fiquei sabendo da comemoração dos 60 anos ocorrida recentemente. Bodas de diamante a serviço da maçonaria e da sociedade.

Fui cordialmente recebido pelo Venerável Mestre Mario José Vera Perez para uma sessão cujo foco foi a apresentação de três trabalhos sobre a primeira instrução por três jovens aprendizes.

Os trabalhos foram primorosos, de muita qualidade. Elogiei o VM e a Loja por contar com aprendizes tão inteligentes capazes de apresentar trabalhos de excelente conteúdo ainda na primeira instrução. Os comentários dos irmãos mestres, a respeito das apresentações, acrescentaram muito conhecimento.

Fiz o convite para que os irmãos se inscrevam na XXX Jornada Maçônica no próximo domingo em Santos, que será uma inestimável fonte de cultura maçônica para quem participar.

HIRAN ABIF OU ADONIRAM? Pedro Juk


Em 14/06/2017 o Respeitável Irmão Perílio Barbosa Leite da Silva, Loja Arte e Virtude, REAA, GOB-MG, Oriente de Lajinha, Estado de Minas Gerais, formula a seguinte questão:

HIRAN OU ADONIRAM?

Fui instalado na última semana e nesta semana tive oportunidade de participar de uma instalação pelo REAA praticado pela Grande Loja. Notei que no REAA praticado pelo GOB o personagem da Lenda é o próprio Hiran Abif e no REAA praticado pela Grande Loja o personagem da Lenda é Adonhiran. Sei que na origem do escocismo não existe ritual de instalação, este de origem inglesa, sendo assim poderia me dizer qual personagem é apresentado na instalação em sua origem, Hiran Abif ou Adonhiran?

CONSIDERAÇÕES.

Os dois são, em termos de Lenda Maçônica, o mesmo personagem.

Hiran Abif (Hiran meu Pai) - Como partícipe principal da lenda maçônica, o personagem fenício, filho de um habitante de Tiro e de uma mulher da tribo de Neftali, foi enviado por Hiran, Rei de Tiro ao Rei Salomão quando da construção do Templo de Jerusalém.

Exímio trabalhador com metais, dentre outros, fundiu as Colunas B\ e J\, construiu o Mar de Bronze e tantos outros utensílios utilizados no Templo.

Na verdade, segundo o Livro de Reis, Hiran, o Rei de Tiro recomendara Hiran Abif a Salomão em virtude das suas qualidades de hábil trabalhador com metais, mas não como arquiteto. Foi o ritual maçônico pela adoção da Lenda Hirâmica que o transformou em arquiteto construtor do Templo.

Nunca é demais lembrar que o Grau de Mestre especulativo somente apareceria na Moderna Maçonaria em 1725, portanto não faz sentido conduzir à história da Maçonaria à época da construção do primeiro Templo (Salomão), a despeito de que essa menção seja sempre feita de modo lendário que objetiva incontestável lição de moral e sociologia.

Adoniram (ou Adonhiram = corruptela de Adoniram) – As escrituras mencionam-no apenas como um encarregado das corveias quando da construção do Templo pelo Rei Salomão, entretanto em 1744, Louis Travenol, na França, publicou sob o nome de Léonard Gabaon a obra Catecismo dos Franco-Maçons ou o Segredo dos Franco-Maçons, oportunidade em que confundiu o personagem Adoniram (preposto das corveias) com Hiran Abif (Hiran meu Pai). Provavelmente o motivo do engano foi porque o prefixo Adon que significa em hebraico “Senhor”, parecia soar como um prefixo de honra.

Em contingência disso, muitos dos ritualistas se dividiram. Segundo o autêntico Alec Mellor, para alguns os personagens eram a mesma pessoa, enquanto que outros sustentavam uma teoria dualista, mas divergiam quanto aos papéis respectivos de Adoniram e Hiran Abif na construção do Templo; uns sustentando que Adoniram não fora senão um simples subalterno (preposto), enquanto outros viam nele o verdadeiro personagem e herói da Lenda do Terceiro Grau.

Ainda segundo Mellor, foi assim que nasceu a Maçonaria Adoniramita, oposta aos “hiramitas”, se assim se pode dizer. A vertente Adoniramita ficaria conhecida pelo Recueil Précieux de La Maçonnerie Adonhiramite (Coletânea Preciosa da Maçonaria Adoniramita), publicada em 1782 por Louis Guillemain de Saint-Victor e atribuída pelo superado Ragon, sem qualquer fundamento, ao Barão de Tschoudy.

Como mencionado, em se tratando da Lenda do Terceiro Grau que é o que interessa para a Moderna Maçonaria, o personagem lendário é apenas uma pessoa se tomado nela como o arquiteto do Templo – seja ele Hiran Abif (meu pai) ou Adoniram (Senhor Hiram). A questão não é do preposto das corveias ou do hábil trabalhador com metais, mas do “Arquiteto do Templo” que fora assassinado pelos três maus Companheiros.

Assim, se tudo o que nos interessa é o significado dessa magnífica alegoria lendária, o personagem, não importando se Hiran ou Adoniram, atua com protagonismo único no teatro da morte e do renascimento, assim como nos rituais que instalam um Mestre Maçom na Cadeira da Loja.

De tudo, o personagem mais comum conhecido na Lenda Hirâmica é Hiran Abif, sobretudo no que diz respeito ao REAA\, embora alguns até o tenham como Adoniram ou Adonhiram.

Por fim, Hiran Abif, ou Adoniram também são mesmos personagens que representam o Arquiteto Construtor, tanto na Lenda do Hirâmica como naquela que o menciona com Balkis, a Rainha de Sabá.

setembro 23, 2025

INTERAÇÃO e INTERATIVIDADE MAÇÔNICA - Newton Agrella


Uma instituição iniciática que possibilita a um determinado número de pessoas compartilhar informações, trocar experiências e estimular o exercício do pensamento e do raciocínio entre sí, reveste-se de um caráter interativo.

É nessa toada, que a prática maçônica se diferencia de todas as outras.

A Maçonaria é a arte de interagir, construir algo em comum e descobrir.

A interação começa com a promoção de uma relação fraterna, entre homens de diferentes etnias e credos, mas que compartilham da idéia de um princípio criador e incriado.

Prossegue com a interação entre si de símbolos, alegorias, marchas, toques, palavras e sinais, que podem variar de acordo com o rito, mas cujos princípios dialéticos se identificam como um fator de comunhão.

A expressão típica de reconhecimento entre Irmãos do R.'.E.'.A.'.A.'.  , por si só, revela uma essência interativa em que ambas as partes se mutualizam sob uma mesma égide.

Cabe porém registrar, que essa Interação precisa ser melhor explorada quando da apresentação de trabalhos em Loja ou nas Sessões Virtuais, momentos em que poderiam ser melhor articuladas as contra-argumentações e o confronto de ideias, de forma a suscitar a discussão cultural, como agente alavancador em prol da evolução.

Provavelmente, falte um pouco mais de experimentação crítica, no sentido de auxiliar no processo de abrir a mente, criar um território mais fértil para que o espírito especulativo dos Maçons valha-se da investigação intelectual como mola propulsora em favor do aprimoramento humano.

Interação é uma corrente energética que se alimenta através de uma relação de reciprocidade. 

Nesse processo mútuo, a Interação humana se manifesta

por meio de um complexo sistema de comunicação, com a finalidade de evoluir intelectualmente.

Para desfecho deste episódio e para efeito formal, cabe lembrar que semanticamente a

Interação é a ação direta ou indireta mediada entre indivíduos.

E a Interatividade, por vez, constitui-se na capacidade de um sistema de comunicação para possibilitar a Interação.