setembro 12, 2025

MINDFULNESS - VIVENDO SEM LIMITAÇÕES - Roque Cortes Pereira


No dia de hoje (sexta-feira), das 17h ás 20h, o confrade e intelectual Prof. Roque Cortes Pereira estará lançando simultaneamente três livros no Sound Prime Ipiranga.

1) Mindfulness – Vivendo sem Limitações,

2) O Caminho das Mãos Vazias - O Espírito do Karatê e

3) Como empreender no Dojo.

Tive o privilégio de estar com ele na noite de ontem, em entrevista no YouTube que postarei no domingo. Hoje, infelizmente não estou mais em São Paulo para prestigiar o lançamento, mas posso comentar as suas belas obras, e postarei uma por dia 

1) Mindfulness – Vivendo sem Limitações

É um guia prático e inspirador para integrar a presença e a consciência no dia a dia. O livro mostra como o mindfulness pode ampliar a produtividade, melhorar relacionamentos e fortalecer o equilíbrio emocional, ajudando o leitor a romper barreiras internas e a viver além das limitações impostas pela mente.

São obras que transformam os seus leitores.

"O TERCEIRO GRAU, UM PROCESSO PSICOLÓGICO (para o R.'.E.'.A.'.A.'.) - Newton Agrella



Em que pese todo o significado simbólico que a morte encerra na conjuntura que envolve o 3o.Grau da  Maçonaria Simbólica Universal - o Grau de Mestre Maçom - vale ressaltar que a sua essência não está circunscrita à morte física, mas sim, a um processo psicológico de cunho iniciático onde a analogia se desenvolve em torno da lenda do arquiteto Hiram Abif  convocado pelo Rei Salomão para a construção do Templo.

A interpretação da morte se desencadeia ao considerarmos que o indivíduo é subjugado pelo impacto do confinamento de seu corpo físico, perde a consciência - e em especial o contato consciente com a alma e seu Espírito com a Divindade.

Essa "morte" sugere a idéia da restrição de consciência.  

A "morte" que se apresenta ao candidato no Terceiro Grau, contribuirá para que ele "reconheça" que é um ser espiritual que possui tanto uma alma quanto um corpo.

Assim, a morte psicológica a que se refere esse derradeiro Grau do "simbolismo maçônico"  está envolvida com a experiência dessa essência espiritual. 

Filosoficamente, trata-se portanto da "morte do ego".

Há uma corrente dialética maçônica de autores como Alain Pozarnik "Simbolismos do Ritual de Fechamento de Loja Maçônica" e W.Kirk MacNulty "Maçonaria - Uma Jornada por meio do Ritual e do Simbolismo"   que entendem que  "...assim como o candidato na cerimônia não permanece muito tempo na sepultura simbólica, também o período de desorientação na experiência real não dura muito.

A função psique que chamamos de Venerável Mestre, surge na consciência para se tornar o princípio-guia dentro do indivíduo que, nesse novo estado, reconhece a si mesmo como um ser espiritual que possui uma alma e um corpo..." 

A sustentação da lenda remete à construção do Templo, para que nele habite o Deus íntimo e para que sua completa liberdade de expressão se manifeste.

Importante destacar que nos Graus anteriores trabalhou-se na Pedra Bruta e posteriormente na Pedra Cúbica.

No Grau de Mestre Maçom a Jóia Fixa é o próprio Painel, visto que ela lida com o relacionamento entre pedras e com o Todo de uma estrutura maior a qual elas pertencem.

Os interesses do Mestre Maçom são portanto metafísicos, transpessoais e holísticos,  o que denota o profundo aspecto "esotérico" de que se reveste este Grau.

A responsabilidade do Mestre Maçom  advinda desse processo simbólico da morte e renascimento é ser consciente dessa unidade essencial.

Criatividade e Revelação são pressupostos para se entender o nível de consciência representado pelo Mestre Maçom e o compasso talvez seja a ferramenta de consciência que melhor traduza sua função como instrumento de proporção - qualidade imprescindível para manter a tradição e a revelação, os princípios e a criatividade, em equilíbrio.

Talvez seja cabível lembrar que o contrário da morte não é a vida, mas sim o nascimento.

A vida é pois, uma consequência, e a partir desse fato, o homem faz disso sua profissão de fé para vive-la em toda a sua plenitude sem se preparar para morrer. 

Não podemos aceitar o nascimento de nosso corpo sem aceitar sua morte.

Para melhor reflexão podemos discorrer que o Painel do Terceiro Grau pode ser interpretado de duas formas:

A primeira é a de que o painel  indica que o conceito comum de vida humana é como a morte comparada à capacidade humana potencial.

A segunda, é que a visão do interior do Templo sugere que somente morrendo para o seu conceito de "ser" é que o indivíduo pode realizar esse potencial.

A representação da morte do Mestre Hiram Abif é uma forma impactante e singular de simbolizar o ritualismo do grau como forma de compartilhar com os Irmãos o processo de recomposição e regeneração humana sob o ponto de vista psicológico.

Esse procedimento demonstra o sentido da construção do Templo de Salomão através dos percalços de sua destruição e da reconstituição simbólica paralelamente ao renascimento da consciência do Mestre Maçom.

De acordo com o próprio Ritual do 3o.Grau para o Rito Escocês Antigo e Aceito - a exaltação a Mestre demonstra o triunfo da Vida sobre a Morte, a imortalidade do bom, do justo e do virtuoso.

Seu significado espiritual é o de que o Trabalho  dos Mestres não conhece descanso, porque eles constróem o Templo Ideal, isto é; a Fraternidade, a Razão e a Justiça, com Eqüidade.




setembro 11, 2025

ARLS EQUILIBRIO 744 - São Paulo


Minhas visitas a Lojas são sempre solicitadas com antecedência para evitar transtornos à Ordem do Dia. Entro em contato com o Venerável Mestre e peço sua permissão. Achei que ontem, dia 10, não haveria resposta, mas esta chegou, gentil, as 17h00.

A ARLS Equilíbrio 744 da GLESP é pequena. Mas digo sempre que quantidade não faz qualidade. Era uma sessão de elevação para o segundo grau e o ritual foi perfeito, conduzido brilhantemente, sem nenhum tropeço ou hesitação, pelo VM Carlos Leandro dos Santos.

Fui convidado para ocupar cargo na sessão e aceitei com muita honra. Destaque para os enriquecedores comentários dos experientes mestres presentes.

Fiz o convite para que os irmãos participassem da XXX Jornada Maçônica do Brasil no próximo dia 28 em Santos e também a exposição de livros da Academia, que obteve grande sucesso.


LANDMARKS – O QUE SÃO E QUAIS SÃO? - Almir Sant’Anna Cruz



Muito se fala de Landmark e muitos não sabem o que são e quais são. Para alguns tudo é Landmark e para outros os Landmarks são somente os compilados por Mackey, um grande autor maçônico americano.

Ainda há aqueles que usam a palavra Landmark como uma espécie de “BomBril de 1001 utilidades” para encobrir seu desconhecimento sobre o tema que se está tratando e que não se coaduna com o seu pensamento. Então, estufam o peito e com ar professoral encerram o assunto com um “Isso é Landmark”.

A palavra inglesa Landmark é composta de land (solo, terra, território, povo, nação, país) e mark (marco, sinal, limite, indicação, testemunho).

A primeira menção da palavra Landmarks na Maçonaria é encontrada no artigo 39 dos Regulamentos Gerais de Payne, de 1721: Provided always that the old Landmarks be carefully preserved (Contanto que sejam cuidadosamente preservados os antigos marcos de limite).

O termo foi inspirado no Antigo Testamento, onde consta com o significado de limite ou marco sagrado e inviolável, que dividia as terras de diferentes proprietários: 

- Deuteronômio (19:14): Não mudes o marco do teu próximo, que colocaram os antigos na tua herança que possuíres na terra, que te dá o Senhor teu Deus para o possuíres. 

- Provérbios (22:28): Não removas os limites antigos que fizeram teus pais.

- Provérbios (23:10): Não removas os limites antigos nem entres nas herdades dos órfãos.

- Jó (24:2): Até os limites removem; roubam os rebanhos e os apascentam.

Na Maçonaria, o termo designa os usos, práticas e tradições, que se consideram como sendo seus princípios fundamentais. São os antigos e universais costumes da Ordem, os quais paulatinamente ficaram estabelecidos como regras. Os Landmarks constituem a Lei Tradicional, a Lei não escrita.

Os Landmarks delimitam e definem o que é e o que não é Maçonaria, ou seja, o que estiver dentro deles é Maçonaria regular e o que estiver fora ou não é Maçonaria ou é Maçonaria espúria.

Para que uma regra ou norma seja considerada como Landmark, precisa reunir em si as seguintes características:

(1) Existirem desde tempos imemoriais, sob a forma de usos e costumes ou de leis escritas;

(2) Serem inalteráveis;

(3) Serem irrevogáveis;

(4) Não podem ser infringidos; e

(5) Não podem sofrer acréscimos.

Não só Mackey, mas diversos outros eminentes autores Maçônicos fizeram suas compilações dos Landmarks e cada um apresentou a sua versão, não havendo um consenso geral sobre o assunto. 

Outros grandes autores Maçônicos, embora não tenham se preocupado em compilar suas versões dos Landmarks, os criticam. Como exemplo podemos citar:

O suíço radicado na França Oswald Wirth (1860-1941) in Qui est Régulier: 

Os landmarks são invenções modernas e seus partidários jamais conseguiram obter um consenso para fixá-los. 

“Isso não impede que os anglo-saxões proclamem sagrados esses limites essencialmente flutuantes, que ajustam de acordo com seus interesses. 

“Cada Grande Loja fixa-os de acordo com seu modo de compreender a Maçonaria; a Maçonaria é compreendida de modos muito diferentes, razão das definições contraditórias e destrutivas da unidade dentro de uma instituição que visa à concórdia universal.


O francês Jules Boucher (1902-955) in A Simbólica Maçônica: 

Na Maçonaria francesa, a ‘Liberdade de Pensamento’ é um ‘landmark’ fundamental e, paradoxalmente, este ‘landmark’ não tem limites!


O francês Alec Mellor (1907-?) in Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons: 

“Mackey, Maçonólogo americano cuja grande Encyclopaedia of Freemasonry, publicada em 1874 (...) é considerada uma das melhores obras sobre o assunto, a despeito de uma lista de Landmarks discutível.

As menores compilações, de autoria de Alexandre Bacon e de Chetwood Crawley, apresentam apenas três Landmarks. 

Albert Pike (1809-1891), que foi Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito da Jurisdição Sul dos Estados Unidos compilou cinco.

(1) A necessidade dos Maçons reunirem-se em Lojas;

(2) O governo de cada Loja por um Venerável Mestre e dois Vigilantes;

(3) A crença no Grande Arquiteto do Universo e em uma vida futura;

(4) A cobertura dos trabalhos da Loja;

(5) A proibição da divulgação dos segredos da Maçonaria, o sigilo Maçônico.

Joseph. Findel (1822-1877) alemão autor de inúmeras obras maçônicas, entre as quais a notável História da Franco-Maçonaria, relacionou nove:

(1) A obrigação de todos os Maçons professarem a religião universal com que todos os homens de bem concordam;

(2) A igualdade de todos os Maçons, sem distinção de raça, cor, nacionalidade, credo religioso ou político;

(3) O direto de todo Maçom visitar outras Lojas;

(4) A necessidade dos candidatos à iniciação serem homens livres e de bons costumes, ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de idade;

(5) A igualdade de todos os Maçons em Loja;

(6) A obrigatoriedade de se solucionar todas as divergências entre os Maçons dentro da Fraternidade;

(7) A proibição de se tratar dentro da Ordem assuntos de religião e política;

(8) A não revelação dos segredos ritualísticos e os conhecimentos obtidos na iniciação;

(9) O direito dos Maçons de colaborar na legislação maçônica e o de votar e de ser representado no Alto Corpo.


O grande jurista norte-americano Roscoe Pound (1916-1937) autor da conceituada Jurisprudência Maçônica, também fixou os Landmarks em nove:

(1) A crença em Deus;

(2) A crença na imortalidade da alma;

(3) A necessidade de um Livro da Lei entre os equipamentos da Loja;

(4) A lenda do terceiro grau;

(5) O segredo;

(6) O simbolismo da arte da construção;

(7) A necessidade de o Maçom ser homem livre e de idade viril;

(8) O governo da Loja pelo Venerável e dois Vigilantes;

(9) O direito de visitação.


O Grande Oriente do Brasil, embora não use o termo Landmark, substituindo-o por “Postulados Universais da Instituição Maçônica” relaciona nove no Art. 2º. de sua Constituição: 

(1) A existência de um princípio criador: o Grande Arquiteto do Universo;

(2) O sigilo;

(3) O simbolismo da maçonaria Operativa;

(4) A divisão da maçonaria Simbólica em três graus;

(5) A lenda do Terceiro Grau e sua incorporação aos Rituais;

(6) A exclusiva iniciação de homens;

(7) A proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria político-partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome;

(8) A manutenção das Três Grandes Luzes da Maçonaria: o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso sempre à vista, em todas as sessões das Lojas e Corpos; 

(9) O uso do avental.


A mais extensa das compilações dos Landmarks é a de H. G. Grant, elaborada em 1889 e adotada pela Grande Loja do Kentucky, com 52. 

Existem inúmeras outras compilações dos Landmarks, com cada autor apresentando a sua versão.

A compilação mais conhecida e considerada no Brasil, embora não seja unânime em seu país natal, é a do Dr. Albert G. Mackey (1807-1871), Maçom norte-americano autor da grande Encyclopaedia of Freemasonry, tida como uma das melhores e mais completas sobre a Maçonaria. 

Aqui apresentaremos sua compilação, com tradução livre do original, que geralmente é apresentada na literatura maçônica nacional de forma sintética e sem levar em consideração as explicações do autor dos motivos que o levou a considerar seus 25 itens como sendo Landmarks.


(1) De todos os Landmarks, o mais legítimo e universalmente admitido é o método ou processo de reconhecimento, que não admite variação.


(2) A divisão da Maçonaria em três graus é um Landmark que se tem conservado melhor que nenhum outro. Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reivindicou este Landmark, reafirmando que a Antiga Ordem Maçônica consistia nos três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom, incluindo o Arco Real.


(3) A lenda do terceiro grau é um importante Landmark, cuja integridade tem sido respeitada, pois não há Rito maçônico praticado em qualquer país ou língua em que não se ensinem os elementos essenciais dessa lenda. Poderão, variar as palavras e com efeito variam constantemente, mas a lenda permanece substancialmente a mesma.


(4) O governo da Ordem por um Presidente chamado Grão-Mestre, eleito por toda a Fraternidade, é outro Landmark da Maçonaria. A alguns parece que a eleição do Grão-Mestre dimana de uma Lei decretada pela Grande Loja da Inglaterra, porém isso não procede, uma vez que o cargo presidencial é um Landmark da Maçonaria, se considerarmos que já encontramos o título e o cargo de Grão-Mestre em documentos anteriores à fundação da Grande Loja da Inglaterra.


(5) Outro Landkark da Maçonaria é a prerrogativa do Grão-Mestre de presidir toda reunião maçônica onde e quando se realize. Em conseqüência dessa Lei, o Grão-Mestre ocupa a presidência, chamada na Inglaterra de “trono”, em todas as sessões da Grande Loja; também as reuniões das Lojas de sua Obediência quando presente nelas.


(6) Outro importante Landmark da Maçonaria é a prerrogativa do Grão-Mestre de outorgar a dispensa para a concessão de graus. A lei estatutária da Maçonaria requer o tempo de um mês ou de outro determinado período entre a proposta do interessado e sua recepção. Mas é privilégio do Grão-Mestre a dispensa do tempo e prova e ordenar que o candidato se inicie imediatamente.


(7) Este Landmark consiste na prerrogativa do Grão-Mestre de conceder permissão para fundar e manter Lojas, com o direito de conferir os três graus, reunindo um número suficiente de Mestres Maçons. As Lojas assim constituídas se chamam “Lojas Licenciadas” e são estritamente da iniciativa do Grão-Mestre, por cuja autoridade se criam e somente subsistem a seu talante, podendo ser dissolvidas a qualquer momento. Sua existência pode ser de um dia, um mês ou de um ano, mas qualquer que seja sua duração devem sua existência unicamente ao Grão-Mestre.


(8) A prerrogativa do Grão-Mestre de “fazer Maçons à vista” ou criar Maçons, é um Landmark inteiramente relacionado com o anterior. Não se deve entender que o Grão-Mestre possa retirar-se com um profano a um aposento privado e iniciá-lo ali, sem a ajuda de ninguém. Não possui tal prerrogativa; e sem dúvida a muitos se afigura ser este o significado da expressão: “fazer Maçons à vista”. O verdadeiro e único modo de exercer este privilégio, consiste em que o Grão-Mestre convoca não menos de seis Mestres, reúne-se em Loja, e sem prova prévia e tão somente com o candidato à vista, confere o grau ou os graus e em seguida dissolve a Loja e despede os Irmãos. E as Lojas assim formadas se chamam “Lojas de Emergência”.


 (9) Outro Landmark é a necessidade de os Maçons se congregarem em Lojas. Isto não significa que o Landmark prescreva a permanente organização e Lojas subordinadas, que é uma das características atuais da Maçonaria. O que prescreve o Landmark é que todos os Maçons se reúnam periodicamente, e chama de Lojas a essas reuniões, que em outros tempos eram circunstanciais e se dissolviam, uma vez cumprido o objetivo da corporação, separando-se os Irmãos para voltar a se reunirem quando o exigissem as circunstâncias.


(10) É, também, um Landmark da Maçonaria o governo da Loja, presidida por um Venerável e dois Vigilantes. Para demonstrar a influência desta antiga lei, observemos de passagem, que não se pode reconhecer como Loja a reunião de Maçons com presidente e vice-presidentes. A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial para a validade da organização de uma Loja, como garantia duma Constituição o é atualmente.


(11) A necessidade de cada Loja ao reunir-se estar devidamente a coberto, é um Landmark importante, o qual nunca se deve esquecer. A necessidade desta lei deriva do caráter esotérico da Maçonaria. Como Instituição Secreta, suas portas devem estar guardadas da intromissão de profanos, pelo Guarda do Templo, e esta lei deve estar em vigor, desde a origem da Maçonaria.


(12) O direito representativo de cada Irmão nas Assembléias Gerais da Ordem é outro Landmark. Antes, estas reuniões eram feitas uma vez por ano e se chamavam Assembléias Gerais, a que assistiam todos os Maçons, inclusive os Aprendizes. Modernamente nas Assembléias Gerais a representação é feita através de Delegados eleitos e nas Grandes Lojas pelos Veneráveis e Vigilantes.


(13) É direito de todo Maçom apelar ou recorrer à Grande Loja de qualquer decisão dos Irmãos reunidos em Loja. É um Landmark sumamente essencial para a manutenção da justiça e impedir a opressão.


(14) O direito de todo Maçom de visitar e ocupar seu devido lugar em qualquer Loja é um inquestionável Landmark da Ordem. Chama-se o “Direito de Visita”, reconhecido sempre como inerente direito que cada Maçom pode exercer, pois as Lojas são consideradas como divisões convencionais da família universal maçônica.


(15) Nenhum Maçom visitante pode entrar numa Loja sem ser devidamente examinado, segundo a tradição, a menos que o conheça pessoalmente algum membro da Loja, o qual responda pelo visitante.


(16) Nenhuma Loja pode intrometer-se no assunto interno de outra Loja, nem conferir graus a membros de outra Loja. Indubitavelmente é um Landmark muito antigo, fundamentado no capital princípio da cortesia e benevolência fraternal, inalienável em nossa Instituição.


(17) Todo Maçom está sujeito ás leis e regulamentos da jurisdição em que reside, ainda que não seja membro de alguma Loja. O estado de inativo, que de per si já é uma ofensa à Maçonaria, não exime o Maçom da obediência às leis jurisdicionais.


(18) Este Landmark exige do candidato à Iniciação certas formalidades: que seja homem de boa origem, sem defeitos físicos nem mutilação corporal. Uma mulher, um aleijado ou um nascido em escravidão, não estão qualificados para ingressar na Maçonaria.


(19) A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. Sempre se considerou essencial que a negação dessa crença é impedimento absoluto e insuperável para a Iniciação.


(20) Subsidiária desta crença em Deus, como Landmark da Ordem, é a crença na imortalidade da alma humana e na vida futura. O ritual não assinala tão explicitamente esta crença como a crença em Deus; mas está implícita em todo o simbolismo maçônico.


(21) Também é um Landmark um “Livro da Lei”, parte indispensável das alfaias de uma Loja. Digo “Livro da Lei” propositadamente, porque não é exigível que em todas as partes seja a Bíblia. Entende-se por “Livro da Lei” aquele volume que, segundo a religião do país, crê-se que contenha a vontade revelada do Grande Arquiteto do Universo. Resultando daí que as Lojas dos países cristãos usem a Bíblia, e num país cuja religião dominante fosse o judaísmo bastaria o Velho Testa-mento e nos países maometanos o Alcorão.


(22) A igualdade de todos os Maçons em Loja, é outro Landmark da Maçonaria, ainda que esta igualdade não subverta as categorias instruídas pelos usos e costumes da Ordem. Um rei, um nobre, um cavaleiro recebe o mesmo respeito que merece, na sua elevada posição social; mas a doutrina da igualdade maçônica nos induz a reunirmo-nos na Loja, como filhos de um mesmo Pai comum, sobre o nível que nos encaminha à meta predestinada, que na Loja merece mais respeito que as grandes riquezas materiais, pois a virtude e o conhecimento são a base das honras maçônicas e receberão recompensa preferencial. Quando, encerrados os trabalhos da Loja, saem os Irmãos de seu aprazível retiro para misturar-se mais uma vez no mundo profano, cada um reassume sua posição social e goza dos privilégios da categoria assinalada pelos costumes sociais.


(23) O segredo da Instituição é outro Landmark importante, e consiste na conservação secreta dos conhecimentos havidos pela Iniciação. A Maçonaria não é sociedade secreta no conceito lógico, estrito, daquelas associações cujos propósitos são resguardados rigorosamente do conhecimento público e cujos membros são desconhecidos, que trabalham nas trevas, maldosamente, e cujas operações se ocultam à vista pública. Ela é secreta, como uma Sociedade que possui certa soma de conhecimentos peculiares, um método de se reconhecerem seus membros e vários ensinamentos, que só se comunicam aos que tenham passado por uma forma estabelecida de Iniciação esotérica. Durante séculos assim existiu e existirá a Maçonaria como secreta, pois se fosse sociedade pública não duraria muitos anos.


(24) Outro Landmark da Ordem é o estabelecimento de uma ciência especulativa sobre uma arte operativa, e o uso simbólico e explicação dos termos dessa Arte, com o propósito de ensinamento moral. O Templo de Salomão foi o berço da Ordem, portanto a referência à construção do magnífico edifício, aos materiais e ferramentas nele empregados e aos artistas que intervieram na obra, são partes indispensáveis do corpo da Franco-Maçonaria.


(25) O último Landmark, coroa de todo eles, é a inalterabilidade dos Landmarks anteriores. Não se lhes pode nada acrescentar ou subtrair, nem os modificar. Tal como os recebemos de nossos antecessores somos solenemente obrigados a transmiti-los a nossos sucessores.“Nolumus leges mutari” (Não queremos que as leis sejam mudadas)..


Todas essas compilações dos Landmarks são visões particulares de seus autores e nenhuma é considerada oficial, a não ser a que consta na Constituição do Grande Oriente do Brasil para as Lojas, Corpos e Maçons federados àquela Potência Maçônica.


Muitas listam Landmarks que na verdade não são Landmarks, pois não existem desde “tempos imemoriais” e sim Rules, Regras, pois a maioria apresentam práticas introduzidas a posteriori, como o grau de Mestre e a lenda do grau 3, entre outras. 


Por outro lado, algumas práticas antigas e importantes deixaram de ser listadas (a Loja de Mesa, por exemplo, e o uso do Avental, que somente o Grande Oriente do Brasil lembrou de incluir) e, como Regras, outras requerem uma revisão em função de novos usos e costumes. 

Então, este autor, como livre-pensador, sem a pretensão de considerá-las como inteiramente corretas, completas ou definitivas, apresenta sua versão dos Landmarks, na verdade Rules, as Regras consagradas e comuns aos Ritos Maçônicos:


(01) A Cerimônia de Lançamento e Consagração da Pedra de Fundação, colocada a nordeste, quando da construção de um novo Templo;

(02) A Cerimônia de Sagração de Templo, antes de ser utilizado para as reuniões Maçônicas;

(03) A Cerimônia de Consagração do Estandarte da Loja;

(04) A Cerimônia de Loja de Mesa ou Banquete Maçônico;

(05) A Cerimônia de Pompas Fúnebres para honrar a memória de um Maçom que passou para o Oriente Éterno;

(06) A Cerimônia de Adoção de Lowtons;

(07) A Cerimônia de Consagração Matrimonial;

(08) A Cerimônia de Instalação de Veneráveis;

(09) As Cerimônias de Iniciação de Aprendizes, Companheiros e Mestres;

(10) A divisão da Maçonaria em três graus;

(11) Os meios de reconhecimento;

(12) O segredo sobre os meios de reconhecimento, sobre tudo o que ocorrer em uma sessão e os confiados por um Irmão;

(13) A lenda do grau 3;

(14) A necessidade dos candidatos a Iniciação serem do sexo masculino, maiores de idade, isentos de defeitos, mutilações e limitações que os impeçam da prática Maçônica, possuam bons costumes e tenham cultura geral e liberdade de pensamento;

(15) A necessidade das Lojas funcionarem em edifícios próprios para a ritualística Maçônica;

(16) A necessidade das Lojas trabalharem a coberto, cuidando para que nada se possa ver ou ouvir de fora do Templo;

(17) A necessidade dos Maçons se congregarem em Lojas;

(18) A necessidade de uma Loja só poder se reunir ritualisticamente com a presença de sete Maçons;

(19) A necessidade das Lojas se subordinarem a uma Potência Maçônica;

(20) A necessidade de uma Potência Maçônica ser formada por pelo menos três Lojas;

(21) A necessidade das Lojas terem o seu Estandarte ou ao menos um desenho distintivo que a diferencie das demais Lojas;;

(22) O governo das Lojas por um Venerável Mestre e dois Vigilantes;

(23) A crença num Princípio Criador, o Grande Arquiteto ou Grande Geômetra do Universo;

(24) A fundamentação da Maçonaria como ciência especulativa, segundo métodos operativos;

(25) A existência entre os utensílios da Loja de um Esquadro, um Compasso e um Livro da Lei que, conforme a crença de cada um, se suponha conter as verdades;

(26) A obrigatoriedade do uso do Avental Maçônico nas sessões;

(27) A obrigatoriedade do Venerável Mestre e os Vigilantes portarem malhetes;

(28) A obrigatoriedade dos Cobridores ou Guardas do Templo portarem Espadas;

(29) A obrigatoriedade de se deixar secretamente um óbolo para as atividades beneficentes da Loja, antes de se retirar do Templo;

(30) O direto de todo Maçom visitar e tomar assento em qualquer Loja, pois todas são parte da família maçônica universal;

(31) A necessidade de ser verificada a condição de Maçom dos visitantes desconhecidos; 

(32) A necessidade de se observar entre os Maçons, os princípios da harmonia, da concórdia, do amor fraternal e da tolerância;

(33) A igualdade de todo Maçom, independentemente de nascimento, cor, nacionalidade, credo religioso ou político;

(34) A proibição de se discutir nas sessões assuntos de natureza político partidária, proselitismo religioso ou que possam ferir as suscetibilidades dos Irmãos;

(35) O direito de todo Mestre Maçom recorrer à sua Potência Maçônica contra as resoluções de sua Loja;

(36) O direito de todo Mestre Maçom colaborar na legislação maçônica, de voto e o de ser representado no Alto Corpo de sua Potência; 

(37) O direito de todo Mestre Maçom se candidatar aos cargos eletivos de sua Loja;

(38) O direito de todo Mestre Maçom se candidatar a Grão-Mestre de sua Potência Maçônica; 

(39) A não interferência de uma Loja nos assuntos internos de outra Loja, inclusive a de conferir grau a Maçom de outra Loja;

(40) O governo da fraternidade por um Grão-Mestre eleito pelo povo maçônico de sua jurisdição;

(41) A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir todas as reuniões de Maçons em sua jurisdição; 

(42) A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para conferir graus antes do tempo regulamentar; 

(43) A prerrogativa do Grão-Mestre de autorizar a instalação e o funcionamento das Lojas;

(44) A prerrogativa do Grão-Mestre de iniciar nos graus à primeira vista, sem cumprir as formalidades e interstícios, formando para tal uma “Loja de Emergência” com mais seis Mestres Maçons, dissolvendo-a em seguida.

Do livro *O que um Mestre Maçom deve saber. Interessados,  contatar o autor, Irm.’. Almir, no whatsApp (21) 995668-1350

setembro 10, 2025

NINGUÉM É DONO DA VERDADE - Maurício Nunes

 


Em 1961, Stanley Milgram, professor de psicologia da Universidade de Yale, publicou um anúncio oferecendo alguns dólares a voluntários dispostos a participar de um suposto estudo sobre aprendizagem e memória.

O grupo, porém, não sabia que aquilo era apenas um pretexto para um projeto muito diferente do anunciado.

Sob a supervisão do próprio Milgram, um voluntário — chamado de “o professor” — lia sequências de palavras para seu parceiro, “o aprendiz”, que ficava em outra sala, aparentemente ligado a uma máquina de choques elétricos.

Cada vez que o aprendiz cometia um erro ao repetir as palavras, o professor deveria aplicar um choque de intensidade crescente: começando em 15 volts, considerado leve, até chegar a 450 volts, intensidade extremamente perigosa.

Alguns voluntários, horrorizados com o que eram instruídos a fazer, interromperam o experimento, desafiando a pressão do supervisor para continuar. Outros, no entanto, obedeceram até o fim, aplicando choques de 450 volts mesmo quando o “aprendiz” implorava por misericórdia e dizia ter problemas cardíacos.

Por incrível que pareça, 65% dos participantes foram até o fim.

Ao deixarem o laboratório, os voluntários não sabiam que os choques não eram reais. O “aprendiz” fazia parte da equipe de Milgram e permanecia ileso em outra sala, enquanto gritos de dor pré-gravados ecoavam pelo ambiente.

O experimento revelou que pessoas comuns, sob a direção de uma figura de autoridade, podem obedecer a ordens absurdas — até mesmo cruéis.

Esse estudo ajudou a explicar fenômenos como as atrocidades do Holocausto e o massacre de My Lai, na Guerra do Vietnã.

Outro experimento reuniu dez pessoas em uma sala: oito eram membros da equipe e apenas duas eram voluntárias, que não sabiam disso.

Apresentava-se então algo simples e evidente — por exemplo, uma tela azul. Quando o pesquisador perguntava a cor, sete dos membros da equipe respondiam “amarelo” e apenas um dizia “azul”. Em 96% dos casos, os dois voluntários concordavam com a maioria, afirmando que a tela era amarela, apenas para não se sentirem excluídos.

Era o poder da influência social, levando pessoas a cometer os erros mais óbvios, apenas para se integrarem a um grupo.

Discordar, portanto, é saudável. Não torna ninguém inimigo por simplesmente não compartilhar da mesma opinião.

Mostrar que há outras possibilidades — e reconhecer que nem sempre temos razão — nos torna melhores e nos ajuda a compreender que, nas ciências humanas, nada é absoluto. Sempre haverá múltiplas perspectivas moldadas pelas experiências de vida de cada indivíduo.

Respeitar opiniões diferentes e aprender a lidar com as discordâncias é sinal de maturidade e segurança.

Ninguém é dono da verdade. Discordar faz parte do processo e é uma maneira de nos mostrarmos por inteiro: expondo nossa visão sem medo de errar, mas sempre com respeito, permitindo que novas perspectivas surjam sobre um mesmo tema.

Nem sempre quem discorda de você é inimigo, assim como nem sempre quem concorda é amigo.

Essa é uma lição fundamental.

Um mesmo livro pode ser interpretado de formas distintas. Um mesmo fato pode ser lembrado sob ângulos opostos.

E, ainda assim, quantas vezes não nos vemos sufocando a própria voz apenas para caber num grupo, concordando com o que não acreditamos, repetindo ideias que não nos pertencem?

A lição desses experimentos é clara: não é preciso aceitar o absurdo para ser aceito.

Aprendam a discordar. Aprendam a sustentar a própria opinião.

Respeitar não é o mesmo que se submeter. Respeitar é ouvir, dialogar, considerar. 

Submissão, ao contrário, é silenciar o pensamento por medo de desagradar.

Quem abre mão da própria consciência para seguir a maioria perde mais do que a verdade: perde a si mesmo.


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ARLS ATRIUM n 2882 - GOB SP



Recebo do irmão João Guilherme Milani Gobo o convite para assistir a sua palestra intitulada " História da Fundação que deu origem a UGLE e a criação dos rituais ingleses". O local seria uma Loja do GOB SP, a ARLS Atrium 2882.

Dirijo-me a Rua Augusta, endereço da Loja e na logo na entrada encontro os irmãos João Gobo e Nivaldo Zorzan, este amigo de longa data. A Loja funciona no primeiro andar e  descubro que lá funcionam diversas Lojas, tanto do REAA quanto do Rito de Emulação como a anfitriã de hoje.

Sou recebido cordialmente pelo jovem Venerável Mestre Olavo Beviláqua e alguns irmãos que já assistiram minhas palestras virtuais me reconhecem e vem para o abraço.

A Loja executa o ritual com perfeição, com todas as falas inteiramente decoradas e ditas com segurança. Muito bonito de ver. Eu nunca tinha participado de uma sessão como esta.

Quanto a palestra: para mim João Gobo é em dos mais cultos historiadores da maçonaria no Brasil. Já assisti algumas de suas palestras e o indiquei para as Lojas Virtuais. São sempre um espetáculo de cultura e erudição apresentada com didática e leveza. Esta também foi extraordinária.

Ao final estendi o convite para os irmãos se inscreverem para participar da XXX Jornada Maçônica de Santos no próximo dia 28 de setembro.

OS PAINÉIS DOS GRAUS - Almir Sant’Anna Cruz



Na Maçonaria Operativa, o que caracterizava as reuniões dos Maçons a céu aberto nos canteiros de obras ou nos barracões, eram os desenhos que se faziam no chão, geralmente das ferramentas, das Colunas e do Pórtico do Templo de Salomão.

Quando da transformação da Maçonaria Operativa em Especulativa, as reuniões passaram a ser feitas em ambientes fechados, geralmente em tavernas, que eram ricas cervejarias dotadas de quartos, cabeleireiros, salões de leitura e de reuniões, e a prática de se desenhar no chão – pelo fato dos desenhos não se apagarem facilmente ou por danificarem o assoalho dos estabelecimentos – foi sendo gradativamente substituída por Painéis de tecido, semelhantes a tapetes, que após o término da sessão eram enrolados e guardados por um dos Irmãos.

Essa alteração caracterizou uma importante evolução, pois além dos Painéis de tecido serem mais práticos, os Símbolos ficavam menos expostos às vistas profanas e, sobretudo, podiam ser desenhados com mais capricho e dentro de princípios estéticos mais bem elaborados, ao menos em relação aos desenhos feitos toscamente no chão.

O segundo passo na evolução dos Painéis, que perdura até os nossos dias, foi adotar quadros para cada Grau, no lugar dos tapetes de tecidos, o que permitiu que alguns Irmãos extravasassem seus dotes artísticos.

Todavia, em 1772, a Grande Loja da Inglaterra idealizou a construção do Freemason’s Hall, um edifício de uso exclusivamente maçônico, concluído em 1776.

Assim, as Lojas Maçônicas passaram a se reunir em ambientes próprios, onde todos os Símbolos representados nos quadros estavam presentes fisicamente, podendo-se dizer que perderam a sua razão de ser.

Perderam, sim, sua função utilitária, mas foram elevados à categoria de Símbolo, representativo do Mestre, que é aquele que deve transmitir aos Aprendizes e Companheiros o significado dos Símbolos dos respectivos Graus, que estão figurados nos Painéis, o Símbolo da Tracing Board (*Tábua de Delinear*), como é chamado na Maçonaria inglesa, que passamos, no Brasil, a adotar os nomes de *Painel* e *Prancheta*, como se fossem dois distintos Símbolos.

Os Painéis são quadros onde estão figurados os principais Símbolos dos respectivos Graus. 

Os Painéis em uso no Brasil são de origem inglesa e francesa, sendo que os de origem inglesa foram elaborados por John Harris, desenhista arquitetônico e pintor de miniaturas inglês para a sua Loja, a Emulation Lodge of Improvement for Master Masons (Loja Emulação de Melhoria para Mestres Maçons), em 1823, que, como o próprio nome indica, é uma Loja de Instrução para o Emulation Ritual (Ritual Emulação), praticado no Grande Oriente do Brasil como sendo Rito de York, que apresenta características semelhantes ao verdadeiro Rito de York Americano, mas muito diferente dos Ritos criados na França. 

Esse conjunto de Painéis ingleses ao serem utilizados por Ritos originários da França, apresentam incongruências irreconciliáveis.

Já os Painéis de origem francesa estão absolutamente em conformidade com a estrutura dos Ritos originários da França.

A utilização de dois Painéis para um mesmo Grau, sob os nomes de Painel Simbólico e Painel Alegórico, é uma invenção brasileira inexistente na Maçonaria Universal. 

Painel do Grau é um só, o que é exposto na abertura da Loja em cada Grau. 

Os Mestres têm, ou deveriam ter, a obrigação de conhecer o simbolismo de cada elemento figurado nos Painéis, para que possam transmitir com propriedade os ensinamentos aos Aprendizes e Companheiros, como preconizados pela Prancheta, que no verbete próprio, será demonstrado que Painel e Prancheta são dois nomes que se dá a um mesmo Símbolo.


Verbete do *Dicionário de Símbolos Maçônicos: Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre -Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

setembro 09, 2025

ARLS PONTO NO ESPAÇO n. 279 - São Paulo


Visitei na noite de ontem a ARLS Ponto no Espaço n. 279 (nome que lembra Tsin Tsun da Cabalá hebraica). É uma loja pequena que funciona em um Templo no edifício do Teatro Liberdade, da GLESP.  Era sessão de Mestre, do 3o grau, então não vieram os aprendizes e os  companheiros e fui convidado pelo simpático Venerável Mestre, irmão Marcelo Vaz Carneiro a ocupar cargos, o que fiz com muita honra.

Como não é o tamanho que determina a qualidade da Loja, a sessão foi belíssima, com uma  instrução de mestre e cultos comentários dos irmãos que enriqueceram o aprendizado.

Instruções de mestre são raras em Lojas, e falo de cadeira em razão dos meus 44 anos de maçonaria, em especial quando são bem comentadas, como foi o caso.

Ao final expus os livros da Academia que despertaram grande interesse. Foi uma noite muito agradável e de grande aprendizado.


O TEMPO DE ESTUDOS - Almir Sant’Anna Cruz

Concluída a Ordem do Dia, o Venerável Mestre, repetido pelos Vigilantes, anuncia de forma ritualizada o início do Tempo de Estudos.

Ragon (1781-1882) em seu Ritual do Aprendiz Maçom já nos ensinava: Achamos que, se as oficinas colocassem em prática e desenvolvessem matérias maçônicas, não haveria exclusões de irmãos do quadro das Lojas por faltar às sessões. Devem ter-lhe prometido uma instrução de que ele não ouviu mais falar desde que foi recebido. A oficina é, portanto, mais digna de censura do que o Irm.’. recalcitrante. De que serve à Ordem uma oficina que deixa seus irmãos na ignorância?”

Pois bem, o Tempo de Estudos é uma das mais importantes fases de uma sessão maçônica e cabe ao Venerável Mestre organizar um ciclo de Estudos, Palestras, Seminários e Simpósios do interesse da Ordem e dos Irmãos do Quadro. 

É no Tempo de Estudos que um Irmão previamente designado deve conduzir as instruções aos Aprendizes e Companheiros. 

É também no Tempo de Estudos que se deve expor, estudar e debater assuntos de doutrina, filosofia, legislação, história, ritualística e simbologia maçônica, assim como assuntos técnicos, científicos, artísticos ou de outra natureza do interesse da Ordem ou da cultura humana. 

Deve-se observar a proibição da exposição e debate de qualquer matéria de ordem política partidária e proselitismo religioso, que poderá ferir suscetibilidades de alguns Irmãos 

O Irmão designado para apresentar o tema deve organizar previamente o trabalho, apresentando-o de pé para ser visto; alto para ser ouvido; e pouco para ser apreciado, não excedendo, por bom-senso, 20 minutos, embora não haja limitação do tempo a ser despendido nessa importantíssima fase da sessão, de forma a que os Irmãos que assim o desejaram possam dela participar.

Algumas Obediência denominam essa fase da sessão como sendo “Quarto de Hora de Estudos”, que consideramos indesejável, pois quarto de hora é o mesmo que 15 minutos, tempo insuficiente para apresentação de um tema com profundidade. É ficar apenas no trivial.

Peça de Arquitetura é um jargão maçônico que se originou na França para definir um trabalho escrito sobre assuntos maçônicos. Não é correto utilizá-lo quando o trabalho, seja ele técnico, científico ou de qualquer outra natureza, não seja maçônico. Igualmente não é correto se referir a um discurso, mesmo maçônico, que não foi lido.


Do livro "Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores" -  Almir Sant’Anna Cruz Interessados contatar o Irm.’. Almir no whatsApp (21) 99568-1350

setembro 08, 2025

ACADEMIA MAÇÔNICA VIRTUAL BRASILEIRA DE LETRAS


Realizou-se na noite deste feriado de 7 de setembro mais uma Assembleia Geral da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, que sempre ocorre nas datas cívicas de 21 de abril, 7 de setembro e 15 de novembro.

O ponto alto destas assembléias, que são públicas, é sempre a palestra de um intelectual convidado e ontem a palestra proferida pelo confrade Fuad Haddad "Maçonaria e Sociedade Contemporâneas, uma reflexão necessária" superou todas as expectativas, recebendo inúmeros e merecidos elogios dos 211 irmãos e convidados que participaram.

Além da palestra, também foi homenageada a ARLSV Lux in Tenebris, por completar 5 anos de existência e contribuindo para mudar a história dos estudos de maçonaria no país. O confrade Flávio Araújo, seu segundo Venerável Mestre, apresentou uma breve história de sua fundação e uma relação das mais de cento e trinta palestras gravadas realizadas pela Loja. Coube-me a honra de ser o primeiro palestrante desta Loja.

Também foi lançado o e-book do confrade Ivan Pinheiro, " Sobre as Lojas (maçônicas) de estudos e pesquisas" importante ferramenta para os irmãos e Lojas que se dedicam a estudos e pesquisas no país.

Houve ainda uma homenagem a data civica prestada pelo confrade Denizart Silveira de Oliveira Filho em breve e interessante alocução.

Foi lembrado o sucesso da CONAMA, o primeiro Congresso Nacional de Academias Maçônicas de Letras, realizado em Caldas Novas há duas semanas, numa promoção da Academia Goiana Maçônica de Letras com o apoio da AMVBL e AIMI.

O fundador e presidente de honra da Academia, SGM Paulo Tupan foi homenageado com um diploma.

Diversos outros assistentes contribuíram e enriqueceram a cerimônia com a sua participação.

ENTENDENDO O TERMO "MAÇONS ANTIGOS, LIVRES & ACEITOS" - Kennyo Ismail


O termo “Maçons Antigos, Livres & Aceitos” que, utilizando a abreviação maçônica do REAA, fica “MM AA LL & AA” talvez seja, depois de “GADU”, o termo mais usado na Maçonaria. Apesar disso, parece que poucos são os maçons que sabem seu verdadeiro significado e o que se vê são muitos maçons experientes inventando significados mirabolantes e profundamente filosóficos para um termo que teve caráter político na história da Maçonaria.

O termo geralmente é utilizado após o nome da Obediência ou, muitas vezes, faz oficialmente parte do nome. Em inglês a sigla é AF&AM (Ancient, Free and Accepted Masons), cujo significado é o mesmo do termo em português: Maçons Antigos, Livres & Aceitos. Porém, os Irmãos também podem em muitas Obediências se depararem com termo diferente, sem o uso do “Antigo”, apenas: “Maçons Livres & Aceitos” ou “F&AM – Free and Accepted Masons”.

Afinal de contas, o que significa esse termo e qual o motivo da variação?

Em primeiro lugar, ao contrário do que muitos possam pensar, o termo nada tem com o Rito Escocês. Pelo contrário, foram os fundadores do Supremo Conselho do Rito Escocês em Charleston que, influenciados pelo termo, resolveram pegar emprestado o “Antigo” e o “Aceito”.

Na verdade, o termo e sua variável surgiram do nome oficial das duas Grandes Lojas inglesas rivais, historicamente conhecidas por “Antigos” e “Modernos”. O nome da 1ª Grande Loja (1717) era “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra”. Já sua rival (1751) foi fundada com o nome de “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de acordo com as Antigas Constituições” e por isso costumava ser chamada de “Antiga Grande Loja da Inglaterra”. Dessa forma, a mais nova se proclamava “Antiga” e chamava a primeira, que era mais velha, de “Moderna”. A partir daí, nos 60 anos de rivalidade entre essas duas Grandes Lojas, os maçons da Grande Loja dos “Modernos” ou daquelas fundadas por essa usavam o termo “Maçons Livres e Aceitos”, enquanto que os da Grande Loja dos “Antigos” ou daquelas fundadas por essa eram tidos como “Maçons Antigos, Livres e Aceitos”. Nesse período, a Grande Loja da Irlanda (1725) e a Grande Loja da Escócia (1736) se aproximaram dos “Antigos” e de certa forma aderiram ao termo. As duas Grandes Lojas inglesas resolveram se unir em 1813, porém, os termos permaneceram nas Grandes Lojas constituídas por essas, que consequentemente passaram àquelas que constituíram depois.

O maior reflexo dessa “rivalidade” e o uso dos termos que a representam ocorreu nos EUA, que tiveram Grandes Lojas fundadas pelos Modernos, pelos Antigos, e pelas Grandes Lojas da Irlanda e da Escócia. Com isso, 26 Grandes Lojas Estaduais usam o termo COM “Antigos” e outras 25 Grandes Lojas usam SEM “Antigos”:

F&AM (trad.: Maçons Livres & Aceitos) = 25 GLs: Alabama, Alaska, Arizona, Arkansas, Califórnia, DC, Flórida, Geórgia, Havaí, Indiana, Kentucky, Louisiana, Michigan, Mississipi, Nevada, New Hampshire, New Jersey, New York, Ohio, Rhode Island, Tennesse, Utah, Vermont, Washington, Wisconsin.

AF&AM (trad.: Maçons Antigos, Livres & Aceitos) = 26 GLs: Colorado, Connecticut, Delaware, Idaho, Illinois, Iowa, Kansas, Maine, Maryland, Massachusetts, Minnesota, Missouri, Montana, Nebraska, Novo México, Carolina do Norte, Dakota do Norte, Oklahoma, Oregon, Carolina do Sul, Dakota do Sul, Texas, Virgínia, West Virgínia, Wyoming, Pensilvânia.

Apesar de a rivalidade ter acabado no início do século XIX, os termos permaneceram e podem ser vistos em várias outras partes do mundo. Alguns exemplos:

COM “Antigos”: Bolívia, Chile, Cuba, Costa Rica, Equador, Grécia, Guatemala, Honduras, Israel, Nicarágua, Panamá, Peru, África do Sul, Espanha, Venezuela.

SEM “Antigos”: Argentina, China, Finlândia, Japão, Filipinas, Porto Rico, Turquia.

Com o “Antigos” já desvendado, cabe aqui compreender a expressão “Livres & Aceitos”: “Livres” se refere aos maçons que tinham direito de se retirarem de suas Guildas e viajarem para realizar trabalhos em outras localidades, enquanto que os “Aceitos” seriam os primeiros maçons especulativos que, apesar de não praticarem o Ofício, ingressaram na Fraternidade.

Hoje, usar ou não o “Antigos” não faz mais tanta diferença. O importante é que não esqueçamos que o “Livres & Aceitos” é um elo, um registro histórico da transição entre a Maçonaria Operativa e a Especulativa. Qualquer interpretação diferente é tentar jogar nossa história fora.

setembro 07, 2025

QUANDO A COZINHA SE APAGA EM CASA...


Quando a cozinha se apaga em casa…

Você já pensou que cozinhar não é apenas uma tarefa doméstica, mas um elo que mantém o sistema familiar unido?

Na década de 1980, quando o hábito de cozinhar em casa diminuiu nos Estados Unidos e a tendência de pedir comida de fora aumentou, alguns economistas alertaram:

Se o governo assumir o cuidado das crianças e dos idosos, e as empresas privadas também passarem a cuidar da preparação das refeições, a estrutura familiar vai enfraquecer.”

Naquele tempo, poucas pessoas deram atenção a essas palavras.

Mas então, o que aconteceu?

Em 1971, 71% dos lares americanos tinham marido, esposa e filhos vivendo juntos.

Hoje, restam apenas 20% desse tipo de família.

E o restante?

Foram para casas de repouso, apartamentos solitários ou vidas desconectadas…

   •   15% das mulheres vivem sozinhas

   •   12% dos homens estão sozinhos dentro de famílias

   •   41% das crianças nascem fora do casamento

   •   Taxa de divórcio: 50% no primeiro casamento, 67% no segundo, 74% no terceiro

Isso não é acaso — é o custo social de fechar a cozinha.

A comida caseira não é apenas nutrição — é amor, conexão e conforto.

Quando as famílias se sentam juntas para comer:

   •   Os corações se aproximam

   •   As crianças aprendem com os mais velhos

   •   Os relacionamentos se suavizam e se tornam calorosos

Mas quando cada um come sozinho, com seu próprio aparelho… as casas viram pousadas, e as famílias se tornam tão formais quanto amigos de redes sociais.

Outro problema da comida de fora:

   •   Óleos de baixa qualidade

   •   Sabores artificiais

   •   Vício em fast food

   •   Pouca comida, de má qualidade, a preço alto

O resultado? Obesidade, diabetes, doenças cardíacas e pressão alta ainda na juventude!

Hoje, empresas nos dizem o que comer, e as farmacêuticas fazem negócios com a promessa de “nos manter saudáveis.”

Nossos avós levavam comida feita em casa até quando viajavam.

Hoje, achamos “mais fácil” pedir de fora mesmo estando em casa.

Ainda há tempo —

Acenda a cozinha, não apenas o fogão… reavive os relacionamentos, o amor, a segurança, a cultura e a saúde.

“Uma cozinha une a família.”

Autor desconhecido


O BRADO - Adilson Zotovici




Um grupo proficiente

Que ansiava bom futuro

Barrava-lhe no presente

Um antigo alto muro


Sonho comum, quão fremente,

Pela Arte Real maduro

Por nação independente

Frente momento obscuro


Juntou-se à tão brava gente

Livres Pedreiros de aporte

Bonifácio, Ledo, Clemente...


Já não mais um laço forte

Fora pois, bradou o regente...

Independência ou Morte !



*AMVBL*