agosto 26, 2025

ARLS THERMAS DE CALDAS 164 - Caldas Novas





A ARLS Thermas de Caldas 164 foi sagrada em 2013, com um dos mais espetaculares templos do país na icônica Estância Termal de Caldas Novas em Goiás. Eu era assessor do então Grão Mestre da Grande Loja do Estado de Goiás, irmão Rui Rocha de Macedo e com uma grande comitiva de irmãos de todo o Estado participei desta cerimônia. Fiz depois a primeira palestra nesta Loja.

Doze anos depois retorno para visitá-la e a Loja que já era muito grande, ostentando orgulhosamente suas colunas de quatro andares de altura, dobrou de tamanho com um espaçoso salão de festas e anexos.

O extremamente simpático Venerável Mestre Felix Emiliano da Rocha me recebeu com toda a cortesia e conduziu brilhantemente a sessão de elevação, ao fim da qual proferi umas palavras sobre o assunto. 

O Venerável Mestre da época da inauguração, irmão Mauro Henrique estava presente e trocamos algumas recordações sobre aquele dia. 

Apos a sessão encerrada foi servido um lauto churrasco.


MÚSICA NA CÂMARA DO MEIO - .Pedro Juk


Em 13/08/2018 o Respeitável Irmão Acácio Siqueira, Loja Iara do Rio Pardo, 242, REAA, Grande Oriente Paulista – COMAB, Oriente de Santa Rosa do Viterbo, Estado de São Paulo, pede esclarecimento para o seguinte:  

Espero poder contar com sua ajuda nesta questão que foi levantada em nossa Loja: existe alguma regra para a execução de músicas quando a Loja trabalha no Grau de Mestre? A pergunta se deve ao fato de que houve defesa da não execução de músicas, considerando que a Loja, no Grau de Mestre, trabalha em luto pela morte do mestre Hiram Abif.

CONSIDERAÇÕES:

Existem dois aspectos a serem considerados. O primeiro é o do que prevê o ritual do REAA∴ da sua Obediência nesse caso. Se porventura ele previr alguma harmonia musical nessa ocasião, então que se cumpra o que está escrito. Posso dizer que já vi rituais que mencionam “música apropriada” em Câmara do Meio, o que pode ser constatado, dentre alguns, nos famosos rituais de capa vermelha elaborados há muito tempo atrás pelo saudoso Irmão Theobaldo Varolli Filho no Estado de São Paulo. 

O segundo aspecto é o que envolve o roteiro iniciático do Terceiro Grau, onde a Loja, pela perda do Mestre, é decorada como ambiente de luto e consternação. Toda essa alegoria iniciática se desenvolve como que em clima de pesar, portanto não é um ambiente apropriado para música, senão o de um silêncio respeitoso. Nunca é demais lembrar que já durante a Iniciação, por ocasião da terceira viagem (prova do fogo), onde se simula o final da jornada, há um ambiente de maturidade (fim da vida/meia-noite) quando o trajeto se desenvolve no mais absoluto silêncio – é o que preveem os rituais autênticos do REAA. Na verdade, essa terceira viagem é um pequeno trailer do que se dará futuramente na Exaltação.

Sob esse feitio, entendo que a Câmara do Meio não é ambiente apropriado para execução de música, embora alguns até defendam que nela possa se admitir canções próprias para exéquias, a exemplo da Marcha Fúnebre de Ludwig Van Beethoven.

agosto 25, 2025

UM TRIBUTO AO SOLDADO - Bruno Bezerra de Macedo


As forças armadas, no sentido de organizações militares estruturadas para defesa territorial e ataque a inimigos são atribuídos às cidades-estados da Suméria, na Mesopotâmia, por volta de 2500 a.C. Curiosamente, o Exército Romano, inicialmente um exército miliciano de cidadãos, passou por reformas que o tornaram uma organização profissional, utilizando também tropas auxiliares de outros povos.

Os primeiros exércitos nacionais, como são conhecidos hoje, surgiram com os processos de centralização política na Europa, especialmente após a Idade Média. Cumpre destacar a Honourable Artillery Company (HAC), fundada em 1537, como a mais antiga unidade militar em existência, segundo o Exército Britânico. E, neste influxo, por oportuno, enaltecer a infantaria, primaz força militar da História. 

Destaco a primaz Força Armada da América do Sul, nascida em 1822, a Marinha “invicta” de Tamandaré, assim chamada em perene evocação das qualidades do seu patrono o Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré ao passo que reconhece sua história de dedicação e feitos notáveis na formação do país, servindo como inspiração para os soldados da marinha e a toda a nação brasileira.

Cumpre ressaltar que a História do Glorioso Exército de Caxias, embora remonte à independência do Brasil em 1822, tem suas origens associadas a mobilizações de brasileiros contra invasores durante o período colonial, especialmente na Batalha dos Guararapes (1648), celebrada como seu marco inicial. O nome "Caxias" evoca os valores de seu patrono: disciplina, lealdade e autoridade. 

Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, principal ícone do militarismo brasileiro, subiu meritoriamente os degraus da carreira militar, sendo a figura central em diversos momentos históricos do Brasil, como a Balaiada e a Guerra do Paraguai. Mas, também, foi um importante político do período da monarquia. É conhecido como "O Pacificador" por seu papel na resolução de conflitos internos do Império. 

Filha de Titãs, emergiu em 1941 a Força Aérea de Gomes com a primazia de unificar as forças aéreas do Brasil, separadas entre o Exército e a Marinha, para uma atuação mais eficaz, que fora provada e aprovada durante a Segunda Guerra Mundial, participando da guerra antissubmarino no Atlântico Sul e combatendo na Itália. Seu protagonismo é tão incessante quanto o orgulho que imprime ao Brasil.

O Marechal do Ar Eduardo Gomes, reconhecido por sua dedicação, patriotismo e integridade, sendo uma referência que continua a inspirar as gerações de militares e civis na Força Aérea Brasileira. Destacou, também, como impulsionador do Correio Aéreo Nacional e o primeiro a comandar o seu desenvolvimento. Assim, além de ser o patrono da FAB, também, é o Patrono do Correio Aéreo Nacional.

Por justo mérito, evoco o Arguto General do Exército de Caxias Morivalde Calvet Fagundes, que valora a literatura como formadora de homens probos e dignos da sociedade que constroem, posto que, a literatura fomenta o desenvolvimento da imaginação, da criatividade, do senso crítico e da interpretação do mundo. E preceitua que leitura é uma atividade que transcende a simples aquisição de conhecimento. 

Neste toar, as instituições militares e/ou civis, os soldados e o povo brasileiro evocam os ideais e os exemplos de Tamandaré, de Caxias, de Gomes e de Calvet como contumaz referência para suas funções e identidade, pois, são eternos soldados a serviço dos valores que promanam, a fomentar a ordem e o progresso, a incitar o vanguardismo e, principalmente, a animar o protagonismo de um por vir glorioso. 




O AVENTAL DE COMPANHEIRO - Rui Bandeira



Ao contrário do que ocorre com o ritual de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito, o ritual de Companheiro não faz qualquer referência ao avental usado pelos obreiros da oficina do segundo grau.

Os Companheiros podem – como todos os maçons, quaisquer que sejam os seus graus ou qualidades – usar o avental todo branco de Aprendiz maçon. Simplesmente, enquanto os Aprendizes o usam com a aba levantada, os Companheiros usam-no com a aba deitada sobre o corpo retangular do artefato. 

A necessidade de proteção do Companheiro é menor, o seu progresso na Arte Real já lhe permite dispensar uma maior área de proteção. O seu trabalho na moldagem do seu caráter, no aperfeiçoamento de suas qualidades, na luta contra seus defeitos, já lhe permitiu determinar a forma como a sua pedra se integrará no grande templo projetado pelo Grande Arquiteto do Universo, laboriosa e demoradamente edificado pela Humanidade, desde o alvorecer da Criação. 

Agora o tempo é de limar as arestas que ainda subsistem, de polir a pedra, de a aparelhar para que cumpra a sua função, não apenas bem, mas de forma bela e agradável, contribuindo não só para a edificação, mas também para a decoração do Templo Coletivo Supremo.

Tenho para mim que, originariamente, a única distinção que, a nível do avental, existia entre Aprendizes e Companheiros era a forma como era posicionada a aba. O avental, em ambos os graus, era o mesmo.

Modernamente, o avental de Companheiro, continuando a ser confeccionado em pele ou tecido de cor branca, de forma retangular e cortado em ângulos retos nas quatro extremidades, apresenta um debruado estreito, na cor do rito, ao longo das suas extremidades (as quatro linhas delimitadoras da sua forma retangular, mais as duas linhas delimitadoras da aba), formando, em conjunto com a linha superior do avental, um triângulo.

A cor do rito é a vermelha, no Rito Escocês Antigo e Aceito e a azul clara, no rito de York e na sua variante (rito de Webb) em uso nos Estados Unidos. A Maçonaria irlandesa usa a cor verde.

A fina linha colorida delimitadora das extremidades do avental simboliza o estado dos trabalhos do maçom: a sua pedra já tem forma, já é cúbica, o seu trabalho agora é alisá-la, aperfeiçoá-la, desde logo limando as suas arestas.

Na Maçonaria Continental Europeia, o avental de Companheiro acaba por ser o menos usado, apenas durante o tempo em que o maçom permanece no segundo grau.

Um pequeno detalhe, mas, importante, para evitar a possibilidade de confusões. Os aventais comumente em uso nas lojas americanas pelos Mestres que não sejam Oficiais da Loja ou Grandes Oficiais é muito semelhante ao avental de Companheiro europeu. Assim, se porventura algum visitante americano comparecer numa loja europeia envergando um avental com linhas de cor estreitas, delimitando as suas extremidades, atenção que, em princípio, não é um Companheiro, é um Mestre Maçom, embora não seja Oficial de Loja ou Grande Oficial.

Para finalizar, e a título de mera curiosidade: o "M" do logótipo do Gmail não tem nada a ver com o avental de Companheiro Maçom. É apenas a dita letra desenhada a vermelho num sobrescrito. Não vale a pena imaginar teorias da conspiração…

PROGRAMAS SOCIAIS MAÇÔNICOS - Kennyo Ismail



A Caridade é tema recorrente na Maçonaria já no primeiro grau. Inclusive, no Ritual de Emulação e no Ritual de Behring do REAA, ela está ilustrada na Escada de Jacó, sendo a principal das virtudes teologais. Ela também está presente no moto maçônico original, mantido na maioria dos ritos anglo-saxônicos, por meio do termo "Amparo" ("Relief", em inglês).

Autores como Albert Pike e Thomas Smith Webb chamaram a atenção para o dever maçônico de auxílio aos necessitados, em suas obras. E aquela que é considerada como "a maior filantropia no mundo" é maçônica: os Shriners. Mas os programas sociais maçônicos não se resumem aos Shriners.

A Grande Loja Unida da Inglaterra, por exemplo, mantém a Fundação de Caridade Maçônica, que doa mais de cinco milhões de libras por ano a instituições de caridade que atuam principalmente nas áreas de saúde muito educação, além da concessão de bolsas de estudo e financiamento de pesquisas médicas.

Já nos EUA, são muitos os exemplos no mesmo sentido. Além das fundações maçônicas de nível estadual, que são incontáveis, há as nacionais.

Do Rito de York, o Real Arco mantém a Royal Arch Research Assistance, que financia pesquisas sobre o Distúrbio do Processamento Auditivo Central. Os Crípticos mantêm a Cryptic Masons Medical Research Foundation, que financia pesquisas sobre doenças vasculares. O Grande Acampamento mantém a Knights Templar Eye Foundation, que financia pesquisas sobre doenças da visão.

Do REAA, o Supremo Conselho da Jurisdição Sul (SI) mantém a Scottish Rite Foundation, que financia programas como: o RiteCare Scottish Rite Childhood Language Program, que ajuda crianças com transtornos de fala e linguagem; o programa nacional de bolsas de estudo, que distribui bolsas anuais para estudantes de diferentes áreas e universidades; além de um programa nacional de assistência em caso de desastres. Já o Supremo Conselho da Jurisdição Maçônica do Norte (NMJ) suporta programas como: Children's Dyslexia Centers, que possui 40 centros de tutoria para crianças disléxicas até os 12 anos, em 13 estados distintos; e o Leon M. Abbott Scholarship Fund, que distribui dezenas de bolsas universitárias por ano.

São exemplos para nós e nossas instituições fazermos mais e melhor.

Fonte: Breviário Maçônico do Século XX.

agosto 24, 2025

HOMENS ASSUSTADORES - Marcos Ismeiro



O garotinho veio até a nossa mesa de motociclistas de colete e bateu com força um papel que dizia: “FUNERAL DO PAPAI – PRECISO DE HOMENS ASSUSTADORES.”

Seus dedinhos ainda estavam manchados de tinta de canetinha, e a capa do Superman estava vestida ao contrário. A lanchonete ficou em silêncio mortal quando quinze membros dos Iron Wolves MC encararam aquele menino que não devia pesar nem vinte quilos, mesmo encharcado.

— “Minha mãe disse que eu não posso pedir para vocês” — ele anunciou, com o queixo erguido em desafio. — “Mas ela está chorando o tempo todo, e os meninos maldosos da escola disseram que o papai não vai para o céu sem homens assustadores para protegê-lo.”

Big Tom, que tinha feito duas missões no Afeganistão e tinha uma caveira tatuada no pescoço, pegou o papel com cuidado. Era um desenho infantil de bonecos de palito em motocicletas cercando um caixão, com a frase “POR FAVOR VENHAM” escrita com letras de trás para frente.

— “Onde está sua mãe, homenzinho?” — Tom perguntou, a voz num tom grave que normalmente precedia uma briga, mas agora estava incrivelmente suave.

O menino apontou pela janela para um Toyota caindo aos pedaços, onde uma jovem mulher estava sentada com a cabeça entre as mãos. — “Ela tem medo de vocês. Todo mundo tem medo de vocês. É por isso que eu preciso de vocês.”

Eu já tinha visto Tom quebrar o maxilar de um homem por desrespeitar sua moto. Mas suas mãos tremiam enquanto lia o que mais estava naquele papel — uma data, o dia seguinte, e um endereço para o Cemitério Riverside.

— “Qual era o nome do seu papai?” — alguém perguntou lá de trás.

— “Oficial Marcus Rivera” — disse o menino com orgulho. — “Ele era polícia. Um homem mau atirou nele.”

O silêncio na lanchonete ficou ainda mais pesado, espesso o suficiente para sufocar. Policiais e motociclistas não eram exatamente aliados naturais. A maioria de nós já tinha sido incomodado, multado, alguns até espancados pela polícia. E agora o filho de um policial estava pedindo para honrarmos seu pai morto.

Tom se levantou devagar, sua figura imensa projetando sombra sobre a mesa pequena.

— “Qual é o seu nome, superman?”

— “Miguel. Miguel Rivera.”

— “Bem, Miguel Rivera” — disse Tom, ajoelhando-se até ficar olho no olho com o garoto, um gigante diante de um passarinho. — “Diga para a sua mãe que o seu papai vai ter a maior, mais barulhenta e mais assustadora escolta para o céu que qualquer policial já teve.”

Os olhos do menino se arregalaram. — “De verdade? Vocês vão?”

— “Irmão” — Snake falou lá do canto, e eu podia ouvir o conflito em sua voz. — “Ele era polícia.”

— “Ele era pai” — Tom respondeu firme, sem desviar o olhar de Miguel. — “E esse pequeno guerreiro acabou de fazer a coisa mais corajosa que vi o ano inteiro. Nós vamos.”

Na manhã seguinte, cheguei ao cemitério duas horas mais cedo. Achei que seria o único, uma chance de colocar a cabeça no lugar antes do constrangimento e dos olhares. Mas minha mandíbula caiu.

A estradinha que levava à entrada do cemitério já estava tomada por motos. Não apenas os quinze de nós que estavam na lanchonete, mas toda a nossa filial. Quarenta homens, parados em silêncio ao lado de suas Harley reluzentes, o sol da manhã refletindo no cromo. Mas não foi isso que fez meu coração parar. Mais adiante, outro grupo estava chegando. Os Vipers. Nossos rivais amargos. E atrás deles, os Sons of Odin. A notícia havia se espalhado. O chamado tinha sido feito por homens assustadores, e todo o maldito submundo assustador havia atendido.

Quando o cortejo fúnebre finalmente chegou, o carro funerário reduziu a marcha até parar. Vi Miguel no carro logo atrás, seu rostinho colado no vidro. Sua mãe ergueu a cabeça, e sua mão voou à boca, a expressão de medo se desfazendo em incredulidade atônita.

Éramos mais de cem. Um exército silencioso de couro e aço.

A um sinal invisível de Tom, cem motores rugiram ao mesmo tempo. O som era bíblico. Não era de raiva ou agressividade; era uma proclamação profunda e trovejante. Nós estamos aqui. Formamos duas fileiras, uma guarda de honra para o carro funerário e a família, e os escoltamos pelos portões.

À beira da sepultura, um pequeno grupo de policiais fardados estava ereto, sua guarda de honra tensa enquanto desmontávamos. Eles nos observavam, nós os observávamos. Mas não houve problemas. Formamos um círculo largo e silencioso ao redor da cerimônia, de costas para a família, encarando para fora. Éramos uma muralha, protegendo o luto deles do mundo.

Depois da cerimônia, quando os últimos enlutados estavam indo embora, o chefe de polícia caminhou até Big Tom. Era um homem de aparência dura, que eu já tinha visto no noticiário várias vezes. Ele parou, olhou para Tom, depois para o mar de motociclistas em respeitoso silêncio.

— “Eu... eu não tenho palavras” — disse o chefe, a voz rouca. — “O oficial Rivera era um bom homem.”

Tom apenas assentiu, curto e firme. — “Ele tinha um bom filho.”

Foi então que vi Miguel, de mãos dadas com a mãe, caminhando decidido até nós. Parou diante de Tom, que imediatamente se ajoelhou de novo. Miguel não usava mais a capa. Estava segurando a bandeira americana dobrada do caixão do pai.

Ele a estendeu. — “Isso é para você” — disse, a voz clara e firme.

Tom empurrou de volta, gentil. — “Não, homenzinho. Isso é seu. É do seu papai.”

— “Meu papai era um herói” — disse Miguel, empurrando a bandeira com firmeza nas mãos enormes e tatuadas de Tom. — “Ele protegia as pessoas. E hoje, vocês protegeram ele.”

Tom olhou para a bandeira em suas mãos, a mandíbula travada, o corpo inteiro tremendo. O homem que eu já tinha visto atravessar uma briga de bar sem piscar estava completamente desmontado diante de um super-herói de vinte quilos. Ele não conseguiu falar. Apenas assentiu, com os olhos marejados de lágrimas que se recusava a deixar cair.

Não fomos embora com um rugido. Partimos um a um, um ronco baixo que falava de um respeito mais profundo que clubes, cores ou distintivos em um uniforme. Tínhamos vindo porque um garotinho pediu por homens assustadores. Mas fomos embora sabendo que tínhamos acabado de conhecer o mais corajoso de todos.

DIA DO LIVRE PEDREIRO* Adilson Zotovici


Decerto grande honraria

Seres um iniciado

À eterna travessia

Pelo Eterno arquitetado


Professo tua  alegria

Humilde e afortunado

Com acesso à  sabedoria

D’algum arcano sagrado


A pedra de cantaria

Tens com afinco talhado

Com denodo, à porfia !


Aceita pois, cortesia !

Parabéns, hoje lembrado,

Livre pedreiro...é teu dia !





PRIMEIRO VIGILANTE - Sérgio Quirino



Qual deve ser a principal característica do Primeiro Vigilante?

A resposta baseia-se naquilo que ele não pode ser: abatido, ameno, covarde, débil, fraco, frágil, medroso e, até mesmo, não pode ser suave.

Ele deve ser o antônimo desses adjetivos: deve, então, ser FORTE. E não é por estar na Coluna da Força, pois nem sempre força é fortaleza. Força indevida é ruína.

Estamos falando daquele cuja missão principal é substituir o Venerável Mestre. Qualquer outra atividade que ele possa desempenhar faz parte de sua preparação. Cabem-lhe a ROBUSTEZ moral, a CORPULÊNCIA ética, a SOLIDEZ da virtude, a CORAGEM no combate aos vícios, a INFLUÊNCIA dos bons exemplos e, principalmente, a INTENSIDADE em todas as atividades que envolvam a Loja.

Ao escolhermos um Irmão para o cargo de Primeiro Vigilante, sinalizamos quem será o nosso próximo líder, e ele pode fazer toda a diferença no futuro. Isso porque, SE FOR FRACO e a Loja estiver em ascendência, a Loja tende a entrar em estagnação. Caso a Loja esteja em decadência, estará fadada a abater as colunas.

Por outro lado, SE FOR FORTE e a Loja estiver em ascendência, a Loja tende a crescer mais ainda. Já se a Loja estiver em decadência, ele conseguirá impedir o abater das colunas.

É essencial, portanto, compreendermos que todos os cargos são preparatórios para o veneralato, e o último passo é a primeira vigilância. Se dessa forma trabalharmos, estaremos extinguindo a pior praga da Maçonaria: a disputa de poder.

O PRIMEIRO VIGILANTE DEVE SUCEDER O VENERÁVEL MESTRE. 

ELE NÃO CHEGOU À CONDIÇÃO DE 1º V PARA DISPUTAR UM CARGO.

Acerca da expressão “O todo é muito mais que o somatório das partes”, devemos entender, em âmbito maçônico, que a Loja extrapola o somatório dos cargos. Logo, a ascensão a estes deve ser tão natural e lógica como ocorre nos graus.

Não há como “iluminar” sem antes ter aprendido os valores da dignidade e ter servido oficialmente aos Mestres, Companheiros e Aprendizes.

Mas pode haver desvios? Sim! Porém, com certeza, haverá sinais de soberba, vaidade, arrogância, apatia e despreparo que o Irmão demonstrava quando desempenhava outros cargos. Assim, não existindo correção ou reposicionamento na escalada dos cargos, o futuro da Loja estará comprometido.

MUITOS DIZEM QUE ESTÃO PREPARADOS PARA A LOJA. 

A QUESTÃO É SABER SE A LOJA ESTÁ PREPARADA PARA ELES.

A joia do Primeiro Vigilante é um NÍVEL, e para que ele é usado?

É utilizado para traçar linhas paralelas. Contudo, a fim de que ocorra o paralelismo, precisamos de um referencial (propósito inicial) e um horizonte (propósito final). A beleza da alegoria maçônica está na compreensão de que todos nós devemos estar horizontalmente no mesmo nível e que o portador da joia não será quem verificará as medidas – ele será o referencial.

Ele será a linha, a pauta, o proceder a ser observado e servirá de base para que possamos traçar o nosso comportamento. Sua força de ânimo será o torque a provocar o alinhamento da teoria (instruções) com a prática (conduta).

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.

O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.

Convosco na Fé - Robur et Furor

agosto 23, 2025

CONAMA - CONGRESSO NACIONAL DE ACADEMIAS MAÇÔNICAS - Caldas Novas








Terminou na tarde deste sábado o primeiro Congresso Nacional de Academias Maçônicas de Letras realizado no Resort DiRoma em Caldas Novas, GO.

O evento foi organizado pelaAcademia Goiana Maçônica de Letras, através de seu presidente irmão José Mariano, com o suporte da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras e da Academia Internacional de Maçons Imortais. Estiveram presentes intelectuais e acadêmicos de Goiás,  Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, S. Catarina e Paraíba. As apresentações foram de altíssimo nível e ao final os comentários dos presentes destacaram a qualidade e oportunidade das palestras. A palestra que fechou o congresso foi do confrade Michael Winetzki e emocionou a todos.

Nossa Academia foi representada pelo Presidente, pelo tesoureiro Oduwaldo Álvaro e pelos palestrantes Eleutério Nicolau da Conceição e Denizart Silveira de Oliveira Filho.

O presidente da AIMI, confrade Hélio Leite abriu com uma bela palestra e também encerrou o evento, tendo participado de todas as sessões.

agosto 22, 2025

ARBLS ESTRELA UBERLANDENSE n. 202 - Uberlândia


Ontem, quinta feira, dia 21. Palestra na ARBLS Estrela Uberlandense n. 202 na belíssima cidade de Uberlândia, pela qual Alice e eu temos grande afeto porque foi aí, que há 28 anos, oficializamos a nossa união conjugal.

O Venerável Mestre José Eduardo Fernades que havia assistido a palestra anterior informa que chegará atrasado porque tem um reunião com o prefeito, mas será substituído pelo 1o Vigilante Márcio Fernandes Rosino Lopes.

As cunhadas comparecem em peso para uma reunião delas no amplo salão de festas da Loja. No mesmo salão Alice comandava a exposição de livros da Academia.

Como de hábito a palestra "1666 - O Incendio de Londres e a origem da maçonaria especulativa" foi recebida com grande interesse e em retribuição a Loja se comprometeu a doar uma boa quantidade de cestas básicas a instituições locais.

SIMBOLISMO DA ALAVANCA



Trata-se de  um instrumento que representa simbolicamente a força. Seu formato, de per si, sugere essa referida  força; basta-lhe um ponto de apoio para erguer um peso enorme sob a simples pressão muscular de um braço.

Arquimedes dizia: "Dai-me um ponto de apoio que erguerei o mundo", manifestação filosófica no sentido de valorizar o "ponto de apoio".

Em nossa vida, quando no deparamos com algum obstáculo a ser removido e que expressa um esforço impossível, o maçom deve evocar a alavanca e buscar esse "ponto de apoio".

Às vezes, a solução está perto de nós e não visualizamos porque nossa atenção está voltada para o grande obstáculo.

A lição da alavanca é que não há peso que não possa ser removido e, assim, os obstáculos serão removidos, embora ultrapassados, pois a alavanca apenas suspende e, desequilibrando o peso, faz com que este se mova.

Existindo o problema, ao lado estará a solução, basta encontrá-la, o que não é tarefa ingente.

O “ponto de apoio" é que suporta todo o peso do obstáculo e, assim, revela-se a parte mais importante. 

Numa fraternidade, cada irmão constitui um "ponto de apoio" que, unidos, representam a alavanca.

Devemos aprender a usar esse poder que só a maçonaria propicia.

...

(Autor desconhecido)

agosto 21, 2025

ARLS UNIÃO E AMIZADE n. 007 - Uberlândia



Em comemoração ao Dia do Maçom foi realizada na Loja União e Amizade 07, no Oriente de Uberlândia, uma Sessão Ordinária de Grau 1, brilhantemente conduzida pelo Venerável Mestre Clayton Vital da Cruz,  com a presença e a palestra do irmão Michael Winetzki da GLESP, com o tema "Maçonaria de Isaac Newton a Internet".

Estavam presentes o Delegado do Grão Mestre, irmão Valter Silvestre da Rocha, o representante do GOB Minas, irmão Daniel Cano e um total de 44 irmãos,  sendo 25 do Quadro e 19 visitantes representando 13 Lojas distintas dos Orientes de Uberlândia, Frutal e Mongaguá/SP. Destaco a presença de 11 Aprendizes e 2 Companheiros!

Na mesma ocasião o Venerável Mestre anunciou o encerramento da campanha para a compra de alimentos para instituições locais, que arrecadou sete mil reais, que serão convertidos em arroz, feijão, macarrão e óleo, e uma parte desse aquisição será destinada a atender a solicitação de doação do irmão palestrante Michael Winetzki para a confecção de marmitas a pessoas em situação de necessidade.

O palestrante foi homenageado com um reconhecimento de Benemérito.  A sessão foi encerrado com um excelente jantar.


ARLS UNIÃO E AMIZADE n. 007 - Uberlândia




Titulo honorífico de Benemérito recebido da ARLS União e Amizade n. 007 de Uberlândia, por ocasião da palestra "Maçonaria, de Isaac Newton a Internet" proferida no Dia do Maçom, 20/8/25.