dezembro 29, 2025

FILOSOFIA - DIALÉTICA MAÇÔNICA - Newton Agrella


(atualização)

          Inobstante seu caráter iniciático,  comum às sociedades ou fraternidades de âmbito místico, esotérico e/ou filosófico, a Maçonaria Especulativa é antes de tudo, uma instituição de cunho eminentemente filosófico, que se apoia num sistema de graus para indicar a evolução e o progresso que seus adeptos podem desenvolver  ao longo de sua prática e de sua trajetória, aliadas ao acúmulo de conhecimentos e experiências - notadamente no que diz respeito aos estudos ligados às relações ontológicas e anímicas - que dizem respeito ao Universo e às suas origens.

          Essa filosofia encerra em sua essência a investigação da dimensão do mundo real, da realidade empírica, da sensibilidade de tudo o que envolve a vida humana e claro, o aprimoramento do nível de Consciência, como protagonista deste processo, cujo mote se constitui na lavra simbólica da pedra bruta e no aprimoramento do templo interior humano.

          Como característica inequívoca desta filosofia, a Maçonaria se ocupa em se aprofundar na arquitetura do polimento da pedra, conferindo-lhe forma e beleza, sob a égide da ética e da moral, da ciência e dos saberes lógicos e racionais.  

           Ocupa-se ainda, através da Simbologia, de estudar temas que digam respeito às disposições da alma, do espírito, do intelecto e da razão que produzam um conhecimento válido, a partir de sua constante argumentação.

          A Maçonaria Especulativa, por meio de símbolos e alegorias, independentemente de suas variantes e interpretações ritualísticas, tem como propósito filosófico, aguçar o pensamento crítico, por meio de reflexões e principalmente através do questionamento sobre o porquê das coisas e seus significados.

          A Maçonaria é fiel depositária do combate ao obscurantismo, aos preconceitos, bem como às falácias e sofismas.  

           E antes de tudo isso, ela rejeita rótulos e principalmente dogmas, como formas de impedir a fluidez e a liberdade de pensamento.

           Através do espirito crítico, a filosofia da Arte Real, estimula o ser humano a elaborar seus pensamentos e a tirar suas conclusões das circunstâncias e experiências vividas, por meio de um gatilho chamado "discernimento" - situado entre a sabedoria e o conhecimento - tornando-o assim, difícil de ser manipulado.

          A filosofia maçônica, faculta ao homem, a liberdade de crer, praticar e seguir qualquer credo, religião, doutrina  ou seja qual for o processo de conexão transcendental ou metafísica, que melhor o situe nesta ligação divinal, assim como não distingue seus membros por etnia, raça ou cor. 

          A Igualdade, a Fraternidade e sobretudo a Liberdade, são a tríplice argamassa que dão o caráter universal à Maçonaria, cujo princípio filosófico se estabelece como uma bússola para que se possa exercê-la, bem como espera de seus adeptos a consciência sobre um Princípio  Criador e Incriado do Universo, a que se pode intitular o nome que for, mas que simboliza a geração e origem de todas as coisas e inclusive de nossa própria Existência.

          Fechando esse breve episódio, cabe deixar expresso que a Maçonaria, é a Filosofia que busca entender os princípios de tudo o que há no Universo, criando assim, símbolos para as definições conceituais.



AS SEIS GRANDES LOJAS DA INGLATERRA - Alferio Di Giaimo Neto


Nos séculos XVIII e inicio do século XIX ocorreu na Inglaterra uma formação simultânea de “Grandes Lojas”, começando pela primeira em todo o mundo, que foi a Grande Loja de Londres e Westminster, em 1717. Posteriormente, algo semelhante ocorreria, também, nos demais países.

Baseando-me em livros de origem inglesa, inclusive um pequeno livro (The History of English Freemasonry),  editado pela Grande Loja Unida da Inglaterra, vou expor abaixo um resumo das seis Grandes Lojas que apareceram na Inglaterra naquela época.

A primeira delas foi a “Grande Loja de Londres e Westminster”, de 1717, a mãe de todas as Grandes Lojas do mundo, que permaneceu ativa ao longo dos anos, transformando-se, em 1813, na Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI).

A segunda delas, apareceu em 1725: a antiga Loja da cidade de York, norte da Inglaterra, transformou-se na “Grande Loja de Toda a Inglaterra”. Entretanto, sua influencia se restringia nas províncias de York, Cheshire, e Lancashire. Ela existiu por algumas décadas, elegendo seus próprios Grãos Mestres, erigindo também suas próprias oficinas de Royal Arch e Cavaleiros Templários.

Dessa Grande Loja apareceu uma outra em 1779, que será a 4ª em nossa     seqüência.. 

A terceira Grande Loja foi a “Grande Loja dos Antigos” em 1751, a qual, juntando-se, em 1813, com a primeira mencionada acima, também conhecida como a dos “Modernos”, formou a “Grande Loja Unida da Inglaterra” (GLUI).

A quarta foi formada em 1779.  Com a responsabilidade e autoridade da Grande Loja de Toda Inglaterra foi formada a “Grande Loja do Sul do Rio Trent”, constituída de antigas Lojas que estavam em desacordo com as diretrizes da primeira Grande Loja.

Em 1788, ajuntou-se com a terceira das Grandes Lojas, a “Grande Loja dos Antigos” e parou de existir.

A quinta delas, e é a que existe hoje, foi formada em 1813. A primeira Grande Loja juntou-se com a “Grande Loja dos Antigos” para dar ao mundo maçônico a “Grande Loja Unida dos Antigos Maçons, Livres e Aceitos da Inglaterra”, conhecida por todos hoje em dia como a “Grande Loja Unida da Inglaterra” (GLUI)

A sexta e ultima apareceu e sumiu da seguinte forma: após a união, descrita acima, em 1813, houve dificuldades com algumas Lojas e quatro delas, afastadas da GLUI, formaram em 1823, estabelecida em Wigan, a “Grande Loja dos Maçons Livres e Aceitos da Inglaterra de acordo com as Antigas Constituições” depois de dois anos ficou inativa até 1838. Em 1844, teve uma aceleração das atividades até 1858, e depois foi decaindo aos poucos, sendo que em 1866 foi o ano em que suas ultimas Atas foram registradas.



A MENORÁ E SUA HARMONIA DIVINA - Lucius Cohen


A menorá, o candelabro de sete braços descrito na Torá (Êxodo 25:31-40) é um dos símbolos mais profundos do judaísmo. Representa a luz divicana que ilumina o mundo, ela evoca a  criação em sete dias, o equilíbrio cósmico e a emanação da presença de Deus. Mas e se essa estrutura sagrada pudesse ser reinterpretada através de lentes musicais e numéricas? 

Inspirado em reflexões pessoais e poéticas, exploro uma analogia criativa entre a menorá, o sistema de solfejo musical (dó-ré-mi-fá-sol-lá-si-dó) e elementos da gematria hebraica. Essas ideias, embora não sejam parte da tradição cabalística clássica, oferecem uma perspectiva que une luz, som, letras e números em um ciclo infinito de harmonia divina. 

A menorá possui uma vela central, que simboliza a unidade e a presença divina, e três de cada lado, irradiando luz para o mundo manifesto. Essa configuração evoca uma letra Guimel por cada lado, simbolizando misericórdia e rigor, expansão e equilíbrio, bondade e julgamento, todos atributos das sefirot Gevurá e Chesed, é a luz central que se espalha simetricamente para seus opostos, direita e esquerda, na linguagem cabalística. 

Gosto de imaginar as sete notas da escala diatônica do solfejo sobre essa estrutura. O solfejo, sistema pedagógico musical criado no século XI por Guido d'Arezzo a partir de um hino cristão medieval, consiste em sete sílabas distintas: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, repetindo o dó na oitava superior para fechar o ciclo, algo como os mundos da Árvore da Vida da Cabala, que possui os 4 mundos, Atziluth, Beriah, Yetzirah e Assiah, onde a cada ascensão pela porta de Keter, o que se alcança é um retorno à porta do templo, mas nesse caso, um templo superior. 

Essa repetição cria um "infinito" musical, onde a escala pode ascender ou descer eternamente, sempre retornando à tônica (dó) como ponto de resolução e harmonia. 

A vela central é atribuída à nota fundamental dó, o centro de equilíbrio. Assim como o braço central da menorá representa o Shabat ou a sefirá Tiferet, que é a beleza e harmonia na Árvore da Vida da Cabala e o lugar onde o homem realiza a Grande Obra, a dó é a tônica que organiza toda a escala, o "Um" de onde tudo emana, a Aleph e a Yud como Tetragrama, portanto, a vela central vale 1, mas pode valer 10 e incluso 26 ou 8, o número do infinito. 

As notas se espalham pelos ombros da menorá, à esquerda (mi, sol, si) e à direita (ré, fá, 

lá). Essa distribuição simétrica reflete a irradiação da luz divina para os aspectos duais do mundo — o yin e yang cósmico, ou as sefirot de Chesed (bondade) e Gevurah (severidade). Se enumero as notas, dó=1, ré=2, mi=3, fá=4, sol=5, lá=6, si=7, obtenho pela esquerda 3+5+7=15=6, e pela direita 2+4+6=12=3, sendo 6 a penúltima das 7 sefirot inferiores, a Guevurá, que antagoniza e está a um passo do último trabalho que é a misericórdia representada pela Chesed. Pela direita tenho o 3 do triângulo justo, perfeito e divino do homem que alcançou a última esfera do mundo inferior, a Chesed, e desde ali se desprende de todos os metais para alcançar o mundo etéreo e superior da Shequiná, a emanação divina, onde 6+3+1=10, o tudo e o nada que representa Ele. E se dó se repete infinitamente, depois de si=7 temos dó=8, sendo 6+3+8=17=8. E se tenho dó=10 ainda obtenho 6+3+10=19=10=1, comprovando a perfeição da melodia da menorá. 

Ao percorrer as velas laterais, chegamos à última nota: a si, que musicalmente cria tensão e "desejo" de resolução. Ao regressar ao centro, voltamos à dó, completando o ciclo. Essa volta simboliza o infinito: a harmonia divina que se expande e retorna, ecoando a ideia de que tudo vem de Deus e a Ele retorna. Se tenho 6 pela esquerda, ali também tenho a letra Vav recordando que sempre haverá o trabalho a ser realizado, e a Guimel à direita ordenando a prática da caridade. 

A tradição judaica narra um milagre em que o candelabro do templo pôde ser aceso por 8 dias consecutivos com uma quantidade ínfima de óleo, suficiente apenas para uma pessoa. Essa fusão de luz e som sugere que a menorá não é apenas um objeto ritual, mas um diagrama vivo de harmonia cósmica. Acender as velas durante Chanucá, por exemplo, poderia ser visto como "cantar" essa escala divina, elevando a alma através de um ciclo eterno de criação e redenção.

dezembro 28, 2025

LIVRO - Adilson Zotovici


 

És guia do dia a dia

Um cego e enxergas tudo

Que ouves em calmaria

Respondes silente, mudo


Do conhecimento o guia

Abres teu peito ao estudo

Que cada feito extasia

Provento, a Luz sobretudo


Trazes tristeza, alegria

Em texto leve ou agudo

És grandeza por magia


Variado conteúdo

Criado à sabedoria

És tu “ livro”...que saúdo !




A REVOLUÇÃO FRATERNA DA INTELECTUALIDADE MAÇÔNICA - Hélio P. Leite



 AS ACADEMIAS MAÇÔNICAS DE LETRAS COMO

 INSTRUMENTO DE PACIFICAÇÃO DA MAÇONARIA BRASILEIRA

       A Maçonaria brasileira, herdeira de uma tradição secular fundada nos princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, vive, em diferentes momentos de sua história, tensões internas, cisões administrativas e divergências interpretativas que fragilizam a convivência entre irmãos e enfraquecem a ação institucional da Ordem. Diante desse cenário, impõe-se refletir sobre instrumentos capazes de promover a pacificação, o diálogo e a reconstrução de pontes fraternas. Entre esses instrumentos, destacam-se as Academias Maçônicas de Letras, espaços vocacionados à cultura, ao pensamento e à elevação espiritual do maçom, que assim se faz o construtor social que nasceu pra ser.

       As Academias Maçônicas de Letras não se constituem como organismos de poder, nem competem com as estruturas jurisdicionais da Ordem, embora as ancore, com sua natureza essencialmente cultural, filosófica e literária. Exatamente por isso, estes egrégios silogeus encontram-se em posição privilegiada para atuar como ambientes neutros, onde irmãos de diferentes Potências, Ritos e tradições podem dialogar sem a pressão das disputas administrativas ou das vaidades institucionais. Neste sentido tornam-se verdadeiros templos do pensamento maçônico, nos quais a palavra substitui o confronto e a reflexão supera o sectarismo.

          A produção literária, histórica e filosófica desenvolvida nestas Arcádias favorece a redescoberta do que é essencial à Maçonaria: seus valores universais, seus símbolos fundadores e sua missão humanista. Ao estudar a história comum da Ordem, seus mitos, seus ritos e suas contribuições à sociedade brasileira, o maçom é convidado a se conectar com aquilo que o une aos seus irmãos, percebendo que isto é muito mais profundo e duradouro do que as diferenças que, por vezes, os separaram. A cultura, neste contexto, atua como sutil cimento da fraternidade, aplainado com a sublime régua da concórdia que o compartilhamento do saber fomenta. 

         Outro aspecto relevante é o caráter inclusivo destas Academias que, ao acolherem maçons experientes e jovens iniciados, estudiosos consagrados, e autores iniciantes, promovem a escuta intergeracional e o respeito à diversidade de pensamentos. Esse permanente exercício de alteridade intelectual espelha, em plano simbólico, a própria essência da Maçonaria como escola de aperfeiçoamento moral. Onde há escuta, há compreensão; onde há compreensão, abre-se o caminho para a pacificação dos eventuais conflitos; onde há amor incondicional, há um vasto e fértil campo onde as rosas da tradição e as tulipas do vanguardismo adornam este jardim de civilidade. 

         Além disso, estas Academias Maçônicas de Letras desempenham um papel pedagógico de largo alcance. Por meio de palestras, conferências, publicações,  eventos culturais etc., contribuem para a formação de uma consciência  maçônica madura, menos afeita ao personalismo e mais comprometida com o bem coletivo, efluindo o senso de pertencimento que faz exequível a coesão social que propõem, com suas raízes bem firmadas no saber, na ética e na memória institucional, o que enleva o orgulho de ser maçom e este dissipa erros, perfídias e obscurantismos, aurorescendo o equilíbrio, o discernimento e fraternidade como vetores essenciais da bem formada maçonaria.

         Sob este olhar, percebemos estas Eméritas Casas do Saber como alavancas, pois, demovem pensamentos, por vezes hostis; tornando mais loquaz a fala que convence sobre o que é justo e grandioso; retiram traves do olhar, para que um novo fito estabeleça que os melhores feitos e efeitos, não se impõem por decretos, mas se constroem pelo diálogo, pela cultura, mas, principalmente, pelo reconhecimento do outro como irmão. Trabalhando no campo das ideias, dos símbolos e da memória, elas erguem pontes onde antes havia muros, reafirmando que a Maçonaria só se cumpre plenamente quando caminha de mãos dadas com a diversidade, festejando a concórdia fraterna por onde passa e com quem estiver.

          Este é o animus do qual nasce todos os dias a Academia Internacional de Maçons Imortais –AIMI, em 31 de maio de 2024, pois, sua inventividade constante a renasce a cada novo ideal que viceja. Concebida de um projeto cultural amplo e agregador, denominado “Arquipélago Cultural Maçônico”, que tem por objetivo interligar cada silogeu maçônico (ilhas) convergindo-as ao propósito único de radicar a identidade social maçônica a partir da preservação da memória, do fortalecimento da cultura e da estimulação aos diversos veios literários que maçom acadêmico representa, independente das potências maçônicas que os abrigam. Esta simbiose de Arcádias, assumiria o papel de elo simbólico e cultural, capaz de transformar iniciativas isoladas em ações coletivas de mais vasto alcance e significação. Ancoradas, na literatura, na história, na arte e no pensamento maçônico, deixam de ser expressões fragmentadas para se tornarem conscienciosos vetores de inclusão, sinergia e empatia no seio da Maçonaria brasileira.

         Neste toar, a AIMI, e o seu projeto Arquipélago Cultural Maçônico, se lançam como um prisma de soluções ótimas aos paradigmas contemporâneos da Sublime Ordem, demonstrando que a formação da família universal, proposta pela Maçonaria desde sua ciese, não se realiza apenas no campo administrativo, mas, sobretudo, no terreno inefável da cultura, onde a palavra ilumina, o símbolo une e conhecimento fraterniza. Envolve a união da intelectualidade maçônica, em autoconvocação para em mobilização nacional encetar gestões e produzir através da escrita, da voz e de ações - artefatos literários que em suas letras dotem as autoridades maçônicas do modus operandi habilidoso que, não somente, emerja a conciliação nacional da Maçonaria Brasileira, mas, principalmente, que garantam gestões prósperas e felicidades, sob o lume: ordem e progresso, sempre! 



DATAS MARCOS DA ORDEM - Douglas Roberto


Reflexões de um Companheiro inquieto e muito curioso, além da dúvida surgida num belo diálogo com um nobre Irmão...

​Buscando sanar as confusões comuns sobre as datas que regem o dia do maçom, consolidei esta breve cronologia sobre os marcos da Ordem:

- ​22 de fevereiro | Dia Internacional do Maçom: Instituído em homenagem ao nascimento de George Washington, primeiro presidente dos EUA e figura central da Maçonaria americana. A data celebra a influência dos ideais maçônicos na formação das democracias modernas.

- ​24 de junho | Dia de São João Batista e Solstício de Verão (Boreal): Uma das datas mais ancestrais da Ordem. Marca a fundação da Grande Loja de Londres em 1717 (a "Premier Grand Lodge"). Simbolicamente, representa o apogeu da Luz e o padroeiro da Maçonaria Operativa e Especulativa Universal.

- ​20 de agosto | Dia Nacional do Maçom (Brasil): Data exclusiva do nosso calendário. Remete à histórica sessão conjunta das Lojas Comércio e Artes e União e Tranquilidade em 1822, onde o Irmão Gonçalves Ledo proferiu o discurso que impulsionou a Independência do Brasil, proclamada semanas depois.

- ​27 de dezembro | Dia de São João Evangelista e Solstício de Inverno (Boreal): De profunda relevância na tradição anglo-saxônica, celebra a união das Grandes Lojas ("Antigos" e "Modernos") que formou a UGLE em 1813. Nos EUA e Inglaterra, é a data tradicional para posses de Veneráveis Mestres e Banquetes de Ordem, simbolizando a renovação e a preservação da doutrina.



dezembro 27, 2025

212 ANOS DE GRANDE LOJA UNIDA DA INGLATERRA - João Carlos Corrêa Vieira


Há 212 anos , no dia 27 de dezembro de 1813, ocorreu um evento monumental na história da Maçonaria — a formação da Grande Loja Unida da Inglaterra (UGLE). Este marco histórico foi alcançado por meio da união de duas Grandes Lojas que operavam independentemente na época:

1️⃣ A Grande Loja Premier (estabelecida em 1717), fnde requentemente chamada de “Modernas”.

2️⃣ A Grande Loja Antiga (estabelecida em 1751), conhecida como “Antigas”.

Após anos de diferenças em práticas, rituais e administração, as duas Grandes Lojas deixaram de lado suas divergências para formar um corpo único e unificado. 

Esta unificação marcou o início de uma nova era para a Maçonaria na Inglaterra e além.

Os Artigos da União foram assinados e, em 27 de dezembro de 1813, a Grande Loja Unida da Inglaterra foi oficialmente estabelecida durante uma reunião especial realizada no Freemasons’ Hall em Londres.  A data foi escolhida deliberadamente para coincidir com a Festa de São João Evangelista, um dos dois santos padroeiros da Maçonaria.

Desde sua fundação, a UGLE cresceu e se tornou um dos órgãos de governo maçônicos mais reconhecidos do mundo, supervisionando milhares de Lojas e mantendo os princípios fundamentais do Amor Fraternal, Alívio e Verdade.

Ontem, ao celebrarmos o 212º aniversário da UGLE, refletimos sobre sua rica herança, tradições duradouras e o espírito unificador que guiou a Maçonaria por séculos.

UGLE é a potência maçônica governante para a maioria dos maçons na Inglaterra, País de Gales e Comunidade das Nações (Commonwealth). é a loja maçônica governante para a maioria dos maçons na Inglaterra, País de Gales e Comunidade das Nações. 

Sua descendência vem da Grande Loja Maçônica formada em 24 de junho de 1717 na Goose & Gridiron Tavern em Londres, é considerada a mais antiga Grande Loja Maçônica do mundo, juntamente com a Grande Loja da Escócia e a Grande Loja da Irlanda. 

🎉 Feliz aniversário, UGLE! 🎉

SOMOS UMA UNIDADE - Adilson Zotovici


Somos uma grande unidade 

Jamais alguma dissonância 

Pelo espírito da igualdade 

Labutamos em consonância 


Para nós a Fraternidade 

Não medirá jamais distância 

Feitos com amor e liberdade

Que entre os cofrades constância 


Do “Arquiteto” a oportunidade 

Um pelo outro em vigilância 

Hoje, amanhã...toda irmandade 


Em cada ação a culminância 

Vez que irmão, inda confrade... 

Com discrição, com elegância !



O AMOR. O MAR E O AMAR - Cesar Augusto Garcia


 

COMO ENTENDER E ESTUDAR O SIMBOLISMO - Alferio Di Giaimo Neto


Deve ser lembrado, que o Maçom deve ter um comportamento essencialmente pratico em suas ações e idéias, principalmente quanto à origem de certos objetos ligados à Maçonaria.

Em outras palavras, uma explanação simples e obvia de um símbolo Maçônico, é preferível a uma explanação fantástica, altamente imaginativa ou romântica.

Seis pontos devem ser considerados:

1- A Ordem (Franco Maçonaria) tem origem nas Guildas Maçônicas na fase Operativa, na Idade Média. 

2- As várias referências Egípcias e Orientais nos rituais maçônicos representam acréscimos ou adições, feitas de tempos em tempos nos rituais originais, mais antigos.

3- O Simbolismo só se transformou em algo proeminente, notório, na Maçonaria, em tempo passado, relativamente curto.

4- A posse de nossos Símbolos por outros corpos organizacionais, Sociedades e Ritos, e vice-versa, não indica, por si, nenhuma conexão entre essas organizações e a Maçonaria, ou, de nenhuma maneira, indica a origem da nossa Ordem Maçônica.

5- A influência que possa ter existido na Maçonaria, de Rituais de antigos Ritos Iniciáticos, na certeza, não ocorreu antes da terceira década do século XVIII.

6- Com respeito a alguns Maçons que acham que a Maçonaria é derivada dos “mistérios” do Antigo Egito e que, todos nossos símbolos são de origem egípcia, deve ser ficar esclarecido que esses “mistérios” não são bem conhecidos e muitos deles estão totalmente perdidos.

Finalmente deve ser dito que alguns objetos encontrados na Maçonaria, que numa primeira visão parecem ser Símbolos Maçônicos, mas que com uma analise mais rigorosa, veremos que não são. É necessário o devido cuidado para distinguir entre genuínos Símbolos Maçônicos daquelas coisas chamadas “Símbolos”, devido uma fértil imaginação e/ou um super entusiasmo maçônico.

Fonte: Pílula Maçônica n. 33



A (IM)PERFEIÇÃO E AS OLD CHARGES - Paulo M.



No Livro das Constituições de Andersen, de 1723, aprovado por maçons ilustres como Desaguliers, Cowper e Payne – reputados e reconhecidos pela sua sabedoria maçónica – podem encontrar-se estas palavras: 

_ “The men made masons must be free-born, no bastard, and of mature age, and of good report, hale and sound, not deformed, or dismembered at the time of their making” 

_ (Os homens feitos maçons devem ter nascido livres, não bastardos, de idade madura, boa fama, saudáveis e sãos, não deformados ou amputados na altura da sua admissão). 

Isto levanta a questão: 

_ Manter-se-á esta exigência nos dias de hoje? 

Não há melhor forma de entender uma lei do que descobrir e entender o propósito do legislador quando se deu ao trabalho de a elaborar.

Em Junho de 1718 – fazia a Grande Loja de Inglaterra um ano – o Grão-Mestre manifestou o desejo de que os Irmãos que tivessem acesso a registos e escritos antigos sobre Maçons e Maçonaria os trouxessem à Grande Loja, para que pudessem ser constatados os antigos usos e costumes da Maçonaria Operativa. 

Era importante, no contexto da altura, conferir à Ordem recém criada uma certa patine, alguma daquela aura de autoridade que só a idade proporciona. 

Foi assim que, nesse ano, apareceram diversas cópias de documentos referente à Maçonaria Operativa – as “Gothic Constitutions”. 

Face a estas, e não as achando adequadas, o Grão-Mestre e a Grande Loja ordenaram ao Irmão James Andersen que as coligisse e elaborasse um novo e melhor Método.

James Anderson, em 1723, com a aprovação da sua Grande Loja, publicou o resultado do seu laborioso trabalho, no que se tornou uma das obras que mais influenciou a Maçonaria até aos nossos dias: 

_ O primeiro livro de “The Constitutions of the Free-Masons”. 

Nele incluiu uma secção chamada “the Charges of a Free-Mason” – os chamados “Antigos Deveres” – extraída de registos de lojas “para além do mar”, bem como de Inglaterra, Escócia e Irlanda, para uso pelas Lojas de Londres. 

Foi assim que James Anderson fez uso dos antigos manuscritos a que chamou “The Old Gothic Constitutions”, e que citou e parafraseou extensivamente na sua obra. 

*É por esta razão que, num livro destinado a Maçons Especulativos, encontramos regras que só fazem sentido quando aplicadas a Maçons Operativos.*

Os “Antigos Deveres” são os documentos históricos que constituem as tais “Gothic Constitutions”. 

De um total de 119 documentos, cerca de dois terços são anteriores à primeira Grande Loja de 1717 – talvez uns 75 – e uns 55 são anteriores a 1700. 

Quatro foram escritos por volta de 1600, um é datado de 1583, outro de cerca de 1400 ou 1410, e outro será de cerca de 1390.

Quase todos começam com uma invocação: 

_ “Que a vontade do Pai do Céu, com a sabedoria do seu Glorioso Filho, através da graça e bondade do Espírito Santo, que são três Pessoas num só Deus, estejam connosco no nosso início, e nos dêem a graça de que governemos a nossa vida aqui de modo que possamos chegar à Sua felicidade que não tem fim. Amen.”

Pode ler-se então o anúncio do propósito e do conteúdo, seguido de uma breve descrição das Sete Artes Liberais ou Ciências, uma das quais é a Geometria. 

Seguia-se uma extensa História Tradicional da Geometria, Maçonaria e Arquitetura, que tomava mais de metade do texto, e que se iniciava nos tempos bíblicos de Noé, terminando no ano de 930, em que o Príncipe Edwin reuniu uma assembleia de maçons na cidade de York, e estabeleceu os regulamentos usados “desde esse dia até aos dias de hoje”.

A seguir vinha a forma de se fazer um juramento: 

_ “Um dos anciãos segurava o Livro, de modo que ele ou eles pudessem colocar as mãos sobre o Livro, e então as regras eram lidas.” 

A que se seguia o aviso: 

_ “Que cada maçom tome nota destes juramentos, pois se alguma vez se vir culpado de ter violado um, que possa reconciliar-se com Deus. 

_ E especialmente tu que vais prestar juramento, toma atenção ao cumprimento destes juramentos, pois é um grande perigo para um homem quebrar um juramento feito sobre um Livro”.

Seguia-se a lista das regras a cumprir, algumas de cariz comercial, outras de índole comportamental. 

Sem dúvida que eram essenciais a uma comunidade de artesãos que trabalhavam em grande proximidade vinte e quatro horas por dia. 

Por fim, vinha o juramento: 

_ “Estas ordens que ensaiámos, e outras que pertençam à Maçonaria, iremos guardar, assim Deus nos ajude, e por este Livro e para o seu poder. Amen.”





dezembro 26, 2025

NATAL E MAÇONARIA - Greg Stewart

 


À primeira vista, o Natal não tem conexão intrínseca com a fraternidade da Maçonaria. 

O que quero dizer com isto é que, em nenhum lugar nos graus, ela se vincula à qualquer feriado na sua prática, em particular a época de Natal.

Existem, porém, certas celebrações que se tornaram parte da fraternidade e que estão ligadas a um dos símbolos interessantes que está no cerne da prática. 

Sem qualquer referência específica, diz-se que os Maçons vêm de uma Loja dos Santos João. 

O porquê e como, específicos desta ligação, perdem-se nas areias do tempo metafórico, mas alguma conexão infere um equilíbrio para o equinócio celestial (do Verão até ao Inverno e vice-versa).

Através desta ligação, o Inverno seria representado por São João Evangelista, cuja festa cai no dia 27 de Dezembro.

Este Santo S. João tem um significado simbólico interessante, pois, como S. João Baptista (que representa o outro Santo S. João) foi o precursor da vinda de Cristo, João Evangelista é considerado o primeiro discípulo no Lago de Genesareth que reconheceu o Cristo e acreditou que ele tinha ressuscitado.

S. João Evangelista e S. João Baptista

Sobre o Santo também se diz que ele foi o único discípulo de Cristo que não o abandonou na hora da sua Paixão aos pés da cruz. 

João Evangelista também é chamado de Apóstolo da Caridade, o que pode ser em parte, a sua ligação com a Maçonaria, além da sua determinação inabalável e pureza do seu amor pelo divino.

Ao estudar a construção original dos dois Santos de nome João, a conclusão a que cheguei foi que eles encontraram um equilíbrio entre zelo e conhecimento.

S. João Baptista que foi o precursor do Cristo vivendo no seu zelo pela vinda do filho de Deus e S. João Evangelista como a representação de saber que o Cristo era o filho de Deus. 

Somente ao decifrar o componente de saber ficou claro para mim que não se tratava do grau de conhecimento adquirido, mas do grau em que S. João Evangelista confiava na sua intuição, para saber o que estava diante dele. 

Um paralelo interessante vem no livro de Mateus, onde esta mesma lição é comunicada a Pedro pelo Cristo que diz em Mateus 16: 15-17

• “Mas e tu?” perguntou. “Quem dizes que eu sou?”

• Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

• Jesus respondeu: “Bendito és tu, Simão, filho de Jonas, porque isto não te foi revelado pelo homem, mas por meu Pai que está nos céus”.

Isto está um pouco fora do contexto original, mas ilustra o conhecimento revelado com base na experiência, na aprendizagem.

S. João Evangelista chegou a esse conhecimento pela sua experiência com o Cristo.

Outra maneira de encarar essa experiência é passar das trevas para a luz, um despertar e, se for mais além, o despertar da consciência. 

Esta consciência ajusta-se perfeitamente à ideia do Sol Invictus, ou o sol conquistador que supera o seu cativeiro nocturno do Solstício de Verão e novamente começa a vencer a noite nos seus minutos cada vez maiores de luz do dia.

Olhando para algumas das outras ligações simbólicas, diz-se que S. João Evangelista se relaciona com o símbolo alquímico do triângulo apontado para cima que representa o fogo, onde novamente podemos ver uma ligação com a luz e o conhecimento. 

Quando combinamos o signo alquímico de S. João Baptista com o de S. João Evangelista, criamos a estrela de Salomão, e a dualidade de fogo e água; para além disso, a dualidade de luz e escuridão e Verão e Inverno.

Outros trabalhos atribuídos a S. João Evangelista são as Epístolas de João e o livro do Apocalipse, embora a sua conexão com eles nos séculos posteriores tenha sido controversa, já que muito da sua vida de 2000 anos atrás se perdeu no tempo. 

Dentro da Igreja, o seu dia de festa é mencionado pela primeira vez no Sacramentário do Papa Adriano I, cerca de 772 d.C..

A mensagem da Igreja, e algo que cada um de nós pode tirar de S. João Evangelista, é: “Aplica-te, portanto, à pureza de coração e serás como S. João, um discípulo amado de Jesus, e serás preenchido com sabedoria celestial”.

A festa de S. João Evangelista é pouco lembrada hoje, excepto dentro da Maçonaria onde é celebrada por algumas Lojas que ainda praticam o ritual da Loja da Mesa onde os Irmãos se reúnem para celebrá-la com brindes aos Irmãos presentes e ausentes. 

No passado, era considerado um dia de festa de grande importância para a Maçonaria por causa da sua proximidade com os feriados e a presença de membros da Loja perto de casa. 

Por causa disto, deu a esses irmãos um festival para se reunirem para pontuar o encerramento do ano. 

No entanto, reunir-se assim é algo menos conveniente nos dias modernos, já que a maioria das famílias viaja para o exterior para comemorar o feriado.

O fato de ser menos celebrado não diminui a importância do dia, nem do símbolo em si, pois no ritual moderno somos lembrados que viemos do Santo S. João em Jerusalém, e como tal devemos fazer uma pausa e reflectir sobre o que significa. 

S. João Evangelista dá-nos uma lição importante para buscar o conhecimento e despertar das trevas e renovar no osso compromisso com o despertar da luz do Sol Vitorioso. 

Mesmo retirando a metáfora cristã, podemos saudar com o Sol Invictus, ou o sol conquistador, à medida que o conhecimento é re-despertado da sua derrota fria e invernal.

Através das lentes do simbolismo, S. João Evangelista dá-nos uma forma de encontrar ressonância com o feriado da doação e da compaixão à fraternidade do amor fraterno, alívio e verdade – a Maçonaria.

(Tradução de António Jorge, M∴ M∴)

NATALIS SOLIS INVICTI



A Igreja Católica, no início da expansão do Cristianismo, se apropriou de uma festa pagã, em culto mitraico dedicado ao Sol Invicto, comemorado em 25:de dezembro (décimo mês do ano) e determinou que seria a data de nascimento de Jesus. A guisa de curiosidade posto aqui a oração dedicada a Solís Invicto. Em postagem anterior publiquei os estudos a respeito da verdadeira data de nascimento de Jesus Cristo.

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Salve, Sol Invicte, lux aeterna mundi!

Hodie Mithras, dominus foederis et victor tenebrarum,

perficit iter sacrum per duodecim signa caeli.

Reversus est Sol ad initium cursus sui,

ut vita renascatur, ut ordo servetur,

ut tempus iterum fluat secundum legem astrorum.

Sit hic novus circulus plenus fortitudinis,

veritatis, disciplinae et concordiae inter homines.

Lux vincit, tenebrae fugiunt.

Io Sol Invicte! Io Mithra!

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Nascimento do Sol Invicto

Salve, Sol Invicto, luz eterna do mundo!

Hoje Mitra, senhor do pacto e vencedor das trevas,

completa o percurso sagrado pelos doze signos do céu.

O Sol retorna ao início de seu curso,

para que a vida renasça, para que a ordem seja preservada,

para que o tempo volte a fluir segundo a lei dos astros.

Que este novo ciclo seja pleno de força,

verdade, disciplina e harmonia entre os homens.

A luz vence, as trevas recuam.

Salve, Sol Invicto! Salve, Mitra!