novembro 18, 2025

A SIMBOLOGIA DA PURIFICAÇÃO - Joaquim Santos





A SIMBOLOGIA DA PURIFICAÇÃO PELOS ELEMENTOS E AS ORIGENS DA SUA INTRODUÇÃO NOS RITUAIS MAÇÓNICOS

A simbologia da purificação pelos quatro elementos encontra-se presente na maior parte dos rituais de iniciação, dos ritos maçónicos continentais, e ausente na globalidade dos ritos de origem anglo-saxónica. 

Este procedimento litúrgico, que integra as provas sucessivas da terra, água, ar, e fogo, baseia-se numa concepção simbólica da constituição da matéria, profundamente enraizada na cultura clássica ocidental.

Tendo em conta a sua proveniência e essência, estes quatro elementos da física pré-socrática não podem ser considerados literalmente, mas apenas simbolicamente, seja no seu contexto de origem, seja no âmbito dos domínios que, posteriormente, os importaram por sincretismo, tais como a filosofia hermética, a alquimia, ou A MAÇONARIA. 

É neste último caso, que importa aprofundar a sua génese e disseminação.

Muito embora a temática das viagens tenha estado presente, nas cerimónias de iniciação, desde os primórdios da maçonaria especulativa, o mesmo não se passa relativamente às purificações pelos quatro elementos. 

Assim:

• Em 1730, Samuel Prichard na sua “Masonry Dissected” refere, somente, que o candidato efectuava uma volta à Loja, para se apresentar à assistência;

• Em 1737, no mais antigo Ritual Francês conhecido, o recipiendário fazia três viagens, antes de ser conduzido ao Venerável Mestre. Não existem, neste ritual, nem elementos, nem provas, nem purificações, apenas no decurso das viagens era vertida resina em pó sobre os candelabros justapostos ao Quadro de Loja, para causar maior impressão no recipiendário;

• Em 1767, os “Rituais do Marquês de Gages” descrevem o recipiendário conduzido à volta da Loja pelo 1º Vigilante, sem que intervenham nas viagens nem elementos, nem purificações, se bem que a prova do fogo figure na iniciação;

• Todavia, um catecismo de 1749, de uma Loja de Lille, comporta a resposta “Fui purificado pela água e pelo fogo”. Trata-se da mais antiga menção desta inovação, a qual já existia em altos graus praticados na época, podendo ter migrado daí para a maçonaria azul. Estas duas purificações não têm, aliás, origem hermética, mas sim bíblica, correspondendo aos baptismos da Antiga e da Nova Alianças. Recorde-se as palavras de S. João Baptista, em Mateus 3.11 “Em verdade vos baptizo com água…mas aquele que vem após mim…vos baptizará com o Espírito Santo e com fogo”;

• Em 1786, no “Régulateur du Maçon”, documento fundador do Rito Francês, o Grande Oriente de França fixa a purificação pela água após a segunda viagem, e a purificação pelo fogo após a terceira, sem haver qualquer referência a outros elementos;

• Os três elementos constituintes da matéria, na perspectiva Martinezista (fogo, água, terra) só aparecem tardiamente na maçonaria rectificada, em 1786-1787, apenas e somente com a interpretação especifica do RER, sem qualquer relação com a que se encontra nos restantes ritos;

• O “Guide des Maçons Écossais”, de 1804, mais antigo documento regulador dos graus simbólicos do REAA, faz passar o recipiendário pelas chamas purificadoras na terceira viagem, sendo as duas anteriores isentas de purificações;

• Enfim, em 1820, o Ritual do Rito de Misraïm explicitamente prevê a purificação pelos quatro elementos, sendo a prova da terra objectivamente associada à passagem pela Câmara de Reflexões, e as purificações pela água, fogo, e ar, realizadas sucessivamente por esta ordem, associadas a três viagens realizadas fora do Templo, nos Passos Perdidos. Tratou-se, pois, de uma completa inovação, relativamente a um século de pratica maçónica anterior, neste país.

• Este modelo repetiu-se no Ritual do 1º Grau do Rito de Memphis, de 1838, no qual apenas foi alterada a ordem dos elementos, para terra-ar-água-fogo.

A migração desta simbologia foi quase imediata, dos Ritos Egípcios para os restantes ritos praticados à época em França, passando, contudo, as purificações a serem realizadas no interior do Templo.

Muito embora nas revisões do Rito Francês efectuadas até à versão Murat, de 1858, tenha sido mantido, formalmente, o protocolo inicial das duas purificações, a identificação das viagens com os quatro elementos foi, correntemente assumida pelos autores maçónicos da época ligados a este Rito, nomeadamente por Clavel e, por Ragon.

A partir de 1877, as purificações foram retiradas dos rituais do Grande Oriente de França, na sequência de uma revisão laicisante do Rito, tendo sido reintroduzidas, já com referência aos quatro elementos, no decurso dos últimos decénios. 

Tanto no Rito Francês Groussier, como no Rito Francês Moderno Restabelecido, a ordem dos elementos considerada é *TERRA-ÁGUA-AR-FOGO*. 

Tal foi, também, a ordem elegida por Robert Ambelain, na sua revisão dos rituais dos Ritos Egípcios, que deu origem ao Ritual do Rito Antigo e Primitivo de Memphis-Misraïm, actualmente praticado.

No REAA, a importação também se deu imediatamente, estando a mesma presente em todos os Rituais da Grande Loja de França, desde a sua fundação em 1896, com a ordem TERRA-AR-ÁGUA-FOGO, que é hoje característica deste Rito. 

Se o REAA influenciou, na sua génese, os Ritos Egípcios, também podemos considerar que estes vieram, reciprocamente, a inspirar, de algum modo, a sua matriz original.

Perante toda esta sequência cronológica, duas perguntas surgem naturalmente:

Porque é que estas purificações apareceram em 1820?

E porquê num Rito Egípcio?

A resposta para elas poderá estar em… Mozart!

No libreto da ópera “A Flauta Mágica”, de 1791, no seu segundo acto, cena 7, consta a seguinte referência:

• “Aquele que avançará por esta estrada plena de obstáculos

• Será purificado pelo fogo, a água, o ar e a terra

• Se ele pode superar os receios da morte

• Se elevará da terra até ao céu”

Sendo esta ópera da autoria de dois Maçons, Mozart e Shikaneder, e reproduzindo a mesma uma iniciação, será que esta simbologia já existia na maçonaria austríaca trinta anos antes de ter surgido em França?

Mozart foi iniciado em 14 de Dezembro de 1784, em Viena, na Loja “Zur Wohltätigkeit”, sob os auspícios da Grande Loja Nacional Austríaca.

Antes dessa data, praticavam-se, em Viena, quatro ritos: a Estrita Observância, o Rito de Zinnendorf, o RER e, o Rito de Adopção.

Muito embora a Loja-Mãe de Mozart tenha sido constituída para praticar o RER, à data da sua iniciação, a oficina utilizava já outro ritual, do qual se encontra depositada, em Copenhaga, uma cópia manuscrita.

Trata-se de um ritual claramente de influencia francesa, todavia com alguns pontos comuns ao Ritual do 1º Grau do Rito de Zinnendorf. 

Nesta cerimónia, o recipiendário, depois de passar pela Câmara de Reflexões, faz três viagens. 

Segundo o texto deste ritual, o Venerável Mestre ordena ao Segundo Vigilante que faça o recipiendário realizar a primeira viagem “pelo ar e pela terra”, a segunda “pela água”, e a terceira “pelo fogo”, sem haver, contudo, qualquer referência a purificações.

Se este conceito migrou da maçonaria para a ópera, tal não pode ser objectivamente confirmado. 

Constitui, contudo, um facto, que Mozart foi iniciado através de um ritual que mencionava os elementos, não assumindo, todavia, no mesmo a forma presente no libreto de “A Flauta Mágica”, que se parece reproduzir no Rito de Misraïm.

No final do séc. XVIII a maçonaria austríaca irá cair na penumbra, e praticamente desaparecer, em virtude dos éditos restritivos de José II, o mesmo não sucedendo, contudo, à “A Flauta Mágica”, que conhecerá uma notoriedade assinalável por toda a Europa.

Subsistem, todavia, as perguntas: porquê 1820, e porquê num Rito Egípcio?

Poderá, no entanto, ter sido recentemente descoberto o elo da cadeia, que faltava para lhes dar resposta.

Em 1801, Ludwig Wenzel Lachnit, natural de Praga, apresentou ao público parisiense uma “nova ópera de Mozart” denominada “Os Mistérios de Isis”. 

Esta obra, com libreto em Francês, da autoria de Étienne de Chédeville, e música reciclada a partir da partitura da “A Flauta Mágica”, e de importações de outras óperas de Mozart, conheceu um assinalável sucesso, atingindo um total de 130 representações até 1810, com reposições em 1816, e 1827.

Terá sido a ópera mais representada durante o Império, não sendo estranho ao seu êxito o facto de a sua estreia ter coincidido com o final da Campanha do Egipto, e de ter beneficiado de uma quinzena de anos nos quais os temas egípcios estiveram na moda.

No libreto desta obra, publicado em Paris, em 1806, as personagens são precipitadas “num sombrio subterrâneo”, passando posteriormente para um outro “sombrio e profundo subterrâneo destinado às provas do fogo, da água, e do ar” antes de, finalmente, acederem ao “Templo da Luz”.

Será que, numa altura em que a informação existente sobre o Antigo Egipto era escassa e mítica, o libreto de “Os Mistérios de Isis” não poderá ter servido de inspiração aos irmãos Bédarride para escreverem o Ritual do seu Rito de Misraïm??? 🤔 

Trata-se, contudo, de uma pergunta que só eles poderiam responder, sendo, todavia, comprovado, que nos meios maçónicos da época, lhes foram, merecida ou imerecidamente, atribuídos propósitos idênticos aos que teria tido o promotor desta ópera, e que teriam mais a ver com metais, do que com valores maçónicos.

A ter-se verificado, este “transfer” constituiria mais um exemplo de que nem a sociedade é impermeável a ideias veiculadas na maçonaria, nem esta última o é a ideias, ou modas, provenientes da sociedade.

Este sincretismo pode, ainda, ser indiciado pelo facto de Alexandre Lenoir ter publicado, em 1814, o livro “La Franche-Maçonnerie rendue à sa véritable origine”, o qual marca a origem da Egiptofilia Maçónica e, onde se descrevem as iniciações no Antigo Egipto (mítico), referindo-se as purificações pelos quatro elementos e, a necessidade das cerimónias maçónicas se ajustarem aos procedimentos dos Antigos Mistérios.

Em conclusão, as purificações pelos elementos, introduzidas em força e vigor na maçonaria, no primeiro quarto do séc. XIX, ganharam plena profundidade simbólica já no séc. XX, através do contributo de vários simbolistas notáveis, dos quais destaco Oswald Wirth, que incorporou muitas interpretações herméticas à simbólica tradicional maçónica do REAA. 

Termino, pois, com palavras suas, bem elucidativas do sentido iniciático que podemos dar a este procedimento ritual:

• “Esta vida de ordem superior proporciona-se através do desenvolvimento do princípio da personalidade, dado que o ser inferior não é mais do que um autómato que reage mecanicamente sobre a acção das forças das quais é o joguete. A sua vida permanece material ou elementar porque ela resulta unicamente do conflito dos Elementos…

• Mas as forças exteriores, tão potentes sejam elas, devem ser dominadas pela energia que acha a sua origem na personalidade. 

• É porque o homem é chamado a desenvolver em si um princípio mais forte que os Elementos, que ele entra em luta com eles no decurso das provas iniciáticas”

Pessoalmente, penso que este princípio reside no Conhecimento, principal impulsionador da elevação da Condição Humana, entendendo-se o mesmo não só como sapiência, mas também e, fundamentalmente, como consciência. 

Cada um, contudo, dentro do seu livre-pensamento deverá encontrar a sua interpretação pessoal para o mesmo.

Só assim estaremos, realmente, a fazer Maçonaria.





COMPLEXO DE SUPERIORIDADE - Newton Agrella


Quando nos atrevemos a abordar algum assunto, não há lei que nos proíba de manifestar nossa percepção ou nosso entendimento a respeito do mesmo, desde que seja empreendido com solene respeito e civilidade.

Afinal de contas, o maçom é supostamente, um livre pensador e assim o sendo, vale-se de seu arbítrio para propor, argumentar, contrapor ou simplesmente aquiescer uma idéia ou um conceito.

Esta premissa pode ser tomada particularmente quando nos referimos ao universo filosófico da Maçonaria.

Lembro-me que pouco tempo após ter sido exaltado ao grau de Mestre Maçom, no Rito Escocês Antigo e Aceito na Aug.'.Resp.'. Benem.'.Benf.'.e Cent.'. Loja Simbólica Luiz Gama, nr. 0464, Oriente de São Paulo SP - dois de meus mais valiosos Veneráveis Mestres: o Ir.'. Marigildo de Camargo Braga e o Ir.'. Antônio  Maciell Neto ensinaram-me que toda vez que eu fosse fazer uma sindicância que eu nunca me abstivesse de perguntar ao pretenso candidato, dentre as várias questões, se o mesmo tinha algum "complexo de superioridade".

Pois é, talvez hoje em dia esse questionamento possa até parecer supérfluo ou desnecessário, porém, não é bem assim.

Esta questão serve como uma espécie de advertência no que diz respeito ao que a Loja e a própria Ordem podem esperar futuramente com relação ao candidato.

Sem entrar no mérito científico, o que nem é o caso, mas fato inconteste, é que após algum tempo de estrada,  conseguimos identificar aqueles que foram recebidos Maçons, mas que depois de relativo curto período na Ordem, começam gradativamente a expor suas necessidades de se vangloriar de seus feitos;

de buscar constantemente por reconhecimento;

e pior que tudo, de menosprezar as conquistas alheias. 

Este tipo de Maçom é aquele que adora se travestir como "égua de cigano" (expressão esta que aprendí com outro de meus maiores Mestres, o Venerável  Ir.'. Adilson Zotovici, decano da A.'.R.'.L.'.S.'. Chequer Nassif nr.169) - posto que a metáfora dá conta sobre o uso exagerado de medalhas pins e ornamentos de que o Irmão se vale em seus paramentos, como se isso representasse o conteúdo de sabedoria e conhecimento que carrega consigo.

Como se percebe, o complexo de superioridade refere-se a um mecanismo subconsciente de uma espécie de compensação mental, fruto de  sentimentos de inferioridade, que aliás são despertados como que por uma rejeição social. 

Cabe portanto ao sindicante, procurar fazer uma avaliação criteriosa e cuidadosa durante a entrevista, antes de emitir seu parecer.

Compartilhar experiência é um saudável exercício que está há anos luz de distância de querer se mostrar superior a outrem, posto que ao dividir  pontos de vista está se colocando uma questão aberta a outras interpretações.



novembro 17, 2025

AHIMAN REZON - Kennyo Ismail




GAhiman Rezon foi o nome dado por Laurence Dermott para a Constituição da Ancient Grand Lodge of England. 

Várias Grandes Lojas que seguiam a vertente dos “Antigos” adotaram o mesmo nome para suas Constituições, como as Grandes Lojas da Pensilvânia, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.

Mas, afinal, o que significa Ahiman Rezon? 

Conforme Albert Mackey, significa “A Vontade dos Irmãos Selecionados”. 

A Grande Loja da Virgínia, com base na obra de Mackey, Lexicon of Freemasonry, adotou o significado “Lei dos Irmãos Preparados”. 

A Grande Loja da Carolina do Sul, interpretou como “Segredos de um Irmão Preparado”. 

Já a Geórgia entendeu como sendo “Construtor Real”. 

Em 1825, a famosa Grande Loja da Pensilvânia registrou em sua revisão: O Livro das Constituições é geralmente denominado Ahiman Rezon. 

A tradução literal de Ahiman é “um irmão preparado”, e Rezon é “secreto”, então Ahiman Rezon literalmente significa “os segredos de um irmão preparado”.

Entre tantas opiniões, talvez seja prudente considerar a intenção do próprio autor que adotou o termo, o polêmico Dermott! 

No prefácio de sua Ahiman Rezon, Dermott escreveu que um dia teve um sonho em que ele conversava com quatro homens de Jerusalém. 

Um dos homens, chamado Ahiman, disse a ele que ninguém tinha escrito nem poderia escrever uma história sobre a Maçonaria como a que Dermott se propôs a fazer.

A Bíblia de Genebra de 1560 explica que Ahiman significa “um irmão preparado” ou “irmão da mão direita”, e Rezon significa “um secretário”. 

Considerando as citações que Dermott fez da Bíblia de Genebra, pode-se supor que sua intenção para Ahiman Rezon era “irmão secretário preparado” ou “irmão secretário da mão direita”.

Dermott foi Grande Secretário da Grande Loja dos Antigos por quase 20 anos, de 1752 a 1771, tendo sido o grande responsável pelo sucesso da Obediência. 

Era conhecido por ser criativo e ríspido, e ridicularizou as leis e a história lendária da Maçonaria criada por James Anderson, além das modernizações promovidas pelos “Modernos”. 

Dermott ainda lançou e divulgou a ideia de que os maçons “antigos” sabiam tudo que os “modernos” sabiam, mas não o contrário, pois a Maçonaria dos “antigos” era mais completa. 

Ele se referia ao Real Arco, que foi o grande vitorioso na fusão das duas Grandes Lojas inglesas, gerando na Grande Loja Unida da Inglaterra a grande confusão matemática do mundo maçônico, através do artigo:

_ “(…) a pura Maçonaria Antiga consiste de três graus e nenhum mais, isto é, os de Aprendiz Registrado, Companheiro de Ofício e Mestre Maçom, incluindo o Sagrado Real Arco”. 

Ou seja, para a Grande Loja Unida da Inglaterra, 03 e nenhum mais… são 04! 

Se estivesse vivo, tenho certeza que Dermott também faria piada disso.





DIFERENÇA ENTRE HEBREU, ISRAELITA E JUDEU - Almir Sant’Anna Cruz


 

Sabemos existir uma diferença, ao nosso ver meramente técnica, entre os termos Hebreu, Israelita e Judeu.

O termo *Hebreu* está ligado a conquista da terra na época de Abraão. 

Os *Israelitas* são os Hebreus que passam a receber esse nome a partir de Jacó, que teve o seu nome mudado por Deus para Israel, e sua descendência dos 12 filhos homens que formaram as 12 tribos de Israel.

Após a morte de Salomão, durante o reinado de seu filho Roboão, as 12 tribos se dividiram em dois diferentes reinos, o de Israel (com capital em Siquém e posteriormente em Samaria), com 10 tribos que se apartaram de Roboão e o de Judá (com capital em Jerusalém), com as 2 tribos que permaneceram fiéis a Roboão.

Israel sobreviveu 208 anos, até a queda de Samaria, ocasião em que a maioria de seus habitantes foram levados cativos para a Assíria. 

Judá durou 343 anos, com a destruição de Jerusalém pelo rei caldeu Nabucodonosor, que levou seus habitantes prisioneiros para a Babilônia. 

Quando os habitantes de Judá foram libertados da Babilônia, voltaram às suas terras e reconstruíram o Templo destruído por Nabucodonosor, esses Hebreus passaram a se chamar *Judeus*. 

Como se vê, Hebreu, Israelita e Judeu na verdade são três diferentes denominações para nomear o mesmo povo, em épocas diferentes. 

Veja-se como esses três termos se interpenetram e se completam: o país atualmente chama-se *Israel*, o povo chama-se *Judeu*, a religião é a *Judaica* e a língua é *Hebraica*.


Do livro *Personagens Bíblicos da Maçonaria Simbólica - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

novembro 16, 2025

ESTUDO DO SALMO 133 - José Maria de Oliveira Fontes


 

Oh! Quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Aarão, e desce para a gola das suas vestes. É como o orvalho do Hérmon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o senhor a sua bênção e a vida para sempre”.

Israel assim como o seu povo é abençoado por Deus, dizem em histórias populares, que é o povo escolhido, situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca majestosamente o monte Hérmon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos. Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim com produz tudo o que se planta.

Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para chegar à cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso “subir”, o que explica bem a razão de ser da expressão “das subidas”, circundada pelos montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se destaca majestosamente o monte Hérmon.

O monte Hérmon por sua vez, destaca-se pela sua magnitude, de tão alto, há neve no seu cume o tempo todo, e é de lá, que vem o orvalho santo junto com as bênçãos; A neve derretida forma os rios e os lençóis de água, e pela sua importância é que no salmo 133, se destaca de forma tão bela.

Quando David falava “Oh quão bom e agradável vivermos unidos os irmãos!

Importância que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava a todos desta forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

E o óleo citado “… é como o óleo precioso…” era um perfume raríssimo à base de mirra e oliva, usado para urgir os reis e sacerdotes, e ou aquele neófito que aspirava a alguma iniciação. Importante a ponto de comparar com os irmãos unidos e a sua grandiosidade.

Agora quando fala “… é como o orvalho do Hérmon, que desce sobre os montes de Sião…” refere-se ao monte na sua pujança, a sua importância para a existência de Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a vida, a natureza, o bem mais precioso.

Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada citação, de onde podemos refletir e só assim, entendermos o que David dizia:

Os Irmãos

Quando o Salmo 133 sugere “… que os irmãos vivam em união…” estamos traçando um programa de convivência amena e construtiva, e se voltarmos no tempo, veremos que a palavra “irmão” se revela uma necessidade entre os homens e era mesmo. Com toques divinos, não menor necessidade que temos dela hoje, basta que encaremos o panorama humano dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais profundo.

O Óleo

“Os óleos vegetais são produtos de secreção das plantas, que se obtém das sementes ou frutos dos vegetais, são substâncias gordurosas das quais muita comida líquida e de temperatura ordinária” Bem, podemos ver que não se trata de nova tecnologia, o óleo citado acima, usado para unção sagrada, era uma das espécies, porém muito especial.

Aarão

O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e seu principal colaborador possui um peso próprio na tradição bíblica, devido ao seu caráter de patriarca e fundador da classe sacerdotal dos judeus.

A barba

Pelos espalhados pelo rosto, adorna a face do homem desde os mais remotos tempos, a barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não semitas da antiguidade, um trato especial, destinaram-lhe grandes cuidados. Não apenas um símbolo de masculinidade e podemos exemplificá-la com os varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras imponentes pela conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.

Os Israelitas a que pertencia Aarão, evidenciaram especial estima pela barba, a ela conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que externava pela sua aparência, a sua própria dignidade. Os Israelitas por si mesmo, pelo que ela representava raspá-la e eliminá-la do rosto demonstrava sinal de dor profunda.

As vestes

De especial significa litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles que tinha por missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o culto e variava de conformidade com os diversos ofícios religiosos para invocação da divindade.

Havia especial referência pela cor branca nas vestes sacerdotais, nas representações egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império, os sacerdotes usavam um avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor usava uma faixa que lhe cobria o peito como distintivo da sua categoria, enquanto que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação exibia uma pele de pantera.

No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando se fala na proibição de se aproximar do altar através das grades, talvez um precursor do avental maçónico.

Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça da pessoa a ser ungida, descia pela barba e escorria a orla das suas vestes.

O orvalho

O esplendor da natureza oferece a magia do orvalho, que desce das alturas para florir de viço ás plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do que o frescor das manhãs, verem como as folhas cobrem-se de uma colcha unida, onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz luz.

No capim deposita-se o orvalho cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se umas às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parecem espadas de aço ao calor do dia, nas pétalas florais, formando-se pérolas do líquido cristalino, espelho da vida que exulta ao redor.

O monte Hérmon

Trata-se de um maciço rochoso situado ao su-sudeste do anti Líbano do qual se separa um vale profundo e extenso, apresenta-se de forma de um circulo, que vai de nordeste à sudeste. Explicando um pouco mais, para entender a geografia desta região que viu nascer a história do mundo bíblico: O anti Líbano é a cordilheira que se estende paralelamente ao Líbano, separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias montanhosas, é a que se posta mais ao oriente, pois desenvolve-se do nordeste ao su-sudeste, por quase 163 quilómetros, as suas extensões e alturas são visíveis a partir do mediterrâneo; o seu ponto culminante é o monte Hérmon, com mais de 2.800 metros de altitude possui neve no seu cume e de lá o vento traz o orvalho.

O monte Sião

Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não que seja santo por si mesmo, más porque o Senhor o escolhera para ser a sua morada, para todos, o monte será um refúgio seguro e inabalável.

O orvalho que escorre de Hérmon para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é dele que escorre o orvalho abençoado, todas as suas complacências.

Em Salmos 2:6 vemos que Deus mesmo instalou o seu rei sobre o monte santo, “Eu, porém constituí meu rei sobre o monte Sião” O mesmo lugar em que Abraão ia sacrificar o filho.

A Bênção

Tudo que é bom é-lhe agraciado; Em Hebraico, o seu significado é “berakak” palavra que deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho. Nota-se a relação entre uma e outra palavra, porque, sendo a bênção a invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a recebe, deve ser colhida com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra, reverenciado e respeitosamente.

Para os Semitas, bênção possui força própria, e por isso, é capaz de despertar a sua potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se acha envolvida por vibração, carregada de energia dinâmica e magia.

“O omnipotente te abençoará com a bênção do céu, com as bênçãos do abismo, que jaz em baixo, com as bênçãos dos seios maternos e dos úteros“.

(Génesis 49:25)

Assim “… Porque ali o senhor ordena a bênção e a vida para sempre…”

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ESPELHO E REFLEXO–DO SÍMBOLO AO SIGNIFICADO - J.S.S.



Os Símbolos e Ritos só fazem sentido se forem vividos e percebidos duma forma interiorizada, portanto contida e reflexiva. 

Os Símbolos, indicam significados, agitam e aguçam a mente, prometem metáforas e revelações. 

Os Ritos, servem e canonizam os símbolos, fazem perceber uma Ordem e nessa ordem adivinham-se princípios e virtudes, disciplinas e etapas e, mais importante, uma via, quase um trilho, para o conhecimento, sabedoria e, em alguns casos, para a sacralização do homem.

É pela Iniciação que se divisa e compreende a premência deste Universo, que se premonizam alguns significados, que se antegozam revelações e sentimos uma Obediência. 

É no silêncio do Aprendiz que os Ritos lhe zelam pela observância dos sentidos, explanam virtudes e pré figuram Símbolos. 

Refletindo, isto, foi o que me foi dado ver.

No ritual da minha Iniciação, depois de me ter sida concedida a Luz, fui confrontado com o meu pior inimigo, eu, obviamente, ali denunciado, pelo reflexo da minha imagem no espelho. 

Por detrás dele, para minha alegria e contentamento, estava um Amigo, oferecido Padrinho, hoje um Irmão. 

É sobre este reflexo que quero reflectir e concentrar a minha atenção

O conceito de espelho aplica-se, genericamente, a qualquer superfície ou objecto polido, reconhecidamente capaz de reproduzir e, ou, Reflectir a Imagem de objectos visíveis e confrontáveis que se lhes apresentem. 

Assim, quando comumente falamos de espelhos, ou de um frontispício (espelho) de um templo , falamos de matérias com propriedades refletoras e reflexivas, respectivamente. 

De ambos imaterializa-se a centelha, a luz e a sombra, O Reflexo, o único que parece ainda emprestar e revelar ao espelho o agente do seu significado. 

Já não existem espelhos, morreram pela essência do reflexo, que agora liberto, entrecruza-se e confronta-se com o real.

Este real já não cabe no profano, mudou-se, está em evolução, segue uma senda, tenta projetar-se nas virtudes e na fraternidade humana.

É então, agora, urgente, melhorar o Reflexo, o meu profano inimigo, aprender a refrear a sua soberba, domá-lo, vencê-lo, virtualizá-lo, atento aos caminhos do EU Real.

Intuitivamente, este EU Real, será o Espírito, uma partícula da Chama Sagrada, A Alma da Alma, a forma suprema por que Deus se revela ao Homem.

Dizem que a Alma é o Reflexo do Espírito. Seria possível engrandecer este Reflexo, esta Alma, se não fosse Mente Espiritual?

Desta forma, sei que: As minhas reflexões de hoje, irão certamente sucumbir a uma sabedoria, que nos tempos, se perpetuará ao Oriente.




novembro 15, 2025

BANQUETE RITUALÍSTICO - ARLS ESTRELA DO SUL 3 e NOVA ERA 8

 


Estando em Campo Grande fui visitar a minha Loja mãe, ARLS Estrela do Sul n. 3, na sexta-feira, em companhia do meu irmão Antônio Panhoti. Para nossa surpresa não era uma sessão comum, mas um banquete ritualístico unindo duas poderosas Lojas. A ARLS Estrela do Sul n. 3 e a ARLS Nova Era n. 8, as maiores Lojas do Estado.

A Loja Estrela do Sul foi fundada em 22/7/54. Fui iniciado no seu antigo e acanhado templo da Rua José Antônio e estive presente no lançamento da pedra fundamental deste novo templo. Atualmente a Estrela do Sul é uma das maiores Lojas do país, com mais de 130 membros e uma infraestrutura de dar inveja a muitas potencias. Este salão de festas, por exemplo, acomoda com conforto mais de 500 pessoas.

Fui gentilmente recebido pelo Venerável Mestre da Estrela do Sul irmão Luiz Carlos Somenzi e reencontrei alguns irmãos da velha guarda, como o irmão Alex Bortotto. Sentei-me ao lado do irmão Otaviano, meu irmão gêmeo de iniciação em 1981 e um dos três remanescentes daquela turma de 14. Na mesa principal estavam os Veneráveis Mestres anfitriões, Somenzi da Estrela, Fernando Cremonesi da ARLS Nova Era, o Delegado do Grão Mestre irmão Raul Vieira da Cunha Filho e outras autoridades maçônicas.

Os banquetes ritualísticos guardam forte simbolismo para a Ordem e São um laço de união para os irmãos. Na origem da maçonaria as sessões eram realizadas em tabernas, na Inglaterra.

Foi uma noite muito agradável, de deliciosas lembranças e deliciosas iguarias.


QUINZE DE NOVEMBRO - Adilson Zotovici



República aos Brasileiros ! 

Bradavam  estudantes, artistas, 

Grupos e grupos inteiros, 

Comerciantes, jornalistas , 

Todos patriotas, ordeiros 


Mescla de ativistas  

Com um propósito sério, 

Face ao jugo dos imperialistas, 

De ver findar o império 

Dos persistentes absolutistas  


Ao povo  então, vitupério 

Ver reinar a improbidade

Corruptível e sem critério  

Daquela isolada sociedade 

 Qual vivia, envolta em mistério  


Premente a necessidade,

Do sonho republicano 

Tornar-se pois, realidade 

Fez crescer no cotidiano 

A obstinação pela igualdade  


Um sentimento ufano  

Arvora-se pela democracia  

Marechais Deodoro, Floriano,

Pela liberdade à porfia, 

Que, anseio humano 

 

Cresceu pois, a maçonaria 

Homens em nobre missão 

Bocaiúva, Constant, em sinergia      

Junto a Sales, Barbosa, em união 

A repudiar a monarquia ! 


E consagrou-se assim a nação ! 

Desse povo ordeiro e varonil 

Com a força da fé, da razão,  

Fez-se a República do Brasil 

Com sua justa Proclamação ! 




PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA - João Carlos Spina




Introdução

A Proclamação da República Brasileira é o evento, na História do Brasil, que instaurou o regime republicano no país, derrubando a Monarquia. Ocorreu dia 15 de novembro de 1889 no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, na praça da Aclamação (hoje Praça da República), quando um grupo de militares do Exército brasileiro liderados pelo comandante Marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado e depôs o imperador D. Pedro II. Institui-se então a República, sendo nessa data que o jurista Rui Barbosa assinou o primeiro decreto do novo regime, instituindo um governo provisório.

Vários foram os fatores que levaram o Império a perder o apoio de suas bases econômicas, militares e sociais. Da parte dos grupos conservadores: sérios atritos com a igreja católica (na "Questão Religiosa"); o abandono do apoio político dos grandes fazendeiros em virtude da abolição da escravatura, ocorrida em 1888. Da parte dos grupos progressistas: a manutenção, até muito tarde, da escravidão negra no país; a ausência de iniciativas com vistas ao desenvolvimento do país (fosse econômico, político ou social); a manutenção de um regime político de castas e censitário (isto é, com base na renda das pessoas); a ausência de um sistema de ensino universal; os altos índices de analfabetismo e miséria; o afastamento do Brasil em relação a todos demais países do continente americano (fossem da América do Sul, fossem da América do Norte), em virtude da incompatibilidade entre os regimes.

No Rio de Janeiro, os republicanos insistiram com o marechal Deodoro da Fonseca, para que ele chefiasse o movimento revolucionário que substituiria a monarquia pela república. Depois de muita insistência dos revolucionários, Deodoro concordou em liderar o movimento.

O golpe militar que estava previsto para 20 de novembro de 1889, teve de ser antecipado. No dia 14, divulgou-se a notícia (que posteriormente se revelou falsa) de que era iminente a prisão de Benjamin Constant Botelho de Magalhães e Deodoro da Fonseca. Por isso, na madrugada do dia 15 de novembro, Deodoro iniciou o movimento que pôs fim ao regime imperial.

Os revoltosos ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o Ministério e prenderam seu presidente, Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto. Na tarde do mesmo dia 15, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi solenemente proclamada a República.

D. Pedro II, que estava em Petrópolis, retornou ao Rio. Pensando que o objetivo dos revolucionários era apenas substituir o Ministério, o imperador tentou ainda organizar outro, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. No dia seguinte, o major Frederico Sólon Sampaio Ribeiro entregou a D. Pedro II uma comunicação, cientificando-o da proclamação do novo regime e solicitando sua partida para a Europa, a fim de evitar conturbações políticas.

Antecedentes

A relativa estabilidade política do Império do Brasil veio a ser abalada, dando lugar a um regime político que alguns setores da sociedade acreditavam ser mais adequado aos problemas da época.

A partir da década de 1870, como conseqüência da Guerra do Paraguai (também chamada de Guerra da Tríplice Aliança) (1864-1870), essa crise foi tomando corpo, como resultado de vários fatores de ordem econômica, social e política que, somados, conduziram aqueles setores à conclusão de que a monarquia precisava ser superada. 

A crise econômica

A crise econômica agravou-se em função das elevadas despesas financeiras geradas pela Guerra da Tríplice Aliança, cobertas por capitais externos. Os empréstimos brasileiros elevaram-se de três milhões de libras esterlinas em 1871 para quase 20 milhões em 1889, o que causou uma inflação da ordem de 1,75% ao ano, no plano interno.


A questão abolicionista


A questão abolicionista impunha-se desde a abolição do tráfico negreiro em 1850, encontrando viva resistência entre as elites agrárias tradicionais do país. Diante das medidas adotadas pelo Império para a gradual extinção do regime escravista, essas elites reivindicavam do Estado indenizações proporcionais ao número de escravos alforriados.

Com a decretação da Lei Áurea (1888), e ao deixar de indenizar esses grandes proprietários rurais, o império perdeu o seu último pilar de sustentação. Chamados de "republicanos de última hora", os ex-proprietários de escravos aderiram à causa republicana.


A questão religiosa


Desde o período colonial, a Igreja Católica enquanto instituição encontrava-se submetida ao Estado. Isso se manteve após a Independência e significava, entre outras coisas, que nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse previamente aprovada pelo Imperador (Beneplácito). Ocorre que, em 1872, Dom Vital e Dom Macedo, bispos de Olinda e Belém do Pará respectivamente, resolveram seguir por conta própria as ordens do Papa Pio IX (não ratificadas pelo Imperador), punindo religiosos ligados à maçonaria.

D. Pedro II, influenciado pelos maçons, decidiu intervir na questão, solicitando aos bispos que suspendessem as punições. Estes recusaram-se a obedecer ao imperador, sendo condenados a quatro anos de prisão. Em 1875, graças à intervenção do Duque de Caxias, os bispos receberam o perdão imperial e foram colocados em liberdade. Contudo, no episódio, a imagem do império desgastou-se junto à Igreja.


A questão militar


Os militares do Exército Brasileiro estavam descontentes com a proibição, imposta pela monarquia, pela qual os seus oficiais não podiam manifestar-se na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra, além de que os militares não possuíam uma autonomia sobre a defesa do território, estando sujeitos às ordens do imperador que se sobrepunha inclusive às ordens dos generais.

Além disso, freqüentemente os militares viam-se e sentiam-se desprestigiados e desrespeitados. Por um lado, os dirigentes do império eram civis, cuja seleção era extremamente elitista e cuja formação era bacharelesca mas que resultava em postos altamente remunerados e valorizados; por outro lado, os militares tinham uma seleção mais democrática e uma formação mais técnica, mas que não resultavam nem em valorização profissional nem em reconhecimento político, social ou econômico. Nesse sentido, inúmeros militares precisavam de dois, três ou mais empregos para poderem pagar suas contas, não raro contraindo sucessivas dívidas. Por fim, a ascensão profissional era difícil e baseada em critérios personalistas, em vez de meritocráticos.


A atuação dos republicanos e positivistas


Durante a Guerra do Paraguai o contato dos militares brasileiros das mais diferentes patentes com os combatentes de outros países levaram-nos a considerar com maior seriedade as relações entre problemas sociais e regimes políticos. A partir disso, começou a desenvolver-se entre os militares de carreira e os civis convocados para lutar no conflito a preocupação com a república e com o desenvolvimento social brasileiro.

Dessa forma, não foi casual que a propaganda republicana tenha por marco inicial a publicação do Manifesto Republicano em 1870, seguido pela Convenção de Itu (1873) e pela militância dos Clubes Republicanos, que se multiplicaram a partir de então pelos principais centros no país.

Essas propagandas republicanas eram realizadas pelos que, depois, foram chamados de "republicanos históricos" (em oposição àqueles que se tornaram republicanos apenas após o 15 de Novembro). Embora houvesse diferenças entre cada um desses grupos - em termos de estratégias políticas para a implementação da República e também do conteúdo substantivo do regime a instituir -, a idéia geral de que a república deveria ser um regime progressista, contraposto à exausta monarquia, era um denominador comum a todos eles. Dessa forma, a proposta do novo regime revestia-se de um caráter social e não apenas estritamente político.


As reformas do Gabinete Ouro Preto


O governo imperial, através do Gabinete do Visconde de Ouro Preto, percebendo a difícil situação política em que se encontrava, apresentou, em uma última e desesperada tentativa de salvar o Império à Câmara dos Deputados um programa de reformas políticas, do qual constavam os seguintes pontos: autonomia para as províncias; liberdade de voto; mandato temporário para os Senadores.


O movimento de proclamação


As reformas do chamado Gabinete Ouro Preto chegaram tarde demais. No dia 14 de Novembro de 1889, os conspiradores divulgaram o boato de que o governo havia mandado prender o marechal Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant Botelho de Magalhães. Dirigiram-se à residência do marechal Deodoro, que estava doente com dispnéia, e convencem-no a liderar o movimento.

Com esse pretexto, ao amanhecer do dia 15 de Novembro, o marechal Deodoro saiu de sua residência, atravessou o Campo de Santana e, do outro lado do parque, conclamou os soldados do batalhão ali aquartelado (atual Palácio Duque de Caxias) a rebelarem-se contra o governo. Oferecem um cavalo ao marechal, que nele montou e, segundo testemunhos, tirou o chapéu e proclamou "Viva a República!". Depois apeou, atravessou novamente o parque e voltou para a sua residência. A manifestação prosseguiu com um desfile de tropas pela Rua Direita (atual 1º de Março) até o Paço Imperial.

Consta que Deodoro não dirigiu crítica ao Imperador D. Pedro II e que vacilava em suas palavras. Relatos dizem que foi uma estratégia para evitar um derramamento de sangue.

Sabia-se que Deodoro da Fonseca estava com o tenente-coronel Benjamin Constant ao seu lado e que havia alguns líderes republicanos civis naquele momento.

No Paço, o presidente do gabinete (primeiro-ministro), Visconde de Ouro Preto, pediu ao comandante do destacamento local, Floriano Peixoto, que prendesse os amotinados. Floriano recusou-se e, manifestando sua adesão ao movimento republicano, deu voz de prisão ao chefe-de-governo.

O Imperador, em Petrópolis, foi informado e decidiu descer para a Corte. Ao saber do golpe, reconheceu a queda do Gabinete e procurou anunciar um novo nome para substituir Ouro Preto. No entanto, como nada fora dito sobre República até então, os republicanos mais exaltados, tendo Benjamin Constant à frente, espalharam o boato de que o Imperador escolheria Gaspar Silveira Martins, inimigo político de Deodoro desde os tempos do Rio Grande do Sul, para ser o novo chefe de governo. Com este engodo, Deodoro foi convencido a aderir à causa republicana. O Imperador foi informado disso e, desiludido, decidiu não oferecer resistência.

À noite, na Câmara Municipal do Município Neutro, José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada sem votação. O texto foi para as gráficas de jornais que apoiavam a causa e só no dia seguinte (16 de novembro) anunciou-se ao povo a mudança do regime.


Legitimidade e legitimação da república


No que se refere ao 15 de Novembro, embora se argumente que não houve participação popular no movimento que mudou o regime, o fato é que também não houve manifestações populares de apoio à monarquia, ao imperador ou de repúdio ao novo regime. Caso a monarquia fosse "popular" - o que não era - haveria movimentos contrários à república em seguida; entretanto, o que ocorreu foi uma crescente conscientização a respeito do novo regime e sua comemoração pelos mais diferentes setores da sociedade brasileira.

Nesse sentido, é notável o caso do líder abolicionista José do Patrocínio, que, entre a abolição da escravatura e a proclamação da República, manteve-se fiel à monarquia não por uma compreensão das necessidades sociais e políticas do país, mas, romanticamente, apenas devido a uma dívida de gratidão com a princesa Isabel. Aliás, nesse período de aproximadamente 18 meses, José do Patrocínio constituiu a chamada "Guarda Negra", que eram negros alforriados organizados para causar confusões e desordem em comícios republicanos, além de espancar os participantes de tais comícios.

Na reunião na casa de Deodoro, na noite de 15 de novembro de 1889, foi decidido que se faria um referendo popular, para que o povo legitimasse, por meio do voto, a república. Porém esse plebiscito só ocorreu 104 anos depois, dentro da constituição vigente, no dia 21 de abril de 1993; o seu resultado foi inequívoco: a república foi aprovada pela grande maioria da população, com 86% dos votos válidos.

VITRIOL - Gentil Pacioni Jr.


 

VITRIOL é um acrônimo alquímico que significa “Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem”, traduzido como “Visita o interior da terra, retificando-te, encontrarás a pedra oculta”. Na Maçonaria, representa o processo de autoconhecimento e transformação espiritual essencial ao neófito.

Significado profundo de VITRIOL

O termo VITRIOL tem origem na alquimia e é amplamente utilizado na simbologia maçônica. Cada palavra da frase representa uma etapa da jornada iniciática:

Visita Interiora Terrae – Visita o interior da terra: convida o neófito a olhar para dentro de si, explorar sua essência e confrontar suas sombras.

Rectificando – Retificando-te: simboliza o processo de purificação, correção de falhas e busca pela retidão moral.

Invenies Occultum Lapidem – Encontrarás a pedra oculta: refere-se à descoberta da verdade interior, da sabedoria espiritual, ou da “pedra filosofal” cavaleiros da....

Importância para o neófito na iniciação maçônica

Durante o ritual de iniciação, o neófito é conduzido à Câmara de Reflexões, um espaço simbólico onde se depara com o VITRIOL. Esse momento é crucial:

• Introspecção profunda: o neófito é convidado a meditar sobre sua vida, valores e intenções, afastando-se das distrações do mundo profano freemason.pt.

• Despojamento dos metais: representa o abandono das vaidades e riquezas materiais, focando nas qualidades morais e espirituais.

• Morte simbólica: a Câmara de Reflexões simboliza a morte do homem profano e o renascimento para uma nova vida espiritual blogspot.com.

Conexão com a alquimia e o caminho iniciático

Na alquimia, VITRIOL é associado à transmutação dos metais em ouro — uma metáfora para a transformação do ser humano comum em um ser iluminado. Na Maçonaria, essa transformação é representada pela lapidação da pedra bruta, símbolo do homem em seu estado natural, rumo à perfeição espiritual cavaleirosda....

Reflexão final

Para o neófito, VITRIOL é mais do que uma palavra: é um chamado à jornada interior. Ele marca o início de um caminho de autoconhecimento, disciplina e busca pela verdade — fundamentos essenciais da vida maçônica.


VITRIOL — A Pedra Oculta


No silêncio da terra, onde o tempo se cala, desce o neófito, alma nua, sem fala.

Visita o abismo que em si mesmo habita,

Onde a luz se esconde e a sombra palpita.


Retifica o passo, o olhar e o querer,

Lava os metais do ego, aprende a morrer.

Pois só quem se perde no escuro profundo pode renascer, mais sábio, fecundo.


A pedra oculta não brilha ao olhar vão,

Mas pulsa no peito, em forma de razão.

É o ouro do espírito, o fogo que guia,

A essência lapidada pela sabedoria.


VITRIOL é caminho, é verbo, é sinal,

Do homem profano ao ser espiritual.

Quem ousa descer e enfrentar seu porão

Ascende mais alto, em justa elevação

OS SEGREDOS DA MAÇONARIA, O SILÊNCIO E O SABER CALAR-SE - Paulo M.






Por poucos que sejam, há, de fato, segredos na Maçonaria. 

Num tempo e numa sociedade em que a vida de cada um se encontra cada vez mais exposta, não é senão natural que a simples existência de segredos cause curiosidade e mesmo perplexidade. 

Contudo, a existência dos segredos tem mais do que uma justificação.

_ Em primeiro lugar, há as razões culturais, morais e éticas. 

Diz-se da Maçonaria ser “um sistema peculiar de moralidade, velado por alegorias e ilustrado por símbolos”. 

Ora, se os sistemas de moralidade variam de sociedade para sociedade, as raízes saxônicas da Maçonaria são bem visíveis através daquilo que esta valoriza, como a delicadeza de trato associada aos gentlemen, ou essa mistura de contenção e refreamento que constitui a tão conhecida fleuma britânica. 

Pode, nesta perspetiva, dizer-se que o segredo, o silêncio e o “saber calar “são manifestação de três virtudes que a Maçonaria muito preza: 

• a circunspeccão 

• a discrição e 

• o auto-controlo. 

Terá sido esta atitude, a par de um contexto histórico de guerras religiosas e de luta política de que a Maçonaria queria (e quer) manter-se afastada, que ditou o 6º Landmark:

... “A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. 

Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. 

Ela é ainda um centro permanente de união fraterna, onde reinam a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.”... 

Quantas vezes uma frágil harmonia se consegue, sabe-se lá com que custo, pela exaltação dos pontos de concórdia, e pela minimização da exposição dos pontos de dissensão.

É por isso que, em Maçonaria, se respeita em absoluto a liberdade de expressão de cada um – ao mesmo tempo que se espera que cada um tenha aprendido a, no seu exercício, não ameaçar a harmonia, o equilíbrio e a fraternidade.

_ Em segundo lugar há razões simbólicas e metodológicas. 

Diz-se que, nos tempos da Maçonaria Operativa, seria através de sinais secretos, próprios de cada uma das classes de operários, que os seus membros se identificariam perante os tesoureiros para assim receberem os seus salários diferenciados. 

Do mesmo modo, cada grau – Aprendiz, Companheiro e Mestre – tem os seus próprios sinais de reconhecimento, os seus próprios segredos que não podem ser revelados aos de grau inferior. 

A natureza do que se cala é menos importante do que a aprendizagem do guardar silêncio, do calar-se e do refrear-se. 

Sem calar não se pode ouvir; é por isso que nas sessões é imposto absoluto silêncio aos Aprendizes e aos Companheiros. 

Como exercício, fora destas, são-lhes confiados os “segredos de grau”, que não passam, neste sentido, de um mero exercício de contenção. 

Por outro lado, a separação entre os graus evidencia e promove o progresso de cada maçom, e permite que, expostos aos mesmos conceitos na mesma ordem cronológica, todos percorram caminhos relativamente semelhantes. 

Os símbolos marcam o caminho, e a sua interpretação ou o aprofundamento do seu estudo constituem segredos na medida em que antecipação do conhecimento dos mesmos poria em risco a sua frutuosa interiorização. 

O silêncio não termina, porém, com a elevação a Mestre, antes se transfigura de silêncio imposto em silêncio voluntário. 

De fato, um Mestre deverá ter já interiorizado o que a sabedoria do povo nos repete: que, se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro.

_ Por fim, e em terceiro lugar, encontra-se a reserva da identidade dos irmãos, o que não deixará de fazer sentido face à incompreensão, rejeição e mesmo perseguição de que os maçons foram – e, infelizmente, são ainda em muitos lugares – alvo, pelas mais diversas razões, das políticas às religiosas. 

Não obstante ser cada um livre de assumir publicamente a sua condição de maçon, está-lhe absolutamente vedado revelar a de quem o não fez. 

Por poder causar danos reais na vida daqueles cuja identidade fosse indevidamente revelada considero ser este, de entre os vários que os maçons juram guardar, o único segredo verdadeiramente digno desse nome.





novembro 14, 2025

ARLS COLUNAS DA LEI 55 - Campo Grande, MS











O amigo e irmão Gilson Prazeres, maçom notável e grande empresário tem patrocinado minhas viagens a Campo Grande para a realização de palestras em diversas Lojas e especialmente na sua própria, a ARLS Colunas da Lei 55, da Grande Loja de Mato Grosso do Sul.

Nesta quinta-feira, dia 13, coube me a honra de apresentar a palestra "Maconaria, de Isaac Newton à Internet" em sessão especial de palestra conduzida pelo Venerável Mestre  irmão Geraldo Moretzsohn de Castro Filho,  com a presença Grão-Mestre Ad Vitam irmão Juarez Vasconcelos e do  Delegado da Grande Loja irmão Fábio de Souza Araújo.

Os irmãos presentes demonstraram grande interesse n palestra que foivrefletda nas perguntas e como sempre acontece a Loja se comprometeu com a doação de festas básicas em retribuição ao meu trabalho.

Um momento emocionante foi o reencontro com o meu irmão gêmeo de maçonaria, Cícero Lacerda Faria. Fomos iniciados na mesma data, 3 de outubro de 1981 na ARLS Estrela do Sul n. 3. Dos 14 irmãos iniciados naquela ocasião, permanecem 3. Tirei uma foto com o Grão Mestre Ad Vitam da GLEMS, irmão Juarez Vasconcelos ao lado da placa que denomina o Templo de Irmão Alonso Simioli que foi membro da Loja onde fui iniciado, meu irmão e amigo.

Recebi como presente da Loja um livro contando os seus 30 anos de serviços prestados a sociedade campo grandense e do irmão Ademir Batista de Oliveira, que durante muitos anos editou uma das melhores revistas da maçonaria brasileira, "Consciência" uma pasta porta paramentos.

Por determinação no Sereníssimo Grão Mestre Jorge Anysio Haddad da GLESP, em cada visita de palestra que faço entrego a Loja uma comenda cultural.


COBRIDOR INTERNO OU GUARDA DO TEMPLO - Almir Sant’Anna Cruz






Joia:

Duas Espadas Cruzadas

Duas espadas cruzadas mostram que o titular do cargo zela pela segurança interna dos trabalhos. 

Sua alegoria mostra a inviolabilidade e o respeito, já que a ele compete velar para que o Templo fique coberto a olhares profanos.

Investidura e Posse:*

Com a seguinte fala do Venerável Mestre eleito:

Irmão Guarda do Templo, estas Espadas cruzadas, que constituem a vossa Joia, indicam que só deveis dar ingresso em nosso Templo, àqueles que têm direito a tomar parte em nossos trabalhos.

Simbolicamente, os ferros cruzados, em guarda para o combate, ensinam-nos a colocarmo-nos em defesa contra os maus pensamentos e ordenarmos moralmente as nossas ações.

Avental:

O Avental dos Mestres difere em função da Potência.

No Grande Oriente do Brasil e nas Potências Estaduais confederadas a CMSB, o Avental é branco forrado de preto, orlado de azul em seu entorno e no da abeta, com rosetas azuis no centro da abeta e em cada extremidade inferior do Avental.

Nos Grandes Orientes Estaduais confederados a COMAB, o Avental é branco, forrado de preto, orlado de vermelho em seu entorno e no da abeta, com as letras M e B em cada extremidade inferior do Avental. 

Alfaias:

Avental de Mestre e Colar com a joia do cargo. A cor do Colar será conforme a Potência a que a Loja está jurisdicionada.

Instrumentos de trabalho: Espada

Correspondência na Abobada Celeste:

ANTARES, nome proveniente de Anti-Ares (Anti-Marte) por se assemelhar, rivalizando com seu tamanho, cor avermelhada e brilho, ao planeta Marte.

Para os antigos persas (3000 a.C.) era uma das estrelas guardiãs do céu. Corresponde ao Cobridor Interno, o guardião do Templo.

Atributos do cargo:

Armado de espada, o Cobridor Interno ou Guarda do Templo tem assento no lado da porta, dependendo da Potência Maçônica, a esquerda ou a direita de quem entra.

Compete-lhe guardar a entrada do templo, zelando pela plena segurança dos trabalhos da Loja.

Cabe-lhe também não permitir a entrada ou a saída do templo sem a prévia autorização do Venerável Mestre e fiscalizar se todos os retardatários estão trajados adequadamente. 

O Cobridor Interno e o Mestre de Harmonia, por suas atribuições, são os únicos Oficiais que não participam do Cortejo de entrada, permanecendo, ambos, no interior do templo.

Para a Escola Ocultista, representa o princípio humano do duplo etéreo e ao plano físico superior, atraindo, quando da abertura das sessões, devas (anjos) comandantes de certos espíritos da natureza e elementais, com predomínio da cor cinzento-violáceo.

Excerto do livro *Manual dos Cargos em Loja do REAA - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350