Que fique claro que não existe mais em tempos atuais a iluminati, cai em golpe na internet quem não se informa.
Sendo assim A MAÇONARIA não tem nada há ver com iluminati.
Diz a história que as dificuldades que Maçonaria Operativa passava, em meados do Século XVII, em especial na Inglaterra, estavam a levar a Ordem à decadência.
Como medida de sobrevivência, os maçons operativos começaram a recrutar membros da intelectualidade, nobreza e de posses económicas.
Consolidou-se, assim, no Século XVIII (1717-1724), a Franco-Maçonaria composta por cérebros que não faziam parte da Maçonaria Operativa, porém eram dotados de requisitos morais, intelectuais e económicos, sendo aceites pelos Irmãos Operativos que simbolizavam o passado maçónico.
Estes novos Irmãos foram chamados de “aceites”. Estava, pois, implantado o departamento especulativo ao lado do outro operativo. Mas a unidade da Ordem foi preservada em todos os sentidos.
E com o ingresso destes irmãos “aceites”, oriundos em grande parte do Iluminismo, a influência era mesmo de se esperar na Instituição, especialmente no âmbito especulativo, geomântico ou ainda teórico.
Não demorou muito e nasceram os Altos Graus, de 4 a 33, os Graus Filosóficos, sendo que para alguns especialistas o Grau 3 (Mestre-Maçonaria Azul ) foi criado em 1725, pouco depois da Constituição do Bispo Anglicano James Anderson de 17 de Janeiro de 1723 que consolidou a Maçonaria Especulativa.
Os Landmarks, por sua vez, foram estudados, classificados e ordenados por diversos estudiosos maçónicos, até que em meados do Século XIX, Albert Galletin Mackey – 1807-1881, compilou-os, formando uma “Super- Constituição Maçónica Universal”. É, sem dúvida, a codificação mais aceita pelas diversas Obediências com os 25 princípios imutáveis e inalteráveis.
A influência do Iluminismo na Maçonaria é evidente, principalmente, quando examinamos as matérias que versam sobre as prerrogativas do Grão-Mestrado.
Trata-se da Administração da Entidade que, em caso excepcional, pode o Grão-Mestrado autorizar a proposta e recepção de um candidato. Esta prerrogativa emana da experiência dos políticos de Iluminismo que entraram na Ordem, objectivando, em tempos conturbados, que a direcção tenha instrumentos eficazes para debelar, ou pelo menos, minimizar as dificuldades momentâneas.
O princípio da Separação dos Poderes na Instituição Maçónica é cópia do modelo de Montesquieu, renomado iluminista. Criou este sistema de Poderes do Estado, em Legislativo, Executivo e Judiciário, dentre outros diplomas das várias Potências, cada um com atribuições previstas em lei.
Mas de todas as influências iluministas na Ordem Maçónica, a que mais se destaca é o seu Departamento Especulativo. Introduziu-se o estudo profundo filosófico, simbólico, esotérico, metafísico, espiritual e histórico, além de outros ramos do conhecimento humano.
Principais iluministas maçons.
Voltaire (Paris, 21 de Novembro de 1694 — Paris, 30 de Maio de 1778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês, conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis e livre comércio. Ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa.
Marquês de Pombal, (Lisboa, 13 de Maio de 1699 — Pombal, 8 de Maio de 1782) foi um nobre e estadista português. Foi secretário de Estado do Reino durante o reinado de D. José I (1750-1777), sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa. Iniciou várias reformas administrativas, económicas e sociais em Portugal, afim de aproximar o país a realidade económica dos países europeus.
Montesquieu, senhor de La Brède ou barão de Montesquieu (castelo de La Brède, próximo a Bordéus, 18 de Janeiro de 1689 — Paris, 10 de Fevereiro de 1755), foi um político, filósofo e escritor francês. Ficou famoso pela sua Teoria da Separação dos Poderes, actualmente consagrada em muitas das modernas constituições internacionais. Ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário.
Diderot (Langres, 5 de Outubro de 1713 — Paris, 31 de Julho de 1784) foi um filósofo e escritor francês. Junto com Jean Le Rond d’Alembert (1717-1783), organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
Benjamin Franklin (Boston, 17 de Janeiro de 1706 — Filadélfia, 17 de Abril de 1790) foi um jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e enxadrista americano. Foi um dos lideres da Revolução Americana.
Thomas Jefferson (Shadwell, 13 de Abril de 1743 – Monticello, 4 de Julho de 1826) foi o terceiro presidente dos Estados Unidos (1801-1809), e o principal autor da declaração de independência (1776). Participou também activamente dos primeiros acontecimentos da Revolução Francesa e teve forte influência na Inconfidência Mineira e na Independência do Brasil.
Cláudio Manuel da Costa (Vila do Ribeirão do Carmo, Minas Gerais, 5 de Junho de 1729 — Ouro Preto, Vila Rica, 4 de Julho de 1789) foi um jurista e poeta do Brasil Colónia. Participou da Inconfidência Mineira.
Tomás António Gonzaga (Miragaia, Porto, 11 de Agosto de 1744 — Ilha de Moçambique, 1810), foi um jurista, poeta e activista político luso-brasileiro. Participou da Inconfidência Mineira.
Sir Isaac Newton (Woolsthorpe-by-Colsterworth, 4 de Janeiro de 1643 — Londres, 31 de Março de 1727) foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrónomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.
Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de Junho de 1712 — Ermenonville, 2 de Julho de 1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidacta suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo. Ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta igualdade para todos.
Edward Gibbon (Putney, 27 de Abril de 1737 — Londres, 16 de Janeiro de 1794) foi um historiador inglês que se expressou no espírito do iluminismo, autor de A História do Declínio e Queda do Império Romano.
Os Iluministas filiaram-se nas Lojas Maçónicas como um lugar seguro e intelectualmente livre e neutro, apropriado para a discussão das suas ideias, principalmente no século XVIII quando os ideais libertários ainda sofriam sérias restrições por parte dos governos absolutistas na Europa continental e por isso certamente a Maçonaria teria contribuído para a difusão do Iluminismo e que este por sua vez também possa ter contribuído para a difusão das lojas maçónicas.
O lema, ou o símbolo, “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” constitui-se como um grupo de palavras que exprime as aspirações da Maçonaria e que, se atingidas, levariam a um alto grau de aperfeiçoamento.
Podemos concluir que O Iluminismo foi de suma importância para a evolução da Maçonaria e continua sendo. Que possamos aproveitar estas luzes e que cada um de nós, Maçons, possamos continuar sendo Iluministas, defendendo os nossos ideais, para fazer deste mundo, um mundo melhor para todos.
Penso, logo existo.
(René Descartes)












