Alguns apressados poderiam pensar que isso significa que os maçons sejam transformados em seres absolutamente passivos, sem o menor interesse pelo que se passa na sociedade, em nosso país e no mundo. Se os maçons têm como compromisso maior a busca incessante da verdade, é claro que precisam exercitar continuadamente o direito de pensar em soluções que possam eliminar o mal, sem destruir o homem. Ela tem seus métodos próprios de ação, conhecidos pelos verdadeiros maçons, os quais são agentes da paz e chamam os conflitos armados de a estupidez da guerra.
A Maçonaria sempre se colocou a favor da liberdade, contrária a qualquer tipo de opressão que sonegue ao ser humano o direito de pensar. Mas, como exige de seus adeptos uma vida íntegra, ela sabe que o melhor ensinamento que os maçons podem oferecer reside no exemplo oferecido por cada pedreiro livre. É aí que valorizamos o entendimento de Cícero: “Sou livre porque sou escravo da lei!”
O maçom sabe que uma vida digna equivale a um templo erguido à virtude e que somente terá vencido suas paixões quando houver aprendido a respeitar e a amar cada ser humano, mas nunca se acovardando quando tiver que exigir de qualquer um o cumprimento da lei. Principalmente diante da covardia de maiorias que procuram esmagar impiedosamente as minorias.
A Maçonaria combate a hipocrisia, o fanatismo, a intolerância. E combate esses males procurando conduzir os homens ao entendimento, única forma de se conseguir a paz permanente, pregando a misericórdia para com os vencidos. Para nossa Ordem, o vencedor deve ser sempre a humanidade. Portanto, todos os maçons são concitados a uma conduta de vida capaz de levar consolo a quem sofre; comida a quem tem fome; agasalho a quem tem frio; uma toalha macia para enxugar as lágrimas de nossos semelhantes; levar o conhecimento a quem deseja sair da escuridão. Sabe nossa instituição que quanto mais se propagar a luz, menor será o espaço ocupado pelas trevas. Com isso poderemos nos guiar mais seguramente na direção do Grande Arquiteto do Universo, luz irradiante que será o próprio caminho do amor, da fraternidade e da tolerância, per omnia secula seculorum!
Podemos concluir, sem medo de errar, que só a maldade e a desinformação são capazes de rotular a Maçonaria como contrária à fé religiosa. O comportamento digno que nossa Ordem impõe a seus membros honrará, certamente, a qualquer profissão de fé religiosa. Os rótulos nem sempre garantem o conteúdo. Por isso, nosso Templo Interior deve permanecer sempre limpo, livre da sujeira que as iniquidades provocam, iluminado pelo verdadeiro amor, sempre nos permitindo lembrar que o nosso conhecimento é apenas uma gota de um oceano de coisas que ignoramos.
Ensina-nos a Maçonaria que o Grande Arquiteto do Universo é uma fonte perene de amor, sempre pronto a permitir o soerguimento de qualquer um que queira se levantar. Como Ele saberá, a qualquer tempo, separar o joio do trigo, nós, os maçons, somos sempre recomendados a produzir mais trigo.
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