UMA HISTÓRIA DE ROTARY, AS QUATRO PERGUNTAS

 AS QUATRO PERGUNTAS: UMA HISTÓRIA DE ROTARY


Michael Winetzki – Rotary Eclub do D. 4420

"Para obter o sucesso almejado faça quatro perguntas a si mesmo: Por que? Por que não? Por que não eu? Por que não agora? " 
James Allen, ensaísta americano (1864-1912)

Após preencher a ficha do hotel, a primeira pergunta que Jorge fazia era: - Sabe o endereço do Rotary Clube?
Gerente de vendas bem sucedido de uma grande firma de materiais para construção, ele costumava passar metade do mês visitando os clientes de sua empresa para aferir a satisfação destes e o seu índice de participação de sua empresa no mercado. 


Rotariano há dez anos, fazia questão de trazer os cartões de recuperação para não prejudicar a média do seu clube. Além disso nas freqüentes visitas aos Rotary Clubes do território sob sua responsabilidade ganhava novos amigos, adquiria informações relevantes sobre a economia da área e sobre a situação de seus clientes e as vezes realizava importantes contatos comercias. Estava em uma cidade pequena, uns quarenta mil habitantes, que experimentava um grande surto de progresso devido a nova fronteira agrícola de soja e milho que se desenvolvera ao seu redor. Obtido o endereço, após guardar as suas coisas, foi para o jantar. 

Gostava do ritual do Rotary. Desde a recepção do protocolo, a oração e a saudação à bandeira. Sentia-se em casa em cada clube e sabia que este não seria diferente. Não podia imaginar como estava enganado. 

Ao chegar ao Clube, onde um grande número de pessoas confraternizava, e se apresentar foi surpreendido com uma calorosa recepção. O idoso Diretor de Protocolo bateu palmas, obteve silêncio, e anunciou em voz alta e entusiasmada: - temos um companheiro visitante da Capital, o Jorge, gerente de vendas. Foi saudado com um caloroso grito de guerra em uníssono: - O Jorge é um bom companheiro, o Jorge é um bom companheiro, o Jorge é um bom companheiro, bem vindo seja aqui. 

Convidado para compor a mesa ouviu com crescente admiração os excelentes relatórios da secretaria, da tesouraria e das Avenidas. O clube, com 40 sócios, mantinha 100% de freqüência havia meses. As Avenidas eram extremamente atuantes, realizando vários trabalhos de cunho social em parceria com a Casa da Amizade, que estava também presente em peso à reunião, uma verdadeira festa. 

Foi a melhor reunião de Rotary de que Jorge já participara e ao final, durante o companheirismo, procurou o Diretor de Protocolo para perguntar-lhe como conseguiram fazer um Clube tão especial. 

- É fácil, além da Prova Quadrupla, um ex presidente introduziu uma outra prova chamada "As quatro perguntas", de autoria de um filósofo e ensaísta americano chamado James Allen, cuja obra atingiu o auge de notoriedade na época que Paul Harris fundou o Rotary e que tem nos ajudado a manter vivo e dinâmico o nosso clube. 

- É como é essa prova?

- Espere, o companheiro Ricardo foi o responsável pela sua adoção no seu tempo de presidente e pode explicar melhor. E chamou um simpático senhor que o cumprimentou com efusão: - então, Jorge, você quer saber a respeito das quatro perguntas? - e começou a explicar:

- A primeira pergunta é: Por que você quer ser rotariano ? Encontre a razão mais profunda e verdadeira para essa decisão. Antes de aceitar o convite pergunte-se "por que devo ser rotariano ?" Entenda o que se passa dentro de você. Procure os motivos pelos quais você sente que quer e pode agir em benefício da sua atividade profissional, de sua família, de seus amigos, de sua comunidade e seu país. Se não estiver absolutamente convencido, as razões serão frágeis e você poderá desistir facilmente. Enfim, encontrada a razão, você se tornará um rotariano na própria alma. 

- E como é feito isso ? Jorge perguntou . 

- Dedicamos uma reunião por mês para os candidatos a novos sócios. Nessa reunião a instrução rotária é especialmente elaborada para dar uma ampla visão dos ideais e da forma de atuar do Rotary, das suas atividades locais e globais, dos seus programas e do companheirismo Além de proporcionar uma ampla visão aos candidatos reforça nos próprios companheiros essa convicção. 

- E depois ?

- A segunda pergunta é: Por que não fazer algo pela comunidade ? Muitas pessoas, apesar de conhecerem as necessidades da comunidade, nada fazem porque imaginam que não é seu problema. Nesse estágio uma comissão do Clube visita o candidato em sua casa e lhe faz ver as responsabilidades que está para assumir. Mostra que a maior parte dos motivos para não fazer são meras desculpas: falta de tempo, de recursos, de colaboração, etc. Mas se entramos no Rotary de coração, passamos a ter mais de um milhão de companheiros e de motivos para passar a agir de maneira efetiva e constante em benefício da sociedade. 

- Muito interessante, comentou Jorge. 

- A terceira pergunta é: Por que não você? Se alguém tem que fazer algo, você pode ser este alguém. Convidamos o candidato para se apresentar ao Clube falando de sua profissão ou atividade, dos desafios que enfrentou, das suas qualidades e da liderança que desenvolveu e aí o fazemos ver que ele tem de sobra as qualidades requeridas para assumir este compromisso: por que não você? Alguém tem que incrementar o companheirismo: por que não você? Alguém tem encabeçar a campanha Pólio Plus do Clube: por que não você? Alguém tem que estimular o Pro-família: por que não você? Alguém que dar o primeiro passo em uma campanha: por que não você?

- É claro, prosseguiu, o companheiro Ricardo, que a esta altura todos os procedimentos normais de aceitação do candidato já foram realizados. Ele participou de duas ou três reuniões, nos o visitamos em seu lar, a Casa da Amizade já trouxe a sua esposa para o serviço e aí o Conselho Diretor do Clube,

- Mesmo ele nem tendo entrado no Clube ainda?

- Na solenidade de posse, o novo rotariano já assume um encargo, e essa é a quarta pergunta: Por que não agora? O melhor momento para começar algo é... imediatamente. O novo rotariano sente que sua adesão é desejada e importante para o clube, e cheio de entusiasmo se põe a cumprir suas tarefas com todo o denodo, estreitando os laços de companheirismo e valorizando a sua adesão ao Rotary. Ele se sente uma peça importante e orgulhoso por poder dar a sua contribuição. 

Impressionado, Jorge pensou - é por isso que este Clube é tão dinâmico e tão vivo. - Você me permite levar essa informação ao meu próprio Clube ?

Rindo, o companheiro Ricardo lhe apertou fortemente a mão, dizendo: - Se o nosso lema do ano é dar a mão ao próximo, como é que não a daríamos para um companheiro que nos honra com a sua visita. Boa sorte, Jorge, e volte sempre. 

De volta para o Hotel, de alma leve, Jorge já se imaginava em seu próprio clube, aplicando "as quatro perguntas de Allen" e obtendo o mesmo resultado que acabara de presenciar. Agradeceu silenciosamente pelo privilégio de ser rotariano e dormiu em paz. 

michaelwinetzki@yahoo.com.br

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