O ÁGUIA E O FALCÃO - Voem juntos, mas jamais amarrados

        
        Morei em Marabá, no Pará, por cerca de dois anos, quando dei consultoria ao Hospital Celina Gonçalves. É uma região com diversos tribos indígenas e fiz amizade com alguns indios, cuja sabedoria passei a admirar. 

        Um idoso Kaiowa me contou uma história que merece ser guardada na memória. Um dos guerreiros mais valentes da tribo, de mãos dadas com a filha do cacique, vem até o feiticeiro da tribo e lhe diz:- Estamos apaixonados e vamos nos casar. O senhor pode nos dar um talismã, ou fazer um feitiço, para a gente nunca se separe. O velho feiticeiro diz:- Posso sim, mas é muito difícil. Se vocês estiverem dispostos, voce - diz ao rapaz - vá até aquela serra, escale do lado norte e traga viva a águia mais bela e vigorosa que encontrar. E para a moça: - escale a montanha do lado sul e traga, vivo, o falcão mais aguerrido e forte que conseguir. 

         Os jovens aceitaram a incumbência e cumpriram a missão. No dia marcado apresentam ao feiticeiro as formosas aves, cada uma dentro de um saco. - Agora - diz o ancião - amarrem as patas das aves com essas tiras e soltem nas para que possam voar. O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi pedido e soltaram as aves que no entanto não conseguiram voar, apenas saltavam pelo terreno. Pouco depois, irritadas, começaram a se bicar e a se agredir. 

         - Este é meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão, belos, jovens, vigorosos. Se estiverem amarrados, ainda que por amor, só poderão se arrastarão e com o tempo passarão a se machucar. Se quiserem que o amor de vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados. 

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