dezembro 31, 2021

REIS MAGOS, OURO, INCENSO e MIRRA - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante, um dos mais renomados intelectuais da maçonaria.

Baseado em referências bíblicas, evangélicas e históricas e acima de tudo em inúmeras "tradições orais" podemos fazer uma breve consideração de ordem cultural a respeito  dos chamados  "Reis Magos".

Uma comunhão de Lenda, História, Religiosidade e Misticismo compõe um arcabouço dialético que especialmente nos países de tradição cristã, celebram com singeleza e respeito a data de 6 de Janeiro em diversos pontos do planeta.

Reza essa tradição cristã, que Três personagens teriam visitado  Jesus  após seu nascimento, 

Apenas no "Evangelho  segundo Mateus " referência é feita dando conta que os Três teriam vindo "do Oriente" para reverenciar o Cristo, "nascido Rei dos Judeus". 

Portavam consigo três presentes (ouro, incenso e mirra).

São figuras constantes em relatos da natividade e nas comemorações do Natal.

Interpretações históricas advindas de estudiosos da Bíblia reportam  que

*Belchior (ou Melchior), Baltazar* e *Gaspar* não seriam propriamente "reis"  mas sim, sacertodes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros. 

Talvez fossem astrólogos ou astrônomos, pois, segundo consta e de acordo com a própria Lenda que se conflui com a História, eles  teriam visto  uma  *"estrela"* e decidiram seguí-la, até a região onde Jesus, teria nascido. 

Porém, os registros bíblicos  dão conta que a  estrela  *não* os teriam levado diretamente ao local de nascimento  do menino Jesus e sim ao palácio do cruel rei Herodes em Jerusalém na Judeia que circunstancialmente desejava a morte de Jesus.

Os Reis Magos perguntaram ao Rei Herodes  sobre a criança. Ao que ele disse nada saber.

Muitos dias se passaram até que os magos chegassem ao local onde estava o menino e  por causa da distância percorrida, a tradição atribuiu a visitação dos Magos o dia 6 de Janeiro.

Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus cujos simbolismos são os seguintes:  

O *ouro*  que representa a realeza (além da providência divina)  

O *incenso*  que pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a conexão com o o Princípio Criador do Universo. 

E  a *mirra*  que consiste numa resina antisséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo simboliza a imortalidade.

Esse breve texto encerra em seu mérito uma tênue referência à tradição oral e à contemporaneidade de celebrações de festas, num período em que se busca como verdadeiro propósito o entendimento e a conciliação entre os povos em favor da "PAZ",  *sem qualquer proselitismo religioso*, mas comemorando de forma ecumênica, através de Símbolos, a edificação da Virtude para semear o bem na Terra.


2021, 22...- Adilson Zotovici

 



Adilson Zotovici é notável intelectual e poeta maçônico da ARLS Chequer Nachif de S. Bernardo do Campo 


Vinte e um já é passado

Um ano intenso, obscuro

Que pareceu até nublado

Sob imenso manto escuro


Para alguns, tempo marcado

Pela tristeza mensuro

Por falta dum ser amado

Que atravessou o alto muro


Porém, nosso Pai Sagrado

De poder inefável e puro

O bem nos tem reservado

Com Fé e Esperança asseguro


Com bom plano arquitetado

Novos dias, ao futuro,

Grande Arquiteto ao seu lado

Vinte e dois seleto auguro !


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dezembro 30, 2021

A HISTÓRIA DO COMPANHEIRO MAÇOM




Referência: Cartilha do Grau de Companheiro. - Autoria desconhecida)

Doutrinariamente, o grau de Companheiro é o mais legítimo grau maçônico, por mostrar o obreiro já totalmente formado e aperfeiçoado, profissionalmente.

Historicamente, é o grau mais importante da Franco-Maçonaria, pois sempre representou o ápice da escalada profissional, nas confrarias de artesãos ligados à arte de construir, as quais floresceram na Idade Média e viriam a ser conhecidas, nos tempos mais recentes, sob o rótulo de “Maçonaria Operativa”, ou “Maçonaria de Ofício”.

Na realidade, antes do século XVIII havia apenas dois graus reconhecidos na Franco-Maçonaria: Aprendiz e Companheiro. Na época anterior ao desenvolvimento da Maçonaria dos Aceitos ou Especulativa, o Companheiro era um Aprendiz, que havia servido o tempo necessário como tal e havia sido reconhecido como um oficial, um trabalhador qualificado, autorizado a praticar seu ofício.

Na Idade Média, quando as construções em pedra eram comissionadas pela Igreja, ou pelos grandes reis, duques ou lords, a Maçonaria operativa era um lucrativo negócio ; ser reconhecido, portanto, como um Companheiro pelos operários era um passaporte seguro para uma participação no negócio e para uma renda praticamente garantida. Graças a isso, os mestres da obra eram escolhidos entre os Companheiros mais experientes e com maior capacidade de liderança ; e só exerciam as funções de dirigentes dos trabalhos, daí surgindo o Master da Loja, o qual, pelas suas funções e pelo respeito que merecia de seus obreiros, viria a ser o Worshipful Master - Venerável Mestre - o máximo dirigente dos trabalhos.

O grau de Mestre Maçom só surgiria em 1723 depois da criação, em 1717, da Primeira Grande Loja, em Londres e só seria implantado a partir de 1738. Por isso, o grau de Companheiro foi sempre o sustentáculo profissional e doutrinário dos círculos maçônicos, não se justificando a pouca relevância que alguns maçons dão a ele, considerando-o um simples grau intermediário.

Autores existem, inclusive, que afirmam que na fase de transição da Maçonaria, ele era o único grau, do qual se destacaram, para baixo, o grau de Aprendiz, e, para cima, o de Mestre. Na realidade, não pode ser considerado um maçom completo aquele que não conhecer, profundamente, o grau de Companheiro.

A palavra Companheiro é de origem latina.                                                                      

O seu significado tem provocado controvérsias quanto à sua etimologia, pois alguns autores sustentam que ela seria derivada da preposição cum = com e do verbo ativo e neutro pango (is, panxi, actum, angere) = pregar, cravar, plantar, traçar sobre a cera e no sentido figurado escrever, compor, celebrar, cantar, prometer, contratar, confirmar.

Neste caso, especificamente, pango teria o sentido de contrato, promessa, confirmação, fazendo com que a expressão cumpango que teria dado origem à palavra Companheiro signifique com contrato, com promessa, envolvendo um solene compromisso, que teria orientado as atividades das companhias religiosas e profissionais da Idade Média e do período renascentista.

A origem mais aceita, todavia, é outra: o termo Companheiro é derivado da expressão cum panis, onde cum é a preposição com e panis é o substantivo masculino pão, o que lhe dá o significado de participantes do mesmo pão. Isso dá a idéia de uma convivência tão íntima e profunda entre duas ou mais pessoas, aponto destas participarem do mesmo pão, para o seu nutrimento.

Essa origem, evidentemente, deve ser considerada nos idiomas derivados do latim: compañero (castelhano), compagno (italiano), compagnon (francês), companheiro (português). A Enciclopédia Larousse, editada em Paris, por exemplo, registra o seguinte, em relação aos vocábulos compagnon e compagnonnage: Compagnon - n.m. (du lat. cum = avec, et panis = pain) - Celui que participe à la vie, aux occupations d’un autre: compagnon d’études. Membre d’une association de compagnonnage. Ouvrier. Ouvrier qui travaille pour un entrepreneur (par opos a patron). Compagnonnage - n.m. - Association entre ouvriers d’une même profession à des fins d’instruction professionelle et d’assistence mutuelle. Temps pendant lequel  l’ouvrier sorti d’apprentissage travaillait comme compagnon chez son patron.Qualité de compagnon. 

Ou seja: Companheiro - substantivo masculino (do latim cum = com, e panis = pão) - Aquele que participa, constantemente, das ocupações do outro: condiscípulo, companheiro de estudos. Membro de uma associação de companheirismo. Operário que trabalha para um empreiteiro.

Companheirismo - substantivo masculino - Associação de trabalhadores de uma mesma profissão, para fins de aperfeiçoamento profissional e de assistência mútua. Tempo durante o qual o operário saído do aprendizado trabalhava como companheiro, em casa de seu patrão. Qualidade de companheiro.                                                                        

Nos idiomas não latinos, os termos usados têm o mesmo sentido. Em inglês, por exemplo, o Companheiro, como já foi visto, é o Fellow, que significa camarada, par, equivalente, correligionário, membro de uma sociedade, conselho, companhia, etc.

Daí, temos as palavras derivadas, como: fellow laborer = companheiro de trabalho; fellow member = colega; fellow partner = sócio; fellow student = condiscípulo; fellow traveler = companheiro de viagem; e fellowship = companheirismo.


Não se deve, todavia, confundir o grau de Companheiro Maçom, ou o Companheirismo maçônico com o Compagnonnage - associações de companheiros - surgido na Idade Média, em função direta das atividades da Ordem dos Templários, e existente até hoje, embora sem as mesmas finalidades da organização original, como ocorre, também, com a Maçonaria.

O Compagnonnage foi criado porque os templários necessitavam, em suas distantes comendadorias do Oriente, de trabalhadores cristãos ; assim organizaram-nos de acordo com a sua própria doutrina, dando-lhes um regulamento, chamado Dever.

E esses trabalhadores construíram formidáveis  cidadelas no Oriente Médio e, lá, adquiriram os métodos de trabalho herdados da Antigüidade, os quais lhes permitiram construir, no Ocidente, as obras de arte, os edifícios públicos e os templos góticos, que tanto têm maravilhado, esteticamente, a Humanidade.

O Compagnonnage, execrado pela Igreja, porque tinha sua origem na Ordem dos Templários, esmagada no início do século XIII, por Filipe, o Belo, com a conivência do papa Clemente V, acabaria sendo condenado pela Sorbonne. Esta, originalmente, era uma Faculdade de Teologia, já que fora fundada em 1257, por Robert de Sorbon, capelão de S. Luís, para tornar acessível o estudo da teologia aos estudantes pobres.

E a condenação, datada de 14 de março de 1655, contendo um alerta aos Companheiros das organizações de ofício (os maçons operativos), tinha, em relação às práticas do Compagnonnage, o seguinte texto: 

“Nós, abaixo assinados, Doutores da Sagrada Faculdade de Teologia de Paris, estimamos:

1. Que, em tais práticas, existe pecado de sacrilégio, de impureza e de blasfêmia contra os mistérios de nossa religião;

2. Que o juramento feito, de não revelar essas práticas, mesmo na confissão, não é justo nem legítimo e não os obriga de maneira alguma ; ao contrário, que eles se obrigam a acusar a si mesmos desses pecados e deste juramento na confissão;

3. Que, no caso do mal estar continuar e não possam eles remediá-lo de outra forma, são obrigados, em consciência, a declarar essas práticas aos juízes eclesiásticos; e da mesma forma, se for necessário, aos juízes seculares, que tenham meios de dar remédio;

4. Que os Companheiros que se fazem receber em tal forma assim descrita não podem, sem incorrer em pecado mortal, se servir da palavra de passe que possuem, para se fazer reconhecer Companheiros e praticar os maus costumes desse “Companheirismo” ;

5. Que aqueles que estão nesse Companheirismo não estão em segurança de consciência, enquanto estiverem propensos a continuar essas más práticas, às quais deverão renunciar;

6. Que os jovens que não estão nesse “Companheirismo”, não podem neles ingressar sem incorrer em pecado mortal.

Paris, no 14° dia de março de 1655”. 

Nada a estranhar! Era a época dos tribunais do Santo Ofício, da “Santa” Inquisição.

Para finalizar, é importante salientar que muitos dos símbolos do grau de Companheiro Maçom os quais tanto excitam a mente de ocultistas - foram a ele acrescentados já na fase da Maçonaria dos Aceitos, pelos adeptos da alquimia oculta, da magia, da cabala, da astrologia e do rosacrucianismo , já que os obreiros medievais, os verdadeiros operários da construção, nunca adotaram tais símbolos, limitando-se às lendas e aos mitos profissionais.

Eram, inclusive, adversários das organizações ocultistas, combatidas pela Igreja, à qual eles eram profundamente ligados, pois dela haviam haurido a arte de construir e mereciam toda a proteção que só o clero católico poderia dar, numa época em que o poder maior era o eclesiástico. 

Com o incremento do processo de aceitação, a partir dos primeiros anos do século XVII, as portas das Lojas dos franco-maçons foram sendo abertas não só aos intelectuais e espíritos lúcidos, que foram responsáveis pelo renascimento europeu, mas, também, a todos os agrupamentos místicos e às seitas existentes na época. 

Isso iria provocar uma verdadeira revolução nas corporações de ofício e iria começar a delinear a ritualística especulativa do grau, baseada em símbolos místicos e nas doutrinas ocultistas, principalmente na Cabala e na Alquimia Oculta.

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Referência: Cartilha do Grau de Companheiro.

(Autoria desconhecida)

O ESQUADRO E O COMPASSO - L. Redaelli

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Para meu segundo aprendizado, foi importante para mim lidar com o compasso e o esquadro no sentido de que esses dois símbolos são onipresentes na Maçonaria e minha curiosidade não podia esperar mais. Eu interviria em três partes; o primeiro no quadrado, o segundo no compasso e finalmente no simbolismo binário do compasso e do esquadro.

O esquadro:

O esquadro é um instrumento cuja propriedade é tornar os corpos quadrados. O quadrado é chamado de "norma" em latim clássico, que em francês significa norma, normal, e quando um pedreiro coloca seus pés e sua mão direita em forma de quadrado, ele se refere a uma norma. O termo quadratura vem do próprio latim baixo exquadra resultante de exquadrare (fazer quadratura). É uma peça originalmente apenas em madeira que é usada para desenhar ângulos retos ou elevar perpendiculares. A praça se tornou a ferramenta de qualquer comércio de construção. O quadrado é simples ou duplo, em forma de T ou L, se for feito de metal não designa mais necessariamente a ferramenta, mas a peça usada para consolidar as montagens da moldura. Por sua forma e função, o quadrado está associado ao cubo, em particular com seus quatro ângulos, ângulos que também evocam os quatro pontos cardeais. Os dois ramos deste quadrado são desiguais, eles estão em uma proporção de três para quatro, os dois lados do triângulo retângulo pitagórico, o lado tendo uma proporção de 5 sendo a hipotenusa. Esta forma de formar o triângulo retângulo é considerada um segredo da maçonaria operativa. Na verdade Pitágoras inventou a forma de traçar um ângulo reto sem precisar do quadrado usado pelos operários, e dele temos o método que pudemos fazer com exatidão e exatidão este quadrado que os operários tiveram tanto trabalho para ser fabricado corretamente. É importante enfatizar este símbolo e ferramenta porque na época não havia nenhum de nossos dispositivos modernos.

O símbolo da praça é atestado desde 1725 na Maçonaria especulativa. No entanto, é interessante saber que em 1830 perto de Limerick, na Irlanda, foi encontrado um esquadro de cobre amarelo com a seguinte inscrição em ambos os lados: "Tentarei viver com amor e cuidado no nível por meio do esquadro" . Este esquadro foi datada de 1517. Além disso, vestígios desta ferramenta e seu valor simbólico podem ser encontrados na mais alta antiguidade:

Em monumentos caldeus (4.500 a.C.)

Nos livros sagrados mais antigos da China

Nas portas de templos na Índia central

O esquadro é uma das ferramentas simbólicas adotadas pela ordem da Maçonaria. Usado em particular pelo venerável Mestre, guardião da tradição, simboliza:

O certo

A retidão da razão

O esquadro é uma das ferramentas básicas da maçonaria porque permite que o trabalho seja verificado para o ajuste exato enquanto a régua é usada para medir e o martelo para destacar o supérfluo da pedra. É um instrumento de referência para o aprendiz. Este aprende que a maçonaria é uma obra de esquadrejamento, que também lhe é ensinada pelo seu sinal, pelos seus passos e pelas suas andanças.

O traçado esquadro dos ângulos e perpendiculares, portanto, torna possível reproduzir os grandes eixos do mundo. É a partir desses eixos que todos podem orientar sua consciência e sua ação. O quadrado simboliza a matéria e, ao mesmo tempo, permite ordenar e retificar essa matéria.

O esquadro é considerado o emblema da perfeição do trabalho de uma loja da qual o Venerável Mestre deve dirigir todas as direções. O quadrado indica ao pedreiro que, se cumprir todas as suas obrigações com exatidão, pode ter esperança de alcançar a verdadeira luz.

Ao nível dos gestos, o sinal de pôr à ordem lembra ao irmão a obrigação de respeitar o seu juramento durante a sua iniciação, convida à justiça. Por outro lado, colocando os pés em ângulos retos, o irmão deve sempre ter em vista a equidade, a justiça, a fidelidade e a irrepreensibilidade de sua moral. Colocar-se em ordem é a própria personificação do quadrado. Na verdade, o pedreiro é ereto, ele é quadrado em relação ao solo, seus pés são quadrados, seu braço é quadrado e seu polegar forma um quadrado em relação aos outros dedos da mão.

Foi assim que pude encontrar três razões principais para o Venerável Mestre usar o esquadro:

É uma marca da sua dignidade, porque tudo deve ser regulado pela praça, da mesma forma que os irmãos devem se ajustar ao mestre e prestar-lhe obediência.

Como qualquer pedra bruta que se forma, os irmãos devem construir sobre os exemplos do Venerável Mestre.

É para nos movermos em direção ao conhecimento que devemos relacionar nossas ações com a quadratura, a quadratura da verdade.

O esquadro definido, destinado a traçar ângulos retos, representa a união de uma linha horizontal com uma linha vertical, a união de opostos. Imediatamente surge a ideia de justiça, equilíbrio e justiça. O esquadro posicionado é o emblema da retidão que deve inspirar retidão em pensamentos e ações. Representa a ação do homem sobre a matéria, bem como sobre um segundo significado, a ação do homem sobre si mesmo.

O esquadro permite dar forma ao que não tem, são reconhecidos como um símbolo da boa moral. Sua forma não existe na natureza, portanto, não é de forma alguma natural. Pede ao pedreiro que faça um esforço, que se encarregue de andar pés quadrados ou que se ponha em ordem, essencial para estar em conformidade com o padrão do ângulo reto.

Uma das primeiras percepções do esquadro é o prumo: tudo o que é mantido na natureza é mais ou menos prumo, mesmo que nada pareça estar perfeitamente quadrado. Assim que os homens começaram a construir, eles entenderam que serenidade era essencial. Portanto, não há construção sólida sem a queda de um objeto em um plano horizontal que formará um ângulo de 90 °. Assim, a vida se manifesta pelo cruzamento de uma linha vertical e horizontal graças à gravidade. Não podemos então nos perguntar se a quadratura é a primeira manifestação da vida.

Qualquer construção passa pela busca de um equilíbrio. É a reunião de vontades e deveres. Podemos dizer "Eu quero, logo construo", que pode ser representado por uma elevação vertical em direção ao céu, enquanto "Eu devo" pode ser representado por uma horizontal que repousa sobre a terra e liga cada pedreiro em uma interdependência fraterna. A vertical junta-se à horizontal, formando um esquadro e dando assim a lei da construção. "Eu quero" é a orientação da vontade de criar e surgir, enquanto "devo" é aceitar a condição humana dentro de seus limites.

O uso do esquadro permite aprofundar os conceitos de retidão, equidade, equilíbrio que correspondem à sabedoria. O uso do quadrado permite dar às palavras os significados próprios, de modo que expressam ideias precisas a partir de um raciocínio direto. Graças à praça, o trabalho dos pedreiros poderá dar às pedras uma justaposição perfeita, sem a qual a construção do templo seria impossível. Em suma, o quadrado simboliza o que deve ser a vida de um maçom e o representa.

No peito do venerável Mestre, o galho mais longo está do lado direito; isso marca a preponderância dos ativos (lado direito) sobre os passivos (lado esquerdo). É porque o seu papel é o de formar pedreiros perfeitos que o Venerável Mestre usa a esquadria, sinal de retidão e instrumento indispensável para transformar a pedra bruta em pedra cúbica.

O esquadro que reconcilia o simbolismo do “nível” do primeiro capataz (horizontal = igualdade) e da “perpendicular” do segundo capataz (vertical = hierarquia, retidão) é, portanto, na alvenaria o instrumento primordial porque dirige a rugosidade de pedra bruta. Em outras palavras, direciona a formação do indivíduo com vistas ao cumprimento exato de sua função humanitária e social. Este treino lhe permitirá dar às palavras o seu devido sentido para que expressem apenas ideias precisas e que o raciocínio que se constrói sobre elas seja tão sólido, tão rigorosamente correto nas suas formas como as pedras do templo, o que é uma garantia de equilíbrio na construção.

Você deve saber que por muito tempo os pedreiros caminharam metros quadrados sobre o andaime, o que lhes permitiu estabilidade no movimento.

Para terminar na quadra, não precisa ser necessariamente um gol. Podemos considerar o esquadro como o próprio caminho que todo pedreiro deve percorrer. Nesse caso, é o nosso grau de integração do símbolo do quadrado que nos daria nossa capacidade de percorrer o caminho da virtude e da verdade. É por isso que a praça ensina a "fazer" para construir retidão a nossa vida e o mundo que nos rodeia. Talvez seja para tender a esta precisão, a este rigor, que os pedreiros, na loja, quando se põem em ordem, se cobrem com o esquadro, símbolo da retidão.

O compasso:

Compass vem de compasser (medir com precisão) do latim passus (o degrau) e compassare (medir com o degrau), designa um instrumento de rastreamento ou medição que, composto por dois ramos articulados em uma extremidade e cujas formas são adequadas para medição, usado para medir ângulos, comprimentos de transporte ou desenhar circunferências. É um símbolo da ciência exata. Existem vários tipos de compassos utilizadas por pedreiros, carpinteiros, pedreiros, arquitectos e marinheiros. Talaos, sobrinho de Dédalo, é responsável pela invenção do compasso. É uma das ferramentas e instrumentos de desenho mais antigos que o homem inventou. E ao mesmo tempo incrivelmente simples em design.

O ramo móvel da bússola permite, de acordo com seu espaçamento, desenhar círculos, determinar razões de proporções, avaliar e relatar medidas. o compasso, portanto, torna possível, simbolicamente, avaliar o alcance e as consequências das ações de cada pessoa em nossa vida diária.

o compasso  simboliza:

A sabedoria do espirito

Medida na busca da verdade

Se o círculo é, desde a mais alta antiguidade associada à criação e / ou a um deus criador, o compasso do Ocidente e da Idade Média substitui o círculo: é a ferramenta por excelência do criador. O uso da compasso implica uma rotação, portanto um movimento, razão pela qual é percebida como a atividade dinâmica do pensamento e do espírito. Também simboliza aquelas virtudes baseadas na medida de prudência, justiça, temperança e sabedoria. É assim que Dante no "paraíso" (século XIII) designa o deus criador como: "aquele que com e seu compasso marcou os limites do mundo e governou em tudo o que se vê e tudo o que se esconde". o compasso é, portanto, um símbolo da criação do mundo e da liberdade.

No entanto, nosso compasso é usada para desenhar um círculo a partir de um centro preciso. Este círculo pode, portanto, representar o campo do conhecimento humano virtualmente ilimitado, exceto por nossas próprias limitações individuais. Assim, o compasso também dá a medida do relativo, porque se separarmos seus dois ramos tanto quanto possível (cada um com sua própria bússola), veremos que nosso conhecimento nunca será capaz de exceder esse diâmetro máximo.

Desejando continuar um pouco mais, descobri que o círculo traçado e as ramificações do compasso também evocam o mostrador de um relógio. É interessante ver que quando o ramo móvel faz sua revolução, ele volta ao ponto de partida. Portanto, temos um gráfico que limita a extensão de um círculo e uma volta completa do ramo de nosso compasso. O que nos leva a fazer uma ligação entre espaço e tempo. Alguns deduzirão que o ser, ou seja, nós mesmos, está no centro e que a circunferência representa o universo que nos rodeia. Ou talvez o inverso se tomarmos a corrente de pensamento de Jean Delaporte em sua obra “o grande arquiteto do universo”: “o círculo revelado pelo grande arquiteto do universo é uma forma que contém todas as formas e todos os possíveis. É uma matriz onde se concebem os nascimentos múltiplos, do espírito à matéria. O grande arquiteto do universo, ao nos revelar o círculo da criação, nos convida a entrar no da iniciação. Cada ponto da periferia é equidistante do centro e é o mesmo para cada irmão em relação ao conhecimento. Mas esta verdadeira igualdade não é uniformidade, porque este círculo contém ao mesmo tempo a unidade do ponto e a multiplicidade dos raios ”. Em outras palavras, na minha opinião, cada irmão percorre caminhos diferentes, mas todos têm o mesmo destino, o do conhecimento, da verdade e da virtude. Cada ponto da periferia é equidistante do centro e é o mesmo para cada irmão em relação ao conhecimento. Mas esta verdadeira igualdade não é uniformidade, porque este círculo contém ao mesmo tempo a unidade do ponto e a multiplicidade dos raios ”. Em outras palavras, na minha opinião, cada irmão percorre caminhos diferentes, mas todos têm o mesmo destino, o do conhecimento, da verdade e da virtude. Cada ponto da periferia é equidistante do centro e é o mesmo para cada irmão em relação ao conhecimento. Mas esta verdadeira igualdade não é uniformidade, porque este círculo contém ao mesmo tempo a unidade do ponto e a multiplicidade dos raios ”. Em outras palavras, na minha opinião, cada irmão percorre caminhos diferentes, mas todos têm o mesmo destino, o do conhecimento, da verdade e da virtude.

Na Confissão de um Maçom (1727), o compasso está ligada ao juramento do iniciado, que então a mantém presa em seu peito aberto a 90 °, que é a medida do quadrado. No regime retificado, o Venerável Mestre dizendo ao iniciado: "pegue esta bússola aberta em ângulos retos e coloque o ponto com a mão esquerda sobre o seu coração descoberto ... o esquadro indica a você que, se você preencher tudo com precisão e regularidade todos esses deveres, você deve esperar chegar à luz do verdadeiro Oriente. A interpelação que te foi feita ensina que se o homem perdeu a luz pelo abuso da sua liberdade, pode recuperá-la por uma vontade firme e inabalável na prática do bem. o compasso  sobre o seu coração é o emblema da vigilância com a qual você deve suprimir suas paixões e regular seus desejos ”.

O compasso é por excelência um símbolo de abertura. O aprendiz com a bússola contra a carne entra, na verdade, num espaço-tempo, de que falamos anteriormente, que permite escapar ao ruído do mundo profano. Além disso, o ponto do compasso voltado para cima pode ser interpretado como o desejo de ir às estrelas e acessar o conhecimento.

Assim, por ser uma representação da mente, a bússola tem essa faculdade, ao se distanciar de um quadrado, de ser ela mesma e do esquadro como se, a sabedoria adquirida, a luz revelada e alcançada, o maçom tivesse o poder submeter seu corpo e seus desejos materiais ao controle de sua mente e assim ter acesso à liberdade de uma dignidade humana justa e perfeita. Além disso, no manuscrito de Wilkinson, é dito que um pedreiro nunca pode se perder, pois é certo que sempre o encontrará no quadrado e dentro do compasso.

O compasso é, portanto, a expressão do rigor geométrico nas atividades criativas, no tempo, nos ciclos espaço-temporais, no conhecimento, no espírito, na verdade, na sabedoria, pois é o instrumento de medida por excelência e, portanto, permite o acesso à medida em todas as coisas.

O compasso é considerado a imagem do pensamento nos diferentes círculos que percorre; os espaçamentos de seus ramos e suas aproximações representam os vários modos de raciocínio que, de acordo com as circunstâncias, devem ser abundantes e amplos ou precisos e estreitos, mas sempre claros e persuasivos. O compasso também dará ao raciocínio seus limites porque, apesar da riqueza do trabalho maçônico, deduções, induções e comparações não podem ser complicadas ad infinitum.

Como muitas outras ferramentas, o compasso é um emblema de precisão e exatidão. Um pedreiro não deve empreender nada se não tiver considerado cuidadosamente seu projeto, examinando a superfície do círculo que deseja desenhar para chegar ao objetivo desejado. A estrutura móvel do compasso convida-nos a abrir os ramos das nossas concepções, a alargar o círculo da nossa compreensão, da nossa avaliação e isso sem preconceitos. O compasso permite encontrar a medida na busca do meio-termo. Tenha um senso de proporção. Controle suas paixões dentro de limites justos.

Claro, não esqueçamos que o compasso tem um ponto fixo essencial para um desenho estável, o que torna necessário que cada um encontre o seu próprio ponto de ancoragem que permitirá traçar um círculo justo e perfeito, e apesar de tudo o que resta aberto e móvel na outra ponta. Para concluir esta 2ª parte, gostaria de dizer a todos a seu compasso.

O esquadro e o compasso:

Mas por que a união do quadrado e do compasso se tornou o símbolo tão característico da Maçonaria?

As três grandes luzes da alvenaria são uma das primeiras coisas que o iniciado percebe; a bíblia para direcionar nossa fé, o quadrado para ajustar nossas ações, a bússola para nos fazer ficar na medida certa em relação a todos os homens. O objetivo do esquadro e da bússola é treinar o coração, regular a mente e não fazer nada fora da ordem. O esquadro e o compasso representam sabedoria e justiça, um bom pedreiro nunca deve se desviar deles. É por isso que o quadrado e o compasso são dois símbolos básicos usados ​​com mais frequência para reconhecer uma entidade maçônica. No simbolismo maçônico, como em todos os outros simbolismos, os símbolos são frequentemente associados: eles se complementam, temperam, se contradizem. E assim é com o quadrado e a bússola.

O esquadro é um instrumento fixo que permanece passivo e que simboliza a matéria.

O compasso é móvel, portanto ativa e simboliza o espírito.

Na loja, a bússola e o quadrado são colocados no altar de três maneiras diferentes: no 1º grau o quadrado é colocado no compasso para que o material domine a mente e só se possa pedir ao aprendiz sinceridade e confiança.

No 2º grau, o quadrado é cruzado com a bússola. A matéria e o espírito se equilibram e o companheiro mostra sinceridade e discernimento.

No 3º último grau, a bússola é colocada no suporte. O espírito sobrevoa a matéria e o lema torna-se discernimento e justiça.

Não nos esqueçamos de que durante a cerimônia de iniciação, quando o destinatário faz o juramento maçônico, ele apoia um dos pontos cardeais que segura com a mão esquerda contra o peito. Esta é provavelmente a primeira manifestação da aliança da matéria e do espírito.

Em quase todos os sistemas filosóficos até o Oriente (hindus, budistas, xintoístas), o quadrado é a base, a referência imutável. Sua energia é passiva. Mostra o que é certo e o que não é. Ele endireita o que não é mais ou o que ainda não é. Ela é imparcial. Ele verifica se a direção ou a decisão tomada está certa. A bússola, por sua vez, é viva e você tem que saber usá-la sem se machucar. Se a sabedoria não estiver presente, pode ser perigoso porque sua energia está ativa. Graças ao seu ramo móvel, permite rastrear, avaliar, medir e comparar. Se você escuta os dois, é essencial estar correto, trabalhar a retidão em seu comportamento para tomar decisões justas e perfeitas na vida. Se o quadrado é uma ferramenta para verificar e controlar a exatidão de uma decisão, de uma direção tomada, a bússola é a ferramenta do designer, que nos lembra que todo trabalho deve ser pensado com inteligência e pensado com espírito antes de ser realizado. Esta é a razão pela qual não podemos desenhar círculos com uma bússola cujos ramos estão espaçados de até 180 °. Ao mesmo tempo, quanto mais aberta a bússola, mais a mente se abre e cresce. É por isso que no comércio de construtores consideramos que a imagem da medida perfeita é quando o compasso está a 90 °, ou seja, também é quadrado. Esta é a razão pela qual não podemos desenhar círculos com uma bússola cujos ramos estão espaçados de até 180 °. Ao mesmo tempo, quanto mais aberta a bússola, mais a mente se abre e cresce. É por isso que no comércio de construtores consideramos que a imagem da medida perfeita é quando o compasso está a 90 °, ou seja, também é quadrado. Esta é a razão pela qual não podemos desenhar círculos com uma bússola cujos ramos estão espaçados de até 180 °. Ao mesmo tempo, quanto mais aberta a bússola, mais a mente se abre e cresce. É por isso que no comércio de construtores consideramos que a imagem da medida perfeita é quando o compasso está a 90 °, ou seja, também é quadrado.

Assim, o movimento do quadrado ao compasso é a tradução da passagem simbólica da terra ao céu, da matéria ao espírito, do inconsciente ao consciente. Vimos que sua posição em relação ao outro evolui à medida que se avança na construção de si mesmo. Esta jornada, portanto, vai de uma mente dominada pela matéria para uma mente que domina a matéria e a carne, e que através de um estágio de conciliação, veja reconciliação. Os humanos seriam, portanto, duas realidades, duas facetas em um ser vivo. Visto por este ângulo, temos que lutar contra nós mesmos para que uma das duas realidades domine a outra. Este pode ser o objetivo essencial da iniciação maçônica; essa consciência se mover em direção à luz. A Maçonaria seria então um ascetismo moral ao qual todos os maçons se entregariam.

O círculo desenhado pela bússola é o desenvolvimento do centro em seu aspecto dinâmico, enquanto o quadrado é uma representação geométrica em seu aspecto estático. Vamos explicar essa peculiaridade com mais precisão. O esquadro, que serve para verificar os ângulos retos e por extensão para desenhar um quadrado, limita a matéria no espaço, portanto é estático, enquanto o compasso que desenha os círculos é criativo e, portanto, tem um aspecto dinâmico. O quadrado e o compasso entrelaçados ou sobrepostos um ao outro representam a perfeição complementar do quadrado e do círculo, bem como a harmonia do material e do espiritual. Eles representam a retidão na ação e a precisão em todas as realizações.

Por outro lado, considerando que o quadrado e o compasso são respectivamente a imagem da terra e do céu, o volume da lei sagrada corresponde à descida da verdade, do verbo criativo. A interseção das duas ferramentas nos faz pensar em um casamento entre o céu e a terra, é claro que o quadrado tem suas pontas para baixo, enquanto a bússola os tem para cima. O iniciado após seu juramento torna-se em algum lugar, simbolicamente um filho do céu e da terra.

Além do simbolismo individual e de casal do quadrado e do compasso, é interessante sublinhar que esses dois símbolos também se referem a duas noções essenciais que se encontram em todas as ciências: verticalidade e horizontalidade. Com efeito, ainda que o pedreiro deva tender para o meio-termo e o equilíbrio em tudo, em particular entre o quadrado e o compasso, a alvenaria que quer ser progressiva deve ajudar os irmãos a subir, o que é representado pela passagem da horizontalidade à verticalidade. Assim, o pedreiro que trabalha em sua construção fica de pé verticalmente, vai gradualmente do estado deitado para o estado de pé e, portanto, cria o ângulo do compasso até que esteja completamente vertical em 90 °, portanto quadrado. É por isso que se diz que um companheiro escreve por meio de um esquadro enquanto o professor escreve por meio de uma bússola.

Para finalizar este trabalho de abordagem sobre o esquadro e o compasso, fico satisfeito em conhecer melhor estes dois símbolos maçônicos que são os mais conhecidos do mundo profano. O elemento fundamental do qual tentarei torná-lo meu é a noção de simbolismo em ação. Na verdade, este trabalho só me levantará verticalmente se, e somente se, eu integrar inconscientemente em minha vida de pedreiro e profano todos os deveres inerentes ao quadrado e ao compasso. Naquela época, esses dois símbolos servirão de filtros para minhas decisões diárias. Esta é para mim a diferença entre estudar um símbolo e viver o símbolo.

Enfim, não sei se foi a retidão que me permitiu fazer este trabalho ou se foi esse trabalho que me permitiu encontrar a retidão, uma qualidade relativamente constrangedora mas tão inebriante quando nos permite construir melhor e mais alto.

Tenho dito venerável Mestre.


F \ P \ Redaelli

dezembro 29, 2021

O MESTRE MAÇOM PERANTE O APRENDIZ E O COMPANHEIRO - Rui Bandeira


Qual a palavra que melhor define o que deve ser o Mestre Maçom perante o Aprendiz e o Companheiro?

Em minha opinião, não é "Mestre", nem "formador", nem "ensino". É certo que os Aprendizes e Companheiros estão em período de formação, de aprendizagem e prática sobre símbolos e simbologia, valores, propósitos e objetivos. É também certo que a formação de Aprendizes e Companheiros é enquadrada e proporcionada pelos Mestres da Loja. Aliás, no Rito Escocês Antigo e Aceito - e não só - existe um Mestre da Loja com a específica responsabilidade de coordenar a formação dos Companheiros - o Primeiro Vigilante - e outro com idêntica responsabilidade em relação aos Aprendizes - o Segundo Vigilante. Também é comum, e certo, o entendimento de que o Padrinho (isto é, o proponente da admissão do então ainda profano na Loja) tem o especial dever de acompanhar e auxiliar o Aprendiz ou o Companheiro cuja entrada na Loja patrocinou, quer na sua integração no coletivo que é a Loja, quer na sua formação.

Mas, sendo tudo isto certo, sempre entendi e defendi que, em bom rigor, a Maçonaria não se ensina, aprende-se, isto é, os Mestres proporcionam os meios, propõem os conceitos, guiam os Aprendizes e Companheiros no seu trabalho, mas o essencial está no trabalho do próprio Aprendiz ou Companheiro, no seu esforço, no seu compromisso, perante si próprio, de ser e fazer melhor, sempre melhor.

O trabalho do maçom é sempre e inapelavelmente individual, embora executado no seio e com o auxílio do grupo que é a Loja. Mas o determinante é o desbaste que o cinzel, sob a pancada do malho, ambos empunhados pelo maçom, efetua na pedra que está a ser desbastada, o próprio que maneja as ferramentas de desbaste. Esse é o trabalho essencial, o que tem vero significado, o que importa. Esse é o trabalho que mais ninguém executa, nem pode executar, senão o próprio em si mesmo.

Todo o resto é acessório. E, porque assim é não é o que se ensina ou quem ensina, ou como ensina que releva. O que releva é tão só o que se aprende.

No meu entendimento, a palavra que melhor define o que deve ser o Mestre Maçom perante o Aprendiz e o Companheiro é "exemplo".

Precisamente porque aquele que está a aprender a aprender é influenciado, formado, preparado, mais do que pelas palavras, mais do que por lições, mais do que por explicações ou exposições, pelos atos de quem vê como mais antigo, mais experiente, mais "sabedor", mais "qualificado". Em Maçonaria não vigora, não deve vigorar, seria inaceitável que vigorasse o dito popular "Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz". A melhor pedagogia, a mais eficaz, a que realmente vale a pena, é a do exemplo.

Não nos esqueçamos de que os Aprendizes e Companheiros, sendo jovens membros da Loja, não são, porém, imaturos infantes na vida... Pelo contrário, são pessoas desenvolvidas, com as suas competências sociais inteiramente adquiridas, com vida própria, princípios e valores de base adquiridos, com família, muitas vezes (seguramente na maioria dos casos) eles próprios educando os seus filhos.

Não são bonitas palavras, elegantes conceitos, que marcam, convencem, ajudam a melhorar, adultos com vida e personalidade próprias e marcadas e, evidentemente, com o espírito crítico que desenvolveram ao longo da sua vida.

Os Aprendizes e Companheiros são jovens na Loja, ainda apenas sabem soletrar a simbologia que lhes é presente, mas sabem muito bem, como adultos capazes e experientes que são distinguir entre a parra e a uva e, sobretudo, discernir quando porventura alguém que lhes pretenda dar lições, afinal tenha muita parra e pouca uva e devesse no fim de contas dedicar-se a realmente aprender e executar as lições que debita...

Só é verdadeiramente Mestre Maçom aquele que propicia a aprendizagem, a melhoria, o crescimento, dos Aprendizes e Companheiros, pelo seu EXEMPLO.

De muito pouco valem bonitas exortações, exuberantes conceitos, profundas lições, se tudo isso não passar de meras palavras facilmente levadas pelo vento dos fatos, regularmente desmentidas pelos atos praticados. Se o Mestre Maçom, apesar de pregar o trabalho, o esforço, a qualidade, se mostra desinteressado, desleixado, despreparado, dificilmente inculcará no Aprendiz ou no Companheiro as virtudes que proclama da boca para fora e trai nos seus atos.

Por isso, a postura do Mestre Maçom perante o Aprendiz e o Companheiro deve atender sempre a que tem de agir como o exemplo daquilo que proclama, sem contradição, sem facilitação. Ou muito mau Mestre será...

Afinal de contas, se acho que a Maçonaria não se ensina, aprende-se, também acho que uma das melhores formas de aprender é diligenciar ensinar. E, tendo-se sempre presente que, em Maçonaria, a melhor forma de ensino é o exemplo, facilmente se adquire a noção de que, para se puder dar o exemplo, tem-se de, constantemente, dar o melhor de si mesmo, fazer melhor, trabalhar mais esforçadamente, procurar sempre ser hoje melhor que ontem e amanhã melhor do que hoje.

Basta, simplesmente, fazer aquilo que se proclama. Chega, afinal, ser efetivamente maçom em todos os atos e momentos. E assim poder ser reconhecido pelos demais de que é realmente Mestre Maçom, capaz de dar o exemplo aos mais jovens de como se faz - sempre e até ao fim da vida!

OS TRÊS PONTINHOS - Ir.'. Espedicto Figueiredo


Muitos não iniciados (que se convencionou chamar de profanos) ficam intrigados com as abreviaturas encontradas nos escritos da Maçonaria, as quais consistem em substituir parte das palavras nos textos por três pontos. Ao contrário do que muitos imaginam, os Três Pontos dispostos em triângulo, usados pelos Maçons em seus documentos e impressos, não são um símbolo. São um sinal gráfico adotado em abreviaturas e no final do “ne varietur”; no primeiro caso identificam as abreviaturas de termos Maçônicos, e, no segundo, servem como forma de identificação do Maçom. Não somente para os não Maçons, mas, também, para muitos dos iniciados na Sublime Ordem, os Três pontos indicam a idéia subjetiva de segredo, expressa através do número três, algarismo muitíssimo ligado à simbologia e hermenêutica Maçônicas. Sua origem, na verdade, está nas abreviaturas, tradição antiquíssima que a Arte Real trouxe para o seu seio e que se mantém até os dias de hoje.

Não obstante, os Três Pontos foram relacionados com os inúmeros símbolos Maçônicos e que acabaram tendo interpretações esotéricas e simbólicas, culminando com o uso nas assinaturas dos Maçons. Entretanto, essa prática de apor os três pontos na assinatura não é de uso universal, como por exemplo, a Maçonaria Inglesa, que não adotou. Seu uso, porém, estendeu-se gradativamente, nos Estados Unidos, à medida que entrava em uso geral nas Potências Latinas. Como todas as coisas ligadas à Maçonaria, não faltaram aos Três Pontos exegetas e hermeneutas para dar os mais variados significados. A exemplo do triângulo, uma das mais simples figuras geométricas que tornou a sua representação gráfica uma ideia ternária à qual foi ligada, os Três Pontos, igualmente, tem a sua figura assimilada à vários significados: Liberdade, Igualdade e Fraternidade; Vontade, Amor e Sabedoria; Fé, Esperança e Caridade; Espírito, Alma e Corpo; Passado, Presente e Futuro e outros.

Em nossas atividades normais, isto é, fora da Maçonaria, o uso de abreviaturas está bem codificado e não prejudica em nada o seu emprego. Ao contrário: Há certas palavras e expressões, convencionalmente representadas pelas respectivas letras iniciais, ou por essas iniciais seguidas de outras letras, cujo conhecimento oferece enorme utilidade.

Abreviaturas não são novidades. Desde a Antigüidade, gregos e romanos já delas se utilizavam. Elas chegaram a ser proibidas, como em Roma, no tempo de Justiniano I (483-565), por gerarem confusão. O mesmo ocorreu na França da Idade Média, e, em 1304, o Rei Felipe, o Belo, interditou o seu uso nas atas jurídicas. É visto, por exemplo, nos objetos celtas do Século XI antes de Cristo e muito antes nas cerâmicas egípcias, cretas e gregas. Os Três Pontos têm, pois, origem bem antiga. Costuma-se relacionar os Três Pontos, dispostos em triângulo, como uma das expressões comuns da luz interior e do espírito que presidiu à criação do mundo.

Afirma-se que a abreviatura com Três Pontos foi utilizada na Maçonaria, pela primeira vez, em 12 de Agosto de 1774, quando o Grande Oriente da França comunicou o novo endereço à todas as suas Lojas jurisdicionadas. Há, contudo, outras versões, como a de que o início da utilização do Triponto deu-se em 1764, na Loja de Besançon, também na França, e a de que teria surgido com o companheirismo, por representar o triângulo. E há até quem declare, categoricamente, que o seu uso vem da arte hieroglífica dos egípcios. Naturalmente, para cada versão existem os seus contestadores. Alguns autores apontam que os Templários faziam uso dos Três Pontos, e, que no calabouço, onde Jacques de Molay esteve preso durante oito anos, nas paredes haviam grafitos e um deles era o Triponto.

As abreviaturas, usualmente, empregadas na Maçonaria são do tipo “por suspensão” ou “apócope” que consiste em suprimir letras ou silabas no final da palavra que se quer abreviar. Por regra, essas abreviaturas só deveriam ser usadas nas palavras de vocabulário Maçônico e jamais para as palavras profanas. A má aplicação das abreviaturas chega a provocar textos incompreensíveis até em rituais, o que prejudica, sobremaneira a sua leitura e entendimento.

Não há uma regra quanto à disposição dos Três Pontos, um em relação aos outros. As disposições encontradas são das mais variadas, tanto no formato do triângulo delta (equilátero), como nos formatos isósceles e retângulo em diversas posições, aparecendo, até, como sinal de reticências... Quanto ao uso em si, é costume empregar abreviaturas nas palavras suprimindo lhes alguma ou algumas das letras finais e conservando as que forem necessárias para a leitura fácil e de boa compreensão do sentido da frase. Deve haver, sempre, a preocupação de se evitar ambiguidade, para que não gere confusão quando da leitura do texto. Recomenda-se, também, para que a suspensão se faça sempre no meio de uma sílaba e que a primeira letra suprimida seja uma vogal e a última deixada seja uma consoante. Há algumas exceções, evidentemente. Para as palavras no plural utiliza-se do expediente de dobrar a primeira letra.

Independente de qualquer que seja o verdadeiro significado que possa conter os Três Pontinhos, nada é mais expressivo, honroso e orgulhoso ao Maçom, quando ainda neófito, receber a orientação de poder usá-los junto à sua assinatura. Contudo, haverá situação em que, por motivos profissionais, políticos, sociais, familiares, etc., o Maçom necessite não se revelar; e, não há obrigatoriedade para colocação dos Três Pontos na assinatura. Por outro lado, devemos atentar que nem todos que usam os Três Pontinhos, em sua assinatura, são Maçons. O Triponto aparece, também, junto aos adeptos da Ordem Rosacruz e, igualmente, aliado aos seus significados simbólicos.

Na sétima instrução de Aprendiz é ministrado que “três é o número da Luz (Fogo, Chama e Calor); três são os pontos que o Maçom deve orgulhar-se de apor à sua assinatura, pois esses três pontos, como Delta Luminoso e Sagrado, são emblemas dos mais respeitáveis e representam todos os ternários conhecidos e, especialmente, as três qualidades indispensáveis ao Maçom: Vontade, Amor ou Sabedoria e Inteligência”. Essas qualidades são, absolutamente, inseparáveis uma das outras, pois devem agir em perfeito equilíbrio no Maçom, para que ele sempre seja justo e perfeito.

... 

Bibliografia:

- Aslan, N. - Estudos Maçônicos Sobre Simbolismo

- Boucher, J. - Simbólica Maçônica

- Camino, R. da - Dicionário Filosófico de Maçonaria

- Charlier, R. J. - Pequeno Ensaio Simbólica Maçônica nos Ritos Escoceses

- Christian J. - A Franco-Maçonaria

- Figueiredo, J. G. - Dicionário de Maçonaria

- Moreira, A. P. - Chave dos Mestres

- Ritual do Aprendiz - GLESP

- Pusch, J. - ABC do Aprendiz

- Santos, S. D. - Dicionário Ilustrado de Maçonaria

- Tourret, F.- Chaves da Franco-Maçonaria.

dezembro 28, 2021

O PODER DA PALAVRA E AS PALAVRAS SAGRADAS NA MAÇONARIA


Ir. M:.M:. Marcelo Marsiglia Sidoti - ARLS Loja Ypiranga 83 - Cruz da Perfeição Maçônica, Brasil

“ Disse Deus: Faça-se a Luz, e a Luz se fez.” 

Ao abordar, ainda que timidamente, o tema do poder da palavra, me deparo com a história da Criação, com os muitos mistérios contidos nos símbolos, passo pela abordagem ocultista dos campos de vibração e simultaneamente com a eficácia dos rituais, meto-me na tradição do longínquo Oriente e suas formas manifestas através dos mantras, vindo pouco a pouco a entender um pouco mais das palavras sagradas na Maçonaria.

Talvez seja impossível, para nós Ocidentais, iniciar um pequeno estudo que seja, sobre o poder da palavra sem nos remetermos imediatamente ao “Fiat Lux” contido no Gênesis.

E começo pelo Fiat Lux, porém não posso parar por aí.

Para aqueles, fiéis ou estudiosos do Antigo Testamento, o Gênesis, do início ao fim, trata de um diálogo, conversa, entre o Deus Manifesto (GADU) e seus agentes.

A Obra da Criação, de forma alguma é realizada no silêncio absoluto, senão que este silêncio primordial, é o pano de fundo que possibilita ouvir a Voz do Criador, do Geômatra.

Note que, a única Voz é a de Deus sendo que Ele manifesta a criação através de algo (Elohim) além dele próprio, senão que sentido haveria em dizer: Faça-se a Luz, Ele simplesmente pensaria a criação e ela estaria criada.

E não haveria ruído algum…

Posso tentar entender isto da seguinte forma:

1- O pensamento (vibração potencial) necessita ser Verbalizado (vibração dinâmica) caso contrário não existe a Manifestação. 

2- A verbalização, para que possa ser entendida, necessita de quem A Escute.

A Primeira atitude do Criado portanto, é Escutar. 

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Nesta passagem retrata-se a possibilidade, o potencial porém, efetivamente nada havia sido realizado.

O Verbo só pode manifestar-se no momento da Diferenciação Divina, onde o Um torna-se Dois e neste instante materializa-se.

Concluo que, a verbalização é o ato de Criar e nele, neste processo, existe um Emissor e um Receptor.

Sem os Dois, o Um não Verbaliza e portanto nada Cria.

Seguindo pelos campos da Vibração, rememoro o poder contido nos símbolos sagrados.

Os antigos, sabedores que eram do imenso poder contido na Palavra e, à fim de, por um lado, levar aos profanos a Sabedoria Divina e, por outro, velar as palavras para que não pudessem ser utilizadas de maneira leviana, criaram os símbolos.

Em linhas gerais, os símbolos são representações (vibração) de grandes verdades e possuem um poder oculto (vibração) que é manifestado pelo Iniciado através do uso de palavras adequadas.

Todo e qualquer Rito, utiliza-se dos símbolos, formas brandas do verdadeiro conhecimento e mais, se mantiveram mais ou menos intactos o porquê deste uso dos símbolos, utilizam-se das palavras e tons adequados gerando grande energia e Poder.

Muito comum, por exemplo, o uso do tom “Fá” nas Orações e Preces.

Os rituais, símbolos e signos que são, do Poder do Mais Alto, têm sua eficácia garantida quando, através de postura adequada, palavras certas e tom apropriado revivem à luz do dia.

Aliás, talvez existam poucos exemplos mais belos e antigos do que os mantras do hinduísmo ou bramanismo.

Estes constituem-se em verdadeira chave de poder, induzindo à um estado de consciência em particular e desenvolvendo características no estudante ou devoto.

Os Mantras, fórmulas repetitivas, justamente unem em si 3 elementos formidáveis: a vibração, a repetição da vibração e a atitude mental.

Com eles, pode o ser humano retrabalhar inclusive traços do que considera “seu jeito de ser” e que na verdade se trata apenas de sua personalidade corrente.

Atualmente, os mantras são utilizados largamente em muitas escolas e/ou religiões, com outras palavras diferentes.

Não obstante, o uso de palavras antigas terem uma eficácia fantástica, podemos utilizarmo-nos de, por exemplo, uma curta oração que atinja nosso coração e enleve nossa alma e repeti-la, bem baixinho, na nota “Fá” durante algum tempo.

O efeito ao longo do tempo será sem dúvida maravilhoso.

A Maçonaria, talvez mais do que qualquer outra Ordem, possui em sua essência e formação a Palavra e a Divina Vibração oriunda dela.

Em dado momento, narra-se uma Lenda onde usurpadores tentam tomar pela força certa palavra tida como secreta.

O uso da violência faz sua primeira vítima que pela lealdade é imolado e depois exaltado pelos que o seguem. 

Notemos aqui o Poder de quem detém a Palavra e, a angústia daqueles que fracos de caráter, nunca poderão obtê-la.

E não podendo obtê-la (pois na verdade não sabem onde procurá-la) desejam matar quem a detém.

Em uma sociedade, 

Morre o detentor da Palavra, mas nunca a Palavra!!.!

A história recria o Mito de posse de outras palavras, mais humanas, mais comuns.

Lembremos que, nossa mística missão é recuperar a Palavra Perdida e dá-la, neste novo ciclo que ora inicia-se à verdadeira Humanidade.

Outro exemplo da cerimônia que encerra a Palavra na real Ordem, é o Ritual de Instalação da Loja que antecede todas as nossas sessões.(REAA) 

Do Venerável, guardião do Delta Luminoso, emana a Palavra que, de Irmão em Irmão, por ele designado, chega até o Segundo Vigilante que retorna aclamando: “Tudo esta Justo e Perfeito”.

Só após isso é que o Venerável invoca o Grande Arquiteto do Universo pois a Palavra criou “o pano de fundo” apropriado à um trabalho de Ordem Superior.

O uso dos malhetes e sua peculiar vibração também é exemplo de Palavra e Poder.

Desta feita, a palavra não é dita com os lábios mas sim, vibradas nos ritmos apropriados do “bater dos martelos”.

Inúmeros são os exemplos que aqui poderíamos colocar, porém exigem outro espaço em outro momento.

O importante e fundamental é termos claro que a vibração tornada palavra torna o Mundo que conhecemos tal qual ele é.

Vejam só a nossa imensa responsabilidade.

Sem dúvida por isto mesmo é que a primeira Lei Oculta seja: Calar e Escutar.

Bom dia meus irmãos.

MAÇONS DE ALUGUEL - Aderbal Luiz Lopes de Andrade

 

Ir∴ Aderbal Luis Lopes de Andrade M∴ M∴ - A.R.L.S. Estrela do Rio Formoso 3036 – Oriente de Bonito - MS.

Caros Irmãos, estamos vivendo tempos difíceis, tempo em que as horas passam com tanta rapidez que se confundem com minutos e acaba ficando muito difícil administrarmos nossas atividades rotineiras do dia a dia.

Em razão disso acabamos priorizando nossos afazeres dando atenção aos que consideramos mais importantes e indispensáveis a nossa vida familiar, profissional e social.

Diante dessa dificuldade em administrar nosso tempo, acabamos percebendo que alguns Irmãos estão se afastando das atividades Maçônicas, e acabam perdendo o interesse em continuar desbastando a pedra bruta, deixam de frequentar as sessões, de quitar suas obrigações financeiras e o mais importante deixam de conviver com os Irmãos, fazendo que a força que nos une acabe se rompendo e permitindo que as coisas do mundo profano invadam nosso Templo, gerando incertezas, dúvidas e muita tristeza pela ausência de Irmãos que amamos e queremos bem.

Esse fato tem gerado um novo tipo de Maçom, a que atribui o nome de “MAÇONS DE ALUGUEL”, isto é, são Irmãos que não tem mais frequência regular em Loja, porém continuam contribuindo com nossas obrigações financeiras e acaba, no meu entender, alugando a sua regularidade Maçônica.

Muitas vezes esse fato é permitido pela Oficina por ser o valor mensal mais importante que a presença do Irmão, outras vezes pela importância do Irmão na história da Loja ou finalmente pela utilização inadequada da palavra tolerância.

Tal condição tem deixado de ser coisa rara e já existem Lojas que possuem os três tipos de “MAÇONS DE ALUGUEL” acima citados.

Talvez isso tenha aumentando em razão de sindicâncias mal feitas, em que não fique explícito que o candidato deva ter tempo disponível para os trabalhos maçônicos e que deverá frequentar as sessões com assiduidade, ou seja, em pelo menos 50% (cinquenta por cento) das sessões da Loja.

Acredito ser esse um sinal de alerta para nós, na escolha dos candidatos e especialmente na realização das sindicâncias, alertando sobre os 4 (quatro) pontos essenciais para nossa iniciação (crer em um ser superior, que é Deus, permissão da esposa, os compromissos financeiros e especialmente sobre a assiduidade), alertando os candidatos sobre a possibilidade de serem considerados irregulares e impedidos de participar dos trabalhos da Loja no caso do não cumprimento desses pressupostos.

A Maçonaria precisa retomar seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, pois da maneira como estamos caminhando logo nos tornaremos mais um clube de serviços, e nos afastando dia a dia das origens e das finalidades da criação de nossa instituição de ser uma escola essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista.

Precisamos lutar contra a acomodação dos “MAÇONS DE ALUGUEL” em nossas Lojas, através da conscientização dos Irmãos que assim vem agindo, buscando desta forma continuar o nosso caminho na Maçonaria que parte do Ocidente para o Oriente.

Que o Grande Arquiteto do Universo nos ajude.

Um fraterno abraço.

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dezembro 27, 2021

DEZ COISAS A CONSIDERAR ANTES DE PEDIR A PALAVRA



Ir. Carlos Alberto Mourão Júnior, 33º. ARLS Acácia do Paraibuna, Juiz de Fora - MG

Como eu já fiz todos os erros elencados neste artigo, resolvi partilhar as minhas reflexões com os irmãos. Antes de pedirmos para usar (ou abusar) da palavra em Loja, que tal pensarmos melhor e considerarmos algumas pequenas coisas?

1- Quando falamos em Loja, os outros irmãos são obrigados a escutar-nos. A ritualística não permite que eles nos interpelem, argumentem conosco ou então que se levantem e saiam. Eles não têm escolha, terão de escutar tudo o que quisermos dizer sem nos interromper. Portanto, sejamos misericordiosos não os forçando a escutar tolices.

2- Grande parte dos assuntos que são tratados em Loja poderiam, e deveriam, ser tratados antes ou após a reunião, na sala dos passos perdidos ou no salão da Loja. O Templo, como o próprio nome diz, é um local sagrado, onde não se deve tratar de assuntos corriqueiros ou picuinhas administrativas. Agir assim é profanar o sagrado Templo maçônico.

3- O Templo não é um palanque político. De nada adianta queixar-se eternamente da conjuntura política e econômica. A Maçonaria pode e deve tentar mudar a realidade nacional e mundial, mas isso só pode ser feito com ação. Palavras e lamúrias recorrentes só servirão para fazer com que cheguemos mais tarde e casa e não irão mudar o mundo.

4- O Templo não é um púlpito onde se devam fazer pregações ou então ministrar palestras sobre questões metafísicas e filosóficas. Especulações esotéricas servem muito mais para cansar quem as ouve do que para trazer algo de efetivamente concreto. Lembremo-nos que os pobres Irmãos são obrigados a ouvir-nos quando resolvemos, num desvario de insana vaidade, exibir o nosso “profundo conhecimento”. A nossa vaidade já deveria ter sido sepultada na câmara das reflexões…

5- O Templo não é um divã ou um consultório psicológico onde devemos emitir as nossas indignações ou fazer histéricos desabafos. Será que as questões mundanas que andam “entaladas nas nossas gargantas” realmente interessam aos outros irmãos (os quais, repito, são forçados a ouvir-nos) ou à nossa Ordem?

6- O Templo não é uma mesa de bar e nem um clube, onde se contam casos “interessantes” (somente para quem os conta…) ou se fala de boatos ou questiúnculas. Antes de mais nada, estar num Templo exige postura e respeito pela egrégora. Conversas de bar caem bem num bar.

7- Quando formos ministrar alguma instrução, convém lembrar que, conforme determina o ritual, devemos fazê-lo utilizando um quarto de hora. Ora, isto equivale a exatos 15 minutos. Nada mais do que isto. Qualquer mensagem pode ser passada e absorvida nesse período. Mais do que isto dispersa a atenção do ouvinte, fazendo com que o mesmo se perca em devaneios, além de minar a sua santa paciência.

8- Qualquer outra comunicação deve ser dada nos 3 minutos que o ritual preconiza. Três minutos são tempo de sobra para passar a essência de uma mensagem de maneira clara, concisa e precisa. Mais do que isto é verborreia e só serve para motivar os irmãos a não voltarem nas próximas sessões.

9- É sempre bom lembrarmos que, para nos estar a ouvir, os Irmãos estão a prescindir de estar no aconchego dos seus lares e estão a dispensar-nos o seu precioso tempo. Será que não é um dever moral e um ato de amor respeitarmos e valorizarmos este tempo que os irmãos nos dispensam ouvindo-nos? Será justo fazer com que esses irmãos voltem para os seus lares com a sensação de tempo perdido?

10- Será que é sensato alongar-se na leitura do expediente? Muita coisa pode ser afixada no quadro da Loja e os boletins podem ser lidos na internet. Será que é racional gastar longo tempo a falar sobre os eventos sociais da Loja? Será que não teríamos uma reunião mais gratificante se, de facto, somente usássemos da palavra para falar sobre algo que seja verdadeiramente a bem da Ordem, da Loja ou dos Irmãos? Lembremo-nos: se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro.

Meus Irmãos, aí estão algumas reflexões. Creio que todos nós devemos refletir sobre elas. Talvez ajudem a responder àquela eterna pergunta que se nunca cala dentro de nós: porque será que, ano após ano, as Lojas estão cada vez mais vazias?

NOSSA OBRA NÃO PARA - Adilson Zotovici




Adilson Zotovici é intelectual e poeta maçônico da ARLS Chequer Nassif de S. Bernardo do Campo

Bateu cedo a saudade

Daquela luz que ilumina

Nossa morada, a oficina,

Que induz à fraternidade


Lei do homem determina

Pausa, que necessidade

Mas, segue a lida em verdade

Conforme a Lei Divina


Inda que à alma não agrade

O corpo por si se inclina

E a renovar persuade


O ferramental se refina

O livre pedreiro dissuade

E a obra segue a rotina !

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dezembro 26, 2021

O CAIBALION E SUA HISTÓRIA



O Caibalion é um livro publicado em 1908 que contém os Preceitos Herméticos, atribuídos ao imortal e lendário Hermes Trimegistus, o “Três vezes grande”.

Em suas páginas existem mensagens enriquecedoras que nos levam a pensar e a refletir, independentemente de nossas crenças religiosas ou filosóficas.

O Caibalion é provavelmente um dos livros mais populares entre os esotéricos e ocultistas por conter os Sete Princípios Herméticos, ou seja. princípios atribuídos à figura mítica de Hermes Trimegisto, frequentemente identificado com o Deus grego Hermes e Deus egípcio Thoth. Ele foi publicado pela primeira vez em 1908 na língua inglesa, pela Yogi Sociedade, Templo Maçônico. Chicago, Illinois.

A obra é anônima, assinada simplesmente pelo codinome “Três Iniciados”.

Entretanto, existem indícios de que o livro esteja ligado ao Movimento Novo Pensamento, que surgiu nos Estados Unidos no final do século 19.

Esse movimento era formado por religiosos, filosóficos, autores e pessoas que compartilhavam crenças e estudos metafísicos associados a temas diversos como, por exemplo, pensamento positivo, poder pessoal ou força vital.

Autoria

Das diversas teorias ligadas à autoria de O Caibalion mais aceita é a de que o livro foi escrito por William Walker Atksinson, conhecido como Yogui Ramacharaka e também popular por usar pseudônimos em suas obras, em parceria com outros estudiosos como o maçom Paul Foster Case ou a teosofia Mabel Collins.

O Caibalion também é associado a textos tradicionais como A Tábua de Esmeralda, atribuído a Hermes Trismegisto, assim como a obras de autores do século I9, como Anna Kingsford, uma inglesa fundadora de uma organização chamada Sociedade Hermética.

Em um dos seus livros (A Virgem do Mundo de Hermes Trismegisto), a autora apresenta uma adaptação dos textos herméticos com grandes semelhanças com as idéias expostas em O Caibalion.

Independente, da origem da obra, não há dúvida de que o seu conteúdo é rico e profundo. No Brasil. O Caibalion é uma publicação da editora Pensamento. Suas 126 páginas transmitem mensagens enriquecedoras que nos levam a pensar e a refletir, independente, de qualquer tipo de iniciação, crença religiosa ou filosófica pessoal. Trata-se de uma obra capaz de iluminar a vida de quem a lê com atenção.

São raras as pessoas que procuram por um conhecimento mais profundo sobre os mistérios da vida que não conheçam O Caibalion e não o tenham em sua mesinha de cabeceira, porque ele não é o tipo de livro que você lê e coloca na prateleira. Ele deve ser lido sempre, em pequenas doses, pois sempre é possível aprender alguma coisa a mais em seus textos de linguagem acessível.

HERMES TRIMEGISTUS

O título O Caibalion geralmente e associado ao termo “Cabala”, uma tradição mística judaica, embora não exista nenhuma referência específica na obra a esta tradição. Em sua introdução, os autores afirmam que a obra trata de uma tradição mística da Antiguidade a qual foi passada ao longo do tempo de forma oral de mestre para discípulo.

A obra e apresentada como a essência dos ensinamentos de Hermes Trimegistus, essência esta transmitida pelos autores do livro, conhecidos como Os Três Iniciados. Dizem que “entre os Grandes Mestres do Antigo Egito existiu um que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente um homem, viveu no Egito na mais remota Antiguidade. Ele foi o pai da Ciência Oculta, da Astrologia, o descobridor da Alquimia. Os detalhes de sua vida se perderam devido ao imenso espaço de tempo, que é de milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido sua pátria. (…) Depois de terem passado muitos anos da sua partida deste plano de existência (a tradição diz que viveu trezentos anos), os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um de seus deuses sob o nome de Thoth. Anos depois, os povos da Antiga Grécia também o deificaram com o nome de Hermes, o Deus da Sabedoria.”

Os dois deuses representavam a escrita e a magia em suas respectivas culturas. Acredita-se que seus ensinamentos influenciaram antigas doutrinas hindus, os ensinamentos esotéricos de diversos povos, assim como muitas religiões e crenças da Antiguidade e da atualidade.

Muitas lendas envolvem a figura de Hermes. Algumas afirmam que ele teria sido um faraó egípcio iniciado nos mistérios do sacerdócio; outros afirmam que ele teria escrito seus ensinamentos em hebraico por ser de origem judia.

A filosofia e o pensamento de Hermes foram propagados no Ocidente a partir da Renascença. Entretanto, durante o século 4, os padres católicos e filósofos Lactâncio e Santo Agostinho já aceitavam a existência de Hermes como um sábio real e não como um personagem mítico. Para Lactâncio, ele era um profeta que previra o advento do cristianismo por ter usado expressões como “filho de Deus” e “Palavra” em seus ensinamentos. Agostinho, contemporâneo de Lactâncio, por outro lado, condenou a obra de Hermes, considerando-a demoníaca, pois em Asclépio, Hermes descrevia como os egípcios fabricavam seus ídolos, como animavam as estátuas de seus deuses, através de magia, atraindo espíritos para dentro delas.

A Renascença aceitou Hermes como uma pessoa real, que pertencia à Antiguidade e como autor dos estudos herméticos. Foi em 1460 que o italiano e mecenas Cósimo Medici recebeu das mãos de um monge vindo da Macedônia uma cópia do Corpus Hermeticum que continha 14 dos 15 tratados da coleção original. Fascinado com a idéia de que o manuscrito pertencia ao grande sábio da Antiguidade, ordenou imediatamente que ela fosse traduzida. Coube ao médico e filósofo Marsílio Ficino, o maior representante do Humanismo florentino, a tradução da obra a que deu o nome de Pimandro. O seu trabalho foi impresso em 1471 e teve 16 edições até o final do século 16. Acredita–se que a tradução de Ficino, além de propagar as idéias de Hermes, incentivou o interesse no Ocidente pelo ocultismo e pela magia.

Segundo os Três Iniciados, “ainda em nossos dias empregamos o termo hermético no sentido de secreto, fechado de tal maneira que nada escapa, etc, pela razão que os discípulos de Hermes sempre observaram o princípio do segredo nos seus preceitos. (…) Nos primeiros tempos existiu uma compilação de certas Doutrinas básicas do Hermetismo, transmitida de mestre a discípulo, a qual era conhecida sob o nome de Caibalion, cuja significação exata se perdeu durante séculos. Este ensinamento é, contudo, conhecido por vários homens a quem foi transmitido dos lábios aos ouvidos, desde muitos séculos. Estes preceitos nunca foram escritos ou impressos até chegarem ao nosso conhecimento. Eram simplesmente uma coleção de máximas, preceitos e axiomas, não inteligíveis aos profanos, mas que eram prontamente entendidos pelos estudantes; e além disso, eram depois explicados e ampliados pelos Iniciados hermetistas aos seus neófitos.”

OS PRINCÍPIOS HERMÉTICOS

1- PRINCÍPIO DE MENTALISMO: “O TODO É MENTE; O UNIVERSO É MENTAL.”

Tudo é Mente. O Todo é indefinível, é espírito, é incognoscível. Entretanto, pode ser considerado como uma mente vivente infinita e universal. Todo o Universo é uma criação mental do Todo, em cuja mente vivemos, nos movemos e temos a nossa existência. Este princípio esclarece a verdadeira natureza da força, da energia e da matéria além de mostrar como e por que estas estão subordinadas ao domínio da mente. De forma simplificada ele nos diz que o que pensamento determina nossa realidade, ou seja, somos exatamente o que pensamos.

2- PRINCÍPIO DE CORRESPONDÊNCIA: “O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTÁ EMBAIXO, E O QUE ESTÁ EMBAIXO É COMO QUE ESTÁ EM CIMA.”

O microcosmo tem correspondência com o macrocosmo. O que somos refletimos no Universo ao mesmo tempo em que o Universo se reflete em nós. O princípio contém a verdade de que há sempre uma correspondência entre as leis e os fenômenos de vários estados do ser e da vida. Ao compreender esse princípio, o homem consegue desvendar o que é obscuro e secreto no reino da natureza.

3- PRINCÍPIO DE VIBRAÇÃO: “NADA ESTÁ PARADO; TUDO SE MOVE, TUDO VIBRA.”

O princípio contém a verdade fundamental da vida na afirmação de que tudo no Universo está em constante movimento, possui vibração. Nada está parado. Ele explica que as vibrações fazem parte da matéria, da mente e do espírito e que se apresentam de formas diferentes. Quanto maior a vibração, maior sua posição na escala. A vibração do espírito, por exemplo, é tão intensa que não parece existir. Por outro lado, quanto mais grosseira for a matéria, menor será sua vibração.

4- O PRINCÍPIO DE POLARIDADE: “TUDO É DUPLO; TUDO TEM DOIS PÓLOS, TUDO TEM O SEU OPOSTO; O IGUAL E O DESIGUAL SÃO A MESMA COISA.”

O Princípio de Polaridade explica que tudo tem dois pólos, dois aspectos opostos, e que “opostos” realmente são os dois extremos ligados por gradações da mesma coisa. Há sempre os dois lados em tudo. Assim, frio e calor são a mesma coisa, a diferença que existe entre eles é a temperatura, assim como tese e antítese são, por natureza, idênticos, mas diferentes em grau.

5- PRINCÍPIO DE RITMO: “TUDO TEM FLUXO E REFLUXO; TUDO TEM SUAS MARÉS, TUDO SOBE E DESCE.”

Em tudo se manifesta o movimento de ir para frente e para trás, fluxo e refluxo. Tudo flui para fora e para dentro, tudo tem suas marés, todas as coisas sobem e descem. Sempre que houver uma ação, haverá uma reação. Esta lei se aplica a tudo (sóis, mundos, animais, mente, energia, matéria). Ela se manifesta na criação e na destruição dos mundos, na vida e nos estados mentais do homem.

6- PRINCÍPIO DE CAUSA E EFEITO: “TODA CAUSA TEM SEU EFEITO, TODO EFEITO TEM SUA CAUSA.”

O princípio explica que tudo acontece por um motivo e nada acontece sem razão, não há coisa que seja meramente casual. Ele encerra a seguinte verdade: todo efeito tem sua causa e toda causa o seu efeito. Ele diz que nada acontece por acaso ou sem razão e que tudo acontece de acordo com a Lei.

7- PRINCÍPIO DE GÊNERO: “O GÊNERO ESTÁ EM TUDO; TUDO TEM SEU PRINCÍPIO MASCULINO E SEU PRINCÍPIO FEMININO.”

No Plano Físico, este princípio se manifesta no sexo; nos Planos Superiores, toma outras formas, mas sempre baseado no feminino e no masculino. Este princípio atua sempre na Geração, Regeneração e Criação. Cada coisa e cada indivíduo contém dois elementos, o masculino e o feminino.

Axiomas Herméticos

“A posse do Conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestação ou expressão, em Ação é como o amontamento de metais preciosos, uma coisa vã e tola. 0 Conhecimento é como a riqueza, destinado ao Uso. A Lei do Uso é Universal e aquele que viola essa lei sofre por causa do seu conflito com as forças naturais.”

“Para mudar a vossa disposição ou vosso estado mental, mudai vossa vibração.”

“A Mente (tão bem como os metais e elementos) pode ser transmutada de estado em estado, de grau em grau, de condição em condição, de polo em polo, de vibração em vibração.”

“Os Sábios servem no plano superior, mas governam no inferior. Obedecem às leis que vêm de cima deles, mas no seu próprio plano e nos inferiores a eles governam e dão ordens. E assim fazendo, formam uma parte do Princípio, sem se oporem a este. 0 sábio concorda com a Lei e compreendendo o seu movimento, ele o opera em vez de ser cego escravo.”

Texto publicado na Revista Sexto Sentido nº 124

JESUS, UM PLÁGIO?- Marina Garner, Bacharel em Teologia pelo Unasp



Este texto foi enviado como uma contribuição do Irmão Eleutério Nicolau da Conceição, de Florianópolis, renomado intelectual, para esclarecer as lendas que cercam a história de Jesus. 

(Adaptação do artigo – texto integral no endereço abaixo foram eliminados os textos contendo a história de Jesus, por ser conhecido de todos) Ano 6 - Número 1 - 1º. Semestre de 2010 www.unasp.edu.br/kerygma pp.106-124 www.unasp.edu.br/kerygma/artigo11.04asp 106 ARTIGOS

Resumo: O presente artigo analisa a proposta básica do vídeo Zeitgeist de que Jesus não passa de um plágio das mitologias de povos pagãos antigos. Para tanto, são analisados os paralelismos propostos no vídeo, a história da teoria que fundamenta a filmagem e por fim, são realizadas comparações conclusivas em relação a essas questões e aos aspectos bíblicos que as contariam. Palavras-chave: Jesus; plágio; Zeitgeist.

INTRODUÇÃO

Em junho de 2007 foi lançado um vídeo de 122 minutos chamado Zeitgeist e até novembro de 2007, 8 milhões de acessos haviam sido feitas. Esse filme foi ganhador do prêmio de melhor filme no festival de filmes Artivist na Califórnia em 2007 e 2008. Na primeira parte de Zeitgeist, que é dividido em três partes principais, é proposto que o Jesus histórico não passa de um plágio das mitologias de povos pagãos antigos. Os apóstolos utilizaram-se de histórias já conhecidas na época e criaram um personagem muito parecido, escrevendo assim quatro evangelhos a respeito deste “outro deus mitológico”. Em seu site, a equipe do Zeitgeist, liderado principalmente por Peter Joseph e Acharya S., os produtores do filme, colocam o objetivo do movimento:

Pretendemos restaurar as necessidades fundamentais e a consciência ambiental da espécie revogando a maioria das ideias que temos de quem e o que realmente somos, juntamente com a ciência, a natureza e a tecnologia (em vez de religião, política e dinheiro) são a chave para nosso crescimento pessoal, não só como seres humanos individuais, mas como civilização, estrutural e espiritualmente... Logo, a verdadeira mudança nascerá não só do ajuste de nossas decisões e compreensões pessoais, mas também da mudança das estruturas sociais que influenciam essas decisões e compreensões. Além disso, quando percebermos que são a ciência, a tecnologia e, portanto, a criatividade humana que trazem progresso para nossas vidas, seremos capazes de reconhecer nossas verdadeiras prioridades para crescimento pessoal e social e para o progresso. Posto isso, podemos ver que a Religião, a Política e o sistema de Trabalho baseado em Dinheiro/Competição são modos desatualizados de operação social, e que agora precisam ser abordados e transcendidos. Nossa meta é um sistema social que funciona sem dinheiro ou política, ao mesmo tempo em que permite que as superstições percam terreno à medida que a educação avança. Ninguém tem o direito de dizer ao outro em que acreditar, pois nenhum ser humano tem a compreensão completa de nenhum assunto.2

 Este filme entre muitos outros materiais como livros revistas e sites da internet recentemente tem abordado a crítica como novidade entre o mundo acadêmico chamando a atenção de multidões e criando discípulos. Porém, como será verificado, a acusação é antiga e refutável.

2 http://www.thezeitgeistmovement.com/joomla/index.php?Itemid=50, acessado dia 11/05/2009. (Grifo acrescentado)

SEMELHANÇAS ALEGADAS PELO ZEITGEIST

Horus, deus egípcio:

Nasceu no dia 25 de dezembro de uma virgem Nascimento acompanhado de uma estrela no leste Adorado por três reis Era um mestre aos 12 anos Foi batizado com 30 anos Tinha 12 discípulos Fazia milagres  Foi traído, crucificado e morto Depois de três dias ressuscitou Considerado filho de Deus Caminhou sobre as águas Foi transfigurado numa montanha

Attis, deus frígio:

Considerado filho de Deus Nascido de uma virgem no dia 25 de dezembro Considerado um salvador que foi morto pela salvação da humanidade Seu “corpo” como pão era comido pelos adoradores Ele era tanto o divino Filho como o Pai Numa sexta-feira ele foi crucificado numa árvore Levantou-se depois de três dias como “Deus todo-poderoso” Krishna, deus hindu:

Nascido de uma virgem no dia 25 de dezembro Seu pai terreno era carpinteiro Seu nascimento foi assinalado por uma estrela ao leste Visitado por pastores que o presentearam Foi perseguido por um tirano que ordenou o assassínio de infantes Operava milagres e maravilhas Usava parábolas para ensinar as pessoas sobre caridade e amor Foi transfigurado diante dos discípulos Foi crucificado aos 30 anos Ressuscitou dos mortos e ascendeu aos céus Era a segunda pessoa da trindade Deverá retornar para o dia do juízo em um cavalo branco

 Dionysus, deus grego:

Dionysus, deus grego: Nascido de uma virgem no dia 25 de dezembro Era um mestre viajante que operava milagres Andou em um burro durante uma procissão Transformava a água em vinho Era chamado “Rei dos Reis”e “Deus dos deuses” Considerado “filho de Deus”, “único filho”, “salvador”, “redimidor”, “ungido”, e o “Alfa e o ômega” Foi identificado como um cordeiro Pendurado num madeiro.

Mitra, deus persa:

Nascido de uma virgem no dia 25 de dezembro Era um mestre viajante Tinha 12 discípulos Prometia imortalidade aos seus seguidores Sacrificou-se pela paz mundial Realizava milagres Foi enterrado em uma tumba e ressuscitou 3 dias depois Instituiu uma ceia santa Foi considerado o Logos, redimidor, Messias e “o caminho, a verdade e a vida”

3 Timothy Freke e Peter Gandy, The Jesus Mysteries, Three Rivers Press (Setembro, 2001). p. 9 4 Ibid.

HISTÓRIA DA TEORIA

Ao lermos os livros e artigos a respeito da teoria do “Jesus Mito” percebemos um tom de novidade e de descoberta. Porém, estudando a posição acadêmica deísta do século XVIII e XIX vemos que essa percepção implícita está longe de ser verdadeira. Os antecedentes dessa teoria podem retroceder até aos pensadores da Revolução Francesa, como Constatin-François Volney e Charles François Dupuis, na década de 1790. Em artigos publicados nessa década ambos discutiram os numerosos mitos antigos, incluindo a vida de Jesus, que segundo eles eram baseados no movimento do sol através do zodíaco. Kerygma - Revista Eletrônica de Teologia Curso de Teologia do Unasp 1º Semestre de 2010 www.unasp.edu.br/kerygma/artigo11.04asp 112 Dupuis especialmente identificou rituais pré-Cristãos na Síria, Egito e Pérsia representando o nascimento de um deus por uma virgem. Os trabalhos de Volney e Dupuis rapidamente se espalharam e produziram diversas edições. Porém, sua influência até mesmo na França não passou da primeira metade do século XIX com o desenvolvimento do conhecimento a respeito da mitologia e com as informações corretas sobre o início do cristianismo e seu desenvolvimento. Dupuis destruiu a maior parte de seu material por causa da reação violenta que provocou. De acordo com ele “um grande erro é mais fácil de ser propagado do que uma grande verdade, por que é mais fácil crer do que racionalizar, e por que pessoas preferem as maravilhas dos romances à simplicidade da história”.5 5 Charles François Dupuis, The origin of all religious worship (1798) Kessinger Publishing, 2007, p. 293. O primeiro defensor acadêmico da teoria do Cristo na mitologia foi o historiador e teólogo do século XIX, Bruno Bauer. Thomas William Doane, em 1882, publicaria “Bible Myths and their Parallels in Other Religions” e Samuel Adrianus Naber, em 1886, escreveria “Verisimilia. Laceram conditionem Novi Testamenti exemplis illustrarunt et ab origine repetierunt”, analisando os mitos gregos “escondidos” na Bíblia. A raiz, porém, do paralelismo de Jesus com deuses pagãos encontra sua origem na escola “História das Religiões”, que se desenvolveu na segunda metade no século XIX. Mais ou menos na metade do século XX, esse ponto de vista havia sido largamente respondido e deixado de lado, até mesmo por acadêmicos que viam o cristianismo como simplesmente uma religião natural. A teoria que havia uma ampla adoração da morte e ressurreição do deus da fertilidade Tammuz, na Mesopotamia, Adonis, na Síria, Attis, na Ásia Menor, e Osíris, no Egito foi proposto porque colecionou uma grande quantidade de paralelos na quarta parte de seu trabalho monumental The Golden Bough (1906, reimpresso em 1961). Kerygma - Revista Eletrônica de Teologia Curso de Teologia do Unasp 1º Semestre de 2010 www.unasp.edu.br/kerygma/artigo11.04asp 113 Na década de 1930, três acadêmicos franceses, M. Goguel, C. Guignebert, e A. Loisy, interpretaram o cristianismo como uma religião sincretista formada sob a influência das religiões de mistério helenísticas Na década de 1930, três acadêmicos franceses, M. Goguel, C. Guignebert, e A. Loisy, interpretaram o cristianismo como uma religião sincretista formada sob a influência das religiões de mistério helenísticas Recentemente, Earl Doherty, Robert M. Price e George Albert Wells re-popularizaram a teoria. Também tem sido defendido com afinco por Timothy Freke e Peter Gandy que se popularizaram com a divulgação do livro “The Jesus Mysteries” e “Jesus and the Lost Goddess”. D. M. Murdock (pseudônimo Acharya S.) já publicou três livros em defesa da teoria do Cristo da mitologia. Ela argumenta que os evangelhos foram criados no II Século para competir com outras religiões populares da época. Acreditamos que uma série de fatores contribuíram para o retorno desta teoria: o interesse pós-moderno em espiritualismo, a crescente falta de embasamento histórico e o acesso pronto à informação não-filtrada através da internet. Analisando a reação de épocas posteriores com respeito à teoria considerada neste trabalho, Edwin Yamauchi provavelmente tem razão em sua afirmação de que “esta visão tem sido adotada por muitos que pouco se dão conta de suas frágeis fundações”.6

A RESPOSTA

Finalmente, depois de analisarmos a acusação que sofre a religião Cristã e verificarmos como esta acusação começou e com quem, vamos agora para o exame da mesma e a confirmação de sua confiabilidade. Por motivo da falta de espaço, iremos analisar detalhadamente apenas os dois aspectos mais importantes dos paralelismos: o nascimento virginal e a ressurreição dos mortos.

NASCIMENTO VIRGINAL

Em uma das histórias de Dionísio, Zeus foi a Perséfone em forma de serpente e a engravidou, portanto sua virgindade foi tecnicamente perdida. Na versão mais conhecida, Zeus se apaixonou por Semele, princesa da casa de Times. Zeus veio a ela disfarçado de homem mortal e logo Semele estava grávida. Hera, rainha de Zeus, inflamada de ciúmes, se disfarçou como uma mulher idosa e foi até a casa de Semele. Quando Semele revelou seu caso com Zeus, Hera sugeriu que a história de que Zeus era o rei dos deuses poderia ser uma mentira e que talvez ele fosse um mero mortal que inventou a história para que ela dormisse com ele. Quando Zeus foi visitá-la novamente, ela pediu por apenas uma coisa. Zeus jurou que daria a ela o que quisesse. “Apareça a mim como você aparece a Hera”. Relutantemente, mas verdadeiro à sua palavra, Zeus apareceu em toda sua glória, queimando Semele às cinzas. Hermes salvou o feto e levou até Zeus que o costurou a sua coxa e três meses depois deu a luz a Dionísio.7 A história claramente não é comparável ao relato bíblico e, além disso, só existem relatos pós-cristãos. Os deuses e deusas antigos eram típica e muito explicitamente sexuais e ativos, até por que, para o mundo antigo, grandeza era 7 Barry Powell, Classical Myth (3a. ed.). PrenticeHall. New Jersey, 2001, p. 250.  Esse elemento está completamente ausente do relato da concepção virginal de Jesus. No mito de Horus, o engano continua. De acordo com The Encyclopedia of Mythica, depois de Osíris (pai de Horus) ser assassinado e mutilado em catorze pedaços por seu irmão Set, a esposa de Osíris, a deusa Iris,a reaveu e remontou o corpo, e em conexão pegou o papel da deusa da morte e dos direitos funerais. Isis engravidou-se pelo corpo de Osíris e deu a luz a Horus nos rios de Khemnis, no Delta do Nilo.8 O relato está muito distante da realidade bíblica, apesar de uma concepção necrofílica ser miraculosa. Mesmo na imagem encontrada em Luxor com Thoth anunciando a Isis que ela conceberia a Horus, a ordem é a concepção e depois o anúncio, enquanto que os evangelhos declaram o anúncio e depois a concepção.

RESSURREIÇÃO

Os pagãos nesse período não estavam confusos quanto à exclusividade da Igreja, e chamavam os cristãos de ‘ateus’ por causa de sua indisponibilidade fundamental de ceder ou sincretizar. Como J. Machen explica, os cultos de mistério eram não-exclusivistas: “Um homem poderia ser iniciado nos mistérios de Ísis ou Mitras sem ter que abrir mão de suas crenças anteriores; mas se ele quisesse ser recebido na Igreja, de acordo com a pregação de Paulo, deveria abrir mão de todos os outros salvadores para o Senhor Jesus Cristo... Dentre o sincretismo predominante do mundo greco-romano, a religião de Paulo, assim como a religião de Israel, permanece absolutamente distinta.” 20 7- A cronologia está toda errada. As crenças básicas do cristianismo existiam no primeiro século, enquanto que o total desenvolvimento das religiões de mistério não aconteceu até o segundo século. Historicamente, é muito improvável que qualquer encontro teve lugar entre o cristianismo e as religiões de mistério pagãs até o terceiro século. Até hoje não há evidência arqueológica de religiões de mistério na Palestina do início do primeiro século.21A história das influências pode ser dividida em três períodos: Primeiro período (1-200 A. D), as religiões de mistério eram restritas e não exerciam influências nas outras religiões. Se há qualquer influência, ela é na direção contrária: 20 J. Gresham Machen, The Origin of Paul's Religion . New York: Macmillan, 1925, p. 9. 21 J. Ed Komoszewski, M. James Sawyer, Daniel B. Wallace, Reinventing Jesus . Kregel Publications, 2006, p. 231.  cristianismo influenciou os cultos. Segundo período (201-300 A. D), depois de o cristianismo ter se espalhado pelo mundo romano, as religiões de mistério se tornaram mais ecléticas, suavizando doutrinas severas e conscientemente oferecendo uma alternativa ao cristianismo (aparece o culto a Cybele oferecendo a eficácia do banho de sangue, que antes era de vinte anos, para um período que ia de vinte anos à eternidade), competição com o cristianismo. Terceiro período (301-500 A.D), Cristianismo passou a adotar a terminologia e ritos dos cultos de mistério (e.g., 25 de dezembro).22 8- Como um judeu devoto, o apóstolo Paulo nunca teria considerado pegar emprestados seus ensinamentos de religiões pagãs (Atos 17:16; 19:24–41; Rom 1:18–23; 1 Cor. 10:14), assim como João (1 João 5:21). Não há a mínima evidência de crenças pagãs em seus escritos. 9- Como uma religião monoteísta com um corpo de doutrinas coerente, o cristianismo dificilmente poderia ter pegado emprestado de um paganismo politeísta e doutrinariamente contraditório. 10- Os críticos parecem ignorar completamente o pano-de-fundo hebraico do cristianismo. Quase nenhuma atenção é dada ao rico pano de fundo hebraico no Novo Testamento e o cristianismo primitivo. Termos como “mistério”, “ovelha sacrificada” e “ressurreição” em vez de vir dos mitos pagãos como os escritores sugerem, são baseados nas crenças judaicas encontradas no Antigo Testamento. Além disso, os manuscritos do mar Morto têm vertido muita luz em práticas judaicas que se escondem atrás do Novo Testamento como o batismo, comunhão e bispos.

23 Nash, Ronald H. Christianity & the Hellenistic World.1984. p. 192-199; citando Bruce Metzger sobre o culto de Cybele.

CONCLUSÃO

Depois de revisar muitos artigos e livros a respeito da teoria do Cristo na mitologia pagã, tanto dos críticos quanto dos defensores, é difícil não se questionar como esta teoria pode ter se desenvolvido e se propagado da forma como foi e tem sido:

1- O conceito de nascimento virginal encontrado nos mitos pagãos em contraste com o relato bíblico diferem em muito.

2- Ressurreição de acordo com o conceito judaico e cristão não é percebido nos mitos pagãos, mas sim deuses que desaparecem mas não morrem e deuses que morrem mas não reaparecem.

3- A datação dos materiais que podemos usar para ter uma ideia de como eram esses deuses é bastante posterior ao início do cristianismo, não podendo, portanto, ter tido influências no seu desenvolvimento. Se houve influências, foi do cristianismo para o paganismo.

A conclusão da completa falta de argumentos confiáveis e verossímeis é clara e óbvia e, nas palavras de Ronald Nash:

 Esforços liberais de desacreditar a revelação singular cristã através dos argumentos da influência das religiões pagãs destroem-se rapidamente a partir da verificação completa das informações disponíveis. É claro que os argumentos liberais exibem academicismo incrivelmente ruim e com certeza, essa conclusão está sendo muito generosa.24

24 Ronald Nash, Was the New Testament Influenced by Pagan Religions? Christian Research Journal, Inverno 1994, p. 8.