ABERTURA DO LIVRO DA LEI





Não são todos os Ritos que abrem o Livro da Lei, pois, em alguns deles, o Livro permanece fechado, bastando a sua presença. Dos seis Ritos praticados no Brasil temos: 

Escocês: faz a abertura e leitura dos versículos;

York: faz a abertura, mas não há leitura dos versículos;

Adonhiramita: faz a abertura e a leitura dos versículos;

Schroeder: o Livro permanece fechado;

Brasileiro: faz a abertura e leitura dos versículos; 

Moderno: o Livro permanece fechado (nesse caso, rigorosamente, o Livro é a primitiva Constituição de Anderson de 1723, se for seguida à reforma francesa de 1877).

O Livro das Sagradas Escrituras é o Livro da Lei Moral, para os Ritos teístas, representando, portanto o caminho da retidão, a ser seguida pelo maçom; não é o símbolo da presença divina, pois esta é representada pelo Delta e não pelo Livro. Os agrupamentos maçônicos primitivos, tanto os de ofício (ou operativos), quanto os dos primeiros aceitos (especulativos), não utilizavam a Bíblia, que só seria introduzida nos Trabalhos em 1740, pela Primeira Grande Loja, a de Londres, fundada em 1717. 

No Grau de Aprendiz, tanto no G.O.B., como também nas Grandes Lojas influenciadas por algumas Grandes Lojas Norte-Americanas, que trabalham no Rito de York, adotaram a abertura do Livro da Lei no Salmo 133. A leitura desse Salmo surgiu na Inglaterra por volta de 1753, quando não havia, ainda, um Rito inglês plenamente estabelecido. 

Essa leitura foi abandonada depois e o Rito passou a preconizar a abertura do Livro em qualquer lugar e sem necessidade de qualquer leitura; algumas Grandes Lojas Norte-Americanas, contudo, passaram a utilizar o Salmo, influenciando as Grandes Lojas brasileiras. Hoje, só os Grandes Orientes Independentes - é que usa o Evangelho de S. João cap. I, 1 a 5, que é tradicional no R.E.A.A., pois mostra o triunfo da Luz sobre as trevas, que é o lema do Grau de Aprendiz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por ele; e nada do que foi feito, foi feito sem ele. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens: e a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a compreenderam”.

O Rito Adoniramita também homenageia o Evangelista, abrindo o Livro no Evangelho de S. João, cap. 1: 6-9: 'Houve um homem enviado por Deus, que se chamava João. Este veio por testemunho da Luz, a fim de que todos cressem por meio dela. Ele não era a Luz, mas veio para que desse testemunho da Luz. Era a Luz verdadeira, que alumia a todos os homens, que vêm a este mundo'.

No R.E.A.A. a abertura do Livro da Lei se dá (Bíblia de Jerusalém), no Grau de Aprendiz: (Salmo 133) “Vede: Como é bom, como é agradável habitar todos juntos, como irmãos. É como óleo fino sobre a cabeça, descendo a barba, a barba de Aarão, descendo sobre a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, descendo sobre os montes de Sião, porque ali manda Iaweh a bênção, a vida para sempre”.

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