VESTÍGIOS DE AURORA - Roberto Ribeiro Reis





Desde pequeno, meu pai saía de casa,

Rumo à casa bonita da região central;

Ia com belo terno, na mala o avental, 

Pontualidade de quem não se atrasa.


Levava consigo “caderno pequeno”

Muito embora ele o soubesse de cór;

Meu tio o chamava de Bode-Mor,

Eu só sabia que o local era ameno.


Me levava aos jantares, muito embora

Lá embaixo eu não tivesse o acesso;

Sempre tive curiosidade, e confesso

Que chateado ficava do lado de fora.


Seria aquilo uma caixa de pandora?

Por que havia ali tantos mistérios?

Para ali estar quais eram os critérios?

Hoje, já não tenho a dúvida de outrora.


Antes, havia a curiosidade de menino,

Somada ao encantamento por seu pai;

É algo forte, duradouro e não se esvai

Nem agora, que sou Pedreiro peregrino.


Vejo que a paz do Templo ainda aflora,

Desde a época de pai, tempo bom!

Hoje sei disso porque sou Maçom, 

Sinto a força da Luz que me revigora!





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