Minha neta, Sofia, já tem 8 anos e entrou na fase das respostas impensadas e dos questionamentos.
Além, é óbvio, das birras constantes.
Faz parte..
Mas o que me chama a atenção nesta pré-adolescência é a literal reticência ao ser admoestada nas causas conceituais do trato com os mais velhos.
A todo momento ela se refere aos avós por "Você" e eu imediatamente interrompo e pergunto sua idade e a minha.
Ela responde 8 anos e "Muitos" anos. 😀
Então reforço que qualquer adulto com muitos anos deve ser chamado de Senhor ou Senhora.
Contudo é perceptível a reatividade que se expressa em desvio de olhar, por vezes silêncio e por vezes mudar o assunto.
Só que o vovô insiste até que refaça a fala com o tratamento adequado.
Interessante é questionar de onde vem essa naturalidade no uso do pronome e, principalmente, qual seria o valor incutido que se deseja transmitir. 🤔
Meus avós me cobravam a "Bênça" não que quisessem demonstrar poder, mas simplesmente porquê desejavam "Abençoar" os netos ao responder : DEUS TE ABENÇOE!
Meus pais me ensinaram que qualquer pessoa mais vivida é um Senhor (a) e é respeitoso reconhecê-lo como tal.
Lembro que, militar que sou, certa feita chamei um Sub-Oficial de senhor, ao que me respondeu que não deveria fazê-lo porquê eu era capitão.
Respondi que se meu pai me ouvisse tratá-lo por você, iria me repreender na hora, não importando se eu fosse o Presidente da República. 😁
A hierarquia é do quartel, mas a educação é de casa.
Penso que não se trata apenas de uma questão de pronome e sim de princípios.
Ninguém é menosprezado por ser VOCÊ, mas todos são Respeitados por serem SENHOR (es).
A geração atual considera que não é nada demais, que não afeta a relação.
Então por quê mudar?
A Sofia certamente é influenciada pela mídia e por esta dita revolução pedagógica onde tratar o professor por Você traz intimidade, no contraponto da afinidade do título Senhor.
Um Docente e um Discente são afim e não íntimos.
Mas enquanto o vovô tiver voz ativa, vai chamar sua atenção até que tenha consciência própria para definir seus pronomes de tratamento e então decidir pela influência midiática ou pela educação familiar.
A Escola ensina.
A Família Educa!
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