agosto 25, 2023

O MISTÉRIO DA ROMÃ-


A romã com sua abundância de suculentas sementes de rubi, seu vibrante sabor doce e azedo, a beleza de uma joia é cercada de mistério e simbolismo. A fruta que floresce pensada no Oriente Médio, países mediterrâneos da Ásia Central é derivada da palavra latina 'granatis, que significa semente de grão. Os gregos chamavam granatis, a gema chamada granada é nomeada como um presente de amor que é continuamente convidativo.

O símbolo da romã de retidão, fertilidade e abundância é um símbolo especifico da primavera. Aludiu ao mito clássico de Perséfone, filha da deusa Deméter da colheita. O mito afirma que Perséfone foi sequestrada por Hades, irmão de Deméter, que se apaixonou por ela e queria torná-la sua noiva no submundo. Hades pediu a Zeus, seu irmão, que o ajudasse a abduzir Perséfone. Juntos eles decidiram um plano para prendê-la e um dia quando Perséfone estava brincando com suas amigas solteiras No Vale de Enna onde "a primavera reina perpétua" ela encontrou uma "Flor Cósmica". Assim que ela o arrancou, a terra se abriu e Hades roubou seu subsolo para sua rainha. 

Sua mãe, Deméter, foi consumida pela dor e pela raiva e entrou em luto pela perda de sua filha, durante a qual toda a vegetação parou de crescer. Ela implorou a Zeus que sua filha lhe fosse devolvida. Zeus, o mais alto nível dos deuses, então ordenou que Hades devolvesse Perséfone à terra, desde que ela não tivesse comido nada no Inferno. Assim, Hades enganou Perséfone para que comesse seis sementes de romã enquanto ele ainda a mantinha em cativeiro e por causa disso ela foi condenada a gastar seis meses do ano no submundo.

 Durante esses seis meses em que ela é rainha ao lado de Hades no submundo, sua mãe fica de luto e não faz mais as coisas crescerem na terra, daí a explicação para o inverno. O ressurgimento de Perséfone a cada ano, introduzindo a abundância de crescimento de frutas e vegetação, fazendo com que Perséfone e a romã estejam para sempre ligados ao surgimento da primavera

A romã também está ligada à Crucificação e à Páscoa, representando assim a Ressurreição. Renascimento da Natureza. E Imortalidade.. Depois de sua morte, Cristo também como Perséfone teria descido ao inferno para derrotar o mal e a vida incerta após a morte para a humanidade. 

A romã também está associada ao próprio Cristo e seu suco vermelho também está associado ao sangue de Cristo, seu sofrimento na cruz e seu sacrifício que ele entregou pela humanidade. Suas sementes também representam a igreja e suas muitas congregações.

agosto 24, 2023

A ÉTICA E O VALOR MORAL NA MAÇONARIA - José Carvalho

A Ética, denominada de Filosofia Moral ou Ciência Moral, trata da análise e a reflexão sobre as condutas humanas, tanto individuais, quanto coletivas, e as normas morais como princípios dos comportamentos. 

Sua finalidade é fazer com que o desenvolvimento humano atinja a plenitude, respeitando as diferenças individuais.

Segundo Aristóteles, “a Ética estabelece o que se deve ou se pode fazer, e o que não se deve ou não se pode fazer”.

É evidente que quando se estuda o procedimento do homem no meio social, deve-se levar em conta que o homem é um ser moral, justamente por ser ele um se político. 

É um ser político porque a isso o obriga a sua natureza humana.

Mais do que nunca o homem tem que se adaptar à vida em comunidade, mormente nos tempos de globalização, quando o mundo virou uma “aldeota”, onde a aviação e os meios de comunicação acabaram com as distâncias.

O homem vive em sociedade e o Estado onde ele vive precisa dele, como ele precisa do Estado. 

Na sua larga visão, Aristóteles em “A Política” assinala:…“Está claro que o Estado é produto da natureza e superior ao indivíduo; quem não fosse capaz de viver na comunidade civil ou dela não tivesse necessidade para bastar-se a si mesmo, não se tornaria nenhuma parte do Estado…”.

Tenhamos em mira que a teoria aristotélica da moral é o fundamento dessa corrente do pensamento chamado Ética.

É interessante verificar que a palavra ética, em português, é derivada do vocábulo grego ethos que significa hábito, costume.

Os romanos traduziram o ethos grego por moralis. 

Cícero diz em uma das suas obras, referindo-se ao vocábulo grego, que “Aquilo que tem a ver com os costumes, que eles (os gregos) chamam ethos, nós, nesta parte da filosofia referente aos hábitos, costumamos chamar de moral”.

O dicionário esclarece que Moral é a parte da filosofia que trata dos costumes ou deveres do homem para com seus semelhantes e para consigo mesmo.

Aristóteles não separa a Ética da Virtude, porque, para ele, toda a virtude se gera e perece dos mesmos atos, e mediante os mesmos atos; e exemplifica dizendo que “de tocar cítara surgem os bons e os maus citareiros”. Isto significa que, pelos atos, se conhece se o indivíduo é virtuoso ou não.

Mais adiante ele enfatiza: “É necessário, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porque consoante a sua diferença resulta a diferença dos hábitos.”

Se o homem considerar que a prática dos deveres para com os outros e para consigo mesmo é o único caminho que leva à perfeita harmonia social, estará, pois, procedendo corretamente e pode considerar-se feliz.

Analisemos o que Aristóteles estabelece de fundamental na sua “Ética”: “Os atos morais são livres, motivo por que o indivíduo assume a sua responsabilidade. 

Em assim sendo, torna-se, para quem os pratica, causa de mérito ou demérito. 

A responsabilidade supõe, com certeza, o que denominamos de imputabilidade, pelo qual o ato é atribuído a um indivíduo como seu autor”.

“Existem duas espécies de responsabilidade: aquela pela qual o indivíduo responde por seus atos diante da própria consciência, ou seja, a responsabilidade moral, e a responsabilidade social que faz com que o indivíduo responda por seus atos, às vezes, perante a justiça, quando violar as leis civis”.

Aristóteles ensina que “A virtude é um hábito não só diante da reta razão, mas a ela conjunta. E a reta razão nada mais é que sabedoria”.

Resumindo, Virtude é o hábito de praticar o Bem, e vício, o hábito de praticar o mal.

Voltemos a Aristóteles e vejamos o que ele tem para nos ensinar: “A Virtude, diz ele, se distingue segundo esta diferença: das virtudes, algumas chamo dianoéticas, a sapiência, a inteligência e a prudência; éticas, a liberalidade e a temperança. 

Quando, de fato, falamos dos costumes de alguém, não dizemos ser sapiente ou inteligente, mas sim, brando de ânimo ou temperante; e louvamos também, referindo-nos ao hábito: que nós chamamos virtudes aqueles hábitos que merecem ser louvados.”

Aristóteles procura estabelecer diferença entre aquilo que ele chama de virtudes dianoéticas e virtudes éticas: “As primeiras são inatas no homem e podem crescer através do estudo, do ensinamento, razão por que têm necessidade de experiência e de tempo. 

Já as virtudes éticas são frutos do hábito, o que vale dizer que nenhuma delas se gera no homem por natureza, são as chamadas virtudes adquiridas. 

Elas não se geram nem por natureza nem contra a natureza, mas nascem em nós que, aptos pela natureza a recebê-las, nos tornamos perfeitos mediante o hábito”.

O estagirita conceitua a natureza humana como sendo equilibrada. 

Para ele, todo ideal tem base natural e todo natural tem desenvolvimento ideal. 

Reconhece, e o faz objetivamente, que a meta da vida não é o Bem por si mesmo, mas a felicidade. 

Assegura que a felicidade aparece como um bem perfeito, sendo a meta de todas as ações.

A Maçonaria é por excelência, uma Entidade de Moral, pois, seus princípios alcançam, em suas ações, os níveis mais elevados da Ética Universal. Sua obra, tanto material quanto espiritual advém de um passado remoto. 

Educando e disciplinando, prepara seus membros para que participem na busca da verdade, elevando-os em sua dignidade, fazendo com que ajam com justiça, desfrutando da liberdade, praticando a fraternidade e dedicando-se com amor à Humanidade.

Diante da evolução por que passa o mundo é necessário que visualizemos, à luz maçônica, os grandes desafios. 

O rigor moral e a força da autêntica solidariedade social se fazem necessários para que corrijamos os deslizes individuais, as más instituições políticas, econômicas e sociais, com o intuito de que o relacionamento humano seja mais fraterno.

A resposta não é simples, mas, podemos assegurar que sem ela enveredamos os mais tristes e funestos destinos. 

A Moral permite o cultivo de todas as virtudes, o que garante uma promissora convivência com nossos pares.

O imoral e o amoral, hoje ou amanhã, pagarão alto preço de uma conduta desmedida, destruindo, assim, suas vidas. 

“A História, mestra da vida”, testemunha a decadência dos que se distanciam da moral.

Nenhuma nação, nenhum povo e nenhum homem poderão concretizar seus sonhos, se não estiverem embasados nos conceitos da Moral. Seria como construir castelos ao vento, ainda que a aparência pareça estável.

Portanto, a cada um, a concepção do dever, do bem, da justiça, das virtudes e, sobretudo, da verdade, pois aí está a formatação da moral, revelando-nos os valores que norteiam o homem e os povos, prestigiando suas instituições e reafirmando na fé, a verdadeira perfectibilidade humana.

A Maçonaria nos chama ao cultivo da Moral e à sua nobre prática, para que sejamos cada dia, mais virtuosos.


agosto 23, 2023

ONDE FOI PARA O ESTUDO ? Jorge André Wilbert









Foi depois de uma discussão tola que reavaliei a minha atitude e notei que eu não estava, naquele momento, submetendo as minhas paixões, ou mesmo cavando as malditas masmorras ao vício. Aquilo que repetimos tantas vezes, e que é o básico do nosso trabalho, eu estava desconsiderando de forma inconsciente e trivial. Tão ruim quanto isso, foi notar que os demais envolvidos na discussão, irmãos com muito mais tempo que eu na Ordem, já “instalados” e frequentemente elogiados pelos seus pares, estavam tendo a mesma atitude. Onde foi parar a luz?

Somos homens livres para pensar? Sim. A tolerância é uma das virtudes mais alardeadas no meio maçônico? Sim. Então, porque é tão difícil aceitar que o irmão tenha uma opinião contrária à sua, e queira exprimi-la? Conversar ainda é uma das melhores formas de chegar à verdade. O debate é a premissa básica da democracia, e onde se procura encontrar o ponto de convergência entre as opiniões acerca de um assunto. Sempre pensei que a capacidade de decidir sozinho sobre um assunto não é privilégio dos mais sábios, mas sim, dos solitários e dos arrogantes.

Para conduzir a busca da verdade, o maçom estuda e debate com seus irmãos, e a Oficina é o ambiente propício para isso; principalmente para os assuntos mais controversos. Na Oficina aberta é garantida a livre expressão, onde se busca o auxílio inadvertido e imparcial daqueles que se tratam por iguais. São vedadas a ofensa, a crítica preconceituosa e qualquer forma de cerceamento da razão pura. Ainda assim, as paixões e vícios tomam lugar diariamente nas colunas; dissimulados em termos como “eu acho”, “eu penso” e “quem sabe”, avançam sobre a razão dos fatos até o amor fraternal, e encontram reforços naqueles que ainda tropeçam na vaidade e se consideram preparados.

Porém, temos o problema de quando empreitar enquanto a Oficina estiver aberta. Dentre os diversos Ritos, temos quatro momentos comuns onde há algum trabalho dos Obreiros, que são o Expediente, a Ordem do Dia, o Tempo de Estudos (ou seja qual o termo adotado), e a Palavra a bem da Ordem. Os trabalhos do Expediente são para divulgação de mudanças ou determinações, os da Ordem do Dia são para decisões, a Palavra a bem da Ordem é a oportunidade para pequenas contribuições de cada um, sem gerar debate; restando assim o Tempo de Estudos.

O Tempo de Estudos possui diversos nomes, e este pode ser um dos motivos de ser tão desvalorizado. Alguns chamam de “quarto de hora”, e acreditam que isso significa que não deve passar de 15 minutos, eliminando qualquer chance de se estabelecer um estudo sério e aprofundado. Outros trocam a palavra “estudos” por “instrução”, e acabam convencidos de que se trata de utilizar o tempo para instruir aprendizes e companheiros (como se um mestre não precisasse mais de instrução), e com isso elogiam aquele que copia um texto da internet, e cerram-se as portas para que um questionamento real estabeleça um debate mais longo.

Poderia então o debate franco, ser algo praticado somente nos graus superiores, do grau quatro para cima? Não há lógica alguma nisso, pois, não só estaríamos “elitizando” o conhecimento ao deixar de fora os irmãos dos graus simbólicos, como cada assunto ficaria tão restrito à apenas um grau que não há nem como desenvolver a correlação entre eles. De qualquer forma, o termo “pensador livre” não mais poderia ser aplicado, e a própria razão da maçonaria especulativa deixaria de existir.

Este assunto fica sem um encerramento, mas deixa um questionamento final: Se não estamos realmente estudando e debatendo livremente os assuntos pertinentes, o que estamos fazendo em Loja meus Irmãos?



PALESTRA NA ARLS TRIPLICE ALIANÇA DE MONGAGUÁ







    Na sessão pública de terça-feira, 22 de agosto, em comemoração ao Dia do Maçom, realizei palestra em minha própria Loja, ARLS Tríplice Aliança n. 341 de Mongaguá, SP, em sessão conjunta como a ARLS XI de agosto n. 656 de Itanhaém, representada pelo seu Venerável Mestre irmão Jefferson Nogueira Dias.

 Sob o comado do Venerável Mestre irmão Osvaldo Takakura cerca de 50 pessoas entre irmãos, cunhadas, famílias e convidados participaram da apresentação do tema "O caminho da felicidade", palestra que há mais de 20 anos vem emocionando todos os ouvintes.

    A Loja agradeceu me ofertando um mimo, um lindo abajur em formato de esquadro e compasso que foi entregue pelo Delegado Distrital, e por ambos os Veneráveis Mestres. Ao final foi oferecido delicioso coquetel de quitandas e caldos aos presentes.





 

agosto 22, 2023

LEÃOS NÃO COMEM CAPIM



Na crise ou não, você jamais verá um Leão comendo capim.

Na tentativa de matar sua fome, ele tomou um revés com uma patada certeira da girafa. Voltou ferido e de barriga vazia.

Será que no dia seguinte ele desistiu de tentar sair para caçar e preferiu ficar com seus filhotes? Não. Ele tem a certeza que se não sair pra caçar, ele e suas crias morrerão.

Na selva não há espaço pra desanimo. Ou você caça (trabalha), come e vive, ou morre.

Mostrar beija-flor e borboletas é belo e necessário. Mas há muito mais que isso, o outro lado da moeda, que assusta e ninguém quer ver ou fazer. 

Muitos preferem ficar no aconchego da zona de conforto, morrendo aos poucos. A cantiga dos preguiçosos é porque o governo não dá emprego. O governo não é fábrica ou
empreendimento para criar emprego para todo o mundo. 

Só não se esqueça que, independente da sua posição na cadeia alimentar, de uma forma ou de outra, você precisará se alimentar para sobreviver. Seja comendo mel de flores ou carne crua.


agosto 21, 2023

O QUE SÃO OS "ODD FELOWS"

 Apesar de ser pouco conhecida entre os brasileiros, A *Odd Fellows* é a segunda sociedade secreta mais popular nos EUA (depois da Maçonaria). Fundada na Inglaterra no século XVIII por operários da indústria de construção, a Odd Fellows era como os maçons operativos, sem privilégios e bastante rústica. Apesar de sua aparição documentada de 1730, sua reconhecida criação foi em 1876, quando surgiu um livro intitulado “O Manual Odd Fellows”.

Seus membros instalaram Lojas na Inglaterra e, em 1817, Thomas Widley foi para os EUA munido de uma carta patente para fundar Lojas em outros países, e instalou a primeira loja lá. A Odd Fellows não aceitava nem judeus e nem católicos e logo foram criticados e perseguidos pelos pastores protestantes, acusando-os de praticarem “culto aos prazeres materiais”, pois suas reuniões de convívio eram realizadas com muita folia e, muitas vezes, era necessário convocar a vigilância para restaurar a ordem.

A Ordem passou então a preocupar-se com os “prazeres espirituais” e a adotaram uma orientação sob a inspiração da Bíblia. Em 1842, após uma disputa elementar sobre autoridade, as Lojas Americanas formaram um sistema de governo separado da Ordem Inglesa, e em 1843 assumiram o nome de "Independent Order of Odd Fellows". Apesar desta divisão, a fraternidade prosperou, e, em 1890, já tinha meio milhão de adeptos.

Formada de 3 Graus Simples (Amizade, Fraternidade e Verdade) e 3 Graus Superiores (Patriarca, De Vida de Ouro e Da Pompa Real), na sua Logomarca aparece a sigla “FLT” que significa Amizade, Amor e Verdade. Suas iniciações são extensas e repleta de simbologia.

Não é de se admirar que nos círculos antimaçônicos, especialmente dos EUA da década de 1830 se desenvolveu um rumor curioso de que, na Maçonaria, se monta em um bode: não foi a Maçonaria que deu origem a esse rumor, mas sim a sociedade Odd Fellows, já que em suas iniciações (nos EUA), o candidato montava em um bode (ou uma cabra) onde deveria ser derrubado. São sociedades completamente diferentes e independentes.

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📐 *CURIOSIDADES DA MAÇONARIA*

agosto 20, 2023

PEÇA TEATRAL - Adilson Zotovivi



Um espetáculo consagrado

Cenáculo, o canteiro fraternal

Amor em cada obreiro instado

Pedreiro ator de peça teatral


Ativo, exausto, viajado

Em silêncio vivo e sepulcral

Se presume fausto, iluminado

No negrume, o ator principal


Grande lirismo ao iniciado

Expande sincronismo musical

E por simbolismo revelado


Tragédia, vida e morte afinal

Tragicomédia, se não ensaiado

Da enciclopédia da Arte Real !



20 DE AGOSTO NÃO É O DIA DO MAÇOM - José Maurício Guimarães



O dia 20 de agosto, ao contrário do que muitos pensam, não é o autêntico e histórico Dia do Maçom. Poderia ser se considerássemos (ou soubéssemos) que a Igreja comemora, no dia 20 de agosto, a morte de São Bernardo de Claraval, o possível verdadeiro primeiro Grão-Mestre dos Templários. Comemora-se também a morte dos papas Pio VII e Pio X; é ainda o dia do Papeleiro, o dia do Vizinho, o aniversário da cidade de São Bernardo do Campo – SP e do município de Albufeira em Portugal. Por último, 20 de agosto de 1969 foi a data em que os Beatles se reuniram, pela última vez em estúdio, para finalizar o álbum Abbey Road.


Mas, a comemoração do Dia do Maçom em 20 de agosto foi adotada a partir de um equívoco cometido por José Maria da Silva Paranhos que interpretou mal as datas desconsiderando a relação entre o calendário oficial e o cômputo dos dias adotado pela Maçonaria. A patusca desordem teria parado nessa “cronologia” se infundadas decisões não viessem somar se às já anteriormente existentes.


SOBRE OS CALENDÁRIOS: No século dezenove a Maçonaria adotava oficialmente o ano da Verdadeira Luz - Anno Lucis ou Year of Light -conforme a crença de que o mundo fora criado em 4000 a.C. ou que nesta auspiciosa data a Luz Verdadeira teria sido conferida a Adão. No século dezenove, nossos Irmãos contavam os meses e dias de acordo com o calendário “da natureza”, começando o ano em Nissan, mês que marca o início da primavera no hemisfério norte e outono no sul. No calendário judaico, os meses podem ter 29, 30 ou 31 dias dependendo da lua nova.


Por isso as festas são móveis: Korban Pesach, Shavuot, Rosh Hashanah, Yom Kippur, Hanukkah, etc. e, pela mesma tradição, a Páscoa católica é celebrada no primeiro domingo seguinte à primeira lua cheia eclesiástica que ocorre no dia do equinócio de primavera ou o seguinte a ele; o Corpus Christi vem 60 dias depois da Páscoa e assim por diante. SOBRE AS DATAS: Entre os dias 17 de junho e 25 de outubro de 1822foram realizadas  dezenove sessões no Grande Oriente Brazílico (assim era o nome, com z). Entre elas, a do VIGÉSIMO DIA DO 6º MÊS DA VERDADEIRA LUZ DE 5822, ou seja – no dia 9 de setembro de 1822. O sexto mês, a contar de Nissan, é Elul, na passagem de agosto para setembro. Já o ano 5822 é a soma de 4000 Anno Lucis ao ano civil 1822.


Nessa célebre sessão de 9 de setembro de 1822 (vigésimo dia do 6º mês da verdadeira luz de 5822) os Irmãos, sem terem tomado conhecimento do que acontecera em São Paulo dois dias antes (7 de setembro), atenderam à moção do Irmão Joaquim Gonçalves Ledo (Primeiro Vigilante empunhando o primeiro o malhete na ausência do Grão-Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva) e proclamaram, em Loja, a Independência cuja legalização iriam submeter e atribuir a D. Pedro. Naquele tempo, adistância entre o Ipiranga (São Paulo) e o Rio de Janeiro era de aproximadamente 7 a 9 dias a cavalo da raça quarto de milha. Mas, as notícias vinham nos lombos de simples mulas! Podemos dizer, portanto, que a proclamação da Independência foi intelectualmente articulada dentro do Grande Oriente Brazílico. Mas, o vibrante discurso do Irmão Gonçalves Ledo, fazendo sentir a necessidade da Independência, aconteceu no dia 9 de setembro. O grito já havia sido dado. Ledo e os demais Irmãos só tomaram conhecimento disso mais tarde.


SOBRE A CARTA: Conta-nos o padre Belchior, em carta de 1896, que no dia 7 de setembro de 1822, o Príncipe D. Pedro mandou-o ler em voz alta as cartas trazidas de Portugal. Ali mesmo, às margens do Ipiranga, tremendo de raiva, D. Pedro arrancou das mãos do padre os papéis e, amarrotando-os, pisou-os sobre a relva. “D. Pedro – diz textualmente a carta - caminhou alguns passos, silenciosamente, acompanhado por mim, Cordeiro, Bregaro e outros, em direção aos nossos animais, que se achavam à beira da estrada. De repente estacou-se, já no meio da estrada, dizendo-me: - Padre Belchior, eles o querem, terão a sua conta. As Cortes me perseguem, chamam-me, com desprezo, de rapazinho e brasileiro. Pois verão agora o quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações: nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal! E arrancando do chapéu o laçoazul e branco, decretado pelas Cortes, como símbolo na nação portuguesa, atirou-o ao chão, dizendo: - Laços fora, soldados! Viva a independência, a liberdade, a separação do Brasil.” E - prossegue o padre Belchior – “galopou, seguido de seu séquito, em direção a São Paulo (...) mal apeara da besta, D. Pedro ordenou ao seu ajudante de ordens que fosse às pressas ao ourives Lessa e mandasse fazer um dístico em ouro, com as palavras “Independência ou Morte”, para ser colocado no braço, por um laço de fita verde e amarela.” (O G.O.B. tornou público e oficial o Ato que mostra ser o 7 de Setembro correspondente ao 18º dia do VI mês Elul.)


MÁRIO BEHRING DEFINE E UNIFORMIZA AS DATAS: No referido Ato de 1922, anodo centenário da Independência e do Grande Oriente do Brasil, o então Grão-Mestre Geral do G.O.B., Irmão Mário Behring, visando dirimir dúvidas sobre a relação das     datas do calendário oficial e o cômputo dos dias adotado pela Maçonaria, definiu os principais eventos do calendário usado na época da Independência, quando o ano maçônico começou em Nissan, finais de março. Eis alguns excertos na grafia da época: 

(...) 5º - Iniciação do Principe Regente como maçon, na Loja “Commercio e Artes” a 2 de Agosto de 1822, da E.: V.:, 13 do V mez do anno de 5822, da V.: L.:, donde resultou sua mais intima ligação com a Independencia, como se verifica do seu manifesto de 6 do mesmo mez; 6º - O grito de Independencia ou Morte, dado pelo Principe Regente nas margens do Ypiranga, 7 de Setembro de 1822, da E.: V.:, 18 do VI mez do ano de 5822, da V.: L.:, e proclamação da Independencia votada nas sessões do Grande Oriente do Brasil a 9 e 12 de setembro do mesmo mez e por editaes do Senado e da Camara do Rio de Janeiro, de 21 do dicto mez e anno; 7º - Finalmente, a posse do Principe Regente como Grão Mestre da Maçonaria no Brasil, a proclamação do Imperio e a aclamação do Principe a Imperador Constitucional do Brasil e seu Defensor Perpetuo, a 4 de outubro de 1822, da E.: V.:, 14 do VII mez do anno de 5822, da V.: L.:, e designação do dia 12 do mesmo mez (22-VII-5822) para se tornar publico e official  esse acto”... (conforme José Castellani em "Do Pó dos Arquivos" - Editora: CopyMarket.com, 2000).

CONSUMAÇÃO DO ERRO: Apesar dessa clareza, o Irmão Osvaldo Teixeira, da Loja “Acácia Itajaiense” de Santa Catarina, encaminhou de boa-fé uma proposta à reunião da Confederação das Grandes Lojas - realizada em Belém entre os dias 17 e 22 de junho de 1957 - sugerindo o 20 de agosto como "Dia do Maçom" por ter sido a data da “proclamação da independência dentro de um templo maçônico". Equivocou-se. E ospresentes à reunião, talvez desconhecendo o Ato do então Grão-Mestre do G.O.B. - e posterior fundador das Grandes Lojas, Irmão Mário Behring - aceitando, na febre do entusiasmo e também de boa-fé, seguir a interpretação canhestra de José Maria da Silva Paranhos. 

Acertaram quanto ao mês (Nissan = agosto/setembro), mas erraram quadraticamente sobre o vigésimo dia. Num ímpeto de desatenção, esqueceram que Nisan não começa em 1º de março, e sim no equinócio de outono entre 20/23 de março conforme a lua. Por falta de estudo e bom assessoramento, ficou consagrado o erro de vinte dias pelos motivos assim demonstrados. Hoje, as potências brasileiras consideram o dia 20 de agosto como "o dia do Maçom", data que não coincide com os fatos históricos. Sei que estas considerações poderão provocar polêmicas intermináveis, mas não é este o meu propósito. Apesar disso, aceito quaisquer correções que me enviarem com base em dados históricos e/ou documentos.

De fato, só existem dois caminhos a seguir:

1) a coragem e a "modesta altivez" de corrigir o erro e definirmos uma data coerente para as celebrações do dia do Maçom ou 

2) deixar tudo como está. Se a tradição consagrada nesses últimos 53 anos é mais importante do que a transmissão da verdade histórica para as futuras gerações, que seja assim.

agosto 19, 2023

DIA DO MAÇOM, REFLITEMOS - Adilson Zotovici



Nesta data festejante

Vejamos com acuidade

O quanto é atuante  (?)

Nossa sublime irmandade... 


Em que pese revigorante  

O abraço, a amizade 

Com o traço exultante

De paz e prosperidade  


Que brinda ação instigante 

De estreitar fraternidade 

Ainda que lancinante 

Vencer paixões, a vontade...


Parece pouco...hesitante !

Diante da finalidade

Que carece a missão, gigante

Perante a sociedade


Alapada há muito, consoante, 

A desídia, a vaidade, 

Arredada, bem distante 

Dos estudos, da Divindade... 


Comemoremos o bastante 

Superação na efemeridade 

Que do livre pedreiro o talante 

A perfeição, a eternidade ! 



A ESPADA FLAMEJANTE - Almir Sant"Anna Cruz




A Espada Flamejante é uma representação da espada empunhada pelos querubins postos ao oriente do Jardim do Éden para guardar o caminho que levava ao conhecimento.

Em Gênesis 3:24 consta: “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”.

Como, analogamente, a Iniciação é o caminho que leva ao conhecimento, a Espada Flamejante é usada unicamente nos ritos iniciatórios e portada somente pelo Venerável Mestre, que, como Mestre Instalado, tem a prerrogativa de consagrar os graus.

Marius Lepage in Le Symbolisme, afirma que a Espada Flamejante se reveste de dois significados essenciais: o da criação, por intermédio do Verbo-Luz-Som, e o de purificação e de expiação sob as provações do destino. É explica: “A consagração ritual de um novo Maçom começa por estes termos: ‘Eu o crio ...’ É, portanto, um ato criador, que procede de uma vontade – a do Venerável que age em nome da Maçonaria – por intermédio de uma vibração sonora, o golpe da espada. Uma criatura totalmente nova deve nascer, e o efeito dos eflúvios que, saindo da Espada, o atravessam, deve constituir uma espécie de impregnação que penetrará definitivamente o Recipiendário”.

Os três golpes de Malhete sobre a lâmina da Espada Flamejante aludem à numerologia do grau de Aprendiz, que deverá ser objeto de diligente estudo por parte do Iniciado. 

Segundo a Escola Oculta, os três golpes conferem três diferentes modalidades de energia, correspondentes aos três aspectos da trindade divina: o primeiro toque confere fortaleza ao cérebro, o segundo amor ao coração e o terceiro habilidade executiva ao braço direito. 

Jules Boucher in A Simbólica Maçônica completa afirmando que a Espada Flamejante deve ser sempre empunhada com a mão esquerda (lado passivo) e o malhete com a mão direita (lado ativo), significando que a Iniciação transmitida é ativa, isto é, relacionada à própria vontade do neófito.


Excerto do livro *O que um Aprendiz Maçom deve saber* do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

PALESTRA NA PAEL- GOB RJ EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO MAÇOM

    








    A convite do Presidente da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa do GOB-RI, irmão Paulo Vicente de Carvalho, realizei palestra virtual em comemoração ao Dia do Maçom, no sábado dia 19/8, as 9h00, sobre o tema "A verdadeira caridade". 

    A palestra foi bastante elogiada, especialmente porque foi apresentada de maneira a não só racionalizar as atitudes que devem ser tomadas pelas Lojas e pelos irmãos, mas tocou o coração dos homens bem formados, que tem na Beneficência um dos mais importantes objetivos na existência.

    Em agradecimento à palestra, e para minha honra, a PAEL-GOB RJ me honrou com a comenda que tenho o prazer de exibir nesta postagem.






 

agosto 18, 2023

FÉ NÃO É RELIGIÃO! - João Líbero

 

Fé não significa religião! Tenho uma irmã ateia, que tem fé em uma energia cósmica, um amigo que tem fé na natureza, outro tem fé na ciência...

Você vê a lua. O que prova que está vendo a lua? A fé que tem em seus olhos prova que você está vendo a lua. 

Estudos sinalizam que a fé pode, sim, ajudar a superar doenças. Resultados que mostram diminuição de diversas doenças é algo tão inexplicável que acaba classificado como milagre,  fazem com que a eficácia da crença em algum poder superior seja aceita com mais facilidade

A fé, como o sentimento que faz a mediação entre Deus e as pessoas, ainda não é totalmente compreendida pela ciência, mas é um mecanismo constatado diariamente pelos médicos nos hospitais. Pacientes com câncer não perdem somente a saúde. A autoestima, autonomia, integridade e inúmeras qualidades pessoais e sociais são abaladas. Mesmo aqueles que não têm religião passam a sentir necessidade de ter fé em alguém ou alguma coisa, mesmo abstrata, porque sabem que a fé pode dar poder ao corpo e à alma.

O pneumologista Blancard Torres, titular do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e autor do livro Doença, fé e esperança, não tem dúvidas: o paciente que tem fé incorpora em si a certeza da recuperação, aumentando a imunidade e as chances de resposta positiva ao tratamento

O psiquiatra Harold Koenig, diretor do Centro de Estudo da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, aponta que aqueles que se valem da fé, independentemente de seguir alguma religião, enfrentam os fatores físicos e emocionais de qualquer doença com mais sabedoria. A fé é um fenômeno que libera defesas naturais do organismo, prepara o corpo e a alma a lidarem melhor com a dor e os percalços do tratamento. Seja qual for a forma de manifestação dessa confiança absoluta, ela impede a pessoa de se entregar ao problema, motivando a busca da cura.

Na mitologia indu, Krishna cita essa frase: 

“shraddhavan labhate jñanam – aquele que tem fé ganha conhecimento.”

TER FÉ É ACREDITAR NAQUILO QUE VOCÊ NÃO VÊ, A RECOMPENSA POR ESSA FÉ É VER AQUILO EM QUE VOCÊ ACREDITA

FÉ NÃO É RELIGIÃO!


agosto 17, 2023

O FORMATO DO TEMPLO


 

A forma do Templo Maçônico (extraído e adaptado em tradução livre da “Enciclopédia” – Albert G. Mackey) é dito ser um paralelogramo – tendo seu maior comprimento na direção Leste-Oeste – sua largura do Norte para o Sul.

Um quadrado, um círculo, um triangulo ou qualquer outra forma que não seja um paralelogramo, é maçonicamente incorreto, pois esse formato deve ser a expressão da idéia maçônica que foi intencionadamente convencionada.

Na era Salomônica – que foi a época da construção do primeiro Templo de Jerusalém – o “mundo”, e isto deve ser lembrado, era suposto ter a forma oblonga, a qual foi então simbolizada.

Se, por exemplo, no mapa-mundi atual nós traçarmos uma figura oblonga, com as linhas que a formam, circunscrevendo e incluindo aquela porção que era conhecida e habitada nos dias de Salomão, veremos que essas linhas englobam, o parte da Ásia (Asia Menor) e , indo para oeste, o início do Mar Mediterrâneo. No Norte, abrange a Europa e no Sul, a parte superior da África.

Os Pilares de Hércules, a oeste, um de cada lado no Estreito de Gilbraltar, podem apropriadamente, serem referenciados aos dois Pilares, “B” e “J” que existem nos Templos Maçônicos.

Esse paralelogramo formado tem, aproximadamente, um comprimento três vezes maior que a largura, regra que deve ser mantida, sempre que possível, na construção de um Templo Maçônico.

Desse modo, repetindo, o Templo Maçônico é simbolicamente a representação do Mundo. Como, numa maneira usual de falar, o Mundo é sinônimo do Universo, o Templo se torna uma representação do Universo, nas suas três dimensões.

Fonte: pilulasmaconicas.