outubro 30, 2025

A CABALÁ LURIANICA


 

O Rabbi Jacob Zemah (c. 1578-1667) foi uma figura central na preservação e disseminação dos escritos de Hayyim Vital, o principal discípulo de Isaac Luria, responsável pela Cabalá Luriânica. Ex-cristão-novo português, Zemah investiu suas últimas economias para adquirir tratados "piratas" de Vital, copiados secretamente. Estabeleceu um modelo de negócios em Safed, permitindo que outros copiassem seus manuscritos, que ele meticulosamente revisava e anotava. Seu trabalho editorial rigoroso foi fundamental para a preservação dos escritos luriânicos e sua disseminação posterior.

Durante seu tempo em Damasco e Jerusalém, Zemah aprofundou seus estudos e encontrou manuscritos originais de Vital, que haviam sido enterrados e estavam em péssimo estado. Ele dedicou-se à restauração e cópia desses textos, operando uma verdadeira "oficina de restauração". A partir desse trabalho, surgiram novas obras de Vital que anteriormente estavam perdidas. Sua abordagem foi conservadora e focada em preservar a autenticidade dos textos, incluindo diagramas e representações visuais essenciais para a compreensão da Cabalá Luriânica.

O legado de Zemah é notável, especialmente em relação ao uso de ilanot (diagramas cabalísticos) para ilustrar a cosmogonia e as relações divinas na Cabalá. Ele não apenas copiou os diagramas de Vital, mas também criou seus próprios, contribuindo de maneira pioneira para o campo. Embora seu trabalho tenha sido eclipsado pela edição mais sistemática e prática de seu aluno, Meir Poppers, a importância de Zemah como preservador e inovador na história da Cabalá Luriânica é indiscutível.

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SUBSTANTIVO OU ADJETIVO? - Heitor Rodrigues Freire





O que é mais importante, o substantivo ou o adjetivo?

Substantivo é o que é. Adjetivo é o que parece. Substantivo vem de substância.

Em filosofia, a distinção entre substantivos e adjetivos está ligada à forma como categorizamos a realidade, com os substantivos geralmente representando substâncias ou entidades, e os adjetivos, suas propriedades ou qualidades. Essa distinção levanta importantes questões sobre a natureza do ser e como descrevemos o mundo. 

 A filosofia aristotélica, por exemplo, via os substantivos como denotando entidades que pertencem à categoria ontológica de "substância" – aquilo que existe por si mesmo.

Do ponto de vista filosófico, a distinção entre substantivo e adjetivo vai além da gramática, relacionando-se com a metafísica e a teoria do conhecimento. Enquanto a gramática se concentra na função da palavra na frase, a filosofia busca entender a natureza da realidade subjacente a essa distinção. 

O substantivo representa a "substância", aquilo que existe por si mesmo, independentemente das suas qualidades. A ideia de substância se refere à essência de uma coisa, o que faz com que ela seja o que é. Para Aristóteles, por exemplo, a substância é a essência primária da realidade.

Na filosofia (metafísica), o adjetivo representa o "acidente" ou "atributo", uma qualidade ou característica que não existe por si só, mas que pertence a uma substância. Um adjetivo só tem sentido em relação a um substantivo; uma qualidade precisa de um portador para existir.

Em suma, filosoficamente, o substantivo lida com a essência e a existência, enquanto o adjetivo trata das qualidades e dos atributos que a tornam como é. A filosofia da linguagem e a metafísica analisam a profundidade dessa relação para entender a estrutura da realidade.

O substantivo é uma das classes gramaticais mais importantes da língua portuguesa. Ele tem a função de nomear os seres, lugares, sentimentos, objetos, qualidades, fenômenos da natureza e muitas outras coisas. Em outras palavras, o substantivo é aquilo que dá nome ao mundo ao nosso redor.

Por exemplo: cachorro, escola, alegria, chuva, amor e carro são todos substantivos, pois nomeiam coisas, pessoas, animais ou sensações.

Quando pensamos em o que é substantivo e adjetivo, é essencial compreender o papel do substantivo como o “núcleo” da ideia. Ele é o ponto de partida, e os outros elementos da frase giram em torno dele. O adjetivo, por sua vez, vai se encaixar para dar mais informações sobre esse substantivo.

O adjetivo é a classe de palavras responsável por caracterizar os substantivos. Ele descreve ou qualifica o nome, dando a ele qualidades, estados ou características. Assim, se o substantivo é o “quê”, o adjetivo é o “como”.

A relação entre substantivo e adjetivo é de dependência e complementaridade. O adjetivo depende do substantivo para existir em uma frase, pois sua função é qualificá-lo. Sem um substantivo, o adjetivo perde seu sentido dentro da estrutura linguística.

Por outro lado, o substantivo não depende necessariamente do adjetivo.

Adam Zagajewski, poeta, ensaísta e romancista polonês, faz uma apaixonada defesa do adjetivo em seu artigo “Em defesa dos adjetivos” publicado na revista piauí_52, do qual extraí o trecho final:

“Vida longa ao adjetivo! Pequeno ou grande, esquecido ou corrente. Precisamos de você, esbelto e maleável adjetivo que repousa delicadamente sobre coisas e pessoas e cuida para que elas não percam o gosto revigorante da individualidade. Cidades e ruas sombrias se banham de um sol pálido e cruel. Nuvens cor de asa de pombo, nuvens negras, nuvens enormes e cheias de fúria, o que seria de vocês sem a retaguarda dos voláteis adjetivos?

A ética também não sobreviveria um dia sem adjetivos. Bom, mau, sagaz, generoso, vingativo, apaixonado, nobre – essas palavras cintilam como guilhotinas afiadas.

 E também não existiriam as lembranças não fosse pelo adjetivo. A memória é feita de adjetivos. Uma rua comprida, um dia abrasador de agosto, o portão rangente que dá para um jardim e ali, em meio aos pés de groselha cobertos pelo pó do verão, os teus dedos despachados… (tudo bem, teus é pronome possessivo)”

Em suma, um vive em função do outro. Sem substantivo, o adjetivo não tem o que definir. Já o adjetivo sem o substantivo não tem o que qualificar. O substantivo é o ponto, o adjetivo, a vírgula.

São duas faces da mesma moeda.

outubro 29, 2025

DIA NACIONAL DO LIVRO - Bruno Bezerra de Macedo

Como Grande Bibliotecário da GLESP e Presidente da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras tenho o prazer de compartilhar este belo texto do Confrade Bruno Bezerra de Macedo da Academia Internacional de Maçons Imortais, que é afilhada de nossa Academia. Celebrado em 29 de outubro, o Dia Nacional do Livro marca o aniversário da Biblioteca Nacional, fundada em 1810, quando o acervo da Real Biblioteca Portuguesa foi transferido para o Rio de Janeiro



O livro é formidável, pois, além de despertar admiração, é excelente e/ou imenso em sua qualidade e impacto. Sem um título específico, a resposta pode apresentar exemplos de livros notáveis e altamente elogiados que se encaixam nessa descrição. O livro é graça do escritor, já que, como um artista molda uma escultura, "cria" o livro, que impacta efusivamente na formação do homem e do mundo.   

A escrita de um livro é uma forma de registrar e compartilhar o que o escritor sabe, sente e/ou pensa, permitindo que essas ideias sejam acessadas por muito tempo após a sua criação. Diferente de outras formas de expressão que se perdem com o tempo, o livro confere uma forma de imortalidade ao escritor.

Homens que viveram há milênios ainda são lembrados e lidos hoje por causa de seus livros. A longevidade da obra literária permite que a influência de um escritor se estenda por gerações, moldando a cultura, a sociedade e a forma de pensar de inúmeras pessoas. Cada palavra é um tijolo na construção do porvir melhor para todos.

A escrita se torna um registro permanente do pensamento do autor, capaz de influenciar e inspirar leitores muito depois de sua morte, é o legado mais concreto de um escritor. Mesmo que suas outras realizações sejam esquecidas, seus livros continuam a ser lidos, estudados e discutidos, mantendo sua contribuição para a cultura vivos.

O livro homônimo de Milan Kundera explora justamente essa ideia de como figuras históricas e literárias buscam a imortalidade e o que as pessoas fazem com suas vidas diante da finitude. Ele aborda o receio de desaparecer sem deixar uma marca no mundo, ao passo, que aponta para o exemplo como edificador de legados.

O livro atua como um construtor social ao influenciar, moldar e refletir a sociedade em que está inserido. Ele não é apenas um repositório de histórias e informações, mas uma ferramenta poderosa que impacta a cultura, a identidade nacional, o pensamento crítico e a própria percepção da realidade.

No Brasil, por exemplo, a literatura é fundamental para a construção da identidade nacional, ao passo que dá voz a grupos diversos, amplia a empatia e quebra barreiras e desigualdades. Ao expor leitores a diferentes realidades e perspectivas, ela ajuda a construir uma sociedade mais consciente e igualitária.

O livro, além de muito mais, é um instrumento poderoso para a inventividade, atuando como um catalisador da criatividade e da inovação humana. Ele não apenas preserva o conhecimento e a cultura, mas também oferece ferramentas e estímulos para que o leitor construa novas ideias e soluções.

A exposição a novas palavras e construções textuais melhora a comunicação e o vocabulário, o que é fundamental para expressar ideias de forma clara e elaborada. Além disso, a leitura de diferentes pontos de vista estimula o pensamento crítico, ensinando o leitor a questionar e analisar a informação, e não apenas aceitá-la passivamente.

Livros sobre criatividade, como Regras da criatividade, e estudos de casos, como em Como o Peixe de Papel Aprendeu a Nadar, explicam e exemplificam como transformar a imaginação em soluções únicas. A inventividade é, em grande parte, a capacidade de dar sentido ao mundo e reinventá-lo.

Mário Quintana dizia que "Os livros não mudam o Mundo, quem muda o Mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas". Essa transformação interna, alimentada pela leitura, é o que impulsiona a inventividade humana para gerar novos projetos, negócios e inovações que, de fato, transformam o mundo. 

Em um sentido mais amplo, os livros em geral contribuem para a reinvenção das pessoas através do estímulo do raciocínio, da imaginação, da criatividade, o que por sua vez pode levar à reinvenção do mundo. Os livros abrem novas perspectivas e emoções, inspirando mudanças individuais que se estendem para a coletividade. 

Dizer que a Terra do futuro não é uma herança, mas sim, uma criação humana reforça a ideia de que a sustentabilidade não é um problema de um único indivíduo, mas uma questão coletiva. Cada pequena decisão, somada, contribui para a construção do futuro, que se ergue da sinergia conhecimentos veiculados pelo livro.

Por tudo o que livro representa, move e erige, os “homens de letras” desempenham um papel fundamental no desenvolvimento cultural, social e econômico, ajudando a moldar o pensamento e a consciência da sociedade, atuando como agentes de transformação para uma sociedade mais justa e equitativa.  

Aos "homens de letras" compete abrir caminhos para novas perspectivas e soluções inovadoras, contribuindo para um futuro mais promissor, reunidos em Egrégios Silogeus como esta Academia Internacional de Maçons Imortais - aimi, não apenas reproduzindo o conhecimento, mas sim, questionando e desafiando o status quo in voga, inaugurando a felicidade e o progresso da humanidade, a partir do livro que instrui o homem.

ARLS ARNALDO ALEXANDRE PEREIRA 636 - São Paulo



 

     Na noite desta terça feira visitei a ARLS Arnaldo Alexandre Pereira n. 636, cujo nome homenageia um herói da FAB, um aviador que esteve perdido na floresta amazônica durante 6 dias e saiu com vida e também um notável maçom, que foi um dos fundadores do Lar da Criança Feliz em Taboão da Serra.  Fui gentilmente recebido pelos irmãos e pelo Venerável Mestre Danilo Santana da Silva e pelo Delegado do GM, irmão Geraldo Nogueira Teixeira, que aparecem na foto.

     Pude observar o notável trabalho de beneficência realizado pela Loja e especialmente pelas cunhadas, em prol da instituição CAOA - Centro de Apoio a Criança com Câncer Osvaldo Ardito, que funciona no bairro de Jaguaré, na capital. Além da aquisição de ventiladores a Loja se propôs a reformar e equipar a cozinha da instituição que atende crianças e familiares vindas de todo o país, durante o tratamento. A Loja também patrocina um capítulo DeMolay, o que assegura a continuidade da maçonaria.

     Em nome do Sereníssimo Grão Mestre Jorge Anysio Haddad fiz a entrega de uma medalha comemorativa da história da GLESP, que em breve comemora cem anos de serviço a sociedade e ao Estado de São Paulo.

    

LANDMARKS – O QUE SÃO E QUAIS SÃO? - Almir Sant’Anna Cruz


Muito se fala de Landmark e muitos não sabem o que são e quais são. Para alguns tudo é Landmark e para outros os Landmarks são somente os compilados por Mackey, um grande autor maçônico americano.

Ainda há aqueles que usam a palavra Landmark como uma espécie de “BomBril de 1001 utilidades” para encobrir seu desconhecimento sobre o tema que se está tratando e que não se coaduna com o seu pensamento. Então, estufam o peito e com ar professoral encerram o assunto com um “Isso é Landmark”.

A palavra inglesa Landmark é composta de land (solo, terra, território, povo, nação, país) e mark (marco, sinal, limite, indicação, testemunho).

A primeira menção da palavra Landmarks na Maçonaria é encontrada no artigo 39 dos Regulamentos Gerais de Payne, de 1721: Provided always that the old Landmarks be carefully preserved (Contanto que sejam cuidadosamente preservados os antigos marcos de limite).

O termo foi inspirado no Antigo Testamento, onde consta com o significado de limite ou marco sagrado e inviolável, que dividia as terras de diferentes proprietários: 

- Deuteronômio (19:14): Não mudes o marco do teu próximo, que colocaram os antigos na tua herança que possuíres na terra, que te dá o Senhor teu Deus para o possuíres. 

- Provérbios (22:28): Não removas os limites antigos que fizeram teus pais.

- Provérbios (23:10): Não removas os limites antigos nem entres nas herdades dos órfãos.

- Jó (24:2): Até os limites removem; roubam os rebanhos e os apascentam.

Na Maçonaria, o termo designa os usos, práticas e tradições, que se consideram como sendo seus princípios fundamentais. São os antigos e universais costumes da Ordem, os quais paulatinamente ficaram estabelecidos como regras. Os Landmarks constituem a Lei Tradicional, a Lei não escrita.

Os Landmarks delimitam e definem o que é e o que não é Maçonaria, ou seja, o que estiver dentro deles é Maçonaria regular e o que estiver fora ou não é Maçonaria ou é Maçonaria espúria.

Para que uma regra ou norma seja considerada como Landmark, precisa reunir em si as seguintes características:

(1) Existirem desde tempos imemoriais, sob a forma de usos e costumes ou de leis escritas;

(2) Serem inalteráveis;

(3) Serem irrevogáveis;

(4) Não podem ser infringidos; e

(5) Não podem sofrer acréscimos.

Não só Mackey, mas diversos outros eminentes autores Maçônicos fizeram suas compilações dos Landmarks e cada um apresentou a sua versão, não havendo um consenso geral sobre o assunto. 

Outros grandes autores Maçônicos, embora não tenham se preocupado em compilar suas versões dos Landmarks, os criticam. Como exemplo podemos citar:

O suíço radicado na França Oswald Wirth (1860-1941) in Qui est Régulier: 

Os landmarks são invenções modernas e seus partidários jamais conseguiram obter um consenso para fixá-los. 

“Isso não impede que os anglo-saxões proclamem sagrados esses limites essencialmente flutuantes, que ajustam de acordo com seus interesses. 

“Cada Grande Loja fixa-os de acordo com seu modo de compreender a Maçonaria; a Maçonaria é compreendida de modos muito diferentes, razão das definições contraditórias e destrutivas da unidade dentro de uma instituição que visa à concórdia universal.

O francês Jules Boucher (1902-1955) in A Simbólica Maçônica: 

“Na Maçonaria francesa, a ‘Liberdade de Pensamento’ é um ‘landmark’ fundamental e, paradoxalmente, este ‘landmark’ não tem limites!

O francês Alec Mellor (1907-?) in Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons: 

“Mackey, Maçonólogo americano cuja grande Encyclopaedia of Freemasonry, publicada em 1874 (...) é considerada uma das melhores obras sobre o assunto, a despeito de uma lista de Landmarks discutível.

As menores compilações, de autoria de Alexandre Bacon e de Chetwood Crawley, apresentam apenas três Landmarks. 

Albert Pike (1809-1891), que foi Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito da Jurisdição Sul dos Estados Unidos compilou cinco.

(1) A necessidade dos Maçons reunirem-se em Lojas;

(2) O governo de cada Loja por um Venerável Mestre e dois Vigilantes;

(3) A crença no Grande Arquiteto do Universo e em uma vida futura;

(4) A cobertura dos trabalhos da Loja;

(5) A proibição da divulgação dos segredos da Maçonaria, o sigilo Maçônico.

Joseph. Findel (1822-1877) alemão autor de inúmeras obras maçônicas, entre as quais a notável História da Franco-Maçonaria, relacionou nove:

(1) A obrigação de todos os Maçons professarem a religião universal com que todos os homens de bem concordam;

(2) A igualdade de todos os Maçons, sem distinção de raça, cor, nacionalidade, credo religioso ou político;

(3) O direto de todo Maçom visitar outras Lojas;

(4) A necessidade dos candidatos à iniciação serem homens livres e de bons costumes, ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de idade;

(5) A igualdade de todos os Maçons em Loja;

(6) A obrigatoriedade de se solucionar todas as divergências entre os Maçons dentro da Fraternidade;

(7) A proibição de se tratar dentro da Ordem assuntos de religião e política;

(8) A não revelação dos segredos ritualísticos e os conhecimentos obtidos na iniciação;

(9) O direito dos Maçons de colaborar na legislação maçônica e o de votar e de ser representado no Alto Corpo.

O grande jurista norte-americano Roscoe Pound (1870-1964) autor da conceituada Jurisprudência Maçônica, também fixou os Landmarks em nove:

(1) A crença em Deus;

(2) A crença na imortalidade da alma;

(3) A necessidade de um Livro da Lei entre os equipamentos da Loja;

(4) A lenda do terceiro grau;

(5) O segredo;

(6) O simbolismo da arte da construção;

(7) A necessidade de o Maçom ser homem livre e de idade viril;

(8) O governo da Loja pelo Venerável e dois Vigilantes;

(9) O direito de visitação.

O Grande Oriente do Brasil, embora não use o termo Landmark, substituindo-o por “Postulados Universais da Instituição Maçônica” relaciona nove no Art. 2º. de sua Constituição: 

(1) A existência de um princípio criador: o Grande Arquiteto do Universo;

(2) O sigilo;

(3) O simbolismo da maçonaria Operativa;

(4) A divisão da maçonaria Simbólica em três graus;

(5) A lenda do Terceiro Grau e sua incorporação aos Rituais;

(6) A exclusiva iniciação de homens;

(7) A proibição de discussão ou controvérsia sobre matéria político-partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome;

(8) A manutenção das Três Grandes Luzes da Maçonaria: o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso sempre à vista, em todas as sessões das Lojas e Corpos; 

(9) O uso do avental.

A mais extensa das compilações dos Landmarks é a de H. G. Grant, elaborada em 1889 e adotada pela Grande Loja do Kentucky, com 52. 

Existem inúmeras outras compilações dos Landmarks, com cada autor apresentando a sua versão.

A compilação mais conhecida e considerada no Brasil, embora não seja unânime em seu país natal, é a do Dr. Albert G. Mackey (1807-1871), Maçom norte-americano autor da grande Encyclopaedia of Freemasonry, tida como uma das melhores e mais completas sobre a Maçonaria. 

Aqui apresentaremos sua compilação, com tradução livre do original, que geralmente é apresentada na literatura maçônica nacional de forma sintética e sem levar em consideração as explicações do autor dos motivos que o levou a considerar seus 25 itens como sendo Landmarks.

(1) De todos os Landmarks, o mais legítimo e universalmente admitido é o método ou processo de reconhecimento, que não admite variação.

(2) A divisão da Maçonaria em três graus é um Landmark que se tem conservado melhor que nenhum outro. Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reivindicou este Landmark, reafirmando que a Antiga Ordem Maçônica consistia nos três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom, incluindo o Arco Real.

(3) A lenda do terceiro grau é um importante Landmark, cuja integridade tem sido respeitada, pois não há Rito maçônico praticado em qualquer país ou língua em que não se ensinem os elementos essenciais dessa lenda. Poderão, variar as palavras e com efeito variam constantemente, mas a lenda permanece substancialmente a mesma.

(4) O governo da Ordem por um Presidente chamado Grão-Mestre, eleito por toda a Fraternidade, é outro Landmark da Maçonaria. A alguns parece que a eleição do Grão-Mestre dimana de uma Lei decretada pela Grande Loja da Inglaterra, porém isso não procede, uma vez que o cargo presidencial é um Landmark da Maçonaria, se considerarmos que já encontramos o título e o cargo de Grão-Mestre em documentos anteriores à fundação da Grande Loja da Inglaterra.

(5) Outro Landkark da Maçonaria é a prerrogativa do Grão-Mestre de presidir toda reunião maçônica onde e quando se realize. Em conseqüência dessa Lei, o Grão-Mestre ocupa a presidência, chamada na Inglaterra de “trono”, em todas as sessões da Grande Loja; também as reuniões das Lojas de sua Obediência quando presente nelas.

(6) Outro importante Landmark da Maçonaria é a prerrogativa do Grão-Mestre de outorgar a dispensa para a concessão de graus. A lei estatutária da Maçonaria requer o tempo de um mês ou de outro determinado período entre a proposta do interessado e sua recepção. Mas é privilégio do Grão-Mestre a dispensa do tempo e prova e ordenar que o candidato se inicie imediatamente.

(7) Este Landmark consiste na prerrogativa do Grão-Mestre de conceder permissão para fundar e manter Lojas, com o direito de conferir os três graus, reunindo um número suficiente de Mestres Maçons. As Lojas assim constituídas se chamam “Lojas Licenciadas” e são estritamente da iniciativa do Grão-Mestre, por cuja autoridade se criam e somente subsistem a seu talante, podendo ser dissolvidas a qualquer momento. Sua existência pode ser de um dia, um mês ou de um ano, mas qualquer que seja sua duração devem sua existência unicamente ao Grão-Mestre.

(8) A prerrogativa do Grão-Mestre de “fazer Maçons à vista” ou criar Maçons, é um Landmark inteiramente relacionado com o anterior. Não se deve entender que o Grão-Mestre possa retirar-se com um profano a um aposento privado e iniciá-lo ali, sem a ajuda de ninguém. Não possui tal prerrogativa; e sem dúvida a muitos se afigura ser este o significado da expressão: “fazer Maçons à vista”. O verdadeiro e único modo de exercer este privilégio, consiste em que o Grão-Mestre convoca não menos de seis Mestres, reúne-se em Loja, e sem prova prévia e tão somente com o candidato à vista, confere o grau ou os graus e em seguida dissolve a Loja e despede os Irmãos. E as Lojas assim formadas se chamam “Lojas de Emergência”.

 (9) Outro Landmark é a necessidade de os Maçons se congregarem em Lojas. Isto não significa que o Landmark prescreva a permanente organização e Lojas subordinadas, que é uma das características atuais da Maçonaria. O que prescreve o Landmark é que todos os Maçons se reúnam periodicamente, e chama de Lojas a essas reuniões, que em outros tempos eram circunstanciais e se dissolviam, uma vez cumprido o objetivo da corporação, separando-se os Irmãos para voltar a se reunirem quando o exigissem as circunstâncias.

(10) É, também, um Landmark da Maçonaria o governo da Loja, presidida por um Venerável e dois Vigilantes. Para demonstrar a influência desta antiga lei, observemos de passagem, que não se pode reconhecer como Loja a reunião de Maçons com presidente e vice-presidentes. A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial para a validade da organização de uma Loja, como garantia duma Constituição o é atualmente.

(11) A necessidade de cada Loja ao reunir-se estar devidamente a coberto, é um Landmark importante, o qual nunca se deve esquecer. A necessidade desta lei deriva do caráter esotérico da Maçonaria. Como Instituição Secreta, suas portas devem estar guardadas da intromissão de profanos, pelo Guarda do Templo, e esta lei deve estar em vigor, desde a origem da Maçonaria.

(12) O direito representativo de cada Irmão nas Assembléias Gerais da Ordem é outro Landmark. Antes, estas reuniões eram feitas uma vez por ano e se chamavam Assembléias Gerais, a que assistiam todos os Maçons, inclusive os Aprendizes. Modernamente nas Assembléias Gerais a representação é feita através de Delegados eleitos e nas Grandes Lojas pelos Veneráveis e Vigilantes.

(13) É direito de todo Maçom apelar ou recorrer à Grande Loja de qualquer decisão dos Irmãos reunidos em Loja. É um Landmark sumamente essencial para a manutenção da justiça e impedir a opressão.

(14) O direito de todo Maçom de visitar e ocupar seu devido lugar em qualquer Loja é um inquestionável Landmark da Ordem. Chama-se o “Direito de Visita”, reconhecido sempre como inerente direito que cada Maçom pode exercer, pois as Lojas são consideradas como divisões convencionais da família universal maçônica.

(15) Nenhum Maçom visitante pode entrar numa Loja sem ser devidamente examinado, segundo a tradição, a menos que o conheça pessoalmente algum membro da Loja, o qual responda pelo visitante.

(16) Nenhuma Loja pode intrometer-se no assunto interno de outra Loja, nem conferir graus a membros de outra Loja. Indubitavelmente é um Landmark muito antigo, fundamentado no capital princípio da cortesia e benevolência fraternal, inalienável em nossa Instituição.

(17) Todo Maçom está sujeito ás leis e regulamentos da jurisdição em que reside, ainda que não seja membro de alguma Loja. O estado de inativo, que de per si já é uma ofensa à Maçonaria, não exime o Maçom da obediência às leis jurisdicionais.

(18) Este Landmark exige do candidato à Iniciação certas formalidades: que seja homem de boa origem, sem defeitos físicos nem mutilação corporal. Uma mulher, um aleijado ou um nascido em escravidão, não estão qualificados para ingressar na Maçonaria.

(19) A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. Sempre se considerou essencial que a negação dessa crença é impedimento absoluto e insuperável para a Iniciação.

(20) Subsidiária desta crença em Deus, como Landmark da Ordem, é a crença na imortalidade da alma humana e na vida futura. O ritual não assinala tão explicitamente esta crença como a crença em Deus; mas está implícita em todo o simbolismo maçônico.

(21) Também é um Landmark um “Livro da Lei”, parte indispensável das alfaias de uma Loja. Digo “Livro da Lei” propositadamente, porque não é exigível que em todas as partes seja a Bíblia. Entende-se por “Livro da Lei” aquele volume que, segundo a religião do país, crê-se que contenha a vontade revelada do Grande Arquiteto do Universo. Resultando daí que as Lojas dos países cristãos usem a Bíblia, e num país cuja religião dominante fosse o judaísmo bastaria o Velho Testa-mento e nos países maometanos o Alcorão.

(22) A igualdade de todos os Maçons em Loja, é outro Landmark da Maçonaria, ainda que esta igualdade não subverta as categorias instruídas pelos usos e costumes da Ordem. Um rei, um nobre, um cavaleiro recebe o mesmo respeito que merece, na sua elevada posição social; mas a doutrina da igualdade maçônica nos induz a reunirmo-nos na Loja, como filhos de um mesmo Pai comum, sobre o nível que nos encaminha à meta predestinada, que na Loja merece mais respeito que as grandes riquezas materiais, pois a virtude e o conhecimento são a base das honras maçônicas e receberão recompensa preferencial. Quando, encerrados os trabalhos da Loja, saem os Irmãos de seu aprazível retiro para misturar-se mais uma vez no mundo profano, cada um reassume sua posição social e goza dos privilégios da categoria assinalada pelos costumes sociais.

(23) O segredo da Instituição é outro Landmark importante, e consiste na conservação secreta dos conhecimentos havidos pela Iniciação. A Maçonaria não é sociedade secreta no conceito lógico, estrito, daquelas associações cujos propósitos são resguardados rigorosamente do conhecimento público e cujos membros são desconhecidos, que trabalham nas trevas, maldosamente, e cujas operações se ocultam à vista pública. Ela é secreta, como uma Sociedade que possui certa soma de conhecimentos peculiares, um método de se reconhecerem seus membros e vários ensinamentos, que só se comunicam aos que tenham passado por uma forma estabelecida de Iniciação esotérica. Durante séculos assim existiu e existirá a Maçonaria como secreta, pois se fosse sociedade pública não duraria muitos anos.

(24) Outro Landmark da Ordem é o estabelecimento de uma ciência especulativa sobre uma arte operativa, e o uso simbólico e explicação dos termos dessa Arte, com o propósito de ensinamento moral. O Templo de Salomão foi o berço da Ordem, portanto a referência à construção do magnífico edifício, aos materiais e ferramentas nele empregados e aos artistas que intervieram na obra, são partes indispensáveis do corpo da Franco-Maçonaria.

(25) O último Landmark, coroa de todo eles, é a inalterabilidade dos Landmarks anteriores. Não se lhes pode nada acrescentar ou subtrair, nem os modificar. Tal como os recebemos de nossos antecessores somos solenemente obrigados a transmiti-los a nossos sucessores.“Nolumus leges mutari” (Não queremos que as leis sejam mudadas)..

Todas essas compilações dos Landmarks são visões particulares de seus autores e nenhuma é considerada oficial, a não ser a que consta na Constituição do Grande Oriente do Brasil para as Lojas, Corpos e Maçons federados àquela Potência Maçônica.

Muitas listam Landmarks que na verdade não são Landmarks, pois não existem desde “tempos imemoriais” e sim Rules, Regras, pois a maioria apresentam práticas introduzidas a posteriori, como o grau de Mestre e a lenda do grau 3, entre outras. 

Por outro lado, algumas práticas antigas e importantes deixaram de ser listadas (a Loja de Mesa, por exemplo, e o uso do Avental, que somente o Grande Oriente do Brasil lembrou de incluir) e, como Regras, outras requerem uma revisão em função de novos usos e costumes. 

Então, este autor, como livre-pensador, sem a pretensão de considerá-las como inteiramente corretas, completas ou definitivas, apresenta sua versão dos Landmarks, na verdade Rules, as Regras consagradas e comuns aos Ritos Maçônicos:

(01) A Cerimônia de Lançamento e Consagração da Pedra de Fundação, colocada a nordeste, quando da construção de um novo Templo;

(02) A Cerimônia de Sagração de Templo, antes de ser utilizado para as reuniões Maçônicas;

(03) A Cerimônia de Consagração do Estandarte da Loja;

(04) A Cerimônia de Loja de Mesa ou Banquete Maçônico;

(05) A Cerimônia de Pompas Fúnebres para honrar a memória de um Maçom que passou para o Oriente Éterno;

(06) A Cerimônia de Adoção de Lowtons;

(07) A Cerimônia de Consagração Matrimonial;

(08) A Cerimônia de Instalação de Veneráveis;

(09) As Cerimônias de Iniciação de Aprendizes, Companheiros e Mestres;

(10) A divisão da Maçonaria em três graus;

(11) Os meios de reconhecimento;

(12) O segredo sobre os meios de reconhecimento, sobre tudo o que ocorrer em uma sessão e os confiados por um Irmão;

(13) A lenda do grau 3;

(14) A necessidade dos candidatos a Iniciação serem do sexo masculino, maiores de idade, isentos de defeitos, mutilações e limitações que os impeçam da prática Maçônica, possuam bons costumes e tenham cultura geral e liberdade de pensamento;

(15) A necessidade das Lojas funcionarem em edifícios próprios para a ritualística Maçônica;

(16) A necessidade das Lojas trabalharem a coberto, cuidando para que nada se possa ver ou ouvir de fora do Templo;

(17) A necessidade dos Maçons se congregarem em Lojas;

(18) A necessidade de uma Loja só poder se reunir ritualisticamente com a presença de sete Maçons;

(19) A necessidade das Lojas se subordinarem a uma Potência Maçônica;

(20) A necessidade de uma Potência Maçônica ser formada por pelo menos três Lojas;

(21) A necessidade das Lojas terem o seu Estandarte ou ao menos um desenho distintivo que a diferencie das demais Lojas;;

(22) O governo das Lojas por um Venerável Mestre e dois Vigilantes;

(23) A crença num Princípio Criador, o Grande Arquiteto ou Grande Geômetra do Universo;

(24) A fundamentação da Maçonaria como ciência especulativa, segundo métodos operativos;

(25) A existência entre os utensílios da Loja de um Esquadro, um Compasso e um Livro da Lei que, conforme a crença de cada um, se suponha conter as verdades;

(26) A obrigatoriedade do uso do Avental Maçônico nas sessões;

(27) A obrigatoriedade do Venerável Mestre e os Vigilantes portarem malhetes;

(28) A obrigatoriedade dos Cobridores ou Guardas do Templo portarem Espadas;

(29) A obrigatoriedade de se deixar secretamente um óbolo para as atividades beneficentes da Loja, antes de se retirar do Templo;

(30) O direto de todo Maçom visitar e tomar assento em qualquer Loja, pois todas são parte da família maçônica universal;

(31) A necessidade de ser verificada a condição de Maçom dos visitantes desconhecidos; 

(32) A necessidade de se observar entre os Maçons, os princípios da harmonia, da concórdia, do amor fraternal e da tolerância;

(33) A igualdade de todo Maçom, independentemente de nascimento, cor, nacionalidade, credo religioso ou político;

(34) A proibição de se discutir nas sessões assuntos de natureza político partidária, proselitismo religioso ou que possam ferir as suscetibilidades dos Irmãos;

(35) O direito de todo Mestre Maçom recorrer à sua Potência Maçônica contra as resoluções de sua Loja;

(36) O direito de todo Mestre Maçom colaborar na legislação maçônica, de voto e o de ser representado no Alto Corpo de sua Potência; 

(37) O direito de todo Mestre Maçom se candidatar aos cargos eletivos de sua Loja;

(38) O direito de todo Mestre Maçom se candidatar a Grão-Mestre de sua Potência Maçônica; 

(39) A não interferência de uma Loja nos assuntos internos de outra Loja, inclusive a de conferir grau a Maçom de outra Loja;

(40) O governo da fraternidade por um Grão-Mestre eleito pelo povo maçônico de sua jurisdição;

(41) A prerrogativa do Grão-Mestre de presidir todas as reuniões de Maçons em sua jurisdição; 

(42) A prerrogativa do Grão-Mestre de conceder licença para conferir graus antes do tempo regulamentar; 

(43) A prerrogativa do Grão-Mestre de autorizar a instalação e o funcionamento das Lojas;

(44) A prerrogativa do Grão-Mestre de iniciar nos graus à primeira vista, sem cumprir as formalidades e interstícios, formando para tal uma “Loja de Emergência” com mais seis Mestres Maçons, dissolvendo-a em seguida.


Do livro *O que um Mestre Maçom deve saber* do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz Interessados no livro, contatar o autor,  no whatsApp (21) 995668-1350

PALAVRAS E EXPRESSÕES EM GREGO - Benilton Cruz



“O princípio impõe nomes” (Sócrates).

Palavras e expressões em grego, com caracteres latinos, tiradas do primeiro estudo linguístico realizado na Grécia: Crátilo ou sobre a justeza dos nomes, de Platão.

“Os nomes têm justeza e não exatidão” (Platão).

theia àle, Alêtheia (verdade), movimento divino do ser;

poréuesthai (tudo o que impede ou dificulta a marcha);

aporia (dificuldade);

apolouon (purifica, limpa) ou apolúon (livra), Apolo;

ho didous ton oinon (o que dá vinho), Didoínysos, Dioniso;

theou noêsis (inteligência de deus), Atena;

Phagos hístor (senhor da luz), Hefesto;

árren (masculino) + andreios (forte) arrastos, Ares;

eirein (falar, fazer uso do discurso) - Eiremes - Hermes (o deus que inventou o discurso);

eirein – falar;

eirein – herói;

“os heróis se nos apresentem como retóricos e formuladores de perguntas” (Sócrates);

anathrôn ha ópôpe - Anthropos - o que contempla o que vê;

gonê (geração) - gynê (mulher);

physis – natureza;

échei -mantém;

physéchen - força que mantém e movimenta a natureza, alma;

sôma – corpo;

sema – sepultura;

aeidés - hades – invisível;

mnêmê (repouso da alma) – Memória;

môsthai - perquirir, pesquisa e amor da sabedoria – Musas;

ousia (ou essia ou osia) – essência;

othoun – movimento;

ónoma (nome) afirma a existência do ser (ón);

eratê - amável – Hera;

aphorós - espuma – Afrodite;

pallein - brandir – páthos;

pan - todas as coisas - Pandora (Todos os dons);

gaia – mãe;

epistêmê – ciência;

sophia - sabedoria, contato com o movimento das coisas;

gnômê – conhecimento;

synesis – entendimento;

zên (vida) + dianoia (grande inteligência dele) – Zeus;

horôsa ta anô (o que olha para cima) – Urano;

thein (correr) - theoi (deuses): “o sol, a lua, a terra, os astros e o céu movem-se perpetuamente em seu curso” (Sócrates.)



 

outubro 28, 2025

ARLS QUILOMBO DOS PALMARES 493 - São Paulo

 



Na noite de ontem, segunda feira, visitei a ARLS Quilombo dos Palmares n. 493, no bairro de Santana, bem defronte a estação do Metrô. O motivo era assistir a palestra do irmão Julio Cesar Cadamuro, meu Grande Bibliotecário Adjunto da GLESP e notável palestrante com vasta experiência em diversos temas.

Retido por problemas de trânsito o Venerável Mestre de ofício, irmão Luiz Fernando de Camargo Junior não conseguiu chegar a tempo, tendo assumido o malhete o past master André Vitor da Silva, bastante experiente, que conduziu a sessão com competência e tranquilidade.

A palestra do irmão Cadamuro, intitulada "Os 12 trabalhos de Hércules e o maçom" foi notável pela criação de analogias e metáforas entre as difíceis missões efetuadas pelo herói grego e os trabalhos desenvolvidos pelos maçons em Loja. Ao final, o irmão palestrante, além de nós presentear com sua vasta cultura, trouxe brindes a vários irmãos presentes, inclusive eu.

Por determinação do Sereníssimo Grão Mestre Jorge Anysio Haddad, em cada visita que os oficiais da Biblioteca fazem, presenteamos a Loja visitada com uma medalha comemorativa da história da GLESP, que se aproxima de seu centenário. Na foto acima vemos, da esquerda para a direita, recebendo a medalha, o irmão Adilson Conceição, Delegado Distrital do 3o Distrito da 4a Região, o palestrante Julio Cesar Cadamuro, o past GM adjunto da GLESP, irmão Joaquim Domingues, o Delegado Regional da 4a Região, irmão Sérgio Marin, o Venerável Mestre André Vitor da Silva e o irmão Michael Winetzki.

Um delicioso festival de salgados encerrou o evento.


EFEITO FLYNN REVERSO NA MAÇONARIA - Kennyo Ismail


O mundo está ficando menos inteligente. 

E isso não é uma afirmação vazia... 

Nos últimos anos, dezenas de estudos realizados nos mais diferentes países têm mostrado que, após décadas de crescimento contínuo na inteligência média da população (o chamado Efeito Flynn), os resultados começaram a despencar.

O Efeito Flynn, ou seja, o aumento contínuo da inteligência média, era explicado pela melhoria no consumo de nutrientes, mais investimentos em educação e crescente estímulo nos ambientes sociais. 

E não coincidentemente, o aumento da inteligência média sempre esteve diretamente relacionado com o aumento do hábito de leitura.  

Já essa reversão no Efeito Flynn, ou seja, o emburrecimento geral, seria consequência de mudanças nos hábitos, com crianças, adolescentes e adultos a cada dia com mais horas diárias frente a uma tela (televisão, celular, computador, tablet), consumindo informação audiovisual em vez de leitura.

E por que a leitura estaria relacionada com a inteligência? 

Quando se lê, exige-se um esforço cognitivo maior para se compreender e imaginar do que o consumo audiovisual, que praticamente não exige esforço algum. 

É por isso que, para alguns, ler “dá sono”, mas maratonar uma série na TV, não. 

Ainda, a leitura gera um aumento de vocabulário, que também está diretamente relacionado à inteligência. 

Nós, humanos, somos seres sociais, com uma existência baseada em relações interpessoais, partindo da família, até a sociedade em geral. 

E toda interação é quase em sua totalidade feita por meio das palavras. 

Assim, quanto mais palavras você sabe, mais coisas (e mais complexas) aprende e compreende, e melhor se comunica. 

Com isso, tem-se uma evolução das ideias, teorias e, consequentemente, das ciências.

Se esse ritmo de queda na inteligência média continuar, acredita-se que a próxima geração de adultos ficará na média considerada “baixa inteligência” e que chamamos popularmente de “lesados”. 

No caso do Brasil, que tem em torno de 30% da população analfabeta funcional e enfrenta gradativa redução nos investimentos em educação, as consequências poderão ser desastrosas e permanentes.  

Ainda mais, considerando a quantidade de livrarias que fecham suas portas todos os anos, o aumento absurdo no preço do papel e, se não bastasse, esforços governamentais para tributar livros, que eram isentos no Brasil desde a década de 40.

As consequências da redução na inteligência média já podem ser vistas por aí. 

Entre elas, alguns pesquisadores apontam o crescimento do “viés de confirmação”: 

quando pessoas somente acreditam naquilo que está de acordo com suas crenças e opiniões, rejeitando todos os fatos e argumentos racionais contrários. 

Isso leva à simplificação de questões complexas, polarização de temas originalmente multifacetados, proliferação de fake-news e de teorias conspiratórias, dentre outros males.

Sem inteligência, também não há senso crítico, que é a capacidade de analisar questões racionalmente, sem aceitar de modo automático as informações ou opiniões de terceiros. 

E sem senso crítico, não há a tão mencionada busca da verdade; bem como o combate à ignorância, à intolerância e ao fanatismo; ambos objetivos da Maçonaria.

Um indício claro da falta de senso crítico num ambiente maçônico é a adoção e repetição de termos prontos, mesmo quando fogem da normalidade.

Por exemplo: 

_ “Eu estou Venerável Mestre da Loja XYZ”. 

Quem fala assim, “eu estou gerente da empresa tal”? 

O normal é “eu sou gerente da empresa tal”. É assim que adultos falam! Como tantos irmãos podem cair no argumento infantil de que isso parece ruim? 

O verbo “ser”, conjugado no presente, indica apresentação em determinada posição ou condição atual (que é o caso de um VM). 

Já o verbo “estar”, quando empregado assim, presume permanência breve e passageira: “estou na rua e logo chegarei em casa”. 

Não se aplica a um cargo que se ocupa por um ano ou mais!  

_ Outro exemplo é a condenação daqueles que dizem “ontem fui para reunião da minha loja”, pelo argumento, mais uma vez infantil, de que o termo “minha” é negativo, pois passa a ideia de que você é ou quer ser o dono da loja. 

Conforme o dicionário, “minha” também se refere a uma pessoa que pertence ou faz parte de algo. 

Ou seja, que não é dono, mas membro, como em uma Loja.

_ E como não mencionar o famoso e, ao mesmo tempo, falacioso termo “sou um eterno aprendiz”? 

Por que não mudamos então os nomes dos três graus simbólicos para Aprendiz I, Aprendiz II e Aprendiz III? 

Aprendiz é aquele que é novato em um ofício. 

Quando você tem mais de dez anos de Ordem, foi Venerável Mestre (“foi”, não “esteve”) e fala que é “um eterno aprendiz”, está apenas dizendo que é um falso modesto, que fere em seu discurso o sistema hierárquico educacional das antigas corporações de ofício, tão bem preservado na Maçonaria, apenas para parecer humilde.

_ E ainda há a clássica: “a Maçonaria é perfeita”

Então por que todo ano tem mudança na legislação maçônica e em algum ritual??? 

A Maçonaria não está em constante melhoria? 

Como uma instituição criada pelos homens pode ser perfeita? 

Se assim for, todas as instituições não são tão perfeitas quanto a Maçonaria? 

E para piorar, dessa nasceu aquela “mulher não entra na Maçonaria porque já é perfeita”. 

Tudo conversa pra boi dormir...

Agora, exerça seu viés de confirmação e faça interpretações tendenciosas para defender a manutenção do uso desses termos, tão esdrúxulos à luz do menor senso crítico. 

Assim, apenas reforçará ainda mais esta teoria do Efeito Flynn Reverso na Maçonaria.



CONVITE - Jorge Gonçalves


Um homem comum entra vendado à porta do Templo em busca da Luz da razão. Três pancadas ecoam, e ele é recebido com a ponta fria das espadas sobre o peito. Assim começa sua jornada.

Fica na Coluna do Norte, onde a Luz é mais suave, para aprender a ver sem se ofuscar. No Rito Moderno, senta-se junto à Coluna J e trabalha do meio-dia à meia-noite, esperando, ouvindo e lapidando em silêncio a própria Pedra Bruta.

A Maçonaria, que o acolhe, é uma escola de aperfeiçoamento moral e de liberdade total de pensamento.

Convidamos todos os Irmãos para a Instrução do Primeiro Grau do Rito Moderno, uma noite de reflexão, aprendizado e fraternidade.

*Jorge Gonçalves*

outubro 27, 2025

IN HOC SIGNO VINCIS - Sidnei Godinho



Em 27 de outubro de 312, Constantino teve uma visão, às vésperas da Batalha sobre a Ponte Milvio, onde em uma cruz, iluminada pelo Sol, apareciam as letras XP (Cristo) com a frase: In Hoc Signo Vincis (Sob Este Signo Vencerás)..

E a partir de então, a história da humanidade ficou marcada por este *27 de Outubro*, pois ali ele iniciara sua conversão ao Cristianismo, levando consigo todo o Império Romano. 

Pela primeira vez, um exército era agora composto oficialmente por cristãos que guerreavam em nome de seu Único DEUS. 

Essa visão premonitória de Constantino reescreveu a história da humanidade ao conciliar, ainda que de forma singela e inicial, pagãos e Cristãos motivados por um mesmo ideal de defender e conquistar, sob o comando de um Augusto César. 

Cerca de 20 anos após este dia, fragilizado por uma enfermidade, Constantino se define como Cristão e é Batizado antes de morrer. 

Mais tarde o Imperador Bizantino declarou o Cristianismo como religião oficial romana e baniu os cultos pagãos e desde então é a religião que mais cresce no mundo. 

A maçonaria é laica no contexto da adoração, mas adota os princípios cristãos na maior parte de seus ritos praticados, sendo Teístas ou Deístas e principalmente nos graus filosóficos do REAA. 

A civilização ocidental deve grande parte da história de sua formação social àquele sonho de Constantino e à sua interpretação. 

*Não basta apenas ser um oráculo, é preciso SABEDORIA para interpretar, HUMILDADE para se sujeitar e CORAGEM para realizar mudanças.*





CAPTAÇÃO X EVASÃO - Almir Sant'Anna Cruz



A preservação da Maçonaria como instituição depende, como qualquer outra, fundamentalmente do fluxo renovado de novos associados, de novos iniciados. 

Todavia, por suas características excepcionais, prioriza-se o fluxo qualitativo em detrimento do fluxo quantitativo de novos adeptos. 

Não basta querer entrar para a Maçonaria; é preciso merecer, ser escolhido e convidado por um Mestre Maçom, após atenta observação de seus procedimentos na sociedade.

É fato que nas últimas décadas o interesse em ingressar nos nossos quadros vem minguando a olhos vistos, por inúmeras razões que não caberiam aqui ser explicitadas.

Daí que muitas Obediências, pelo mundo todo, passaram a utilizar um método antes severamente criticado, por ser amplamente utilizado por Potências consideradas irregulares e espúrias de "correr atrás de candidatos", através de convites por seus sites e Internet.

Se a estratégia está funcionando, não posso afirmar.

Todavia, parece que esse declínio no interesse em ingressar na Maçonaria não é só dos profanos. 

Também  os já iniciados, por inúmeros motivos estão deixando de participar dos trabalhos em sua Loja e o que está se vendo,  independentemente de Potência, são Lojas com sérias dificuldades para completar o quórum mínimo para abrir uma sessão (basta ver as fotos tiradas nas Lojas, com reduzido número de irmãos, mesmo reforçadas com visitantes).

Para concluir, penso que formular estratégias para captar novos irmãos não é mais importante do que formular meios e modos para manter o que já temos. 

A evasão é gigantesca e se não se resolver essa questão a captação será neutralizada pela evasão.

MAÇONARIA–PROTAGONISTA OU COADJUVANTE (DA REVOLUÇÃO FRANCESA)? - Rogério Oliveira



Acostumamo-nos a ouvir e ler que a Maçonaria foi atuante na Revolução Francesa e que o Lema: Liberdade – Igualdade – Fraternidade foi criado pela Ordem.

• São verdadeiras estas afirmações?

• A Maçonaria foi Protagonista ou Coadjuvante neste evento?

Ao apresentarmos estas perguntas, poderemos chegar aos seguintes resultados:

• Críticas dos que creem na imutabilidade dos fatos! O que foi dito e aprendido é regra! Não se contesta!;

• Incentivo aos pesquisadores e buscadores de conhecimento;

• Crescimento da cultura maçónica!.

Possivelmente haverá inúmeras outras possibilidades, mas tudo isto fará com que haja uma movimentação para o conhecimento,  para o fomento da cultura, portanto o resultado será positivo.

Vamos ao nosso tema.

Muitos acreditam – Profanos ou Maçons – que a divisa Liberdade – Igualdade – Fraternidade era da Maçonaria e que foi utilizada pela Revolução Francesa, quando na verdade foi o contrário, ou seja, era uma trilogia da Revolução Francesa que passou a ser usada pela Maçonaria.

Esta confusão teve início com a publicação, em 1797, do livro “Memórias que Contribuem para a História do Jacobinismo” de autoria do Padre jesuíta Augustin Barruel (1741-1820), que contou que a Revolução Francesa foi planejada pela Maçonaria. 

É um fato de que muitos revolucionários eram Maçons, da mesma forma que muitos foram decapitados durante a Revolução. 

Na Inglaterra e no Ritual de Emulação (no Brasil conhecido como Rito de York – GOB:.) tal trilogia não é usada, sendo própria dos Ritos criados em França.

As fontes de Barruel foram examinadas por A. Viatte, que demonstrou o absurdo da sua tese. 

Apesar disso, decorridos mais de 200 anos, ainda se repete o devaneio desse personagem, que foi classificado por Rivarol nos seguintes termos: “A natureza fizera dele um tolo. A vaidade faria dele um monstro”.

O Ir:. Nicola Aslan, no “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” diz que no livro “Les Francs-Maçons”, o autor, Serge Hutin, afirma que no livro antimaçónico “Les Francs-Masons Ecrasés (Os Franco-Maçons Esmagados)”, de 1746, constava a divisa, mas, na verdade, um trecho fala apenas de Igualdade e não da trilogia.

O historiador francês Louis Blanc e outros autores atribuem o lema a Louis-Claude de Saint- Martin, o “filósofo desconhecido”, mas no trecho por ele citado, Saint-Martin fala apenas de três dimensões nos corpos, três divisões na extensão dos seres, três figuras na geometria, três graus na Maçonaria, mas não emprega uma única vez a trilogia Liberdade-Igualdade-Fraternidade.

O Ir:. Francês Alec Mellor no “Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons” expressou-se assim sobre este tema: 

_“É inteiramente falso que esta divisa republicana seja de origem maçónica. 

A senhora B. F. Hyslop examinou uma boa quantidade de diplomas maçónicos emitidos de 1771 a 1799 na Biblioteca Nacional. 

Encontrou somente dois nos quais as três palavras encontravam-se unidas. 

Quase todas comportavam “Sabedoria-Força-União”, ou falavam do Templo onde reinavam “o Silêncio, a União e a Paz” (v. Annales historiques de la Revolucion française [Anais históricos da Revolução francesa], Janeiro, 1951, p. 7). 

A 1ª República empregou bastante a divisa “Liberdade, Igualdade ou Morte”, mas não é preciso dizer que tal programa ideológico jamais foi o da Franco-Maçonaria. 

Somente na 2ª República (1848-1852) aparece a ‘divisa tripla’ (…)”

Encerramos o nosso artigo na esperança de ter conseguido a sua atenção, bem como instigá-lo a questionar e acrescentar dúvidas e melhor ainda, ter sido um tempo bem empregado, o de sua leitura.

“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade, do que as mentiras.”

(Friedrich Nietzsche) 




Rogério Oliveira M.'.M.'.

outubro 26, 2025

AREÓPAGO VIRTUAL - Adilson Zotovici

 



Qual reluz  em noite cultural

Na tela em sala silente

Conduz-se,  usual, prudente

Revela gala habitual

  

Seguindo o passo vigente

Em compasso à forma atual

À remoto Oriente ou local

Voto cultural à sua gente


São Livres pedreiros afinal

E faz jus Mestre sapiente

QueTraz Luz ao canteiro laboral


“Areópago” d’Arte Real

Comparte “douto”, diligente...

A *Augusta Loja Virtual* !!!


Adilson Zotovici da AMVBL,

 tributo às ARLSV

Lux In Tenebris-47  ( *LIT47*) & 

Luz e Conhecimento-103(*LEC103*) 

e Lives maçônicas, Liceu 394, Urânia, Epaminondas, Grupo Virtual de Estudos Maçônicos, ...