maio 09, 2025

REFLEXÃO SOBRE O CARÁTER, A ÉTICA E A HONRA - Luciano Vianna




"Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres." (Albert Einstein)

Até que ponto o homem pode vender-se sem ser prejudicado e sem prejudicar os outros?

Até que ponto pode, impunemente, ferir sua coerência interior dizendo, publicamente, ora uma coisa, ora exatamente o contrário, dependendo da vantagem oferecida?

Quando digo “impunemente” não me refiro a sanções legais, multas ou coisas do gênero.

Isso é o de menos!

Um bom advogado resolve.

Ao dizer “impunemente” refiro-me ao interior da pessoa, à sua “inteireza” e paz, aquela qualidade das pessoas retas, sábias, coesas, coerentes, “inteiras” também por dentro.

Refiro-me, também, ao ônus social gerado por atitudes que sobrepõem a vaidade à verdade, à lealdade, à coerência, à reflexão, à nobreza de caráter.

O grande problema da humanidade, hoje em dia, é de caráter ético, pois socialmente, aprendemos que é preciso fazer o correto, mas na informalidade, criamos a idéia de que não há nada de errado, em levar vantagem em cima de nosso semelhante, e para todas as situações costumamos dar “o jeitinho brasileiro”. 

Uma vez que é muito comum, todos criticarem a corrupção brasileira, a política brasileira, e esquecerem-se dos pequenos delitos que cometem diariamente, usando a premissa de que os fins justificam os meios.

E é em meio a esta sociedade, mais preocupada em aparecer, do que ajudar o próximo, que surge o desejo exagerado de acumular poder e projeção.

E neste mesmo momento, o homem deixa a sua ambição falar mais alto que a ética.

Pois se a ética atrapalhar o objetivo de adquirir glória, poder e honras, a tendência é de reduzir o caráter ético, para não frustrar o propósito final.

É preciso ter consciência de que ser ético é tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados.

É procurar ajudar mais as pessoas a nossa volta, do que criticar, ou lesionar em momentos oportunos, só para atingir nossos objetivos.

Precisamos também entender que a atual crise ética originou-se em decorrência das atitudes do ser humano individual, e que por isso, é preciso antes de qualquer coisa, mudar nossas atitudes individuais, para depois podermos criticar e tentar consertar o mundo.

E é claro, é preciso ter ambições sim, mas é preciso usar a ética e a moral, antes de definir nossas metas, ideais e sonhos.

A tendência daqueles que por simples vaidade ou desejo de poder tem de criticar e lançar inverdades, bem como criar fatos e atos inexistentes, sobre àqueles que ocupam posições por eles desejadas reflete bem a pequenez de seu caráter e sua falta de ética, pois deveriam eles exaltarem seus feitos e seus atos em contraponto àqueles que se critica.

Confúcio já dizia que “Homem superior é aquele que começa por pôr em prática as suas palavras e em seguida fala de acordo com as suas ações”.

Creio que já é passado o momento de colocarmos nossas ambições no mesmo patamar de nossas realizações, pois se essas realizações forem realmente grandes nossas ambições serão satisfeitas por reconhecimento e natural consequência delas.



Luciano Vianna M.'.M.'.

maio 08, 2025

A CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO - Heitor Rodrigues Freire



Viver é uma arte. Conviver é uma filosofia.

Hoje em dia, com o acirramento das discussões políticas, o que mais se vê são posições antagônicas que acabam gerando distanciamento e até o rompimento de relações quando a discussão toma rumos muito agressivos. 

E o que observo é que as discussões políticas são sobre pessoas que nem sabem que existimos e que, muitas vezes, mudam de opinião, deixando-nos pendurados pela brocha.

O que mais se vê nas redes sociais são discussões, principalmente sobre política, que terminam com agressões e xingamentos.

Saber discutir de forma respeitosa é uma atitude importante em diferentes momentos de nosso dia a dia: seja na escola, com professores e colegas ou em casa com a família.

Vivendo em sociedade, estamos sempre em meio a debates que exigem nossa opinião. Concordar é uma atitude mais fácil de ser compreendida do que discordar, mas nem sempre partilhamos do mesmo ponto de vista do outro. Sem contar que as opiniões contrárias também são essenciais para que haja transformação. Basta que sejam formuladas de maneira responsável e construtiva. 

O respeito é fundamental, e para isso não devemos levar nada para o lado pessoal, mantendo o bom nível, falando em primeira pessoa – hoje o que mais se verifica é a expressão “a gente”, levando tudo para o impessoal. Devemos escutar, exercitando a escutatória, como bem ensinou o professor Rubem Alves – além de ter paciência e manter a calma.

Para que isso aconteça, segundo um estudo publicado na revista Cognitive Science, em vez de tentar “vencer” uma discussão, o ideal é discutir para aprender — isso torna as outras pessoas mais receptivas e evita que se sintam atacadas. Ou seja, quando desafiamos alguém diretamente, é pouco provável que essa pessoa mude de opinião. Em contrapartida, se mostramos que queremos aprender, ela também tende a estar mais aberta ao diálogo e à mudança. Os pesquisadores também explicam que “as pessoas ajustam sua avaliação da verdade para que ela seja coerente com os objetivos de sua mentalidade argumentativa específica”.

A palavra comportamento tem origem na locução latina “cum me porto”, que pode ser traduzida por “como me porto”. Comportare é composto por cum = junto e portare = carregar, de onde tolerar, resistir, manter, consentir. É a forma como uma pessoa age ou reage em resposta a estímulos internos ou externos. É um conceito que envolve a relação entre o sujeito e o ambiente. 

Como o ser humano é complexo por natureza – e o nosso comportamento varia no tempo e no espaço, às vezes, sem nenhuma lógica –, o estudo do comportamento acabou merecendo uma visão científica, envolvendo áreas de estudo multidisciplinares, coo a psicologia, sociologia, antropologia e outras ciências sociais. Um dos principais aspectos do comportamento é a capacidade de aprender e de mudar.

São vários os fatores que influenciam o comportamento: fatores internos, como a biologia, a personalidade, os valores e as crenças da pessoa, e fatores externos, como o ambiente, a cultura, a educação e as experiências da vida.

As ciências comportamentais são um campo interdisciplinar que busca entender e explicar o comportamento humano. Elas combinam conhecimentos de diversas áreas  para oferecer uma compreensão holística dos fatores que moldam as ações e decisões humanas. Ao examinar padrões de comportamento, motivações e influências do contexto e dos grupos aos quais as pessoas pertencem, as ciências comportamentais dão respostas sobre o que impulsiona nossas escolhas cotidianas. 

Quer dizer, o assunto evoluiu a ponto de merecer atenção das ciências, então o que falta é o entendimento adequado e o comportamento próprio para que tudo se faça de forma respeitosa e até carinhosa – o que seria o ideal.


OBRA DE BRASILINO NETO.DOADA A LOJA




No dia 28 de abril, em razão de uma palestra na "ARLS A Constitucionalista de 32" em Caçapava, fui presenteado com uma magnífica obra de arte, de simbolismo maçônico, do famoso artista Brasilino Neto. 

Considerei que tal obra deveria ficar em um local extremamente nobre e na noite desta terça feira eu a doei a minha Loja,  ARLS Tríplice Aliança 341 de Mongaguá, onde ficará doravante exposta para contínua admiração dos irmãos e visitantes.

Na foto o Venerável Mestre Alexandre Lucena exibe o trabalho que enriquece a Loja.

ESTE DESGOVERNO QUE ESTAMOS VIVENDO - Michael Winetzki


Este desgoverno que estamos vivendo está nos abrindo as portas de um tempo de recessão. Recessões são cíclicas e não escolhem suas vítimas. Tanto faz que sejam países ricos ou pobres e são processos invariavelmente dolorosos, como podem testemunhar neste momento os Estados Unidos e os prósperos países da Europa Ocidental além dos miseráveis países africanos.


Um exemplo doméstico para explicar como funciona uma recessão é a faxina doméstica das segundas-feiras, que felizmente poucos chefes de família chegam a conhecer em sua cruel realidade. Os moveis fora do lugar, os tapetes enrolados, as roupas arejando fora dos armários, as panelas e utilidades pousadas sobre todas as mesas da casa, baldes, vassouras e panos imundos espalhados por todos os lugares e a linda esposa, com um lenço na cabeça, roupa de feira da pechincha e os pés imundos de sujeira. Mas se esposa (e os governos) forem competentes, ao final dessa epopeia a casa (e o país) estarão um brinco. Se não, vai acontecer o que já está acontecendo no Brasil (e no mundo): uma crise politica, dentro de uma crise econômica, dentro de uma crise ética e moral, e só Senhor sabe o que mais vem por aí.


Quem trabalhar direito neste período, à semelhança da faxina, sairá fortalecido, e para isso iremos apresentar nesta série de postagens algumas sugestões, baseadas nos meus estudos e na minha experiência pessoal de mais de 50 anos de barriga atrás do balcão. A primeira coisa a fazer é uma completa mudança de postura do empresário.


Os mais antigos lembram-se dos pesados telefones de ebonite preta discados. Ou ainda dos plásticos de 3 cores colocados à frente das TVs para dar a impressão de TV colorida. Ou das máquinas de escrever Olivetti e Remington. Tudo completamente ultrapassado embora relativamente recente. Ninguém mais pensa em adquirir uma máquina de datilografia para preencher formulários embora elas ainda funcionem bem. As técnicas e procedimentos do passado não funcionam mais em tempos pós pandemia.


CONHEÇA BEM O SEU NEGÓCIO

No meu tempo de menino o bazar do seu Salim vendia de tudo, de agulhas e cordas de violão a feijão e querosene. A maior parte da mercadoria podia ficar estocada por anos, coberta por grossa capa de poeira, mas quando o cliente a pedia com uma rápida espanada estava nova, à disposição. Esse tipo de negócio está em franca extinção. A não ser para as gigantescas lojas de departamentos a moda hoje, para os pequenos e médios empresários, é a exploração de nichos de mercado. Há que se procurar ser o melhor possível naquilo que se vende, seja brigadeiros gourmet ou calçados masculinos. Restringir o estoque ao nicho, procurar o nível de excelência no atendimento e conhecer minuciosamente o cliente. Se você tem de tudo no estoque repense o seu negócio e fique apenas com aquilo que lhe dá mais lucro e prazer em negociar. Parece estranho falar em prazer, mas quando a gente gosta do que faz, faz melhor. Na próxima postagem daremos algumas dicas a respeito de conhecer o cliente.


Lembre-se, se quiser trocar algumas ideias comigo para o seu negócio, ou quiser compartilhar meus artigos com algum amigo empresário, não vai custar nada a não ser talvez, a doação de algumas cestas básicas para instituições de beneficência. Meu contato está no título aí acima.


maio 07, 2025

CULTURA E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DOS MAÇONS - Ubyrajara Souza

 


O conceito de cultura é bastante amplo e complexo.

Na visão acadêmica, ele pode ser desenvolvido sob diversos aspectos: antropológico, sociológico, filosófico etc.

Entretanto, para efeito deste artigo, podemos simplificar o seu entendimento adotando uma definição mais ecumênica: cultura é o termo genérico usado, basicamente, para significar duas acepções diferentes.

De um lado, o conjunto integrado de usos e costumes, de comportamentos, valores, regras morais, e de instituições que permeiam e identificam uma sociedade ou uma época.

E, de outro lado, artes, erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto e da sensibilidade humana, consideradas coletivamente. 

A cultura explica e dá sentido à cosmologia social, portanto, é impossível de se desenvolver individualmente.

Resumindo, podemos dizer que cultura é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. 

A maçonaria, como todo grupamento humano, possui identidade própria.

E reduzindo o conceito de ‘cultura’ a um universo específico, podemos chamar de cultura maçônica a esse sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à prática da maçonaria, formando um conjunto de respostas de o que é aprendido e partilhado pelos maçons e que lhes confere essa identidade própria. 

Há os que tratam a cultura maçônica como um sistema de conhecimento da realidade, como o código mental dos maçons, não como um fenômeno material, mas cognitivo; e há os que entendem a cultura maçônica como um sistema simbólico que só poderá ser apreendido por meio de interpretação e não por mera descrição. 

Na verdade o conceito de cultura maçônica deve congregar a interpretação de seus símbolos, a prática de tradições maçônicas e suas lendas míticas.

Não somente aquelas que foram incorporadas dentro dos rituais e são exemplificadas em suas cerimônias, mas também aquelas que, embora não figurem nas instruções das lojas, foram transmitidas oralmente como partes de sua história e enuncia, em seu cânone de instrução, verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do freqüente uso de arquétipos, sem se referir à veracidade dos relatos. 

A filosofia da maçonaria incentiva o homem a buscar o autoconhecimento, despertar no maçom o seu pensar em sua própria existência, independentemente dos agrupamentos sociais a que pertençam individualmente. 

Não cerceia o seu adepto ao estudo de qualquer ciência (esotérica ou exotérica) como cultura auxiliar, mas pretende que a base dos ensinamentos maçônicos esteja sempre presente, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se levanta a Ordem.

*Assim sendo, o futuro da maçonaria está diretamente ligado ao desenvolvimento cultural do maçom.*

E, de um modo geral, o maçom deve estar consciente de que se cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros, a cultura maçônica deverá ser o resultado da forma como os maçons receberam e transmitem seus ensinamentos.

Se cultura é criação. 

O importante é estar atento que ele não só receba a cultura dos seus antepassados como também crie elementos que a renovem.

E se cultura é um fator de humanização, deve compreender que esta transformação só ocorrerá porque ele é parte de um grupo em constante aperfeiçoamento cultural.



O ALTAR DOS JURAMENTOS - Almir Sant’Anna Cruz


 

*O ALTAR DOS JURAMENTOS*

Excerto do livro *O que um Aprendiz Maçom deve saber*

Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz


O altar é utilizado no culto das divindades em praticamente todas as religiões antigas ou modernas.

Nas Américas, por exemplo, maias, incas e sobretudo astecas, usavam um altar em pedra, o techcoatl, para os sacrifícios humanos, denominados tlamictilztil, que se ofereciam aos deuses. Esses sacrifícios tinham o propósito de promover a constante renovação da ordem cósmica e a alimentação dos deuses, que se nutriam do sangue e do coração do ixiptla, a vítima. Segundo os astecas, Tezcatlipoca, o Quinto Sol, foi criado graças ao sacrifício dos deuses, que mais tarde criaram a guerra entre os humanos justamente para que os guerreiros capturados fossem ritualmente mortos. A guerra asteca se travava, em parte, para fornecer vítimas sacrificiais aos principais templos.


Nas ruínas de Babilônia encontraram-se altares quadrados de adobe; no Egito usava-se o granito polido ou o basalto; os druidas usavam altares triangulares de pedra; na Grécia e em Roma os altares eram suntuosos, sendo dignos de  menção os de Hera em Samos, de Pan e Zeus na Olímpia e de Heracles em Tebas.


Para as religiões primitivas, a presença da divindade era indicada pelos elementos da Natureza e supunha-se que os deuses poderiam ser induzidos a habitar ou a se manifestar no lugar em que as oferendas, invariavelmente cruentas, lhes fossem servidas.

A matança ritual servia como alimento ou como oferecimento de vida às divindades, com o propósito de agradecer, adivinhar, renovar a vida, continuar um ciclo sazonal ou cósmico, ratificar um acordo ou aliança, expressar a sua comunhão, assegurar um favor, afastar o mal, etc. Assim é que nos dias atuais as religiões afro-brasileiras utilizam-se dessa prática ritual. Na grande maioria das vezes, o sangue das vítimas era lançado sobre uma grande pedra, que veio a tornar-se o primevo altar.


Na Bíblia, evidencia-se a preferência dos sacrifícios cruentos sobre os não cruentos, quando Deus não dá atenção à oferta “do fruto da terra” de Caim, preferindo a oferenda de Abel, que lhe trouxe “dos primogênitos das suas ovelhas, e de sua gordura” (Gênesis 4:3-4). Caim, inconformado com essa preferência acabou matando seu irmão.

A primeira menção que se faz a um altar está em Gênesis 8:20: “E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou todo o animal limpo, e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar”. Como se vê, esse primeiro altar bíblico era um local específico onde habitualmente seriam ofertados holocaustos a Deus.

A segunda menção bíblica sobre um altar está em Gênesis 22:9: “e vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha”. Sabemos todos que Isaque foi substituído na última hora por um carneiro, oferecido em holocausto a Deus.

Muitas são as menções de altares dedicados a Deus e a outras divindades na Bíblia. Esses altares eram toscamente construídos em pedras sobrepostas formando uma meseta e eram utilizados, sempre, para se oferecer sacrifícios em que se queimavam inteiramente animais, isto é, eram altares de holocaustos.

Em Êxodo 20:24-26 Deus fornece instruções específicas a Moisés sobre como deveriam ser usados e construídos os altares: para sacrifícios em holocausto de ofertas pacíficas, de ovelhas e vacas, sendo vedado o uso de degraus para que não ficasse à mostra a nudez e deviam ser feitos de terra ou de pedra, proibindo-se terminantemente que estas fossem lavradas, pois o buril ou o cinzel profanariam o altar.

Estes altares de sacrifícios ou de holocaustos foram os únicos empregados pelos judeus até a construção do Tabernáculo por Moisés, ocasião em que se passou a fazer uso de dois altares: o altar dos holocaustos ou dos sacrifícios e o altar dos incensos ou dos perfumes. No Templo de Salomão estes dois altares se faziam presentes, o primeiro confeccionado em bronze e o segundo em ouro.


O altar-mor das igrejas católicas, onde são celebradas as missas, se originou do altar dos sacrifícios dos judeus. Durante  a missa, são ofertados o pão e o vinho, a carne e o sangue de Jesus Cristo.


O Altar dos Juramentos corresponde ao altar dos sacrifícios da religião judaica e ao altar-mor das igrejas católicas.

O sacrifício cruento dos judeus e o sacrifício da santa missa católica são confirmações dos compromissos dos homens para com Deus, assim como no Altar dos Juramentos os Maçons prestam os mais significativos compromissos com o Grande Arquiteto do Universo e com seus Irmãos.

É no Altar dos Juramentos que o Neófito vê a Luz e se transforma em um Iniciado, um Aprendiz Maçom que, passando a Companheiro e posteriormente a Mestre, poderá atingir a Perfeição.

Sobre o altar dos Juramentos se depositam as três grandes Luzes da Maçonaria, o Livro da Lei, o Esquadro e o Com-passo: o Livro da Lei ilumina a mente, regulando nossa conduta no lar, no trabalho e na Sociedade; o Esquadro, símbolo da Retidão, regula nossas ações e nos ensina a permanecermos fiéis para com nossos semelhantes; e o Compasso, que representa a Justiça, mantém nos devidos limites nossas relações com todos os homens e especialmente com nossos Irmãos, ensinando-nos onde começam e onde terminam nossos direitos.


Finalmente, devemos ressaltar que, primitivamente, não havia o Altar dos Juramentos. As três grandes Luzes da Maçonaria ficavam em cima do Altar do Venerável Mestre, onde também eram prestados os juramentos. 

Posteriormente, talvez para aumentar o espaço para o Venerável Mestre ou ainda com a intenção de aumentar as semelhanças do Templo Maçônico com o de Salomão, criando-se um Altar dos Juramentos em correspondência ao altar dos holocaustos, passou-se a usar uma pequena mesa em frente ao altar do Venerável Mestre, para onde foram transferidas as três grandes Luzes da Maçonaria e consequentemente onde se passou a tomar os juramentos. Assim é que, historicamente, o Altar dos Juramentos deve ser posicionado no Oriente, em frente ao altar do Venerável Mestre.

Mais tarde, ampliando ainda mais as semelhanças com o Templo de Salomão, foi criado o Altar dos Perfumes.


Inteeressados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

SINAL DE VOTAÇÃO e JURAMENTO - Rodrigo C. Machado


Braço direito estendido horizontalmente e mão espalmada para baixo. 

Esse gesto parece ter se originado de vários costumes antigos em civilizações diversas.

A mão espalmada para baixo, nas ciências que estudam o comportamento corporal, significa um ar de superioridade de quem o pratica. Assim, defendem os estudiosos da linguagem corporal que quem cumprimenta outrem de mãos espalmadas para baixo, inconsientemente se sente mais seguro e até superior. Também é com as mãos espalmadas para baixo que se abençoa pessoas ou consagra objetos, numa óbvia transferência de energia vital ou cósmica superior.  

Da mesma forma, porém em contraposto, a mão espalmada para o alto, muito vista nas posições de meditação das culturas orientais, 

tem a função de receber voluntariamente tais energias, assim como a mão dada em palmatória se submete ao castigo merecido. 

Na cadeia de união essas posições de doar e receber se alternam para garantir o ciclo virtuoso.

Para o gesto usado em juramentos e votações, a mão espalmada para baixo intenciona submeter-se ou subscrever-se diante de uma verdade ou opinião. Significa que diante de uma decisão importante você optou por sim/acredito. 

Neste contexto, este ato pode ter se originado na expressão "pôr a mão no fogo." Não se sabe ao certo a origem mais antiga do costume, mas consiste de confiar muito em alguém, a ponto de jurar pela sua inocência, como na "prova do ferro caldo", muito utilizada durante a Idade Média. Consistia submeter à prova uma pessoa que alegava inocência, e para tal submetia-se caminhar por alguns metros com uma barra de ferro encandecente sobre as próprias mãos, apenas envolvidas em trapos e embebidas em cêra. Três dias depois, abria-se a atadura e, se a mão estivesse ilesa, sem sinal de queimadura, era provada a inocência. Caso se queimasse, a pessoa era culpada e seria enforcada. Uma variação desta mesma prova, também praticada entre os povos bárbaros era, de boa fé, colocar a mão no fogo, espalmada para baixo, até que a pessoa a quem se almejava convencer se desse por satisfeita. 

Daí quem jura ou vota com o braço estendido e a mão espalmada para baixo, instintivamente afirma acreditar, apoiar, sub-escrever e garantir o que está sendo proposto.

maio 06, 2025

O UNIVERSO GEOCENTRICO - Jorge Antônio Vieira Gonçalves





O Universo Geocêntrico, entre Epiciclos, Deferentes e o Enigma do Movimento Retrógrado


Boa parte da história, com mais de dois mil anos, consiste em sucessivas tentativas de entender os movimentos peculiares dos planetas. Os gregos chamaram esses astros de estrelas errantes, ou planetas, e lhes atribuíram nomes de seus deuses, Hermes, Afrodite, Ares, Zeus e Cronos. Mas você os conhece pelos nomes que os romanos rebatizariam, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Durante muito tempo, acreditou-se que o Universo fosse pequeno, limitado por esferas cristalinas, com a Terra parada no centro. Esse modelo, conhecido e amplamente utilizado, é o chamado sistema geocêntrico. A concepção de um cosmos centrado na Terra parecia tão natural, tão coerente com o que os olhos viam e com a ideia de um mundo feito sob medida para a humanidade.

Mas vamos entender esse modelo em detalhes. Nem todo professor tem paciência, de explicá-lo com clareza. Então, vamos voltar aos tempos de infância e relembrar os parques de diversão, com rodas gigantes e algodão doce, para explicar alguns conceitos que levamos mais de dois mil anos para serem compreendidos plenamente.

Imagine, com o mesmo fascínio de outrora, uma imensa roda gigante, mas não daquelas comuns que conhecemos nos parques, em que as cadeiras apenas oscilam levemente acompanhando o movimento da estrutura. No nosso modelo imaginário, cada assento foi projetado para girar completamente em torno de seu próprio eixo, de tal maneira que a cabeça do ocupante descreva um círculo completo de trezentos e sessenta graus.

Anote, esse primeiro movimento circular menor, descrito pela cabeça do passageiro, corresponde ao que os astrônomos antigos denominaram *epiciclo*, enquanto o giro completo da roda gigante representa o *deferente*, ou seja, o círculo principal sobre o qual o epiciclo se move.

Respire, não se canse ainda. Vamos ligar os motores e fazer essa roda gigante imaginária funcionar. A estrutura maior começa a girar, os assentos acompanham com seu próprio movimento rotatório, e a cabeça do passageiro passa a traçar um percurso mais complexo, semelhante a uma espiral suavemente ondulante, como se descrevesse uma dança em dois ritmos diferentes.

À primeira vista, essa analogia pode parecer simples, até óbvia. Contudo, foram necessários milênios para que a humanidade começasse a compreender com maior clareza o comportamento dos planetas, que pareciam desafiar as leis da regularidade celeste. Foi com a sobreposição desses movimentos circulares que *Ptolomeu* conseguiu explicar, ou ao menos representar matematicamente, o chamado *movimento retrógrado*.

Tenho certeza de que, se você buscar agora no titio Google sobre astrologia, encontrará frases como: “Vênus é o planeta do amor e dos relacionamentos, além da estética e do dinheiro, em 2025 teremos Vênus retrógrado.” Acabamos de utilizar a astronomia para explicar um conceito muito utilizado nos horóscopos, mas pouco compreendido.

Deixando a astrologia de lado, o que realmente ocorre é que certos planetas, da perspectiva terrestre, como Vênus, em determinados momentos, parecem inverter sua trajetória por alguns dias antes de retomarem seu curso regular. Esse planeta pode parecer avançar, depois retroceder, e em seguida continuar sua órbita habitual.

Embora hoje saibamos que esse modelo não está correto, é impossível não admirar a sofisticação das mentes brilhantes que, com olhos nus voltados ao céu e pés firmes no chão, buscaram decifrar os enigmas celestes.


*REVISÃO BIBLIOGRÁFICA*

• Rooney, Anne, A História da Astronomia: Dos planetas e estrelas aos pulsares e buracos negros, São Paulo, M. Books do Brasil Editora Ltda., 2018.

• Ridpath, Ian, Eyewitness Companion: Astronomy, São Paulo, Jorge Zahar Editor Ltda., 2007.

maio 05, 2025

DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA ! - Newton Agrella


Dia  5 de maio

DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA !

Eis uma data que invariavelmente passa desapercebida, mas que deveria ser comemorada de forma solene e  respeitosa, pois a Língua é um dos mais legítimos, senão o mais legítimo símbolo de nossa identidade.

"...A pátria não é a raça , não é o meio, não  é o conjunto dos aparelhos econômicos e  políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo !

Olavo Bilac...."

Cabe uma ilustração interessante:

A expressão *"Última flor do Lácio"* é utilizada para se referir  ao nosso idioma.pelo fato da língua portuguesa ser considerada como a última das filhas do Latim.

*Lácio*  advém do Latim:  "Latium" ) uma região histórica da Itália Central na qual a cidade de Roma foi fundada e cresceu até tornar-se capital do Império.

É por essa razão inclusive que há o clube de futebol *LAZIO*, na Itália.

Portanto a derivação linguística desencadeou:

LATIUM  

LATIM

LAZIO

LÁCIO 

A língua portuguesa possui cerca de 370.000 palavras.

Cerca de 280 milhões de pessoas falam o Português, sendo a 5a. língua mais falada no planeta.



*NEWTON AGRELLA*

OS EFEITOS BENÉFICOS DO TRABALHO - Sidnei Godinho





A máxima popular apregoa que o Trabalho Dignifica o Homem.

De onde vem tal conceito e como foi introduzido na sociedade e na Família?

Se concebermos a idéia de que o Jardim do Éden foi o primeiro arquétipo social existente, havemos de recordar que DEUS proveu Adão e Eva de tudo o que precisavam e somente lhes exigiu o Respeito inconteste as suas ordens.

Contudo, dado a ganância existente na natureza e personificada na Cobra, eles cederam aos seus primitivos instintos e “Pecaram” contra o Todo Poderoso, sendo expulsos do Paraíso e recebendo a punição de TRABALHAR para que de seu suor produzissem seu sustento.

É importante observar que quando a sagrada escritura implanta o termo Trabalho ele é tido como obrigatório para prover o alimento, isto é, sem ele o ser humano padece de fome.

Há ainda a análise biopsicossocial do labutar, a qual se dá pela sensação de prazer causada pelo sentimento de poder converter o próprio esforço em recompensa chamada salário.

Este misto de reações químicas que se dão internamente é o resultante de um complexo emaranhado neural que, em dado momento, substitui a Epinefrina por Dopamina e produz o relax muscular, trazendo o torpor do bem estar, após o esforço realizado.

Tal condição física conduz um reflexo psíquico onde a mente passa então a condicionar o Bem estar a uma condição pré-existente de Trabalhar.

É uma interligação sensorial que estimula o cérebro a não apenas determinar a produção hormonal, mas também o faz reter na memória que o link para tal satisfação é a resultante do Trabalho realizado.

Estando a parte física e a psíquica estabelecidas e bem definidas em sua ligação com o Trabalho, resta inseri-lo no contexto social, onde seu papel delimita o progresso coletivo através do empenho individual dos cidadãos.

É o Trabalho que une as pessoas em prol de um bem comum, qual seja, o esforço pessoal para o desenvolvimento grupal, remunerado conforme a capacidade individual.

Neste contexto, células são formadas mediante as classes operárias e se dividem por constantes intelectuais, força bruta, aptidões específicas e etc..

Enfim, é onde se dá a formação de uma sociedade evolutiva, com o substrato das classes produtivas estabelecidos pela razão do trabalho que desenvolvem.

Assim se dá na sacrossanta Ordem Maçônica, onde somente homens Livres e de Bons Costumes, que possuem vínculo empregatício e sustentam suas famílias, podem ser postos como neófitos para serem iniciados nos esotéricos mistérios.

Fecha-se assim o ciclo racional do entendimento do Trabalho com seus efeitos benéficos, qual seja, a instituição divina para integrar o Homem na sociedade e fazê-lo sentir o prazer de produzir por suas próprias mãos e de seu suor sustentar sua família, interagindo com seus pares.

Torna-se então compreensível a máxima dita anteriormente de que, Realmente, O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM.






Sidnei Godinho M.'.M.'.

maio 04, 2025

O MENINO E O.BOMBEIRO - Joab Nascimento



04/05 - Dia internacional do bombeiro.


I

Nesse mundo que vivemos,

Sempre o ódio imperando,

O egoísmo predomina,

Homens vivem se matando,

Sem ao menos refletir,

Ao próximo, quer destruir,

A ninguém tá ajudando.

II

Vou contar uma história,

Verdadeira, emocionante,

De'um menino de 6 anos,

Num estado degradante,

Portador de leucemia,

Todo dia, ele morria,

Lentamente, todo instante.

III

A sua mãe, já devastada,

Sofrendo, com filho amado,

Lembrou-se duma pergunta,

Que lhe fez, ano passado,

O que o filho queria ser,

Ele veio lhe responder,

Tinha tudo planejado.

IV

Eu quero ser um bombeiro,

Falou, sem titubear,

São respostas costumeiras,

Do jovem, ao respostar,

Engenheiro, astronauta, 

Piloto ou internauta,

A criança vive a pensar.

V

Ainda quando criança,

Nós guardamos muitos sonhos,

Respondemos as perguntas,

Com desejos tão bisonhos,

Com o seu futuro incerto,

A insegurança por perto,

São pensamentos medonhos.

VI

Esse desejo do seu filho,

A sua mãe foi recordando, 

Algo forte em sua mente,

Nesse instante foi criando,

Numa ligação normal,

Para o bombeiro local,

Ela foi logo explicando.

VII

Ao comandante falou:

Eu sou mãe d'uma criança,

Doente de leucemia,

Que'ainda tem esperança,

De servir como bombeiro,

Ajudar o tempo inteiro,

Ao próximo, com segurança.

VIII

Eu só quero lhe pedir, 

Se'é possível autorizar,

Deixar ele entrar no carro,

Do bombeiro, e passear,

Contornando o quarteirão,

Para a sua satisfação, 

E seu sonho realizar.

IX

O comandante escutou,

Aquele singelo pedido, 

Nós podemos fazer mais,

Respondeu, bem comovido,

Sexta-feira, traga ele,

Que nós vamos cuidar dele,

Por mim, será promovido.

X

Na manhã da sexta-feira,

No quartel, ele chegou,

Farda, bota e capacete,

Um soldado lhe entregou,

Muito ligeiro vestiu,

Num instante ele sorriu,

Bem feliz ele ficou.

XI

Almoçou no refeitório,

Com seus amigos bombeiros,

Todos soldados do fogo,

Eram os seus companheiros,

Atendeu 3 ocorrências,

Trabalhos de excelências,

Desses heróis brasileiros.

XII

Andou no carro da pipa,

No carro do comandante,

Foi junto com paramédico,

Ele trabalhou bastante,

Nesse dia a felicidade,

Deu sobrevida, verdade,

Foi um dia muito importante.

XIII

Até que um certo dia,

Os médicos comunicaram,

Seus sinais vitais já fracos,

Preocupados já ficaram,

Toda família reunida,

Pronta para despedida,

E de mãos dadas rezaram.

XIV

Até que sua mãe lembrou,

De ligar para o bombeiro,

Se alguém poderia ir,

Visitar o filho guerreiro,

O comandante atendeu,

Em resposta, prometeu:

Chegaremos bem ligeiro.

XV

Nós podemos fazer mais,

Só deixe a janela aberta,

Comunique ao hospital,

Que a nossa visita é certa,

Não se trata de ocorrência,

Vamos prestar continência,

Ao nosso soldado em alerta.

XVI

Com as sirenes ligadas,

Vários carros lá chegaram,

Por uma escada magirus,

16 bombeiros entraram,

Lhe prestaram continência,

E com toda reverência,

Lhe saudaram e abraçaram.

XVII

O menino maravilhado,

Ao comandante indagou:

Eu sou mesmo um bombeiro?

O comandante respostou:

Sim! Tu és um dos melhores,

De todos, um dos maiores,

Por isso que aqui estou.

XVIII

O menino deu um sorriso,

Fechou os olhos e dormiu,

Para os braços do criador,

Pra vida eterna, partiu,

Seu espírito conformado,

Com o sonho realizado,

Ser bombeiro, conseguiu!

XIX

E agora eu me pergunto, 

Pergunto a você também,

Você agora está disposto,

Fazer mais prum outro alguém,

Além do que lhe é pedido,

Que outro seja atendido,

Os anjos dizem, amém!

XX

Nós não vivemos sozinhos,

Temos alguém ao redor,

Todos precisam do outro,

Sempre dê o seu melhor,

No trabalho, vizinhança,

Aos outros, faça bonança,

Nunca deseje o pior.

XXI

Volta e meia, nós estamos,

Por alguém, solicitados,

Os amigos ou estranhos,

Que estejam necessitados,

Você está sempre disposto,

Pra amenizar o desgosto,

Dos irmãos aperreados?

XXII

Fazer mais, do que é pedido,

Praticando a caridade,

É de um valor imenso,

Pra qualquer sociedade,

A pior morte sentida,

É o que morre em nós em vida,

Sem a prática da bondade.

XXIII

Pior que querer fazer,

É poder e não querer,

Vamos fazer mais um pouco,

Quem faz mais, tende a crescer,

Vamos pensar no porvir,

Quem não serve pra servir,

Já não serve para viver.



ENSINAMENTOS JUDAICO CRISTÃOS NA MACONARIA

Por ocasião da reunião festiva de comemoração do 4o ano da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, o confrade Denizart Silveira de Oliveira Filho proferiu extraordinária palestra sobre o tema "Ensinamentos JUDAICO CRISTÃOS na maçonaria. A palestra começa aos 20 minutos.



 

ESPERANÇA e PROPRIEDADE - Adilson Zotovici


Assim caminha a humanidade

No incabível modernismo

O irredutível egocentrismo 

O niilismo em verdade 


É reinante o incivismo 

A vida é banalidade 

E fluída obscuridade

É flagrante o ostracismo 


Mas há esperança e propriedade

Na Arte Real sem sofismo

Basta olhar com acuidade 


Vê-se o pulcro racionalismo

Na Sublime fraternidade 

Qual o fulcro do Iluminismo !