maio 12, 2025

MANIFESTAÇÃO DA GLUI SOBRE RELIGIÃO - Eleutério Nicolau da Conceição





Este texto foi publicado em 2014 no livro: “Arte Real – Reflexões Históricas e Filosóficas”, que escrevi em parceria com o irmão Walter Celso de Lima. Consta do capítulo “A Questão Religiosa”, e está registrado a partir do pé da página 139, até o topo da página 142. Sua tradução é de minha responsabilidade e foi feita a partir da revista “Massoneria Oggi”, do Grande Oriente D’Itália, ano IV, No 5, referente aos meses de setembro e outubro de 1997. Nessa revista o texto em questão está inserido na íntegra no artigo: “La Massoneria e il G.A.D.U. Um Dio Massonico che non existe”, de autoria de Delfo Del Bino, Da Universidade de Florença. É um longo e interessante artigo, no qual o texto citado ocupa apenas duas colunas, de um total de 12. Na verdade, em seu artigo Del Bino transcreve a manifestação da GLUI do livro de Giuliano Di Bernardi: “Filosofia dela massoneria”, para usa-la como contraponto aos argumentos do próprio Di Bernardi, que tenta definir filosoficamente um Deus maçônico.

A Grande Loja Unida da Inglaterra publicou declaração em 1985 definindo as diretrizes básicas da maçonaria sobre a relação Maçonaria/Religião, as quais transcreveremos a seguir:

 

1) Enunciado Fundamental

“A maçonaria não é uma religião nem substituto da religião. Ela exige de seus adeptos a crença em um ser supremo do qual, todavia, não oferece uma doutrina de fé.

A maçonaria é aberta a homens de todas as fés religiosas.

Nos trabalhos de loja é proibido se discutir religião.

 

2) O Ser Supremo

Os nomes utilizados para indicar o Ser Supremo permitem a homens de fés diferentes unirem-se em prece a Deus como cada um deles o concebe, sem que o conteúdo da prece seja causa de discórdia. Não existe qualquer deus maçônico. O deus do maçom é aquele da religião que ele professa. Os maçons mantém respeito recíproco pelo Ser Supremo definido como tal em sua respectiva religião. Não é objetivo da Maçonaria procurar unificar religiões diversas: não existe portanto qualquer deus maçônico composto.

 

3) O Livro da Lei Sagrada

A Bíblia, considerada pelos maçons como o Livro da Lei Sagrada, é sempre aberto durante os trabalhos de Loja.

 

4) As Obrigações dos Maçons

Os maçons assumem compromisso jurando sobre o Livro da Lei Sagrada. Eles se empenham em manter sobre segredo os sinais de reconhecimento e em seguir os princípios da Maçonaria.

As punições físicas são puramente simbólicas, não são objeto de compromisso. O empenho em seguir os princípios da maçonaria É obrigatório.

 

5) Confronto entre maçonaria e religiões

Na maçonaria não existem os seguintes elementos constitutivos de uma religião:

a) uma doutrina teológica; vetando-se as discussões sobre religião, se deseja impedir o surgimento de uma doutrina teológica maçônica;

b) oferta de sacramentos;

c) A promessa de salvação mediante obras, conhecimento de segredos ou outros meios; os segredos da maçonaria referem-se a métodos de reconhecimento e não à salvação.

 

6) A maçonaria respeita a religião

A maçonaria não é, de modo algum, indiferente à religião. Sem interferir com a prática religiosa, ela incentiva seus adeptos a seguirem sua fé particular, pondo seus deveres em relação a Deus (em todos os nomes mediante os quais ele seja conhecido) acima de todos os outros. Os ensinamentos morais da maçonaria são aceitáveis por todas as religiões. Desta maneira, a Maçonaria respeita as religiões.”

 

Essa declaração teve como objetivo esclarecer todos os equívocos existentes sobre o tema, os quais, infelizmente ainda permanecem. Sendo continuamente trazidos novamente à discussão.


Esse texto foi traduzido da revista do Grande Oriente da Itália: “Massoneria Oggi.”

D. Del Bino, La Massoneria e il G.A.D.U. Un Dio massonico che non esiste. Massoneria Oggi, Anno IV, No5, 1997, pp 20,21.

maio 11, 2025

MÃE, ESTRELA MATUTINA - Neneca Barbosa


Mãe, estrela matutina,

Que brilha na manhã,

Com sua bela doçura

Grandes lições ensina.

É excelente guardiã,

No seu mar de candura.


Mãe é pérola preciosa

Que trás muita intuição,

Cheia de sabedoria

Tem perfume da rosa.

Amor no coração,

E até psicologia.


Mãe dá regaço ao filho,

Protege do perigo,

Aquece com calor,

Perpetua no seu brilho,

Acalenta em seu abrigo,

Enfrentando o labor.


Neneca Barbosa - João Pessoa, PB

COM CONFIANÇA - Adilson Zotovici



Quase tudo nesta passagem

Pode haver prosterna mudança

Ganha-se, perde-se  a vantagem

Na longa e eterna andança


O esteio em cada paragem

A própria auto confiança

Para prosseguir a viagem

E o meio, uma forte aliança


Na Arte real a bagagem

Donde advém grande herança

Ideal à remodelagem



Grande Arquiteto a segurança

Para não perder a coragem,

A Fé, Liberdade e Esperança !



...RENASCE O SOL INVICTO... - Jorge Antônio Vieira Gonçalves

 

Após a mais longa das noites, renasce o Sol Invicto, origem ancestral da celebração do Natal

Após a mais longa das noites, quando o mundo parecia mergulhado numa escuridão sem fim, o Sol retorna, ainda fraco, mas invencível. Esse momento, marcado pelo solstício de inverno no hemisfério norte, foi celebrado por diversas culturas antigas como o renascimento do Sol, um símbolo de renovação, esperança e continuidade da vida. É a esperança de que, mesmo a noite mais escura acabará, e a luz sempre retornará.

O mitraísmo romano, herdeiro de tradições persas mais antigas, estabeleceu uma profunda relação com o Sol, especialmente com os solstícios, isto é, a posição em que o Sol nasce no primeiro dia do inverno ou do verão. É o solstício de inverno que parece ter sido o mais importante para os nossos ancestrais, utilizado para marcar o início de um período de celebração. Durante o solstício de inverno do hemisfério norte, que ocorre por volta de 21 de dezembro, o Sol, ao meio-dia, atinge sua altura mínima no céu e começa, lentamente, sua jornada de retorno, elevando-se dia após dia no horizonte e aumentando gradativamente as horas de luz.

Esse dia, o solstício de inverno, a mais longa das noites, representava, para as antigas civilizações, o momento exato do renascimento solar, quando a natureza começava a dar sinais de que a escuridão não seria definitiva. É o prenúncio da primavera que virá, com sua fertilidade e abundância. Como bem disse Lucrécio: "A natureza de uma coisa faz outra brotar, e, da morte, uma nova vida nascer."

Mas, afinal, qual seria a relação entre o solstício de inverno e a origem da celebração do Natal ou nascimento de Cristo?

A verdade é que a data exata do nascimento de Jesus permanece um enigma insolúvel. Não há registros contemporâneos ao evento. Logo, como os relatos bíblicos não oferecem uma data para o nascimento de Jesus, e como essa data não se encontra nas Escrituras, nada impediu que o nascimento de Cristo fosse estabelecido em 25 de dezembro, assim como poderia ter sido em qualquer outro dia do calendário.

Segundo o Evangelho de Mateus (capítulo 2, versículos 1 a 16), Jesus teria nascido em Belém, no final do reinado de Herodes. Ao saber da notícia, Herodes teria ordenado a morte de todos os meninos com menos de dois anos, mas o menino Jesus, segundo a narrativa, teria escapado para o Egito.

No século VI, um monge sírio chamado Dionísio, o Exíguo, após consultar as Escrituras e cronologias romanas, fixou o nascimento de Jesus no ano 753 da fundação de Roma. Esse cálculo marcou o início da chamada Era Cristã. Curiosamente, sabe-se hoje que Herodes morreu em 749 a.u.c., ou seja, no ano 4 antes de Cristo. Só para lembrar, os romanos contavam os anos a partir da fundação de Roma, utilizando a expressão 1 a.u.c. (ab urbe condita), que significa “desde a fundação da cidade”. Logo, se Jesus nasceu sob o reinado de Herodes, seu nascimento deve ter ocorrido, necessariamente, antes da data calculada por Dionísio. Por conta desse erro histórico consolidado, Jesus nasceu, tecnicamente, alguns anos "antes de Cristo". 

Repito, qual seria a relação entre o solstício de inverno e o nascimento de Jesus Cristo?

A genialidade está aqui: quando a tradição cristã, ao se consolidar como religião oficial do Império Romano, absorve e reinterpreta as celebrações solsticiais. Natalis solis invicti, que significa “nascimento do Sol invencível”, logo é reinterpretada pela tradição cristã como o nascimento de Jesus Cristo, a luz que vence as trevas do mundo, associando-se simbolicamente e inteligentemente ao solstício de inverno.

Desde a Caldeia até os antigos construtores de catedrais, os homens leram os céus como uma espécie de manuscrito sagrado e interpretaram neles os sinais e os segredos dos ciclos da natureza. A celebração do Natal em dezembro é, portanto, herdeira direta da antiga reverência à luz que retorna, à vida que ressurge, ao Sol que, mesmo oculto, jamais é vencido.

A luz sempre foi interpretada como símbolo do esclarecimento e da razão. Quanto mais intensa é a luz, mais fácil se torna a jornada do autoconhecimento e da busca interminável pelo aperfeiçoamento. Trata-se de um exemplo poderoso da importância da linguagem simbólica presente nas antigas civilizações. Por isso, quando celebramos o Natal, com o Papai Noel vermelho da Coca-Cola, lembremo-nos de que, como nossos ancestrais, muitas vezes sem perceber, celebramos, na verdade, a antiga esperança daqueles que, há milênios, reuniam-se ao redor do fogo para aguardar o retorno do Sol.

Referência bibliográfica

BBC News Brasil. Como o 25 de dezembro se tornou o dia de celebrar o nascimento de Jesus. 22 dez. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-59736586. Acesso em: 7 maio 2025.

GONÇALVES, Jorge Antônio Vieira. Filhos das Estrelas. Disponível em: https://www.maconariacomexcelencia.com/post/filhos-das-estrelas

ASIMOV, Isaac. O império romano: história universal. Tradução de Luis Reyes Gil. São Paulo: Planeta do Brasil, 2023. 304 p. ISBN 978-85-422-2464-1. Título original: The Roman Empire.

maio 09, 2025

REFLEXÃO SOBRE O CARÁTER, A ÉTICA E A HONRA - Luciano Vianna




"Grandes almas sempre encontraram forte oposição de mentes medíocres." (Albert Einstein)

Até que ponto o homem pode vender-se sem ser prejudicado e sem prejudicar os outros?

Até que ponto pode, impunemente, ferir sua coerência interior dizendo, publicamente, ora uma coisa, ora exatamente o contrário, dependendo da vantagem oferecida?

Quando digo “impunemente” não me refiro a sanções legais, multas ou coisas do gênero.

Isso é o de menos!

Um bom advogado resolve.

Ao dizer “impunemente” refiro-me ao interior da pessoa, à sua “inteireza” e paz, aquela qualidade das pessoas retas, sábias, coesas, coerentes, “inteiras” também por dentro.

Refiro-me, também, ao ônus social gerado por atitudes que sobrepõem a vaidade à verdade, à lealdade, à coerência, à reflexão, à nobreza de caráter.

O grande problema da humanidade, hoje em dia, é de caráter ético, pois socialmente, aprendemos que é preciso fazer o correto, mas na informalidade, criamos a idéia de que não há nada de errado, em levar vantagem em cima de nosso semelhante, e para todas as situações costumamos dar “o jeitinho brasileiro”. 

Uma vez que é muito comum, todos criticarem a corrupção brasileira, a política brasileira, e esquecerem-se dos pequenos delitos que cometem diariamente, usando a premissa de que os fins justificam os meios.

E é em meio a esta sociedade, mais preocupada em aparecer, do que ajudar o próximo, que surge o desejo exagerado de acumular poder e projeção.

E neste mesmo momento, o homem deixa a sua ambição falar mais alto que a ética.

Pois se a ética atrapalhar o objetivo de adquirir glória, poder e honras, a tendência é de reduzir o caráter ético, para não frustrar o propósito final.

É preciso ter consciência de que ser ético é tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados.

É procurar ajudar mais as pessoas a nossa volta, do que criticar, ou lesionar em momentos oportunos, só para atingir nossos objetivos.

Precisamos também entender que a atual crise ética originou-se em decorrência das atitudes do ser humano individual, e que por isso, é preciso antes de qualquer coisa, mudar nossas atitudes individuais, para depois podermos criticar e tentar consertar o mundo.

E é claro, é preciso ter ambições sim, mas é preciso usar a ética e a moral, antes de definir nossas metas, ideais e sonhos.

A tendência daqueles que por simples vaidade ou desejo de poder tem de criticar e lançar inverdades, bem como criar fatos e atos inexistentes, sobre àqueles que ocupam posições por eles desejadas reflete bem a pequenez de seu caráter e sua falta de ética, pois deveriam eles exaltarem seus feitos e seus atos em contraponto àqueles que se critica.

Confúcio já dizia que “Homem superior é aquele que começa por pôr em prática as suas palavras e em seguida fala de acordo com as suas ações”.

Creio que já é passado o momento de colocarmos nossas ambições no mesmo patamar de nossas realizações, pois se essas realizações forem realmente grandes nossas ambições serão satisfeitas por reconhecimento e natural consequência delas.



Luciano Vianna M.'.M.'.

maio 08, 2025

A CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO - Heitor Rodrigues Freire



Viver é uma arte. Conviver é uma filosofia.

Hoje em dia, com o acirramento das discussões políticas, o que mais se vê são posições antagônicas que acabam gerando distanciamento e até o rompimento de relações quando a discussão toma rumos muito agressivos. 

E o que observo é que as discussões políticas são sobre pessoas que nem sabem que existimos e que, muitas vezes, mudam de opinião, deixando-nos pendurados pela brocha.

O que mais se vê nas redes sociais são discussões, principalmente sobre política, que terminam com agressões e xingamentos.

Saber discutir de forma respeitosa é uma atitude importante em diferentes momentos de nosso dia a dia: seja na escola, com professores e colegas ou em casa com a família.

Vivendo em sociedade, estamos sempre em meio a debates que exigem nossa opinião. Concordar é uma atitude mais fácil de ser compreendida do que discordar, mas nem sempre partilhamos do mesmo ponto de vista do outro. Sem contar que as opiniões contrárias também são essenciais para que haja transformação. Basta que sejam formuladas de maneira responsável e construtiva. 

O respeito é fundamental, e para isso não devemos levar nada para o lado pessoal, mantendo o bom nível, falando em primeira pessoa – hoje o que mais se verifica é a expressão “a gente”, levando tudo para o impessoal. Devemos escutar, exercitando a escutatória, como bem ensinou o professor Rubem Alves – além de ter paciência e manter a calma.

Para que isso aconteça, segundo um estudo publicado na revista Cognitive Science, em vez de tentar “vencer” uma discussão, o ideal é discutir para aprender — isso torna as outras pessoas mais receptivas e evita que se sintam atacadas. Ou seja, quando desafiamos alguém diretamente, é pouco provável que essa pessoa mude de opinião. Em contrapartida, se mostramos que queremos aprender, ela também tende a estar mais aberta ao diálogo e à mudança. Os pesquisadores também explicam que “as pessoas ajustam sua avaliação da verdade para que ela seja coerente com os objetivos de sua mentalidade argumentativa específica”.

A palavra comportamento tem origem na locução latina “cum me porto”, que pode ser traduzida por “como me porto”. Comportare é composto por cum = junto e portare = carregar, de onde tolerar, resistir, manter, consentir. É a forma como uma pessoa age ou reage em resposta a estímulos internos ou externos. É um conceito que envolve a relação entre o sujeito e o ambiente. 

Como o ser humano é complexo por natureza – e o nosso comportamento varia no tempo e no espaço, às vezes, sem nenhuma lógica –, o estudo do comportamento acabou merecendo uma visão científica, envolvendo áreas de estudo multidisciplinares, coo a psicologia, sociologia, antropologia e outras ciências sociais. Um dos principais aspectos do comportamento é a capacidade de aprender e de mudar.

São vários os fatores que influenciam o comportamento: fatores internos, como a biologia, a personalidade, os valores e as crenças da pessoa, e fatores externos, como o ambiente, a cultura, a educação e as experiências da vida.

As ciências comportamentais são um campo interdisciplinar que busca entender e explicar o comportamento humano. Elas combinam conhecimentos de diversas áreas  para oferecer uma compreensão holística dos fatores que moldam as ações e decisões humanas. Ao examinar padrões de comportamento, motivações e influências do contexto e dos grupos aos quais as pessoas pertencem, as ciências comportamentais dão respostas sobre o que impulsiona nossas escolhas cotidianas. 

Quer dizer, o assunto evoluiu a ponto de merecer atenção das ciências, então o que falta é o entendimento adequado e o comportamento próprio para que tudo se faça de forma respeitosa e até carinhosa – o que seria o ideal.


OBRA DE BRASILINO NETO.DOADA A LOJA




No dia 28 de abril, em razão de uma palestra na "ARLS A Constitucionalista de 32" em Caçapava, fui presenteado com uma magnífica obra de arte, de simbolismo maçônico, do famoso artista Brasilino Neto. 

Considerei que tal obra deveria ficar em um local extremamente nobre e na noite desta terça feira eu a doei a minha Loja,  ARLS Tríplice Aliança 341 de Mongaguá, onde ficará doravante exposta para contínua admiração dos irmãos e visitantes.

Na foto o Venerável Mestre Alexandre Lucena exibe o trabalho que enriquece a Loja.

ESTE DESGOVERNO QUE ESTAMOS VIVENDO - Michael Winetzki


Este desgoverno que estamos vivendo está nos abrindo as portas de um tempo de recessão. Recessões são cíclicas e não escolhem suas vítimas. Tanto faz que sejam países ricos ou pobres e são processos invariavelmente dolorosos, como podem testemunhar neste momento os Estados Unidos e os prósperos países da Europa Ocidental além dos miseráveis países africanos.


Um exemplo doméstico para explicar como funciona uma recessão é a faxina doméstica das segundas-feiras, que felizmente poucos chefes de família chegam a conhecer em sua cruel realidade. Os moveis fora do lugar, os tapetes enrolados, as roupas arejando fora dos armários, as panelas e utilidades pousadas sobre todas as mesas da casa, baldes, vassouras e panos imundos espalhados por todos os lugares e a linda esposa, com um lenço na cabeça, roupa de feira da pechincha e os pés imundos de sujeira. Mas se esposa (e os governos) forem competentes, ao final dessa epopeia a casa (e o país) estarão um brinco. Se não, vai acontecer o que já está acontecendo no Brasil (e no mundo): uma crise politica, dentro de uma crise econômica, dentro de uma crise ética e moral, e só Senhor sabe o que mais vem por aí.


Quem trabalhar direito neste período, à semelhança da faxina, sairá fortalecido, e para isso iremos apresentar nesta série de postagens algumas sugestões, baseadas nos meus estudos e na minha experiência pessoal de mais de 50 anos de barriga atrás do balcão. A primeira coisa a fazer é uma completa mudança de postura do empresário.


Os mais antigos lembram-se dos pesados telefones de ebonite preta discados. Ou ainda dos plásticos de 3 cores colocados à frente das TVs para dar a impressão de TV colorida. Ou das máquinas de escrever Olivetti e Remington. Tudo completamente ultrapassado embora relativamente recente. Ninguém mais pensa em adquirir uma máquina de datilografia para preencher formulários embora elas ainda funcionem bem. As técnicas e procedimentos do passado não funcionam mais em tempos pós pandemia.


CONHEÇA BEM O SEU NEGÓCIO

No meu tempo de menino o bazar do seu Salim vendia de tudo, de agulhas e cordas de violão a feijão e querosene. A maior parte da mercadoria podia ficar estocada por anos, coberta por grossa capa de poeira, mas quando o cliente a pedia com uma rápida espanada estava nova, à disposição. Esse tipo de negócio está em franca extinção. A não ser para as gigantescas lojas de departamentos a moda hoje, para os pequenos e médios empresários, é a exploração de nichos de mercado. Há que se procurar ser o melhor possível naquilo que se vende, seja brigadeiros gourmet ou calçados masculinos. Restringir o estoque ao nicho, procurar o nível de excelência no atendimento e conhecer minuciosamente o cliente. Se você tem de tudo no estoque repense o seu negócio e fique apenas com aquilo que lhe dá mais lucro e prazer em negociar. Parece estranho falar em prazer, mas quando a gente gosta do que faz, faz melhor. Na próxima postagem daremos algumas dicas a respeito de conhecer o cliente.


Lembre-se, se quiser trocar algumas ideias comigo para o seu negócio, ou quiser compartilhar meus artigos com algum amigo empresário, não vai custar nada a não ser talvez, a doação de algumas cestas básicas para instituições de beneficência. Meu contato está no título aí acima.


maio 07, 2025

CULTURA E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DOS MAÇONS - Ubyrajara Souza

 


O conceito de cultura é bastante amplo e complexo.

Na visão acadêmica, ele pode ser desenvolvido sob diversos aspectos: antropológico, sociológico, filosófico etc.

Entretanto, para efeito deste artigo, podemos simplificar o seu entendimento adotando uma definição mais ecumênica: cultura é o termo genérico usado, basicamente, para significar duas acepções diferentes.

De um lado, o conjunto integrado de usos e costumes, de comportamentos, valores, regras morais, e de instituições que permeiam e identificam uma sociedade ou uma época.

E, de outro lado, artes, erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto e da sensibilidade humana, consideradas coletivamente. 

A cultura explica e dá sentido à cosmologia social, portanto, é impossível de se desenvolver individualmente.

Resumindo, podemos dizer que cultura é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. 

A maçonaria, como todo grupamento humano, possui identidade própria.

E reduzindo o conceito de ‘cultura’ a um universo específico, podemos chamar de cultura maçônica a esse sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à prática da maçonaria, formando um conjunto de respostas de o que é aprendido e partilhado pelos maçons e que lhes confere essa identidade própria. 

Há os que tratam a cultura maçônica como um sistema de conhecimento da realidade, como o código mental dos maçons, não como um fenômeno material, mas cognitivo; e há os que entendem a cultura maçônica como um sistema simbólico que só poderá ser apreendido por meio de interpretação e não por mera descrição. 

Na verdade o conceito de cultura maçônica deve congregar a interpretação de seus símbolos, a prática de tradições maçônicas e suas lendas míticas.

Não somente aquelas que foram incorporadas dentro dos rituais e são exemplificadas em suas cerimônias, mas também aquelas que, embora não figurem nas instruções das lojas, foram transmitidas oralmente como partes de sua história e enuncia, em seu cânone de instrução, verdades fundamentais e pensamentos sobre a natureza humana, através do freqüente uso de arquétipos, sem se referir à veracidade dos relatos. 

A filosofia da maçonaria incentiva o homem a buscar o autoconhecimento, despertar no maçom o seu pensar em sua própria existência, independentemente dos agrupamentos sociais a que pertençam individualmente. 

Não cerceia o seu adepto ao estudo de qualquer ciência (esotérica ou exotérica) como cultura auxiliar, mas pretende que a base dos ensinamentos maçônicos esteja sempre presente, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces em que se levanta a Ordem.

*Assim sendo, o futuro da maçonaria está diretamente ligado ao desenvolvimento cultural do maçom.*

E, de um modo geral, o maçom deve estar consciente de que se cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros, a cultura maçônica deverá ser o resultado da forma como os maçons receberam e transmitem seus ensinamentos.

Se cultura é criação. 

O importante é estar atento que ele não só receba a cultura dos seus antepassados como também crie elementos que a renovem.

E se cultura é um fator de humanização, deve compreender que esta transformação só ocorrerá porque ele é parte de um grupo em constante aperfeiçoamento cultural.



O ALTAR DOS JURAMENTOS - Almir Sant’Anna Cruz


 

*O ALTAR DOS JURAMENTOS*

Excerto do livro *O que um Aprendiz Maçom deve saber*

Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz


O altar é utilizado no culto das divindades em praticamente todas as religiões antigas ou modernas.

Nas Américas, por exemplo, maias, incas e sobretudo astecas, usavam um altar em pedra, o techcoatl, para os sacrifícios humanos, denominados tlamictilztil, que se ofereciam aos deuses. Esses sacrifícios tinham o propósito de promover a constante renovação da ordem cósmica e a alimentação dos deuses, que se nutriam do sangue e do coração do ixiptla, a vítima. Segundo os astecas, Tezcatlipoca, o Quinto Sol, foi criado graças ao sacrifício dos deuses, que mais tarde criaram a guerra entre os humanos justamente para que os guerreiros capturados fossem ritualmente mortos. A guerra asteca se travava, em parte, para fornecer vítimas sacrificiais aos principais templos.


Nas ruínas de Babilônia encontraram-se altares quadrados de adobe; no Egito usava-se o granito polido ou o basalto; os druidas usavam altares triangulares de pedra; na Grécia e em Roma os altares eram suntuosos, sendo dignos de  menção os de Hera em Samos, de Pan e Zeus na Olímpia e de Heracles em Tebas.


Para as religiões primitivas, a presença da divindade era indicada pelos elementos da Natureza e supunha-se que os deuses poderiam ser induzidos a habitar ou a se manifestar no lugar em que as oferendas, invariavelmente cruentas, lhes fossem servidas.

A matança ritual servia como alimento ou como oferecimento de vida às divindades, com o propósito de agradecer, adivinhar, renovar a vida, continuar um ciclo sazonal ou cósmico, ratificar um acordo ou aliança, expressar a sua comunhão, assegurar um favor, afastar o mal, etc. Assim é que nos dias atuais as religiões afro-brasileiras utilizam-se dessa prática ritual. Na grande maioria das vezes, o sangue das vítimas era lançado sobre uma grande pedra, que veio a tornar-se o primevo altar.


Na Bíblia, evidencia-se a preferência dos sacrifícios cruentos sobre os não cruentos, quando Deus não dá atenção à oferta “do fruto da terra” de Caim, preferindo a oferenda de Abel, que lhe trouxe “dos primogênitos das suas ovelhas, e de sua gordura” (Gênesis 4:3-4). Caim, inconformado com essa preferência acabou matando seu irmão.

A primeira menção que se faz a um altar está em Gênesis 8:20: “E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou todo o animal limpo, e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar”. Como se vê, esse primeiro altar bíblico era um local específico onde habitualmente seriam ofertados holocaustos a Deus.

A segunda menção bíblica sobre um altar está em Gênesis 22:9: “e vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou Isaque seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha”. Sabemos todos que Isaque foi substituído na última hora por um carneiro, oferecido em holocausto a Deus.

Muitas são as menções de altares dedicados a Deus e a outras divindades na Bíblia. Esses altares eram toscamente construídos em pedras sobrepostas formando uma meseta e eram utilizados, sempre, para se oferecer sacrifícios em que se queimavam inteiramente animais, isto é, eram altares de holocaustos.

Em Êxodo 20:24-26 Deus fornece instruções específicas a Moisés sobre como deveriam ser usados e construídos os altares: para sacrifícios em holocausto de ofertas pacíficas, de ovelhas e vacas, sendo vedado o uso de degraus para que não ficasse à mostra a nudez e deviam ser feitos de terra ou de pedra, proibindo-se terminantemente que estas fossem lavradas, pois o buril ou o cinzel profanariam o altar.

Estes altares de sacrifícios ou de holocaustos foram os únicos empregados pelos judeus até a construção do Tabernáculo por Moisés, ocasião em que se passou a fazer uso de dois altares: o altar dos holocaustos ou dos sacrifícios e o altar dos incensos ou dos perfumes. No Templo de Salomão estes dois altares se faziam presentes, o primeiro confeccionado em bronze e o segundo em ouro.


O altar-mor das igrejas católicas, onde são celebradas as missas, se originou do altar dos sacrifícios dos judeus. Durante  a missa, são ofertados o pão e o vinho, a carne e o sangue de Jesus Cristo.


O Altar dos Juramentos corresponde ao altar dos sacrifícios da religião judaica e ao altar-mor das igrejas católicas.

O sacrifício cruento dos judeus e o sacrifício da santa missa católica são confirmações dos compromissos dos homens para com Deus, assim como no Altar dos Juramentos os Maçons prestam os mais significativos compromissos com o Grande Arquiteto do Universo e com seus Irmãos.

É no Altar dos Juramentos que o Neófito vê a Luz e se transforma em um Iniciado, um Aprendiz Maçom que, passando a Companheiro e posteriormente a Mestre, poderá atingir a Perfeição.

Sobre o altar dos Juramentos se depositam as três grandes Luzes da Maçonaria, o Livro da Lei, o Esquadro e o Com-passo: o Livro da Lei ilumina a mente, regulando nossa conduta no lar, no trabalho e na Sociedade; o Esquadro, símbolo da Retidão, regula nossas ações e nos ensina a permanecermos fiéis para com nossos semelhantes; e o Compasso, que representa a Justiça, mantém nos devidos limites nossas relações com todos os homens e especialmente com nossos Irmãos, ensinando-nos onde começam e onde terminam nossos direitos.


Finalmente, devemos ressaltar que, primitivamente, não havia o Altar dos Juramentos. As três grandes Luzes da Maçonaria ficavam em cima do Altar do Venerável Mestre, onde também eram prestados os juramentos. 

Posteriormente, talvez para aumentar o espaço para o Venerável Mestre ou ainda com a intenção de aumentar as semelhanças do Templo Maçônico com o de Salomão, criando-se um Altar dos Juramentos em correspondência ao altar dos holocaustos, passou-se a usar uma pequena mesa em frente ao altar do Venerável Mestre, para onde foram transferidas as três grandes Luzes da Maçonaria e consequentemente onde se passou a tomar os juramentos. Assim é que, historicamente, o Altar dos Juramentos deve ser posicionado no Oriente, em frente ao altar do Venerável Mestre.

Mais tarde, ampliando ainda mais as semelhanças com o Templo de Salomão, foi criado o Altar dos Perfumes.


Inteeressados no livro contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

SINAL DE VOTAÇÃO e JURAMENTO - Rodrigo C. Machado


Braço direito estendido horizontalmente e mão espalmada para baixo. 

Esse gesto parece ter se originado de vários costumes antigos em civilizações diversas.

A mão espalmada para baixo, nas ciências que estudam o comportamento corporal, significa um ar de superioridade de quem o pratica. Assim, defendem os estudiosos da linguagem corporal que quem cumprimenta outrem de mãos espalmadas para baixo, inconsientemente se sente mais seguro e até superior. Também é com as mãos espalmadas para baixo que se abençoa pessoas ou consagra objetos, numa óbvia transferência de energia vital ou cósmica superior.  

Da mesma forma, porém em contraposto, a mão espalmada para o alto, muito vista nas posições de meditação das culturas orientais, 

tem a função de receber voluntariamente tais energias, assim como a mão dada em palmatória se submete ao castigo merecido. 

Na cadeia de união essas posições de doar e receber se alternam para garantir o ciclo virtuoso.

Para o gesto usado em juramentos e votações, a mão espalmada para baixo intenciona submeter-se ou subscrever-se diante de uma verdade ou opinião. Significa que diante de uma decisão importante você optou por sim/acredito. 

Neste contexto, este ato pode ter se originado na expressão "pôr a mão no fogo." Não se sabe ao certo a origem mais antiga do costume, mas consiste de confiar muito em alguém, a ponto de jurar pela sua inocência, como na "prova do ferro caldo", muito utilizada durante a Idade Média. Consistia submeter à prova uma pessoa que alegava inocência, e para tal submetia-se caminhar por alguns metros com uma barra de ferro encandecente sobre as próprias mãos, apenas envolvidas em trapos e embebidas em cêra. Três dias depois, abria-se a atadura e, se a mão estivesse ilesa, sem sinal de queimadura, era provada a inocência. Caso se queimasse, a pessoa era culpada e seria enforcada. Uma variação desta mesma prova, também praticada entre os povos bárbaros era, de boa fé, colocar a mão no fogo, espalmada para baixo, até que a pessoa a quem se almejava convencer se desse por satisfeita. 

Daí quem jura ou vota com o braço estendido e a mão espalmada para baixo, instintivamente afirma acreditar, apoiar, sub-escrever e garantir o que está sendo proposto.