junho 19, 2025

A PALAVRA SEMESTRAL NA ORDEM DO DIA - Márcio dos Santos Gomes


A Palavra Semestral da tradição maçônica é sempre renovada na passagem dos solstícios e destina-se a comprovar a regularidade do maçom em visita a outras Lojas e serve para reforçar a segurança da cobertura. O Maçom que desconhece a palavra do semestre em curso e nem a do anterior não frequenta Loja há pelo menos seis meses, podendo ser considerado irregular.

As Grandes Lojas, por intermédio da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), definem e encaminham de forma criptografada aos Veneráveis Mestres, que devem decifrá-las e repassá-las, em Cadeia de União, exclusivamente aos obreiros de suas respectivas Lojas.

O costume remonta à instalação de Felipe de Orleans, duque de Chartres, como Grão-Mestre do Grande Oriente da França, em 28 de outubro de 1773. O motivo da criação da Palavra Semestral se deveu à necessidade de impedir a presença de maçons não filiados às reuniões do GOF, então criado como dissidência da Grande Loja da França, limitando o livre direito de visitação até então vigente. Posteriormente foi adotada por outras Potências. O Grande Oriente do Brasil adotou a Palavra Semestral na sua reinstalação em 1831.

Segundo Boucher (1979), originalmente eram duas palavras e ambas começavam pela mesma letra, sendo pronunciadas, a primeira da esquerda para a direita e a outra da direita para a esquerda do ouvido, durante a Cadeia de União, e deveriam voltar ao Venerável que as comunicou, “justas e perfeitas”. Constatado algum erro na volta, o procedimento se repetia.

A eficácia das Palavras era aferida na visitação, no sistema de senha e contrassenha, quando o irmão daria uma palavra ao Cobridor e receberia a outra palavra, ficando dessa forma estabelecida a regularidade de ambos, tanto a do visitante quanto a da Loja.

Entre os maçons operativos, a “Palavra Secreta” (daí a curiosidade e o desejo de descobri-la) era o meio de reconhecimento e de comunicação que somente era ensinada e usada pelos Companheiros, Membros da Fraternidade (Carvalho, 1990). A posse da Palavra do Maçom indicava a qualificação para trabalhar junto a outros maçons.

Foi por ouvir falar dela que os forasteiros descobriram pela primeira vez que os maçons tinham segredos.” (Stevenson, 2009).

Por sua vez, o cowan, termo originário da Escócia, designava o operativo admitido para executar serviço temporário a respeito do qual não era exigida habilidade equivalente a um Maçom regular e que poderia ser dispensado logo após o término do trabalho. Considerado “Maçom sem a Palavra de Trabalho”, o equivalente à Palavra Semestral da atualidade, a referência já constava dos Estatutos de Shaw, em 1598, com a proibição aos Mestres de contratá-lo, a não ser para suprir a falta de um Maçom capacitado. O cowan, mais tarde associado à figura de um bisbilhoteiro, intruso ou espião, interessado em obter a “Palavra do Maçom”, criou a necessidade do Cobridor Externo (Tyler) e deu origem ao termo “Goteira”.

Dessa forma, considerando-se hoje a existência de uma só Palavra Semestral, e dada a profusão de Potências irregulares e Lojas espúrias, vislumbra-se a premente necessidade de revisão do critério de sua elaboração por parte de nossas autoridades litúrgicas, de forma a restabelecer o formato original de duas palavras, mantendo a tradição e visando ao fortalecimento dos mecanismos de segurança, inclusive envolvendo GOB e COMAB. Seria possível tal consenso? Uma “Palavra de Convivência” que chegou a prosperar em Minas Gerais, fruto da Carta de Uberlândia de junho de 1998 (Guimarães, 2014), não é atualizada desde 2012. O tema precisa retornar à Ordem do Dia para, pelo menos, ser reavaliado.

Nota

– Em seu livro Grande Loja Maçônica de Minas Gerais – História, Fundamentos e Formação, o irmão José Maurício Guimarães transcreve os desdobramentos da Carta de Uberlândia, de junho de 1998 (pg. 427 e seguintes), bem como o Tratado de Mútuo Socorro, Fraternal Convivência, Recíproca Amizade e Estreita Colaboração, entre as Potências de Minas Gerais, que contem, dentre outros avanços, a adoção de uma Palavra Semestral de Convivência.


Referências bibliográficas

BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. São Paulo: Pensamento, 2015;

CARVALHO, Assis. Símbolos Maçônicos e Suas Origens. Londrina: Editora Maçônica “A Trolha”, 1990;

GUIMARÃES, José Maurício. Grande Loja Maçônica de Minas Gerais – História, Fundamentos e Formação. Belo Horizonte: GLMMG, 2014;

STEVENSON, David. As Origens da Maçonaria: o século da Escócia. São Paulo: Madras, 2009.

A ALIENAÇÃO SOCIAL - Juliana Vannucchi


Alienação social é um termo que se refere à maneira pela qual membros de uma sociedade tornam-se padronizados e perdem – ainda que parcialmente – seu senso crítico. 

Dessa forma, surge como consequência o “senso comum”, que é um conjunto de crenças e suposições populares edificadas a partir da falta de reflexões profundas. 

Ou seja, o senso comum é o que torna tudo raso e supérfluo.

A palavra “alienação” vem do latim alienus e significa “algo que vem de outra pessoa”. 

Karl Marx foi um dos principais filósofos que estudaram o significado da palavra “alienação”, bem como suas causas e consequências. 

Em suas obras, o pensador alemão relacionou essa palavra diretamente à noção de trabalho, explicando que os homens, para sobreviver, submetem-se à venda de sua força de trabalho e isso gera desigualdade social e ocasiona uma divisão das relações sociais. 

Assim, para Marx, um sujeito submete-se à alguma coisa sem ao menos questionar sobre as razões históricas e sociais que fizeram com que tal coisa se tornasse aquilo que é.

Há uma categorização elaborada em torno do tema “alienação social”, que a divide em três classes: a alienação econômica, a intelectual e a social. 

Na econômica os produtores não se veem como produtores; na social o homem sente-se separado do meio externo e coloca a sociedade como sendo “o outro”; *e na intelectual os indivíduos consideram as ideias como sendo universais, tomam-nas como verdades absolutas, reproduzem-nas e tendem a perder seu senso reflexivo*. 

Todas elas, apesar de suas diferenças, possuem um aspecto em comum: resultam num mesmo fator, que é o surgimento de uma Ideologia. 

A Ideologia é uma elaboração intelectual da classe dominante e dirigente, que passa a ser incorporada pelas outras classes sociais. 

Assim, essas outras classes (compostas pelos cidadãos alienados) irão reproduzir as ideias, pensamentos e opiniões dos dominantes ou dirigentes. 

Dentro de tal contexto, aqueles que se tornam alienados e, conforme já mencionado anteriormente, perdem sua capacidade crítica, passam a reproduzir o que lhes é passado pelos outros e acabam por viver num mundo de aparências e dissimulações, pois encaram e vivem seu cotidiano somente sob uma perspectiva já formulada por outros e não por eles próprios (conforme a tradução da terminologia latina citada anteriormente: algo que vem de outra pessoa). 

Portanto, esses indivíduos alienados irão se submeter aos valores pregados pelas instituições vigentes.

O grande problema da Alienação Social, qualquer que seja a categoria em que se manifeste, é que o indivíduo atingido por ela torna-se padronizado e tem seus pensamentos limitados. 

Filosoficamente isso é um grande obstáculo, pois representa a perda da autonomia dos homens, além de significar uma aceitação e um plágio inconsciente do que outras pessoas dizem e pensam. 

A Filosofia deve atuar na batalha contra a perda do senso crítico, pois é capaz de despertar a indagação no ser humano e levá-lo a examinar a realidade que o cerca, podendo assim instaurar a emancipação do pensamento, da consciência e da subjetividade de um homem.

ps: (considere uma comparação com as sessões em sua Loja e identifique se é necessário deixar de ser "Senso Comum" para se tornar *"Senso Crítico"*) 

Bom dia meus filósofos irmãos. 🙏 



L

junho 18, 2025

GRANDE ORIENTE DO BRASIL



Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1797 com a Loja Cavaleiros da Luz, criada na povoação da Barra, em Salvador, Bahia, e ainda com a Loja União, em 1800, sucedida pela Loja Reunião em 1802, no Rio de Janeiro, só em 1822, quando a campanha pela independência do Brasil se tornava mais intensa, é que iria ser criada sua primeira Potência, com Jurisdição nacional, exatamente com a incumbência de levar a cabo o processo de emancipação política do país.

Criado a 17 de junho de 1822, por três Lojas do Rio de Janeiro - a Commercio e Artes na Idade do Ouro e mais a União e Tranqüilidade e a Esperança de Niterói, resultantes da divisão da primeira - O Grande Oriente Brasileiro teve, como seus primeiros mandatários José Bonifácio de Andrada e Silva, Ministro do Reino e de Estrangeiros e Joaquim Gonçalves Ledo, Primeiro Vigilante. A 4 de outubro do mesmo ano, já após a declaração da Independência de 7 de setembro, José Bonifácio foi substituído pelo então Príncipe Regente e, logo depois, Imperador D. Pedro I (Irmão Guatimozim). Este, diante da instabilidade dos primeiros dias da nação independente e considerando a rivalidade política entre os grupos de José Bonifácio e de Gonçalves Ledo - que se destacava, ao lado de José Clemente Pereira e o Cônego Januário da Cunha Barbosa, como o principal líder dos Maçons - mandou suspender os trabalhos do Grande Oriente, a 25 de outubro de 1822.

Somente em novembro de 1831, após a abdicação de D. Pedro I - ocorrida a 7 de abril daquele ano - é que os trabalhos Maçônicos retomaram com força e vigor, com a reinstalação da Potência, sob o título de Grande Oriente do Brasil, que nunca mais suspendeu as suas atividades.

Instalado no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, a partir de 1842, e com Lojas em praticamente todas as províncias, o Grande Oriente do Brasil logo se tornou um participante ativo em todas as grandes conquistas sociais do povo brasileiro, fazendo com que sua História se confunda com a própria História do Brasil Independente.

Através de homens de alto espírito público, colocados em arcas importantes da atividade humana, principalmente em segmentos formadores de opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as Forças Armadas - o Exército, mais especificamente - O Grande Oriente do Brasil iria ter, a partir da metade do século XIX, atuação marcante em diversas campanhas sociais e cívicas da Nação.

Assim, distinguiu-se na campanha pela extinção da Escravatura negra no país, obtendo leis que foram abatendo o escravagismo, paulatinamente; entre elas, a "Lei Euzébio de Queiroz", que extinguia o tráfico de escravos, em 1850, e a "Lei Visconde do Rio Branco", de 1871, que declarava livre as crianças nascidas de escravas daí em diante. Euzébio de Queiroz foi Maçom graduado e Membro do Supremo Conselho da Grau 33; o Visconde do Rio Branco, como Chefe de Gabinete Ministerial, foi Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil. O trabalho Maçônico só parou com a abolição da escravatura, a 13 de maio de 1888.

A Campanha republicana, que pretendia evitar um terceiro reinado no Brasil e colocar o país na mesma situação das demais nações centro e sul americanas, também contou com intenso trabalho Maçônico de divulgação dos ideais da República, nas Lojas e nos Clubes Republicanos, espalhados por todo o País. Na hora final da campanha, quando a República foi implantada, ali estava um Maçom a liderar as tropas do Exército com seu prestígio: Marechal Deodoro da Fonseca que viria a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

Durante os primeiros quarenta anos da República - período denominado "República Velha" - foi notória a participação do Grande Oriente do Brasil na evolução política nacional, através de vários presidentes Maçons, além de Deodoro: Marechal Floriano Peixoto Moraes, Manoel Ferraz de Campos Salles, Marechal Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Wenceslau Brás e Washington Luís Pereira de Souza.

Durante a 1ª Grande Guerra (1911 - 1918), o Grande Oriente do Brasil, a partir de 1916, através de seu Grão-Mestre, Almirante Veríssimo José da Costa, apoiava a entrada do Brasil no conflito, ao lado das nações amigas. E, mesmo antes dessa entrada, que se deu em 1917, o Grande Oriente já enviava contribuições financeiras à Maçonaria Francesa, destinadas ao socorro das vítimas da guerra, como indica a correspondência, que, da França, era enviada ao Grande Oriente do Brasil, na época.

Mesmo com uma cisão, que, surgida em 1927, originou as Grandes Lojas Estaduais brasileiras, enfraquecendo, momentaneamente, o Grande Oriente do Brasil, este continuou como ponta-de-lança da Maçonaria, em diversas questões nacionais, como: anistia para presos políticos, durante períodos de exceção, com estado de sítio, em alguns governos da República; a luta pela redemocratização do país, que fora submetido, desde 1937, a uma ditadura, que só terminaria em 1945; participação, através das Potencias Maçônicas européias, na divulgação da doutrina democrática dos países aliados, na 2ª Grande Guerra (1939 - 1945); participação no movimento que interrompeu a escalada da extrema-esquerda no país, em 1964; combate ao posterior desvirtuamento desse movimento, que gerou o regime autoritário longo demais; luta pela anistia geral dos atingidos por esse movimento; trabalho pela volta das eleições diretas, depois de um longo período de governantes impostos ao País.

Presente em Brasília - Capital do Brasil, desde 1960 - onde se instalou em 1978, o Grande Oriente do Brasil tem, hoje, um patrimônio considerável, e em diversos Estados, além do Rio de Janeiro, e na Capital Federal, onde sua sede ocupa um edifício com 7.800 metros quadrados de área construída.

(Desconheço o autor. Fonte: Estudos)

O QUE VALE SER LEMBRADO - Newton Agrella


Como é gratificante ser lembrado !

Notadamente quando isso ocorre pelo lado positivo da vida.

Ter a percepção de que você tem um significado especial na vida de outra pessoa, mesmo que você não a conheça pessoalmente, sugere esta nítida sensação.

Esse traço de identificação ganhou ainda mais consistência quando os canais virtuais de comunicação, tornaram-se uma realidade no dia a dia.

Particularmente no que diz respeito aos maçons, os contatos acabaram de algum modo, contribuindo para alastrar e até sedimentar o sentimento de fraternidade de forma mais expressiva,

sobretudo quando ocorrem sintonias naturais entre os mesmos, fruto da maneira de pensar, de se expressar, de expor idéias, de argumentar e contra-argumentar sobre infindáveis temas.

E mais que tudo isso, sobre respeitar com serenidade e bom senso as diferenças naturais que são ingredientes da nossa própria existência e tornam este nosso "exercício de passagem", um desafio cada vez maior para que possamos aprimorar nosso nível de consciência.

É por estas poucas e por tantas outras razões que ser lembrado é sempre uma espécie de recompensa e de reconhecimento do que cada um de nós representa para o outro.

Na carona do desejo de um trivial "bom dia" vai uma bagagem, muitas vezes despercebida, de valores da alma, que por vezes nem nos damos conta.

Coisas como uma tênue palavra de incentivo, uma  expressão de apoio, um gesto de carinho ou até mesmo uma menção de paz e tolerância que podem calar fundo as necessidades de cada um.

Ser lembrado é isto. 

É perceber que não estamos sozinhos e que não importa como nem onde, há sempre uma energia que nos vincula, nos traz abrigo e revela-nos que somos uma partícula de uma imensa engrenagem   que nos oferece a oportunidade de agirmos como verdadeiros construtores sociais.

Ser lembrado não é apenas a trancrição de uma crônica ou uma chamada telefônica. 

Trata-se de uma atitude espontânea, que flui lá de dentro de nós, um lugar relativamente recôndito e que muitas vezes deixamos de visitar.

Ao maçom é sempre interessante fazer um breve "tour" a um lugar só seu em que encontra a placa:

*V.'.I.'.T.'.R.'.I.' O.'.L:*

"Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem" 

(Visita o Centro da Terra, Retificando-te, que encontrarás a Pedra Oculta/ Filosofal). 

Ou seja, ampliando o campo semântico traduz-se:

"Visita o Teu Interior. Purificando-te, que Encontrás o Teu Eu Oculto, ou, "a essência da Tua alma humana"."


junho 17, 2025

JOIAS FIXAS E MÓVEIS E A PRESENÇA DELAS EM LOJA - José Castellani


 

O Resp.’. Irm.’. Omar Furquim de Arruda, da Loja "Luz e Fraternidade Marapaniense", nº 2451, do Or.’. de Belém - PA, apresenta a seguinte questão:

        Segundo a apostila do Seminário de Mestres Maçons, do GOB, as Joias Maçônicas são em número de seis, sendo três fixas e três móveis; as fixas são: a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar, correspondentes, respectivamente, aos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. O Irm.·. Varoli explica que, sendo joias fixas, elas devem permanecer sempre no templo. Ocorre que no Ritual Escocês do Primeiro grau, a Prancha de Traçar não é relacionada; além disso, nas Lojas que visitei, no Pará, como em outros Estados, não vi presente a joia do Mestre Maçom. Pergunto: há obrigatoriedade de sua representação em Loja? Caso positivo, porque isso não consta dos rituais?”

RESPOSTA:

Em qualquer rito, é obrigatória a presença das três joias. Já no painel do Primeiro grau, no Rito Escocês, pode-se notar a presença, não só da Pedra Bruta, apanágio do grau, mas, também, da Pedra Cúbica, que é do segundo grau, e da Prancha de Traçar, com a cruz quádrupla e a cruz de Santo André, inerente ao grau de Mestre Maçom. Além disso, existem ritos, como o de Schröeder, onde há o Tapete, que é desenrolado no centro do Templo e onde estão presentes os Painéis dos três graus simbólicos: a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a representação pictográfica da 47ª Proposição de Euclides (que viria, com sua demonstração, a ser o famoso Teorema de Pitágoras), correspondendo, respectivamente, aos graus de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre.

Nota-se, assim, que já desde o Primeiro grau, o de Aprendiz, estão presentes símbolos inerentes aos demais graus simbólicos, porque em qualquer Loja simbólica os Aprendizes desbastam a Pedra Bruta, os Companheiros trabalham sobre a Pedra Cúbica, que se encaixa, perfeitamente, nas construções, e os Mestres orientam os trabalhos, traçando os seus planos sobre a Prancha de Traçar. Não há razão para a ausência dela, no recinto do Templo.

As Joias Móveis (Esquadro, Nível e Prumo, correspondendo ao Venerável, 1º e 2º Vigilante, respectivamente) só estão presentes no Templo durante as sessões da Loja, quando estão sendo usadas por essas Dignidades (e são móveis porque são passadas aos novos titulares, que vão se empossando); as Joias fixas, por outro lado, estarão sempre presentes, enquanto o Templo estiver em pé e enquanto a Loja estiver com suas Colunas erguidas.

É claro que o Irm.’. Teobaldo Varoli Filho tem razão, em sua afirmativa; ele é um dos maiores ritualistas brasileiros de todos os tempos!

Fonte: revista A Trolha, nr. 37, de setembro/outubro de 1988.

ADMISSÃO À MAÇONARIA - Valdemar Sansão




A Maçonaria submete o candidato a um longo e rigoroso processo seletivo de análise e avaliação dele próprio, de seus horizontes profissionais, sua identificação, seu comportamento, sua família, seu trabalho... A todos os homens livres, que fazem da defesa da liberdade de consciência e da liberdade de pensamento, a luta constante de suas vidas.

Maçonaria Moderna - O destino das grandes Instituições é de começar na humildade; o Cristianismo numa manjedoura, a Maçonaria numa taverna.

As quatro Lojas Maçônicas que em 1717 realizaram, ao que parece, uma reunião preparatória na Taverna da Macieira e resolveram criar a Grande Loja de Londres, que passou a denominar-se Grande Loja da Inglaterra, quando se expandiu além do perímetro londrino. A reunião de 24 de junho de 1717, da qual resultou a fundação da Grande Loja, teve lugar na Cervejaria do Ganso e da Grelha.

Os “Deveres de um Maçom”, constantes do Livro das Constituições de Anderson, substituída, nas Constituições adotadas em 1815 pela Grande Loja Unida da Inglaterra, e consubstanciada nesta frase: ”Um Maçom é obrigado pela sua dependência a obedecer à lei moral; e se bem entender a Arte, nunca será um estúpido ateu nem um irreligioso libertino. De todos os homens, deve ele compreender melhor que Deus vê de maneira diferente do homem; pois o homem vê a aparência exterior enquanto Deus vê o coração... Qualquer que seja a religião de um homem ou sua maneira de adorar, não será excluído da Ordem, contanto que creia no glorioso arquiteto do céu e da terra, e que pratique os deveres sagrados da moral...”

Credo do Maçom – Embora não sendo uma religião, a Maçonaria também presta um culto à Divindade, ao Ser Supremo admitido em todas as religiões. É a Existência Suprema, Superior, Criadora e Indefinível, cujo estudo constitui uma das bases da Maçonaria e ao qual os Maçons dão a denominação de Grande Arquiteto do Universo. Segundo vários autores, o credo de todo bom Maçom sereduz à seguinte profissão de fé: “Creio em um só Deus, Supremo Arquiteto do céu e da terra, dispensador de todo bem e juiz infalível de todo mal”. Sem dúvida, o estudo de Deus deve constituir um dos deveres do Maçom. Disse Farias Brito: “Deus é o que há de mais claro na Natureza. Deus é a Luz em todos os seus sentidos”. Com estas simples palavras é definido o Princípio Criador, segundo a concepção maçônica.

Cristo – Fundador da religião cristã e, por isso, personagem venerado nos símbolos da Maçonaria. Cristianismo, religião que constitui a base da maçonaria. A Maçonaria Operativa e Especulativa que lhe sucedeu, tendo surgido no Ocidente e, particularmente, na Inglaterra, seguiram, como é natural, as tradições religiosas ocidentais. Contudo, a Maçonaria aceita em seu seio homens de todas as religiões.

Ao admitir em seu seio homens de todas as religiões, de todas as nacionalidades, de todas as raças, de todos os partidos, a Maçonaria mostrou ao homem um caminho novo e um ideal que, posteriormente, cristalizou-se na trilogia: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Constituiu-se no cimento por meio do qual, e acima das religiões e dos partidos, os homens podem se unir e se chamar Irmãos.

Esclarecendo – Assim como a Maçonaria submete o candidato a um longo e rigoroso processo seletivo de análise e avaliação dele próprio, de seus horizontes profissionais, sua identificação, seu comportamento, sua família, seu trabalho, seus rendimentos, sua profissão, seu estado civil, datas, seus hábitos, suas reações, de suas atividades sociais e políticas, para que possa ser irmão dos Maçons de todo o mundo, é compreensível que o Candidato exerça o adequado direito de esclarecer suas dúvidas, respeitando a consciência individual, satisfazendo sua curiosidade (assim como a da esposa), o exame e discussão de diversas questões que podem esclarecer seu espírito e, sobretudo, conciliar seu coração com relação à Ordem, na medida do que for possível, isto é, tudo que não for secreto, para que não haja nenhum mal-entendido a respeito da proposta de trabalho da Maçonaria.

A Loja Maçônica é uma Escola que, por intermédio da observância e do estudo interpretativo dos Rituais (chama-se Ritual, em Maçonaria, o livro que contem a Ordem, as fórmulas e demais instruções necessárias para a prática uniforme e regular dos Trabalhos Maçônicos em geral), procura como finalidade primordial, preparar os Obreiros para a vida no lar e na sociedade, de modo a que, conhecendo a si mesmos e analisando o mundo, almejem a Paz e a Felicidade para a coletividade, tornando-se, assim, úteis e de grande aproveitamento para a comunidade em que vivem e, ao mesmo tempo, para a Humanidade em geral. Cada Loja tem o seu espírito especial; cada Maçom deve conservar e desenvolver as suas qualidades fundamentais.

A Loja é para o Maçom o local no qual pode se expressar livremente perante um auditório atento e benevolente. A confrontação das ideias faz-se sem choques e com cortesia.

A escolha do candidato – Para ingressar na Ordem maçônica existem certos requisitos indispensáveis e que consistem na idade, estado de liberdade , recursos para a subsistência, moralidade, etc.

O ato de "escolhermos" um candidato à Iniciação na Maçonaria requer séria reflexão. Lembremo-nos que estamos escolhendo um irmão para conosco conviver fraternalmente, que terá ingresso em nossa casa, compartilhando de nossas vidas, com nossas famílias.

O perfil ideal do candidato (entre outras exigências):

a) crer em um princípio criador (A Maçonaria não é uma teologia dogmática, nem é sectária; ao contrário, mostra em matéria de religião a mais ampla tolerância; porém exige de todos aqueles que admite em seus templos a crença em Deus e na existência da alma).

b) ter o assentimento da esposa (sentimentos da companheira com relação à Ordem).

c) ter vida familiar equilibrada (A divisa da Ordem Maçônica é o Amor Fraternal, na esperança de que o Amor a Deus, à Família, à Pátria e ao Próximo, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal).

d) ter princípios morais elevados (conduta ética, moral e social ilibada. Viver em harmonia dentro do organismo social; ser bom, a fim de contribuir para tornar a humanidade melhor).

e) possuir cultura que possibilite compreender o simbolismo e a filosofia maçônicos ( gosto pela leitura e pelo estudo, grau de instrução necessário para cultivar sua razão).

f) possuir educação compatível com o ambiente que impera na Maçonaria; (disciplina e respeito à hierarquia).

g) ter "espírito maçônico" (fraterno, solidário, filantropo, cordato, pesquisador. O sentimento de interesse a respeito de outro, para constituir uma verdadeira e fiel amizade. A Maçonaria, mais do que qualquer outra associação, proporciona o ambiente propício para o desabrochar de sinceras amizades).

h) comprovar (atestado médico) não ser portador de doença ou deficiência que impossibilite o bom desempenho da atividade e ritualística maçônica.

Condicionantes restritivas

Adulação - É a exploração sistemática e interesseira da vaidade alheia. Ao supervalorizar as qualidades e ações dos outros, o adulador, homem geralmente de espírito servil ou ambicioso, espera obter deles favores indevidos. O adulador é quase sempre mal visto em todos os grupos sociais, devendo sê-lo particularmente entre os Maçons, pois a lisonja e a adulação representam uma diminuição da dignidade tanto de quem as faz como de quem as recebe.

Avareza – É o apego demasiado e sórdido ao dinheiro ou aos bens econômicos, levando o homem a endurecer o coração em face dos sofrimentos de outros homens e das injustiças contra os mesmos cometidas. Pela avareza, os bens materiais transformam em um fim, de tal sorte que o avarento acaba por negar a si mesmo as condições normais para uma vida compatível com a própria dignidade humana. A Maçonaria, que tem a filantropia como uma das suas preferidas finalidades, e que estimula os seus adeptos na sua prática, não pode admitir em seu seio homens portadores desse vício tão contrário aos objetivos da Instituição.


junho 16, 2025

ORIGEM E PRIMÓRDIOS DO R∴E∴A∴A∴ – DO CAOS A ORDEM - Rui Bandeira


O Rito de Perfeição, com vinte e cinco graus, o mais alto dos quais o de Sublime Príncipe do Real Segredo, foi organizado a partir de 1758, por decisão de um conjunto de maçons em Paris, autodenominado de Conselho de Imperadores de Leste e Oeste. De entre a profusão de graus criada na sequência do Discurso de Ramsay, foi este Rito que permaneceu e se veio a desenvolver no Rito Escocês Antigo e Aceite. Em 1759, já existia um Conselho de Príncipes do Real Segredo em Bordéus. O Rito espalhou-se velozmente por França e pela Europa Continental. Em 1761, já existia um considerável número de Lojas, Capítulos, Conselhos e Consistórios.

Em agosto desse ano, o Grande Consistório dos Príncipes do Real Segredo emitiu uma carta patente, pela qual nomeava Stephen Morin Inspetor Geral do Rito para o Novo Mundo. Ainda nesse ano, Morin chegou a Santo Domingo (República Dominicana) e a partir daí começou a disseminação do Rito e designou diversos Inspetores para as Índias Ocidentais e para o Continente Americano. Um dos nomeados foi Moses Michael Hays, um abastado comerciante judeu, de origem holandesa, de Boston, grande defensor da liberdade religiosa e dos direitos civis, que veio a ser, em 1792, Grão-Mestre da Massachussets Lodge of Masons.

Hays introduziu o Rito na Costa Leste americana e nomeou vários Inspetores-Adjuntos para diversas zonas do que viriam a ser os Estados Unidos da América: Isaac da Costa e, depois da morte deste, Joseph Myers para a Carolina do Sul, Solomon Bush para a Pensilvânia, Barend M. Spitzer para a Geórgia.

Em 1767, é aberta uma Grande Loja de Perfeição em Albany, Estado de New York. Em 1783 cria-se uma Sublime Grande Loja de Perfeição em Charleston, Carolina do Sul. Nesta mesma cidade, cria-se, em 1788, um Grande Conselho dos Príncipes de Jerusalém. Em 1797, um Capítulo de Cavaleiros Rosa-Cruz, Cavaleiros da Águia e do Pelicano estabelece-se na cidade de New York. E é neste mesmo ano que a Loja de Perfeição Rei Salomão, de Martha’s Vineyard, Massachusetts, abdica da sua jurisdição sobre os três primeiros graus a favor da Grande Loja de Massachusetts, estabelecendo o precedente para o que é atualmente regra em todo o Mundo: os três primeiros Graus (Aprendiz. Companheiro e Mestre) são da jurisdição exclusiva das Grandes Lojas / Grandes Orientes, ficando os organismos de Altos Graus apenas com jurisdição sobre estes.

Tudo isto se passa ainda no âmbito de um Rito de Perfeição com 25 graus. Entretanto, em 1786, foram aprovadas em Berlim, por Frederico da Prússia, as Constituições dos Supremos Conselhos dos Soberanos Inspetores Gerais do 33.º e Último Grau. É a primeira referência a um Rito com 33 graus. Não há notícia de anterior existência de qualquer Supremo Conselho antes desta data. O Rito (ainda de Perfeição) era dirigido por Inspetores Gerais, cada um com competência para determinada zona geográfica. Segundo as novas Constituições, o poder soberano do Rito alargado a 33 graus e rede nominado de Rito Escocês Antigo e Aceite passaria a ser detido, em cada nação, por um Conselho de 9 elementos. Única exceção: os Estados Unidos da América, que seriam dotados de dois Conselhos: o da Jurisdição Norte e o da Jurisdição Sul (sistema que ainda hoje vigora).

O primeiro Supremo Conselho estabelecido segundo as Constituições de 1786 ficou sediado em Charleston (Carolina do Sul), inicialmente com jurisdição em todo o território dos Estados Unidos e, após a constituição do Supremo Conselho da Jurisdição Norte, com a sua autoridade reduzida à Jurisdição Sul. Este primeiro Supremo Conselho em todo o mundo foi criado em 1801, por iniciativa dos Soberanos Inspetores Gerais John Mitchell e Frederick Dalcho.

A transformação do Rito de Perfeição de 25 graus no REAA de 33 graus consumou-se assim nos Estados Unidos no início do século XIX. A sua evolução futura vai depender seguidamente de acontecimentos no Velho Continente. Veremos isso no próximo texto.



A FORMAÇÃO MAÇÔNICA - Mário Vasconcelos


O presente artigo é um importante capítulo do livro Gestão Maçônica Inspiradora, de autoria do Irmão Mario Vasconcelos Trata-se de uma obra dedicada aos Irmãos que desejam evoluir pessoalmente e contribuir para uma Maçonaria mais vibrante, fraterna e atuante. Destina-se àqueles que estão comprometidos com a excelência no exercício de suas funções e que buscam progresso em sua jornada maçônica.

Eis um tema árido nesta caminhada pela Arte Real. Ao longo de nossa vida Maçônica e pelas vivências em mais de uma Oficina, em debates e edificantes diálogos com Irmãos e mesmo nas relações (por vezes nada fraternas) nas redes de relacionamento, temos traçado um esboço, uma imagem ainda que um pouco nebulosa da formação maçônica do chamado “maçom médio” que nos deixa, minimamente, preocupados com o futuro de nossa querida Maçonaria. Mas não somos os únicos. Há tempos que, ocasionalmente, o tema “Evasão Maçônica” vêm à tona e sempre, entre as razões desta evasão, surge a questão da má formação Maçônica.

Sim. A Maçonaria é responsável pela formação Maçônica dos Irmãos. E eu explico o grifo. Não raro vemos Aprendizes sendo iniciados com um grau de cultura geral superior a muitos Mestres da Oficina, no entanto, também não raro vermos Mestres confundindo muito os conceitos e misturando realidade e simbologia. A condição de Aprendiz, repito, é simbólica e deve ser considerada dentro da liturgia do Rito e da simbologia das circunstâncias Maçônicas. Ou seja, espera-se que o Mestre tenha um nível de cultura Maçônica muito superior ao Aprendiz por razões óbvias, mas é preciso que haja sempre respeito por estes novos Irmãos. É certo que a Ordem, em tese, nos nivela em Loja, mas o limite do respeito humano não pode ser ultrapassado. A inteligência destes neófitos não pode ser vilipendiada por pseudos mestres que, com o tempo, acabam por deixar cair a máscara da “sabedoria” e revelar que pouco ou quase nada sabem com profundidade Maçônica e, pior, ainda são Pedras muito lascadas no campo da Inteligência Emocional ou habilidades relacionais.

Uma pesquisa realizada pela GLESP, em 2018, com 15.229 Irmãos (65% do seu quadro de Obreiros) nos revelou um retrato interessante da população Maçônica desta Potência. Compartilho algumas dessas informações que nos ajudarão a refletir juntos sobre alguns pontos:

1) 81% dos Irmãos pesquisados eram Mestres (43,3% MM∴ IIr∴);

2) 83% dos Irmãos pesquisados tinham curso superior completo, mestrado ou doutorado;

3)  85% responderam que o que mais os atraía na Maçonaria era o Aprendizado;

4) Questionados sobre quais eram suas expectativas em relação à Ordem quando foram iniciados responderam: “que a Maçonaria proporcionaria uma evolução intelectual e espiritual, por meio de estudos diversos que viabilizassem estes objetivos”

5) A maioria dos AApr∴ e CComp∴ também salientaram a falta de iniciativas relacionadas à busca de conhecimento cultural e filosófico e (atenção para este item!) sentimento de desigualdade!

Já em outra pesquisa que serviu de base para o livro ELOS PARTIDOS - Diagnóstico e Prevenção da Evasão Maçônica, aproximadamente 31% dos Irmãos pesquisados apontaram como razões da Evasão, o “Descompromisso/Despreparo dos Mestres na Formação do Maçom” e a “Falta de leitura e estudo dos Mestres”.

Penso que estes dados já são suficientes para visualizarmos dois pontos importantes:

1.   A necessidade de uma maior atenção, zelo e respeito para com nossos AApr∴ e CComp∴, através de uma atitude mais horizontal (lado a lado) do que vertical (sensação de superioridade);

2.   Importância de olharmos com carinho e atitude, dentro de nossas Oficinas, para o planejamento, execução e monitoramento dos processos de formação Maçônica dos Irmãos.

Com relação ao item 2, felizmente, no que diz respeito à nossa Potência (GLESP), a atual gestão tomou a valorosa iniciativa de criação de uma Secretaria voltada especialmente para esta matéria: A Grande Secretaria de Educação, a qual teve como primeiro Grande Secretário o Irmão Alberto Feliciano, que capitaneou uma cruzada de divulgação dos processos de Mentoria Maçônica

Somou-se a isso a profícua fase de informatização por que passa a GLESP e as aulas com comentários acerca das Instruções foram disponibilizadas para todos os Irmãos da Potência, dentro de seus respectivos graus. Além disso, implementou-se um programa de formação de Mentores voltados para os Mestres Instalados interessados em colaborar nesta empreitada de fomento à Educação Maçônica. Com relação ao item 1, entendemos que o saneamento desta lacuna apontada pode estar a caminho por conta da própria formação e capacitação dos Mentores, em um círculo virtuoso onde estes irão orientar os Mestres que, por sua vez, poderão melhorar este relacionamento e esta postura em relação aos AApr∴ e CComp∴.

É claro que não desejamos generalizar! Há muitos e muitos Irmãos que já estão prontos para o Mestrado Maçônico e realizam com fraternal e edificante dedicação a tarefa de ensinar sem constranger ou humilhar.

E não há nenhum intuito em condenar quem assim não procede, mas estamos aqui para nos burilar. Somos imperfeitamente humanos! E estamos sujeitos a tropeçarmos na vaidade e realmente acreditarmos que a Exaltação tem a capacidade de fabricar, em minutos, um Mestre pronto.

Na verdade, chegamos rápido demais ao Mestrado Maçônico e a consciência de que não somos seres acabados, mas em construção, prossegue eternamente!!! Que não nos deixemos deslumbrar com o título de Mestre e tentemos ser, sim, gigantes na verdadeira humildade!

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junho 15, 2025

MAÇONARIA DE ISAAC NEWTON À INTERNET - Michael Winetzki

 

Palestra de Michael Winetzki na ARLSV Lux in Tenebris 47 em 21/11/2020.



MORAL MAÇÔNICA: TEORIA E PRÁTICA - Kennyo Ismail


Outro dia estava palestrando numa loja e, como de costume, o assunto “evasão maçónica” veio à tona. E, também como de costume, alguns irmãos demonstraram apego à cultura maçónica brasileira de que “a Maçonaria é perfeita” e “quem saiu nem deveria ter entrado”, o que costumo chamar de arrogância institucional:

enquanto uma potência não tiver a humildade de querer entender como ela pode melhorar para reduzir a insatisfação dos maçons, por maior que ela seja, ela não será “grande”, no melhor sentido da palavra.

Contudo, um dos irmãos presentes quis saber na prática, com exemplos, mesmo que fictícios, porque um irmão ficaria insatisfeito com a Maçonaria. Eis aqui um raciocínio hipotético, que não atinge apenas a satisfação de maçons, mas a Maçonaria perante a sociedade:

Se um líder da Maçonaria compra, com o dinheiro da potência, um carro importado de 250 mil reais para buscá-lo e levá-lo em casa, a uma distância que daria para ele ir a pé; e outro gasta 15 mil num único jantar de uma viagem; e, em ambos os casos, ninguém faz nada… qual a moral que a Maçonaria tem para reclamar da má aplicação do dinheiro público?

Se uma liderança maçónica não consegue ir num evento maçónico familiar sem ficar bêbado e inconveniente, e ninguém reclama… qual a moral que a Maçonaria tem para reclamar da postura de qualquer político, ou até mesmo dos seus próprios membros?

Se um dirigente na Maçonaria difama e boicota um palestrante junto às lojas da sua jurisdição, simplesmente porque não gosta do que ele fala… qual a moral que a Maçonaria tem para defender a liberdade de expressão e de imprensa?

Se um poderoso Maçom pede para outro ameaçar e silenciar um escritor maçónico que escreveu algo que ele não concorda… qual a moral que a Maçonaria tem para reclamar de abuso de poder por parte de qualquer autoridade do judiciário, do executivo ou do legislativo?

Se um grupo de situação consegue fazer um malabarismo técnico para impugnar uma candidatura de oposição, e ninguém toma qualquer providência… que moral qualquer irmão têm para, se de direita, reclamar que o Bolsonaro está inelegível ou, se de esquerda, reclamar que o Lula foi preso às vésperas de uma eleição?

A Maçonaria é um “sistema de moralidade”. Como todo sistema aberto e instalado num ambiente externo, o seu objetivo é que o “profano” entre no sistema, o qual, funcionando, o transforma num “Maçom”, ou seja, um ser moral, para que este transforme o ambiente externo, de modo a colaborar com o bem-estar e a felicidade da sociedade. Mas se esse sistema educacional de moralidade não estiver funcionando corretamente, a ignorância, a intolerância, o fanatismo, a tirania e os vícios, aprendidos anteriormente no ambiente externo, terão mais força dentro do sistema do que as suas próprias engrenagens.

Por sorte, estas são apenas hipóteses para fins de racionalidade, que não ocorrem nas instituições maçónicas brasileiras! Mas todas são possíveis, se não investirmos em educação maçónica, se não escolhermos os dirigentes corretos e, principalmente, se formos omissos aos seus erros. A relativização do errado num sistema de moralidade é apenas a consequência, tendo como causa o abandono das suas engrenagens educativas.

A relativização dos erros de lideranças e a normalização de abusos e absurdos pelo povo maçónico afetaria a sua moral para se manifestar no mundo “profano”. Seria, no mínimo, incoerência. Entretanto, talvez o maior impacto desse comportamento coletivo hipotético seria a saída de novos entrantes, que ainda não estariam anestesiados a tais erros e sairiam por concluírem que o que a Maçonaria ensina é distinto do que os maçons estão praticando.

AGORA VENERÁVEL ! - Adilson Zotovici


Segue irmão Venerável

Tua vida, tua missão

Nesta lida admirável

De livre pedreiro, artesão


Um conciliador afável

Que austeridade o bordão

Ponderar o imponderável

Com equidade e isenção


Sabedoria notável

Como o próprio Rei Salomão

Por união infindável


Se firme o malhete à mão

Recebes o inolvidável...

Que o poder da decisão !







junho 14, 2025

ARLS ALIANÇA FRATERNAL n. 596 - São Paulo


 

    Sexta-feira a noite com um frio polar, cerca de 11 graus em São Paulo, porem a palestra já estava agendada há tempo. Imaginei que não viria ninguém com este tempo inclemente, mas o prestígio do jovem Venerável Mestre Everton Bressan Alves Oliveira lotou o pequeno templo da ARLS Aliança Fraternal n.596, da GLESP.

    A palestra, em sessão pública, com a presença de famílias e convidados foi "O caminho da Felicidade" e como sempre acontece gerou bastante emoção. Ao final muitos dos convidados se disseram tocados pelos seus ensinamentos.

    Ainda houve a entrega de rosas as senhoras presentes e de um delicado mimo, uma linda ampulheta, para todos aqueles que estiveram na palestra. O evento finalizou com um magnífico jantar oferecido pela Loja no restaurante do Hotel Leques. 

MAÇONARIA, UMA ESCOLA DE VIDA! - Pedro Campos de Miranda



A Maçonaria é uma escola de vida que incentiva a pesquisa da verdade, o exercício do amor e da tolerância. Que recomenda o respeito às leis, aos costumes, às autoridades e, sobretudo, à opção religiosa de cada um. Que incentiva seus adeptos a serem docemente fieis ao que nos ensinou o Divino Mestre Jesus: “Perdoai vossos inimigos e bendizei aos que vos fazem mal.” Por isso mesmo, a Maçonaria não se preocupa em retribuir as ofensas injustas recebidas pelos que não a conhecem. Aliás, nossa Sublime Ordem é a única organização que transforma em irmãos pessoas de crenças religiosas diferentes, pois nela convivem harmoniosamente católicos, espíritas, protestantes, budistas, maometanos, judeus, etc.

Alguns apressados poderiam pensar que isso significa que os maçons sejam transformados em seres absolutamente passivos, sem o menor interesse pelo que se passa na sociedade, em nosso país e no mundo. Se os maçons têm como compromisso maior a busca incessante da verdade, é claro que precisam exercitar continuadamente o direito de pensar em soluções que possam eliminar o mal, sem destruir o homem. Ela tem seus métodos próprios de ação, conhecidos pelos verdadeiros maçons, os quais são agentes da paz e chamam os conflitos armados de a estupidez da guerra.

A Maçonaria sempre se colocou a favor da liberdade, contrária a qualquer tipo de opressão que sonegue ao ser humano o direito de pensar. Mas, como exige de seus adeptos uma vida íntegra, ela sabe que o melhor ensinamento que os maçons podem oferecer reside no exemplo oferecido por cada pedreiro livre. É aí que valorizamos o entendimento de Cícero: “Sou livre porque sou escravo da lei!”

O maçom sabe que uma vida digna equivale a um templo erguido à virtude e que somente terá vencido suas paixões quando houver aprendido a respeitar e a amar cada ser humano, mas nunca se acovardando quando tiver que exigir de qualquer um o cumprimento da lei. Principalmente diante da covardia de maiorias que procuram esmagar impiedosamente as minorias.

A Maçonaria combate a hipocrisia, o fanatismo, a intolerância. E combate esses males procurando conduzir os homens ao entendimento, única forma de se conseguir a paz permanente, pregando a misericórdia para com os vencidos. Para nossa Ordem, o vencedor deve ser sempre a humanidade. Portanto, todos os maçons são concitados a uma conduta de vida capaz de levar consolo a quem sofre; comida a quem tem fome; agasalho a quem tem frio; uma toalha macia para enxugar as lágrimas de nossos semelhantes; levar o conhecimento a quem deseja sair da escuridão. Sabe nossa instituição que quanto mais se propagar a luz, menor será o espaço ocupado pelas trevas. Com isso poderemos nos guiar mais seguramente na direção do Grande Arquiteto do Universo, luz irradiante que será o próprio caminho do amor, da fraternidade e da tolerância, per omnia secula seculorum!

Podemos concluir, sem medo de errar, que só a maldade e a desinformação são capazes de rotular a Maçonaria como contrária à fé religiosa. O comportamento digno que nossa Ordem impõe a seus membros honrará, certamente, a qualquer profissão de fé religiosa. Os rótulos nem sempre garantem o conteúdo. Por isso, nosso Templo Interior deve permanecer sempre limpo, livre da sujeira que as iniquidades provocam, iluminado pelo verdadeiro amor, sempre nos permitindo lembrar que o nosso conhecimento é apenas uma gota de um oceano de coisas que ignoramos.

Ensina-nos a Maçonaria que o Grande Arquiteto do Universo é uma fonte perene de amor, sempre pronto a permitir o soerguimento de qualquer um que queira se levantar. Como Ele saberá, a qualquer tempo, separar o joio do trigo, nós, os maçons, somos sempre recomendados a produzir mais trigo.